Contos: As Escolas De Cabalá

Dr. Michael LaitmanDesde o momento em que uma pequena parte dos babilônios se juntou a Abraão e começou a trabalhar junto em unidade mútua, o ponto de partida do povo judeu começou.

Embora ainda não fosse um povo formado, o grupo de discípulos de Abraão, que eram cabalistas, recebeu dele o método de unidade com o propósito de revelar o Criador e começou a avançar.

Do ponto de vista Cabalístico, avançar não diz respeito à história de sua mudança da Babilônia para a terra de Canaã, a descida para o Egito e retorno à terra de Israel, mas ao crescimento de seu egoísmo e sua ascensão constante acima dele. De fato, a ideologia com a qual eles concordaram na antiga Babilônia continuou a agir neles.

No processo do crescimento do egoísmo, o povo gradualmente começou a mudar e se tornou mais sofisticado, tanto egoisticamente como altruisticamente. Sua unidade passou por várias metamorfoses e assumiu diferentes formas.

Portanto, a escola de Abraão se transforma na escola de Isaac, depois na escola de Jacó, depois José, e, finalmente, na escola de Moisés. Todos eles representam uma variedade de movimentos das pessoas a uma revelação cada vez maior de ego e a subida acima dele.

A escola de Isaac representa o desejo do povo de romper com seu egoísmo e subir firmemente acima dele. Este é o sacrifício de Isaac, quando a pessoa está pronta para abater seu egoísmo. De fato, num primeiro momento, ela acha que esta é a única forma de manter o seu avanço.

Depois é formada a escola de Jacó, que acredita que não se deve matar o egoísmo, mas equilibrá-lo com a propriedade da misericórdia, representada por Jacó. Afinal, quando a misericórdia começa a usar corretamente a propriedade de Isaac (a brutalidade do julgamento), então ela se transforma na propriedade de Israel, que significa direto ao Criador.

Este é um avanço sério, onde tanto as forças egoístas e altruístas estão se unindo, com o egoísmo remanescente na parte inferior e o altruísmo subindo sobre ele. Assim, subindo e descendo de forma síncrona, eles se movem juntos. Esta é a forma como as pessoas crescem, compondo as duas partes da natureza dentro de si, e na simbiose correta entre si, elas revelam o Criador.

O movimento espiritual de Israel gradualmente leva as pessoas ao Egito. O desenvolvimento no Egito significa que o egoísmo das pessoas aumentou ainda mais, até o nível do Faraó, e elas foram obrigadas a subir sobre ele.

O Faraó representa o egoísmo, sobre o qual a pessoa não pode simplesmente subir e usar. É necessário ser puxado rapidamente para fora dele, corrigi-lo em pequenas porções, transformando-o em altruísmo.

O povo de Israel, estando no cativeiro egípcio, ou seja, num estado extremamente egoísta, descobriu que não poderia seguir a ideologia de Abraão. Um novo líder, cujo nome era Moisés, surgiu entre eles. Ele foi capaz de organizá-los para que eles entendessem que o progresso deve se basear no desprendimento do egoísmo. Isso significava que eles tiveram que escapar do cativeiro egípcio, o cativeiro do egoísmo, e, lentamente, começar a corrigir suas partes.

Enquanto estavam no Egito, sob a pressão de um ego enorme, o povo estava no mesmo confronto como na antiga Babilônia. Moisés compreendeu que era necessário fazer mais um esforço, sair do Egito e ir para a terra de Canaã, como quando o grupo de Abraão veio da Babilônia.

A terra de Canaã simboliza o estado espiritual que dá às pessoas a oportunidade de se unir internamente, subir acima do egoísmo e afastar-se dele, ou seja, deixar o Egito, ir para o deserto do Sinai e dirigir-se à terra de Israel.

Esta é a essência da escola de Moisés, o seguidor direto de Abraão. Na história do desenvolvimento espiritual, não há nenhuma personalidade mais brilhante do que Moisés. Afinal, o grupo de Abraão veio da Babilônia depois de subir sobre o egoísmo manifestado e isso era o suficiente, mas agora seus seguidores, ao escapar do Egito, não só deve subir acima de um enorme ego, mas também corrigi-lo gradualmente.

De KabTV “Contos” 22/10/14