Conquistadores De Cumes Espirituais

Pergunta: Israelenses gostam de aventura. Muitos deles viajam para os confins da terra para caminhar ao longo de trilhas “extremas”. Eles amam o chamado da natureza, seja um rafting arrepiante ou mesmo longas caminhadas no Circuito Annapurna, não as trilhas turísticas mais perigosas, que, de repente, tornam-se uma tragédia, como relatado recentemente no noticiário.

Em geral as pessoas tentam subjugar a natureza, para alcançar seus cumes figurativamente e, literalmente, o que pode até mesmo custar-lhes suas vidas. De onde vem esse desejo?

Resposta: Existem realmente aqueles que são muito atraídos para os desafios da natureza. Por exemplo, alguém realmente acha que deve atravessar o oceano em uma jangada frágil ou navegar ao redor do mundo.

A consciência e a conquista da natureza dá a uma pessoa uma sensação de satisfação interior. Apesar dos obstáculos difíceis no caminho, a natureza não nos esgota mentalmente, mas, pelo contrário, preenche, renova, cura, e nos revive. Afinal de contas, nós somos fisicamente seus filhos, e só no nosso desenvolvimento em um nível humano afastamo-nos dela e queremos estar acima dela.

Em relação às viagens e aventuras, suponho que nenhuma nação pode comparar-se com os israelenses no número de turistas indo em expedições extremas, em “escapadas da civilização” ou na penetração atemporal em lugares onde se pode testar a si mesmo através da natureza. Você pode encontrar os israelenses em todos os confins da terra, e, às vezes, é difícil para as pessoas acreditarem que a nossa população [de Israel] totaliza apenas seis milhões.

Esse impulso é o resultado da nação ser muito pequena, mas com desejo muito desenvolvido. Queremos saber e sentir mais. No entanto, em princípio, as pessoas estão satisfeitas com uma viagem para Paris ou Londres, e ainda é um desejo profundamente enraizado. Queremos saber sobre o mundo em que vivemos, e através disto, a realidade superior, a força que controla o mundo.

Este impulso está enraizado em nós, uma vez que, no passado, tocamos a força universal. Nós construímos uma conexão com ela e com todo o sistema da criação. E agora, essa memória chamada Reshimo (reminiscência) da sabedoria da Cabalá, está latente em nós e nos desperta para aspirar a essa conexão.

Então, olhando para as aventuras modernas dos israelenses, respondendo ao chamado da natureza, eu vejo isso como uma fase de transição, que acabará por despertar-nos para o reconhecimento da natureza, não só em extensão mas também em profundidade.

Com o passar do tempo, as pessoas entenderão que não há nada de especial sobre estes passeios; eles são muito vazios, desprovidos de conteúdo. Em vez de familiarizar-se com cachoeiras e lojas exóticas, embora isto tenha seu charme – alguém pode familiarizar-se com o poderoso sistema global da natureza que repousa sobre uma maior, divina harmonia.

Familiarizar-se com este sistema, ser integrado dentro dele, é realmente um prazer maravilhoso. O desenvolvimento da humanidade leva a isso, e esperamos que não haja muito mais a fazer até então.

Assim, em busca de novos caminhos, as pessoas voltam-se para um novo guia: A sabedoria da Cabalá.

Pergunta: Em outras palavras, é possível substituir os desafios, associados com os perigos físicos, com outra coisa?

Resposta: Sim, isto é, em desafios espirituais, viagens da alma e elevações para os picos espirituais. Esta é uma aventura incrível, no entanto, requer mais coragem e heroísmo do que subir no Himalaia. Porque quando um alpinista sobe ao Monte Everest, na verdade ele satisfaz seu ego, vai de mãos dadas com seu impulso egoístico interior. Aqui ele tem que lutar com ele mesmo em sua subida ao pico espiritual.

Este cume espetacular abre diante dele um mundo infinito e uma vida sem fim. Ele revela áreas da natureza que não são encontradas em nossa dimensão. No entanto, a fim de chegar lá, a pessoa deve mudar a sua fundação, trabalhar contra o seu ego, deixando a montanha de sua natureza abaixo dela, odiando-a.

Alpinistas também superam-se, experimentando um tipo de ódio contra a montanha que eles estão subindo e querem conquistar. Isto lembra parcialmente um das ascensões espirituais na qual devo conquistar a montanha do meu ego, odiá-lo, mas não tanto que ele seja anulado. Em vez disso, será possível subir acima dele. Para mim, este é o maior desafio.

Espera-se que as pessoas entenderão que caminhadas maravilhosas esperam por elas, o que picos deslumbrantes lhes asseguraram de aventura, de tal modo que não pode ser comparado com o que a Mãe Terra pode oferecer.

Na verdade, eu não conquistei 8000 metros de altas montanhas, mas durante a minha vida eu vi praticamente todas as maravilhas do mundo. Posso dizer que a aventura que experimentamos, quando nós conquistamos as montanhas dentro de nós, é muito mais maravilhosa do que isso.

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De KabTV “Uma Nova Vida” 21/10/14