Patente Para Uma Vida Feliz

laitman_277A felicidade é a satisfação dos desejos mais fortes de uma pessoa. Em geral, ela aparece em contraste com um sentimento de insatisfação.

Por exemplo, a fome dá a sensação de prazer dos alimentos, a separação dá a sensação de alegria ao encontrar um amigo próximo e querido, etc. Em outras palavras, nós somos construídos para que possamos sentir algo positivo apenas a partir de algo negativo.

Então surge a pergunta: será que vale a pena aspirarmos e ansiarmos por felicidade se primeiro devemos nos afundar no sofrimento, a fim de nos sentirmos felizes depois?

O fato é que o método Cabalístico possibilita que a pessoa experimente a felicidade ao mesmo tempo em que sente falta de satisfação. Em outras palavras, naquele exato momento que eu gosto de algo, eu também sinto o anseio por aquilo que gosto e sua satisfação.

Eu não preciso dividir isso em tempo: agora eu sofro, e mais tarde recebo. Isso ocorre porque para as pessoas que estão envolvidas com o trabalho espiritual, não há nenhuma questão de tempo. Elas existem fora do tempo e se movem simultaneamente através de estados de sofrimento e de satisfação, fome e saciedade.

Esta é a sabedoria da Cabalá, a sabedoria sobre como receber! Ela ensina a pessoa a conseguir o que quer não em um mês ou um ano, mas especificamente no momento em que ela quiser. Junto com isso, como um par, dois valores potencialmente opostos estão sempre agindo simultaneamente, positivo (+) e negativo (-).

Em nosso mundo, isso não existe. Aqui, há um grande (-), para o qual nós não temos um (+). Enquanto que, de acordo com o método Cabalístico, a recepção do próprio prazer atrai em nós o desejo por ele e sua satisfação.

Pergunta: No entanto, como se faz isso? Como há felicidade neste mundo, apesar de tudo isso?

Resposta: Isso só é possível quando não eu sou satisfeito de forma independente, mas através de outras pessoas. Toda a felicidade está latente nisso, porque eu nunca posso me satisfazer por mim mesmo. No entanto, se eu sinto e absorvo os desejos e deficiências dos outros, satisfazendo-os, eu me satisfaço, pois seus desejos se tornam meus. Segue-se que eu me satisfaço por existir nos outros.

O segredo está no fato de que eu saio de mim, descubro desejos e deficiências fora de mim mesmo, os aceito como meus e os satisfaço. Em outras palavras, tanto o desejo como a satisfação encontram-se fora de mim, mas esta é a minha alma.

Pergunta: Será que ainda satisfazemos os desejos físicos de uma pessoa dessa forma?

Resposta: Nós suprimos todos os seus desejos, mas só até certo ponto. Os desejos físicos de uma pessoa são satisfeitos apenas na medida em que sua existência é provida, e não mais, ao passo que os desejos espirituais são satisfeitos na medida em que queremos subir juntos, porque minha elevação e a dela estão mutuamente conectadas e se completam.

Desta forma, a satisfação dos desejos dos outros nos dá uma sensação de felicidade.

De “Contos” 23/10/14