O Caminho Do Sofrimento Não É O Caminho

Laitman_633_3Nossa tarefa é fazer um esforço, “como um boi para o fardo e um burro para a carga” (Masechet Avodah Zarah 5b) Há uma meta e nós devemos alcançá-la de qualquer maneira. Ou o anfitrião vai se sentar sobre nós e nos dar golpes com um chicote, e então vamos agir como animais, ou através do ambiente nós mesmos vamos desenvolver a importância da meta dentro de nós, ansiando em ser como um Adão (homem) que é “semelhante” (Domeh) ao Criador e alcançar a adesão com Ele. Assim, nós avançamos por conta própria, sem esperar os golpes.

Desta forma, nós damos satisfação ao Criador. Nós não damos ao Criador qualquer satisfação, apenas o fazemos por causa dos golpes. Esta é toda a diferença entre o caminho natural do desenvolvimento “em seu tempo” (Beito) ou o caminho da aceleração do tempo, “eu o apressarei” (Achishena), o caminho da Luz.

É impossível que eu chegue à minha correção por meio do sofrimento, o caminho do “em seu tempo”. Cada golpe muda alguma coisa em mim, mas não é considerado como sendo eu e não é gravado na minha conta. Pois a grandeza do Criador, a importância da meta e a devoção são o que é exigido de mim, coisas que devem vir da pessoa, o que a caracteriza; ao passo que, é através dos golpes que eu sou sacudido um pouco a despertar e me empurrar para o escrutínio, trabalho e mudanças nos valores. Portanto, nós devemos entender que é impossível avançar através dos golpes.

Ou nós desenvolvemos a importância do próximo estado através do ambiente desde o início, o qual de acordo com nossa natureza não é importante para nós, mas através dele nós construímos sua importância e avançamos, ou recebemos golpes que nos obrigam a iniciar este processo. Mas, no final, nós estaremos fazendo o mesmo trabalho com o ambiente, a importância da meta, a importância do Criador e o esclarecimento da inferioridade do nosso ego.

Portanto, não existe o “caminho de sofrimento”. O caminho “em seu tempo” não é um caminho. Ele apenas nos ajuda a entender que o Criador nos empurra em direção às mudanças e nos obriga a despertar através desses golpes. Então eu entro num grupo para isto, que é o ambiente certo que começará a me empurrar.

Embora isso seja desagradável para mim, eu não fujo; pelo contrário, apesar de tudo, eu entro ainda mais. Todos nós precisamos estar cientes de que num estado como este, é impossível fugir; pelo contrário, é preciso avançar. Se eu quero entrar e me deparo com uma oposição, eu posso recuar e sair, e também posso empurrar ainda mais e entrar.

Portanto, não há caminho do sofrimento. Se eu não me empurrar através do ambiente por mim mesmo, então a pressão sobre mim será aumentada desde cima. Então o mesmo esforço que eu tive que fazer para avançar no caminho do “eu o apressarei” e não dei, assumirá a forma de sofrimento e golpes que me obrigarão a voltar para o caminho certo.

Não é necessário esperar por golpes e sofrimento para avançarmos. Nós não avançamos para nenhum lugar através do sofrimento. Nas melhores circunstâncias, vamos querer fugir dos golpes para o ambiente correto, e lá já vamos começar a esclarecer como ir pelo caminho do “eu o apressarei”, ou seja, a importância do ambiente, do Criador, a do professor e de todos os meios que podem nos puxar para frente. Este deve ser nosso primeiro nível, e então nós aceleramos o tempo e o nosso desenvolvimento.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/11/14, Escritos do Baal HaSulam