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laitman_537Pergunta: O senhor diz que os Macabeus estavam lutando por uma abordagem espiritual, altruísta para o bem do mundo e para o bem do lugar da pessoa nele. Como exatamente a realidade espiritual está conectada às relações entre eu e as outras pessoas?

Resposta: Ela determina o princípio “Ama o próximo como a ti mesmo”. A pessoa chega a uma percepção da realidade externa onde começa a colocar o outro acima de si mesma. Esta é a diferença entre a abordagem judaica e a abordagem grega. É por isso que os Macabeus estavam lutando.

Bem, hoje a abordagem egoísta é típica de todos, incluindo os judeus.

Pergunta: Como essas duas abordagens estão conectadas a um relacionamento com o Criador se, em princípio, isso se refere às relações entre pessoas?

Resposta: Eu tento sair do meu ego, dos meus interesses pessoais em relação aos outros. Nós construímos relacionamentos como estes num grupo, onde os amigos se tornam mais importantes aos meus olhos que eu para mim mesmo.

Todos em nosso grupo querem atingir a percepção de uma realidade superior, mas para isso é preciso ir além dos limites dos nossos cinco sentidos corporais, elevando-se acima deles. E nós nos elevamos quando colocamos um novo sentido baseado na doação acima da nossa percepção egoísta, no amor ao próximo.

Os Cabalistas descreveram este trabalho de uma forma muito precisa e clara. E se agimos desta forma, nós descobrimos entre nós que algum tipo de força altruísta nos cerca e nos envolve. Anteriormente, ela evitava a nossa percepção, ao passo que agora nós sentimos que devemos descobrir e senti-la.

Por isso eu devo me tornar como ela, aquirir um poder semelhante de doação e amor. Somente de acordo com mudanças internas como estas eu posso sentir a força superior que habita fora. Caso contrário, eu simplesmente não posso absorvê-la, eu sou cego a ela.

Porém, primeiro nós nascemos como “gregos”, cada um se concentrando em si mesmo. Isto é totalmente natural, e não pode ser de outra forma. É dito: “… a imaginação do coração do homem é má desde a sua mocidade” (Gênesis 8:21) e, ainda, é dito: “Eu criei a inclinação ao mal” (Kiddushin 30b). Em outras palavras, é especificamente a criatura, o ego, a inclinação ao mal, que domina cada pessoa.

A sabedoria da Cabalá diz que é necessário superar essa essência, transformar o ego, e em vez de odiar o outro, amá-lo.

Pergunta: Para quem é projetada essa “atualização do sistema operacional”? É apenas para os judeus ou para todos?

Resposta: É para todos. Cada um está pronto para isso se tem a inclinação e unidade apropriadas para isso. Gradualmente, com o desenvolvimento geral da humanidade, vamos chegar a um momento em que essa inclinação será despertada em muitos. Todos poderão, e, finalmente, cada um será obrigado a fazer um “upgrade” (atualização). A partir do estágio atual, ao longo de várias gerações, todos chegarão a isso.

Pergunta: Suponha que uma pessoa, em seu trabalho sobre si mesma, consegue criar uma mudança interior como essa. O que ela obtém disso?

Resposta: Ela adquire a vida em outro mundo, onde só o poder da Luz habita, ou seja, o poder de doação e não o poder de recepção. A pessoa se identifica com ela e se encontra num mundo que é todo bem. Não há mais a concorrência; não existe o mal, mas apenas eternidade e perfeição.

Isto é o que nós adquirimos quando mudamos a nós mesmos, elevando-nos acima da vida e da morte, acima do mal rumo ao bem.

Este “upgrade” não é percebido por ninguém de fora, não é por meio de um “clique” em algum supercomputador; sim, nós mesmos o realizamos. Eu faço tudo por mim mesmo, consciente e deliberadamente, e assim eu sinto e adquiro toda a realidade da criação.

De KabTV “Uma Nova Vida” 14/12/14