Contos: Da Peregrinação no Deserto Ao Último Exílio

Dr. Michael LaitmanDepois de permanecer no Monte Sinai, o povo de Israel iniciou o processo de autocorreção interna chamado de 40 anos de peregrinação no deserto.

Quarenta anos representam um período de tempo (embora não tenha nada a ver com o tempo real, mas indique certo número de níveis) coberto ao se subir do egoísmo completo e corrigir suas partes até o ponto da conquista do altruísmo completo.

No entanto, isso não significa que eles estavam conectados ao Criador. Eles apenas chegaram ao estado de pé diante Dele, mas ainda não se fundindo com Ele. Mesmo que a propriedade de doação mútua já estivesse moldada neles, eles não subiram ao grau de amor recíproco.

Neste ponto, eles tiveram que implantar outra tendência chamada amor mútuo, ou seja, a transição da condição “não façam aos outros o que não desejam para si mesmos” para a condição “amem ao próximo como a si mesmos”.

O primeiro critério foi alcançado no deserto e significava que todos eles nunca teriam um desejo ou pensamento de prejudicar os outros, não importa o quão benéfico lhes parecesse.

No entanto, não é o grau que lhes permitiu atingir o nível de “ama ao próximo como a ti mesmo”, que é um pré-requisito para a restauração do enorme e universal egoísmo interno, reorientando-o para o altruísmo e a conexão com os outros.

Este nível pode ser alcançado no processo de conquista da terra de Israel, onde sete nações (sete qualidades egoístas gigantescas) tiveram que ser superadas. Este processo é chamado de guerra da libertação. Em outras palavras, conquistar as nações, fazendo-as sair da terra ou matando-as, significa modificar o egoísmo que está associado com a última etapa de correção na terra de Israel.

Ao se corrigirem internamente, os israelenses atingiram o estado chamado de Templo, ou seja, alcançaram a revelação do Criador entre eles, que os manteve unidos por cerca de 800 anos antes do Templo ter sido destruído.

Este período de tempo foi cheio de inúmeras reviravoltas, subidas rápidas e quedas cruciais, guerras com Roma e Grécia, e vários conflitos locais. A única razão para estes eventos ocorrerem era para melhorar as conexões entre o povo de Israel.

O povo atingiu o estado de correção e alcançou o Criador. Eles sabiam o propósito de suas vidas e perceberam que existiam no mundo eterno, perfeito e infinito. Suas ações físicas e realização espiritual eram inseparáveis. No entanto, eles começaram gradualmente a escorregar deste nível, até que perderam completamente esse nível.

A pergunta é por que esta situação foi criada se eles atingiram o estado de correção completa?! Ela foi dada a eles, a fim de corrigir os babilônios em todo o mundo. Estes ainda se mantinham no grau egoísta da antiga Babilônia, num nível baixo e egoísta. Os babilônios não tinham passado pelo estágio do Egito ou pelo estágio do bezerro de ouro.

Isso explica por que o povo de Israel, que estava muito acima do seu egoísmo, caiu de seu grau e atingiu o nível das outras nações, mas ainda preservou um enorme potencial egoísta.

Aqui está o ponto em que o antagonismo entre o povo de Israel e os babilônios (o resto da humanidade) apareceu. As nações do mundo não associam o povo de Israel com esta civilização material. Este povo não sentir como se pertencesse a este mundo. Há algo estranho, não como outros povos.

Isso pode ser sentido pelos inúmeros pequenos detalhes. Não importa o quanto alguns israelenses queiram ser semelhantes a outras nações que habitam nosso planeta, eles simplesmente não podem ser semelhantes a elas, já que não vêm deste mundo. Em vez disso, eles caíram da espiritualidade até este reino.

De KabTV “Contos” 22/10/14