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Uma Nova Maneira De Pensar Sobre Dinheiro

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como disse Einstein, não podemos resolver os nossos problemas no mesmo plano que os criamos. Que tipo de pensamento novo nós devemos desenvolver em relação ao dinheiro?

Resposta: No passado, as pessoas dependiam de dinheiro muito mais do que hoje. Não havia segurança social, nem saúde ou fundos de aposentadoria, nem qualquer tipo de assistência social para as famílias monoparentais ou pessoas que vivem abaixo do nível de pobreza, etc. Em todos esses casos, as pessoas tinham que ter dinheiro para se manter.

Se, de repente, nós tivéssemos que reembolsar esses montantes que foram subtraídos para a manutenção de escolas, creches e hospitais do salário de uma pessoa, o seu salário iria crescer em um terço. Mas ela certamente não iria ficar com esse dinheiro para tempos difíceis. Ele iria desperdiçá-lo, e se algo lhe acontecesse, ela seria responsabilidade da sociedade.

Nós vemos que o nosso desenvolvimento nos obriga a avançar nessa direção onde o dinheiro, ou seja, a cobertura de todos os tipos de despesas, vai passar cada vez mais pelas mãos da sociedade. Certamente, ele deve ser utilizado corretamente e não para jogos políticos.

Se nós vemos que as pessoas estão preocupadas que o seu salário não é suficiente para manter a sua casa, para pagar os serviços e alimentos, pode ser que nós precisemos avançar nessa direção.

Por exemplo, é necessário fazer uma contabilidade geral para os habitantes de uma cidade a respeito de quanto é necessário para pagar a água, gás e eletricidade para todos. O problema é que nós teremos que educar as pessoas a se planejarem economicamente para cada necessidade, uma vez que sem educação pode haver muito mais despesas do que hoje.

Mas em relação à cesta de produtos básicos, é possível fazer isso. Ao alocar uma determinada quantia do salário de todos, nós podemos fornecer cupons a todos, que eles poderão usar numa loja para conseguir o que precisam de mantimentos para um mês. Nós podemos até mesmo organizar uma entrega semanal.

Além disso, eu também gostaria de sugerir a criação de instalações de armazenamento de várias coisas. Em vez das pessoas manterem as coisas em seu sótão e jogá-las fora depois, vale a pena dar-lhes para uso geral de outros. Quando você precisasse de alguma coisa, você viria e levaria, se não seu, então bens que pertenciam à outra pessoa. Trata-se de vestuário, brinquedos para crianças, e outras coisas, até mesmo utensílios de cozinha.

Desta forma, nós poderíamos utilizar não só utensílios domésticos, mas também nossos serviços profissionais. Por exemplo, nós poderíamos organizar vários sistemas de oferta de serviços mútuos que não podemos pagar por nós mesmos. Uma vez por semana, todos os profissionais trabalhariam voluntariamente por um número de horas e todos estariam cientes disso. Nós não precisaríamos pagar por estes serviços com dinheiro, embora fosse possível. Segue-se que iríamos receber uma adição significativa ao nosso salário.

Comentário: Enquanto isso, nós acreditamos que o dinheiro nos dá independência e não queremos depender tanto um do outro.

Resposta: A economia doméstica demonstra realisticamente a quantidade de água, eletricidade, gás e combustível que eu preciso, o quanto posso alocar para reformas, o quanto vai ser deixado para alimentação, vestuário, etc. Se anotarmos todos esses itens, a pessoa vai ser convencida de que permanecerá sempre em déficit (menos). Isso é o que se chama viver com dinheiro? Ela simplesmente tem imagens em suas mãos com as quais as crianças brincam. Se nós explicarmos tudo isso logicamente, as pessoas simplesmente vão se afastar de uma independência como essa.

De KabTV “Uma Nova Vida” 02/09/14

O Estado De Repouso

Dr. Michael LaitmanA Torá, Levítico 19: 1-4: E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: “Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.
Cada um temerá a sua mãe e a seu pai, e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR vosso Deus. Não vos virareis para os ídolos nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus”.

Há um plano que opera No mundo e o leva à meta. A meta da criação é a total unidade de toda a humanidade, que se torna um sistema de forças (desejos) fechadas e equilibradas que são corrigidas em amor e doação. Esta força geral que conecta totalmente todos e os transforma em participantes iguais no sistema é chamada de Criador.

“Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” significa que nós temos que alcançar uma conexão absoluta entre nós, uma de absoluta cooperação mútua e amor absoluto. O Criador parece estar nos chamando a manter a nossa santidade, agarrá-la e torná-la o nosso principal objetivo.

O estado que devemos atingir é chamado de sábado ou Shabat (o fim da correção), o que significa que devemos vê-lo como nosso objetivo final.

O sábado também simboliza o repouso absoluto quando, na verdade, não há mais nada para corrigir, porque a pessoa corrigiu sua incorporação em todos, e todos corrigiram sua incorporação Nele a tal ponto que ela atingiu uma conexão integral e absoluta. Isso é chamado de descanso.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 26/03/14

Elevar-se Acima Do Vazio Profundo

Dr. Michael LaitmanA depressão é um dos problemas da humanidade moderna; ela apareceu na virada dos séculos XVII e XVIII em formas características da aristocracia daqueles dias. A pessoas que levavam vidas ociosas, não sabiam o que fazer com elas mesmas, com o que se ocupar. Com base nisso, elas secretamente começaram a levantar a questão sobre o sentido da vida; por um lado, tudo parecia estar lá, e, por outro lado, não havia nada.

Para distrair as pessoas desses pensamentos e amortecer o vazio crescente, a sociedade começou a incentivar o romance, sexo e pequenas guerras. Em seguida, o desenvolvimento de várias tecnologias começou, esportes, viagens e a busca da moda tornaram-se populares. Tudo estava focado em manter a pessoa ocupada, dando-lhe um sentimento de satisfação em vez de se concentrar na verdadeira resposta para a pergunta: “Por que estou aqui?”.

Em paralelo, a mídia impressa, o rádio e a televisão, e depois a Internet foram desenvolvidos, que preenchiam ainda mais o tempo de lazer e todos os recursos de uma pessoa. A Internet está cheia de uma grande variedade de informações que preenche o vazio que surge dentro de nós.

Apesar disso, não importa em que a pessoa esteja envolvida, há um senso cada vez maior de consciência interna de inutilidade, insignificância, e os limites de sua existência. A questão do sentido da vida inconscientemente consome qualquer pessoa, seja ela mais ou menos educada. Este buraco negro está dentro dela, e ela precisa fazer algo com ele.

Esse anseio pelas massas causou um nível significativo de depressão, e, a fim de resolver esta questão, as massas recebem sedativos e outras drogas recreativas. Sob a bandeira da luta por uma humanidade saudável, agências governamentais de saúde proíbem o fumo, mas, em vez disso, estão lentamente matando as pessoas com drogas recreativas.

O subproduto de ignorar a verdade e não se concentrar em encontrar a resposta certa levou a tudo que está sendo permitido. A humanidade não é limitada em qualquer tipo de comportamento, ou seja, relacionado a sexo ou fármacos. Satisfaça-se com qualquer coisa, só para que a depressão não seja sentida. Esta abordagem tem levado as massas a estarem dispostas a matar tudo e todos, inclusive a própria pessoa, uma vez que ela já não tem medo de nada.

Buscar o sentido da vida é mais difícil porque para encontrá-lo a pessoa deve se elevar acima de si mesma. A pessoa não pode subir acima de si mesma, exceto quando, por vontade do destino, ela encontra a sabedoria da Cabalá. Embora este também seja um longo caminho, ela pelo menos, vê algum tipo de perspectiva, não através de sentimentos, mas por meio da lógica.

Acontece que a depressão é um problema para toda a humanidade. Quanto mais cedo a humanidade avançar sob a influência da Internet e do desenvolvimento global, mais e mais pessoas vão sentir a insignificância da vida, suas limitações, no curto prazo.

Inconscientemente, nós sentimos que um potencial muito maior é inerente em nossas vidas do que o que existe agora. Pois uma pessoa não foi criada para viver como um animal, ou seja, estar envolvida com ela mesma, com a prole, e a organização de sua própria vida até o túmulo. A pessoa tem certo embrião interno que exige a sua própria autorrealização. Por um lado, há este embrião em cada pessoa, e por outro lado, este embrião pode estar suprimido.

Hoje, a indústria mais importante do mundo é a indústria do entretenimento, que toma grandes quantidades de dinheiro, recursos, etc. Mesmo essa indústria já tem experimentado um revés e nós já não somos satisfeitos por Hollywood e outros locais de entretenimento de massa.

Uma pessoa tornou-se impaciente na busca do sentido da vida. Ela não pode assistir a um vídeo clipe online que dure mais do que cinco minutos. Um ano mais tarde, ele vai ser reduzido em um minuto, e depois mais um minuto. Uma pergunta a atormenta: “Será que eu vou encontrar alguma coisa aqui? Se não, eu nem quero ver”. Afinal, ver clipes longos só aumenta o vazio, por isso é melhor não vê-los.

O problema é quando a pessoa abre um livro ou se envolve em algum negócio, ela tem medo de parar essa atividade devido a uma revelação ainda maior de vazio, insignificância, inutilidade e falta de resposta a esta pergunta que consome; portanto, ela tenta se antecipar a isso. Portanto, as pessoas diminuem suas discussões na Internet e conversas pelo telefone celular, limitando-as a frases curtas como “Até amanhã! Até mais tarde!”, como se quisessem deixar algo para o futuro. E o que elas têm amanhã? O mesmo vazio de hoje, mas parece melhor para quebrar no meio uma conversa, como se houvesse algo para falar depois.

A pessoa tem que sentir que há um futuro! E não há futuro! De alguma forma, hoje ainda podemos vê-lo. Talvez pareça fantasmagórico e nebuloso, mas ainda podemos mentir para nós mesmos sobre o assunto. Mas dia após dia esse sentimento passa, e nas mãos da humanidade não há nada que possa preencher este vazio.

Não importa o que, este vazio permanece e se torna mais escancarado, negro e sombrio. Assim, a geração mais jovem silenciosamente abre mão dessa vida, já que é muito mais fácil esquecer tudo, enquanto se está sob a influência de drogas e sair em silêncio ao invés de carregar esta escuridão internamente.

Nós estamos diante de um grande problema que nos falta o desejo e a capacidade de resolver. Apenas a Cabalá dá uma resposta a esse problema. No entanto, até que as pessoas não se tornem completamente decepcionadas, elas não vão nos ouvir. Nós devemos estar prontos para apresentar a elas a sabedoria Cabalística de uma forma que elas possam compreender. Deve ficar claro que somente nós temos a resposta, e a resposta é só para alcançar a existência infinita, eterna e perfeita, que não está concentrada em nosso corpo, mas entre nós, no sentido de nosso próprio “eu”.

Meu corpo, a substância animal, morre depois de algum tempo; no entanto, o ser humano em mim é para sempre. Portanto, eu preciso separar o “eu” do que eu agora me considero, retirá-lo, isolá-lo do meu corpo, e começar a criar, nutrir e moldá-lo. Este é o ser humano em mim que eu preciso perceber.

Pergunta: Se uma pessoa estiver neste caminho, a sua depressão vai desaparecer?

Resposta: Sim, mas outros problemas certamente começarão a aparecer, porque a pessoa tem que se desenvolver. No entanto, todos vão acabar rompendo com o seu animal. Após ter subido acima do corpo, a pessoa permanecerá lá eternamente e em perfeição. A sabedoria da Cabalá fornece uma resposta real que é compreendida por nós mesmos em nosso mundo e dentro de nós. Aqui nós não dependemos de ninguém e ninguém pode nos restringir! Este é o nosso livre-arbítrio. Para compreender isso não precisamos de ferramentas especiais; tudo está em nossas mãos.

De KabTV “Contos” 23/10/14

Nós Os Estigmatizamos, E Vamos Ajudá-los

Laitman_079_02Pergunta: Como nós podemos lidar com o sentimento de discriminação e desvantagem que as nações experimentam ao se conectar com os judeus?

Resposta: Se nós (povo judeu) começarmos a nos unir para o benefício do mundo, ninguém vai se sentir menosprezado.

É dito nos Profetas que as nações do mundo carregariam os filhos de Israel sobre os seus ombros e os levariam ao Templo, ou seja, ao estado ideal. Como nós podemos entender isso? Será que nós vamos nos sentar orgulhosamente sobre os ombros de alguém?

Claro que não. Nós estamos falando de uma parceria especial. A essência é que só elas são capazes de nos dar força, e nós temos que dar-lhes um propósito. Nós mesmos, em termos da sabedoria da Cabalá, somos um vaso de doação, Galgalta ve Eynaim, e nos faltam forças. O povo de Israel é pequeno e fraco. No entanto, ele tem a ideia, a mensagem, a visão do objetivo, em outras palavras, as propriedades da cabeça, a força da mente perspicaz, mas não a implementação. Para implementar, exige-se o corpo: braços, pernas, músculos, etc.

Esta é a “divisão do trabalho” entre o povo de Israel e as nações do mundo. Estas duas partes não podem agir sozinhas, e a cabeça realmente deve estar sobre os ombros. Ao receber comandos da cabeça, o corpo vai ao objetivo correto, ao Templo, e leva a cabeça.

Assim, não há “colarinho branco” e “trabalhadores”, mas há um todo, duas partes trabalhando junto, cada uma em seu lugar. Como nós sabemos, no sistema integral, num único corpo com partes interligadas, todas as células são igualmente importantes, não importa onde estejam localizadas.

Afinal de contas, a perfeição não pode ser nem um pouco falha, e assim, qualquer parte, qualquer fragmento, desempenha um papel crucial; e o resultado final é mostrado apenas na comunidade, em vez de individualmente.

Apenas durante a correção, os elementos variam de acordo com a importância no que diz respeito ao momento atual; no entanto, depois de ter concluído um sistema integral, todos se tornam iguais. Assim, ninguém se sente menosprezado.

Nós podemos dar o exemplo de vários dos nossos amigos de diferentes países, que já foram membros de organizações antissemitas, mas agora estão conosco.

Em outras palavras, tudo depende de nós. Em todas as reivindicações e calúnias, a mesma mensagem é “escondida”: “O povo judeu é culpado do que está acontecendo”. Na verdade, eles nos impelem a restaurar a ordem!

Esta é a maneira como a sua força coletiva, desde o nível da perfeição integral, os faz agir, de modo que eles nos pressionam de todos os lados, por todo o caminho até ao fim. Não há nada de supérfluo; tudo é calculado dentro do sistema. E se respondermos corretamente aos ataques, então, em primeiro lugar, vamos transformar imediatamente acusadores em ajudantes.

Por exemplo, não importa o quão ardente antissemita Henry Ford era. Ao mesmo tempo, ele escreveu que Israel tinha que levar o mundo à perfeição. Ele estava ciente do potencial inerente a nós. O maior antissemita entendeu a nossa finalidade, da qual não estamos realmente conscientes.

Assim que começarmos a trabalhar, a nos esforçar com todo o nosso coração pela perfeição, a fim de dar-lhe às nações do mundo, a atitude delas vai mudar. Além disso, precisamente a perfeição delas levará o sistema geral à correção final.

Por isso, nós vamos imediatamente sentir o seu apoio. De repente, descobriremos que elas são dedicadas a nós com seu coração e alma, na medida em que nós mesmos não somos capazes. Na verdade, é a “cabeça”, a mente, que nos impede, que constantemente identifica e esclarece novos caminhos para o sistema. Pelo contrário, elas se agarram a nós fortemente, com base na “emoção”.

Acontece que o verdadeiro trabalho que precisamos fazer não está entre os árabes israelenses, mas em nosso próprio ambiente.

De KabTV “Uma Nova Vida” 13/11/14

Para Mim E Para “Aquele Cara”

laitman_423_01Pergunta: A sensação de dor é construída no próprio fundamento da criação. Por que muitos processos naturais, tais como o nascimento e crescimento, são acompanhados de dor?

Resposta: Dar à luz a qualquer estado é sempre doloroso, causado pelo fato de que o estado anterior nos traz tremenda aflição. Isso é chamado de dores do parto, se estamos falando sobre o parto natural.

Assim, a dor nos leva de um estado para outro. Esta regra aplica-se a todos os fenômenos: desde as erupções vulcânicas, que também representam um “nascimento”, até o nosso nascimento espiritual.

Pergunta: Por que nós, criaturas racionais, nos esforçamos para nos livrar da dor se entendemos que o mecanismo da aflição é benéfico para nós?

Resposta: Os animais instintivamente tratam a dor corretamente. Se ela fica insuportável, na medida em que causa a sua morte, eles morrem. Quando o nosso ego cobriu o nível animal, nós começamos a desenvolver vários métodos de combate à dor. Nós somos egoístas, não nos importamos com o amanhã.

Além disso, o nosso egoísmo é corrupto, individual e pessoal. Portanto, nós não queremos alterar a origem da dor. Nós sentimos dor como resultado da fratura de uma das partes do corpo. Porque quando os órgãos não recebem alimento de outros tecidos ou não entregam o que produzem para o resto do corpo, há dor, problemas e aflições.

O problema não é apenas ter um desejo de receber prazer, mas o fato de que esse desejo é puramente egoísta. Nós pensamos apenas em nós mesmos e não levamos em consideração os outros. A dor que sentimos vem de longe, de sistemas muito elevados, externos, espirituais e mentais, que têm um impacto enorme sobre nós. De repente, nos países que atingiram um estado final de abundância, as pessoas ficam deprimidas ou se sentem impotentes. Por que isso acontece? Porque o sistema geral nos pressiona sem exceções.

Pergunta: Como você vê a dor na história da humanidade? Para onde ela leva a humanidade?

Resposta: Antes do século XX, cada um de nós progrediu individualmente, pessoalmente, separadamente. As pessoas sentiam dor em seus corpos e nunca relacionavam isso com o resto do mundo, nem associavam com o avanço espiritual. Este é o caminho pelo qual a humanidade atravessou as fases inanimada, vegetal e animal do nível humano.

No século XX, o a fase falante do nível humano foi revelada: um sistema totalmente integrado. Nós começamos a conexão com o outro e, de repente, descobrimos que todos nós estamos interligados com o mundo inteiro. Anteriormente, os seres humanos viviam em pequenas aldeias e não tinham nenhuma pista sobre o grande mundo lá fora. Eles não suspeitavam que houvesse vida além dos limites de sua aldeia. Hoje, todo mundo sabe o que acontece em qualquer lugar no globo, mesmo os africanos e sul-americanos. Quando falei com índios americanos, fiquei muito surpreso que eles falam como se viessem de Wall Street.

Agora é moda falar sobre a sabedoria das multidões (massas). Anteriormente não existia esse fenômeno. Não é que ele não tivesse sido descoberto ainda. Não! Ele realmente não existia porque os seres humanos não estavam conectados entre si, na medida em que estão agora. Anteriormente, doenças nervosas só estavam espalhadas na alta sociedade, enquanto que hoje depressão, medos e preocupações sobre o futuro, sobre a ligação com o resto do mundo são sentidos por todos.

Em outras palavras, a dor de cada indivíduo é agora multiplicada quer queiramos ou não. Cada um de nós depende de todos os outros e, portanto, deve cuidar dos outros e fazê-los se sentir melhor. Caso contrário, nós vamos ser os que se sentem mal. A natureza nos empurra a unir.

De KabTV “Uma Nova Vida” 09/10/14

Transição Para Uma Ordem Mundial Altruísta

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como você vê a transição para uma nova ordem mundial altruísta?

Resposta: Por si só, o mundo não pode facilmente chegar a um estado em que começa a reduzir a produção de commodities, consumo e serviços a limites razoáveis, pois a economia simplesmente morreria. As pessoas não saberiam o que fazer e se rebelariam.

Assim, o capitalismo terá que manter artificialmente o emprego das pessoas e encontrar algo para mantê-las ocupadas. Apesar de tudo, isso seria um grande problema. Haveria rebeliões, manifestações, guerras civis, inclusive guerras mundiais, até que a humanidade chegasse à decisão de que deve ser educada novamente para alcançar uma nova ordem mundial em que fabrique apenas o que é necessário, e as pessoas que são liberadas do trabalho estivessem envolvidas na educação integral. Ou, é possível dizer desta forma: todo o resto estará envolvido com o trabalho espiritual de acordo com a regra geral, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

A sabedoria da Cabalá não recomenda esperar até que o sofrimento obrigue a pessoa a pensar e chegar ao entendimento de que precisa de uma nova educação e fazer algo sobre si mesma. A sabedoria da Cabalá oferece uma maneira científica para chegar agora a este estado, o que significa compreender que o futuro da humanidade está apenas no consumo moderado e racional de tudo o que uma pessoa precisa para uma existência normal.

O resto de seus recursos e possibilidades devem ser direcionados para a criação de uma única sociedade onde o Criador será revelado, porque, desde o início, ela existe neste mundo apenas para esse fim.

Nós temos que ser capazes de mostrar e dizer a todos que não há nenhuma outra maneira e isto é o que a sabedoria da Cabalá oferece. Nós estamos agora diante de dois caminhos: o caminho natural, na forma de “em seu tempo”, que é a forma de golpes terríveis até que nos tornemos mais inteligentes, ou ir no caminho certo e inteligente, consciente, que é o que a sabedoria da Cabalá oferece. Com isso, nós mesmos nos reeducamos não pela força, mas ao começar a mudar o mundo, ou seja, ao reduzir progressivamente o seu consumo e produção em conformidade e ao providenciar uma distribuição igualitária para todos em conformidade, e assim por diante.

Não há nenhum caminho egoísta suave em direção a este estado, uma vez que o caminho egoísta é dirigido à produção excessiva. Desta forma, ele contradiz o nosso apelo para fornecer quantidades racionais de alimentos, produtos e serviços.