O Que Um Cabalista Vê?

laitman_928Pergunta: No artigo, “A Essência da Sabedoria da Cabalá”, Baal HaSulam escreve que todos os mundos são idênticos em todos os seus detalhes. O que isto significa?

Resposta: O mundo inteiro é como uma cópia do mundo superior. A matéria é diferente, as intenções são diferentes, o preenchimento e a essência são diferentes, mas é uma cópia do mundo superior com as características do inferior.

Suponha que haja uma flor em nosso mundo e uma “flor” no mundo superior. A “flor” no mundo superior é um conjunto de características que têm uma conexão entre si, resultando numa flor em nosso mundo.

Um Cabalista que abre o mundo superior, abre os olhos e começa a ver esta conexão. E de acordo com a imagem do nosso mundo interior que se encontra nele, ele começa a atingir o mundo superior e vê as raízes dessa visão de mundo. Ele vê que uma flor no mundo inferior é o resultado de uma reunião de forças particulares no mundo superior, o qual ele está descobrindo agora. De tal maneira que ele tem o “ramo” e a “raiz”, a “raiz” acima, o “ramo” abaixo, e a conexão entre eles.

Assim, o Cabalista olha para o encontro singular destas forças no mundo superior, que resulta numa flor em nosso mundo. Ele as chama pelos nomes de flores, como por exemplo, a “rosa” com seus espinhos e folhas. Ele entende como chamar essas coisas. Caso contrário, ele não teria nenhuma possibilidade de fazer isso.

A linguagem dos ramos vem disso. Sem ela, os Cabalistas não poderiam falar sobre o mundo superior, onde só existem forças. A fim de trocar ideias entre si, os Cabalistas não necessitam de uma linguagem, pois eles próprios são incluídos nestas forças e as ativam. Mas, a fim de transmitir as suas realizações de geração em geração e ensinar, eles precisam da linguagem dos ramos. Esta linguagem é muito precisa, pois eles conhecem cada raiz para cada ramo neste mundo, e uma vez que tem um nome, é claro para eles o que chamar de raiz.

Para nós, isso é um problema. Quando nós abrimos os livros de Cabalá, vemos que tudo está escrito na nossa língua materialista. Isso nos confunde e começamos a pensar que está falando do nosso mundo. Mas os Cabalistas não estão se refereindo a este mundo de forma alguma. Apenas as ciências físicas estão envolvidas com este mundo.

Pergunta: Há raízes no mundo superior para todos os ramos em nosso mundo?

Resposta: Sim. Para tudo o que existe no nosso mundo existem raízes no mundo superior, mas elas são desconhecidas para nós. Alguém poderia perguntar isso de forma diferente: Há muito mais raízes no mundo superior que não têm ramos em nosso mundo? Não, para cada raiz há um ramo em nosso mundo. Não há Luz ou fenômeno em Olam Ein Sof (Mundo do Infinito) que não alcance o ponto mais baixo do mundo.

Em nosso mundo, o Cabalista ainda vê a Luz que está trabalhando dentro da matéia, ao passo que nós só vemos o envoltório, a substância. Considerando que ele vê a Luz, a energia que ativa todos os componentes da substância, ele vê a intenção da criação, o objetivo da criação, o pensamento de criação. Portanto, por trás de todos os rostos, de todos os seres da natureza inanimada, vegetal e animal, ele vê a realização do objetivo da criação em cada momento, seja um pouco mais no caminho do sofrimento – “a seu tempo” (Beito), ou um pouco mais no caminho da Luz – “eu vou apressá-lo” (Achishena). Ele vê como este mundo está em constante progresso, como se estivesse se equilibrando.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/14, Escritos do Baal HaSulam