Contos: Subir O Monte Sinai

laitman_740_03Depois de passar por todas as fases da vida no Egito e no êxodo do Egito, o povo de Israel chega a um estado chamado Monte Sinai. Eles começam a entender que estão enfrentando uma enorme montanha do mal, a palavra “Sinai” deriva da palavra “ódio” (ódio mútuo) em hebraico, a profunda repulsa que as pessoas sentem uma em relação a outra, que é muito maior do que o que sentiram no Egito.

Enquanto estavam no Egito ou na antiga Babilônia eles não entendiam isso e não estavam plenamente conscientes disso; agora o mal é revelado a eles de forma plena.

Como resultado, o povo se sente perplexo, desamparado, e não pode sequer imaginar o que deve fazer. Moisés, porém, acalma sua mente, prometendo-lhes organizar e corrigir a conexão entre eles e o Criador. Este é o seu papel, pois ele é o elo entre o povo de Israel e a força superior. O povo não seria capaz de fazer algo sem a sua ajuda e orientação, sem a sua conexão com o Criador.

Ele sobe o Monte Sinai enquanto o povo não sente esta conexão e está pronto para voltar ao Egito. A principal coisa para eles é sentir que têm alguma coisa, alguma coisa para se segurar! O ódio assusta o povo simples.

Imagine que você está vivendo num prédio de apartamentos em que todo mundo lhe odeia profundamente. Você tem medo de sair de seu apartamento, de abrir uma janela, você sente correntes de grande ódio por todos os lados, não consegue dormir e está perdendo seu apetite. Esta é uma situação terrível! É exatamente isso que o povo no pé do Monte Sinai sente. A verdadeira natureza de seu ego é revelada a eles, e eles percebem que não podem superá-la de forma alguma, já que a conexão com o Criador, que os ajudou a pouco tempo atrás, se foi.

Moisés, porém, lhes promete que vai subir até este nível de conexão, estabelecer o contato entre eles e tirá-los desse ódio. Só ele pode subir acima da montanha do ego, mas ele é apenas um pequeno atributo em nós.

No momento em que ele se desprende do povo, eles perdem a esperança de se conectar com o Criador e a única esperança que veem está na criação do bezerro de ouro, que acreditam poder aproximá-los. Não há mais nada em que possam se segurar.

Eles estão prontos para tirar suas joias de ouro e doá-las, para que algo os una. Porque em comparação com o profundo ódio que sentem, o pequeno ego que se materializa egoisticamente no bezerro de ouro os conecta, pelo menos até certo ponto.

Quando ele desce do Monte Sinai, Moisés se aproxima do povo desejando conectá-los ao Criador por meio dele e estabelecer o contato entre eles, mas vê que mais uma vez eles se curvam ao seu ego (o bezerro de ouro). Em seguida, ele quebra as duas tábuas da aliança recebida no Monte Sinai, que agora é inadequada para as pessoas, uma vez que elas caíram num nível diferente.

Moisés sobe a montanha, ou seja, o ego novamente, e quando se conecta ao nível superior de amor e doação acima dele, recebe uma segunda instrução do Criador. Quando ele desce deste nível espiritual, ele traz ao povo o plano para a unidade: a revelação do Criador por sua aproximação na unidade interna entre si.

O plano inclui todas as grandes leis da Torá, e a mais importante é “ama o teu próximo como a ti mesmo”, e o povo está pronto para mantê-la e se unir.

O dia em que Moisés desce pela segunda vez do Monte Sinai é chamado de Yom Kippur (Dia do Perdão). Ele traz ao povo as duas tábuas, ou seja, as dez condições em contraste com as dez pragas do Egito. Ao cumprir essas condições no nível espiritual, eles atingem um nível de unidade entre si onde o Criador é revelado e eles se fundem em completa união com Ele. Este é o propósito da sua correção.

De KabTV “Contos” 22/10/14