O Benefício Das Rejeições

laitman_236_02Baal HaSulam, Shamati #1, “Não há outro além Dele”: …Há coisas no mundo que para começar visam desviar a pessoa do caminho certo, e pelas quais ela é rejeitada da Santidade.

E o benefício das rejeições é que através delas a pessoa recebe uma necessidade e um completo desejo pelo Criador para ajudá-la, pois ela vê que de outra forma está perdida.

Portanto, a pessoa precisa de uma sociedade certa, uma sociedade que a corrija e ajuste, lembrando-lhe qual é o objetivo e colocando-a de volta no caminho certo. Graças à sociedade, ela não se desvia do caminho por causa dos diferentes obstáculos, mas inicialmente os respeita com a intenção certa.

No momento em que a pessoa estabelece a intenção certa para revelar a boa Providência superior, que “Não há outro além Dele”, ela muda totalmente sua atitude perante a vida. Ela entende que tudo ao seu redor é um teatro que se destina apenas a revelar isso, e assim ela vê a mão de Deus em tudo.

Se ela se concentra corretamente, ela avança e se torna mais forte, e vê como o Criador lhe dá uma oportunidade de se aproximar da correção a qualquer momento.

E ela, que sempre sente que a parte quebrada é maior que o todo, ou seja, que há muito mais descidas do que subidas, e não vê um fim nesses estados, que vai permanecer para sempre fora de santidade, pois vê que é difícil observar mesmo a coisa mais insignificante, a não ser pela superação acima da razão.

A “fé acima da razão” significa que eu vejo muitas razões que continuam crescendo tanto em quantidade como em qualidade, e isso me perturba e não permite que eu me concentre. Isso me destrói tanto que eu não posso dizer que elas decorrem do “bom que faz o bem”, e que “não há outro além Dele”.

Eu devo me opor às fontes do mal, mas, ao mesmo tempo, lembrar que isso é apenas uma expressão externa da atitude do Criador para comigo. Na minha vida corpórea, eu devo me relacionar com essas dificuldades como é habitual no nosso mundo. É dito que o mundo continua girando, mas na dimensão interna, espiritual, eu devo tratar isso num nível diferente, no nível humano, Adão (homem), aquele que se assemelha ao Criador (Domeh). Eu devo usar todos os estados para me conectar e me aproximar do Criador.

Aqui, também, a pessoa se sente dividida e acha difícil estar em duas dimensões ao mesmo tempo, já que uma anula a outra. No entanto, tudo isso é o nosso trabalho.

Neste mundo, nós nos engajamos na matéria de acordo com certas leis. Nós trabalhamos, cuidamos da nossa família, de nossos filhos, do nosso trabalho, e ganhamos a vida como todo mundo. No entanto, ao mesmo tempo, nós também nos envolvemos em assuntos espirituais elevados.

Apesar de sofrer por causa dos diferentes problemas neste mundo, quando nós subimos para o segundo nível, para a dimensão espiritual, nós estamos constantemente em adesão com a força superior, com o bom que faz o bem. Nossos esforços nestes dois níveis gradualmente nos levam à revelação.

É porque o fosso entre a corporeidade e a espiritualidade, que nós mantemos sem ficarmos confusos e sem nos desfocarmos, nos leva a exigir a revelação do Criador. Os estados corporais e espirituais, onde eu opero corretamente separando-os, ficam cada vez mais extremos, assustadores, desagradáveis e dolorosos. Eles realmente me despedaçam, e eu não posso justificar o Criador. Eu devo fazer algo, visto que de outra forma o Criador (“Não há outro além Dele” e “o bom e benevolente”) desaparece de mim. Então, eu me esforço para revela-Lo. Não é porque eu me sinto mal na minha vida corpórea, mas porque entendo que o desconforto que é dado a mim é para que eu decida que não há outro além Dele e que Ele é bom e benevolente.

No entanto, eu não posso fazer isso, e então eu grito, peço ajuda e choro, mas não para mim, não para aliviar a minha vida corporal com o apoio do “Não há outro além Dele” e o bom que faz o bem.

Graças ao trabalho correto nas duas dimensões, eu chego à conclusão de que não importa se eu me sinto bem ou não. O importante é que eu não quero perder o Criador, o bom e o benevolente, pois caso contrário eu condeno Sua Providência. Pela primeira vez, a pessoa começa a construir seus vasos corretamente, e, a fim de fazer isso, ela precisa da revelação do Criador. Ela não quer facilitar o seu trabalho dessa maneira, mas pede o poder que não tem naturalmente: o atributo do Criador. Ela não pede para seu próprio benefício, mas para que ela não amaldiçoe a Providência superior, a singularidade do Criador.

O trabalho de uma pessoa, chamado de obra de Deus, é descobrir que “não há outro além Dele” e que “Ele é o bom que faz o bem”.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/14, Shamati # 1