Contos: A Evolução Do Grupo De Abraão – Isaac

Dr. Michael LaitmanDepois que Abraão fundou sua escola, ele começou a desenvolver o método Cabalístico com os alunos que se juntaram a ele. Assim, ele criou três sistemas: um sistema de estudo, um sistema de disseminação, e um sistema de cumprir a sabedoria da Cabalá.

O sistema de disseminação leva em conta o nível de desenvolvimento de uma pessoa. Tudo depende de como as pessoas podem perceber a ideia espiritual, até que ponto ela está perto delas e pode responder às suas expectativas, e em que medida elas podem ver que este sistema é benéfico para si.

Mais tarde, quando elas ascenderem e se desenvolverem, elas estarão prontas para entender as outras opções que a sabedoria lhes oferece. Portanto, uma pessoa deve sempre ser abordada em seu nível, numa linguagem que ela entenda, de modo que possa ser atraída ao saber que você pode realmente ajudá-la a perceber o que quer.

É nisso que Abraão se envolveu quando explicou que o objetivo final da nossa evolução é amor e doação, e aqueles que desejam alcançá-la internamente, pelo menos até certo ponto, devem vir com ele.

Foi assim que começou o próximo estágio de desenvolvimento da escola de Abraão. Neste ponto, ele foi chamado de grupo de Abraão, já que todos os membros do grupo começaram a trabalhar na conexão entre si, aceitando o fato de que a unidade está acima da separação.

Quando o salto do ego ocorreu na antiga Babilônia e as pessoas quiseram construir uma torre para alcançar o céu, isto é, a força superior, foi pressionando a força negativa.

Abraão, porém, afirmou que a força negativa decorre da mesma força positiva e deve ser operada de forma diferente, absorvendo-a como o que chamamos de linha esquerda (a força negativa). Ele acreditava que o ego que surge nas pessoas deve ser estudado e trabalhado corretamente. Esta é a razão pela qual o período que se seguiu ao desenvolvimento do grupo de Abraão é chamado de Isaac.

O uso correto do ego é chamado de sacrifício de Isaac, o que significa que nós ligamos nosso ego e ameaçamos matá-lo, totalmente prontos para sacrificá-lo, apesar de entender que não vamos alcançar o Criador sem ele. Por outro lado, a semelhança e equivalência com o Criador só pode ser alcançada se limitarmos o ego corretamente. Para nós, é como cortar nossa própria carne.

Nós aprendemos a controlar o nosso ego, a atá-lo, controlá-lo e colocá-lo sob o atributo do amor e doação sem destruí-lo e sem ameaçá-lo, e nós nos preparamos para romper com nós mesmos (uma vez que o ego é todo o eu). Este processo faz parte de nossa evolução, e quando o realizamos, temos a oportunidade de um trabalho correto, produtivo e focado com nosso ego. Esta é a essência da história do sacrifício de Isaac.

De KabTV “Contos” 15/10/14