A Ideologia Do Equilíbrio E Da Unidade

laitman_254_02Pergunta: Você se formou no Instituto Politécnico, estudou biologia e cibernética, e depois trabalhou no Laboratório Militar da Academia Médica. Depois você foi repatriado para Israel, onde se viu religioso. Até aquele momento você era um ateu?

Resposta: A minha visão do mundo vem da Torá interna. Eu sempre fui interessado no problema do sentido da vida humana, no programa que controla o universo, no sistema que nos guia, nas questões do passado, presente e futuro.

Comentário: Portanto, em sua aspiração de visão de mundo, você postula uma religião, isto é, a existência do Todo-Poderoso…

Resposta: Não, porque a imagem que uma pessoa religiosa imagina sob o termo “força superior” é completamente inaceitável para um Cabalista.

Com respeito a Todo-Poderoso, Onisciente, fundador de tudo isso, eu quero dizer um enorme sistema do universo, não só o nosso mundo, mas também aqueles mundos ocultos, aqueles sistemas ocultos que existem ao nosso redor, nos controlam, e que nós podemos controlar pela conexão recíproca.

Na minha perspectiva, a Torá desempenha um papel muito importante, mas não no sentido que é compreendido pela pessoa comum ou por um crente comum, mas no seu sentido interno. A Torá ensina como mudar a si mesmo para sair da existência ilimitada, não terrestre.

A Cabalá é um sistema prático de conhecimento que permite a uma pessoa que vive neste mundo, entender, compreender e alcançar uma dimensão mais elevada, subir acima do nível de morte e já sentir os próximos estados.

A pessoa tem uma influência direta sobre o sistema de controle em que existimos. Ela deve apenas sentir essa conexão e, assim, assumir o controle do próprio destino.

A Cabalá foi revelada pela primeira vez 5774 anos atrás por um homem chamado Adão. Depois de 20 gerações de Cabalistas, Abraão, o antigo sumo sacerdote babilônico, criou pelo povo judeu. Ele reuniu um grupo de pessoas que queria combinar o princípio do “ama o teu próximo como a ti mesmo”. Essa se tornou a ideologia do nosso povo, a sua constituição. Unidos, nós somos uma nação, que se chama Yehudim, da palavra “Yichud” (unidade).

Como resultado do seu desenvolvimento, o grupo teve que mostrar ao resto da Babilônia, que não queria seguir Abraão, como é necessário se corrigir, subir acima do interesse pessoal e sair da enorme crise da interconexão humana.

É para isso que a Cabalá foi destinada, onde os dois componentes do universo (altruísmo e egoísmo, doação e recepção) são combinados numa única criação. A recepção a fim de doar é a interconexão correta para as pessoas em perfeita harmonia.

Agora, nós só temos a propriedade de recepção. Mesmo se doarmos, só podemos fazer isso de forma a receber. Se adicionarmos a propriedade de doação à propriedade de recepção, vamos adicionar uma propriedade de doação a nós mesmos, e seremos como o conjunto harmonioso da natureza: os níveis inanimado, vegetal e animal. Ao desenvolver uma doação não em prol da recepção, mas apenas em prol da doação, por uma interconexão adequada uns com os outros, vamos equilibrar nosso egoísmo com o altruísmo, o negativo e o positivo.

Na natureza, o negativo e o positivo se equilibram nos níveis inanimado, vegetal, e animal. Mas no nível da consciência humana, no nível de nossas conexões mentais mútuas, não podemos fazer isso. Esta é a atual crise global geral, que é uma manifestação da força egoísta em nós.

A origem da atual crise global é a desarmonia entre altruísmo e egoísmo. Só o povo judeu pode implementar essa harmonia, e nós estamos tentando levá-la à humanidade através da nossa Academia de Cabalá (Centro de Educação de Cabalá).

A Cabalá não é uma religião, não é uma crença baseada em alguns pressupostos; é uma ciência. Uma pessoa não deve acreditar em nada aqui, abaixar-se diante de qualquer coisa, ou realizar algum ritual. Ela só tem que querer olhar para a sua vida.

A religião é algo em que alguém acredita, e a Cabalá, como qualquer ciência, pode ser confirmada na prática. [

De KabTV “Uma Opinião Especial” 17/08/14