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Assim O Tempo Não Escorrega Por Entre Os Dedos

laitman_423_02Pergunta: No nosso tempo, a maioria das pessoas sente que o tempo aparentemente escorrega por entre os dedos. Nós lidamos com questões prementes e urgentes, e o que é mais importante nós deixamos para mais tarde. Como podemos usar o tempo para perceber cada minuto de forma otimizada? Existe o conceito de “perda de tempo”?

Resposta: Claro! Mas tudo é relativo. A humanidade tem evoluído ao longo da história por milhares de anos. A pergunta é: Será que eu posso crescer mais rápido do que a minha geração, acelerar o tempo como se saltasse ao longo de décadas? Se não, será que eu posso perceber com sucesso o tempo na minha geração?

Eu vivo no período de tempo em que nasci. Será que eu posso usar esse tempo de forma mais eficaz? E o que significa “mais eficaz”?

Suponha que eu possa preencher a minha vida satisfazendo os desejos básicos por comida, sexo, família, riqueza, fama e conhecimento, inerentes a cada pessoa numa determinada combinação, dependendo de qual importância ela atribui a cada um deles. Esta combinação de seis desejos, definindo o propósito na vida, nos torna diferentes uns dos outros.

Mas se falarmos sobre a realização do meu desejo geral no qual, por exemplo, 10% do desejo é por comida, 20% por sexo, 10% por família, 20% por riqueza, 40% por poder e conhecimento, a questão que surge é se eu fico nos mesmos desejos com os quais eu nasci? Nós vemos que não. Minhas aspirações dependem da sociedade em que estou, na medida de sua influência sobre mim.

Eu posso usar minhas propriedades, inclinações e desejos de acordo com o ambiente. Ou seja, o ambiente influencia a maneira como vou usar todas as minhas inclinações para atingir o prazer. De fato, os desejos por comida, sexo, família, riqueza, honra e conhecimento são as fontes de prazer com as quais eu quero me satisfazer. Em essência, eu sou o desejo de desfrutar.

A questão é como a sociedade em que existo me afeta. O entorno pode de repente aumentar o meu desejo pela ciência, poder ou dinheiro, e comida, sexo e família vão perder a sua antiga importância para mim, e eu vou usá-los apenas para alcançar fama ou poder. E isso pode acontecer de maneira oposta.

Depende de como a pessoa se realiza na sociedade. Embora suas inclinações naturais sejam muito importantes e com o tempo ainda dirijam uma pessoa para um determinado nicho, que lhe é peculiar.

Mas há sempre uma luta entre o indivíduo e a sociedade. O indivíduo quer se realizar, tanto quanto possível com a ajuda da sociedade, e a sociedade quer absorver a identidade e usá-la em seu próprio benefício, tanto quanto possível e não levar em conta as personalidades. Afinal, a pessoa não tem valor intrínseco para a sociedade; só importa como eles estão integrados nela.

Se eu quiser gerir o meu tempo, eu devo estar desenvolvido o máximo possível, tanto em termos pessoais como sociais, porque só na conexão entre eles ou em sua fronteira eu vou encontrar a minha realização pessoal ideal.

Afinal de contas, eu deveria sentir para onde a sociedade está caminhando, qual o seu objetivo, para onde eu sou direcionado de acordo com as minhas inclinações naturais, qual seria o objetivo se eu pudesse mudar o mundo inteiro para o meu próprio benefício, o que poderia existir na conexão entre eu e a sociedade, e como eu me realizo com a ajuda da sociedade em que existo.

Isso significa que eu vou gerir o tempo da minha vida, percebê-lo da forma mais eficaz.

De KabTV “Uma Nova Vida” 22/04/14

Maternidade Num Mundo Interconectado

Laitman_198Pergunta: Como você vê a maternidade num mundo interconectado?

Resposta: A maternidade num mundo interconectado sugere que nós ensinamos as mães a estarem interconectadas e, assim, criar a rede correta de conexões pelo mundo, que os homens se juntarão depois. Nós usamos o poder de uma mãe que cuida de um filho, de modo que ele esteja bem. Isso a incentiva e obriga a construir um mundo interconectado conosco.

Pergunta: Qual é o papel da mãe num mundo interconectado?

Resposta: Num mundo interconectado, a mãe está dentro do sistema geral, dentro da rede que nos conecta e conecta tudo. Ela é a base. Ela puxa o homem e constrói todo o sistema interconectado para sua prole.

De KabTV “Uma Nova Vida” 15/05/14

A Única Pessoa Má No Mundo

Dr. Michael LaitmanShamati # 1, “Não há outro além Dele”: E por mais que ela supere, ela sempre vê como está mais longe da santidade do que outros, que sentem que são um com o Criador.

Mas, por outro lado, ela sempre tem reclamações e demandas, e não pode justificar o comportamento do Criador, e como Ele se comporta em relação a ela. Isto lhe dói. Por que ela não é um com o Criador? Finalmente, ela passa a sentir que não tem parte alguma na santidade.

Eu vejo que todas as minhas intenções e desejos são a fim de receber. Eu quero me conectar com os amigos e revelar o Criador entre eles a fim de doar a Ele, mas depois de todas as minhas tentativas, eu descubro que essa não é a minha natureza.

Embora ela ocasionalmente receba um despertar do Alto, que momentaneamente a revive, logo depois ela cai em lugar de baixeza.

Isso significa que eu percebo minhas subidas e descidas julgando até que ponto eu me preocupo com o Criador através do grupo, por meio do qual Ele será revelado, e em que medida eu anseio em ver em tudo que “não há outro além Dele” e que Ele é o “bom que faz o bem”. Eu descubro atributos correspondentes no grupo, mas entendo que não posso participar dele por mim mesmo.

Acontece que não há ninguém para culpar além de mim. As pessoas comuns na rua são totalmente gerenciadas pelo Criador de uma forma natural e instintiva. Portanto, elas não são responsáveis por nada e são como justos absolutos, uma vez que apenas cumprem as ordens do Criador, sem qualquer participação da parte delas.

Eu vejo os amigos investirem todos os seus poderes a fim de doar e a única pessoa má no mundo, que quer sair do seu ego, mas não pode fazê-lo, sou eu. Acontece que o estado geral do vaso, da alma geral, depende apenas de mim.

Assim, o estado do Criador depende do resultado dos meus esforços. O Criador só pode apreciar os seres criados e ser revelado a eles se eu adicionar o meu centavo. Sem isso, o Criador não pode ser incluído e isso é culpa minha!

O homem deve sempre tentar se aproximar do Criador; isto é, que todos os seus pensamentos sejam sobre Ele. Isso significa que mesmo que ele esteja no pior estado, do qual não pode haver um declínio maior, ele não deve deixar Seu domínio, ou seja, que não há outra autoridade que o impeça de entrar em santidade, e que pode trazer benefícios ou danos.

Ou seja, ele não deve pensar que existe a força de Sitra Achra (Outro Lado), que não permite que a pessoa faça boas ações e siga o caminho de Deus. Em vez disso, tudo é feito pelo Criador.

Por um lado, nós temos que aceitar todas as ações que atravessamos. Há apenas uma coisa que eu não posso aceitar: o fato de que não posso justificar o Criador em todas essas ações, agradecer e louvá-Lo. Esta é a única coisa que dói.

Claro, eu não sinto pena de mim mesmo, mas pelo fato de que não posso adicionar a minha parte que faltava, meu centavo, a todo o vaso geral, a fim de que o Criador seja  revelado dentro dele e o desfrute.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/14, Shamati # 1

Qual É A Diferença Entre Cabalá E Religião?

laitman_227Não há conexão entre Cabalá e religião. A religião surgiu do fato de que as pessoas receberam um texto Cabalístico, mas não souberam como ler e entende-lo corretamente.

Como regra geral, um homem religioso, abrindo a Torá ou algum outro livro escrito pelos Cabalistas que atingiram o mundo superior, interpreta isso nas imagens materiais do nosso mundo, ou seja, em termos que ele entende.

Por exemplo, a viagem dos patriarcas, ele percebe como uma jornada na Terra e não dentro de si mesmo em diferentes níveis de egoísmo. Ele trata os assassinatos, derrotas, vitórias e outros eventos e fenômenos descritos na Torá como todos os tipos de aventuras em nosso mundo. É como uma criança a quem você conta sobre algo superior, mas que percebe tudo no nível que ela vê em torno de si.

O problema é que não existe uma linguagem para a descrição do mundo espiritual e nosso mundo. Portanto, a pessoa que está no nível do nosso mundo toma tudo literalmente, e esta é a fonte da religião. Mas a pessoa que está no nível espiritual a interpreta corretamente, porque para ela esta é a Cabalá, o mundo superior, a interação com o Criador.

Pergunta: Como uma pessoa religiosa pode se relacionar com a Cabalá?

Resposta: É dito que cada homem julga tudo a partir de seu nível, conforme a sua corrupção. Portanto, aqui surge um grande problema.

Os Cabalistas entendem que as pessoas religiosas comuns, dentro dos estreitos limites de sua percepção limitada, interpretam a Torá incorretamente. Mas elas precisam manter o seu nível de fé simples. Elas devem estudar a Torá em seu caminho até que a época de sua correção chegue.

As pessoas religiosas ligam a Cabalá ao nível material, não percebendo que os Cabalistas entender isso de forma diferente (num nível superior), como uma criança não entende um adulto. Por isso, eles se ressentem dos Cabalistas, acreditam que a Cabalá é uma coisa nociva que afasta o homem da religião. A Cabalá realmente afasta o homem da religião, porque mostra a ele a verdadeira paz e a verdadeira finalidade da criação.

O fato é que uma pessoa religiosa executa os mandamentos de uma forma egoísta: só em prol de uma boa vida neste mundo e em prol do paraíso no outro mundo. Isso não tem nenhuma relação com as leis da unidade e com a regra do “ama ao próximo como a ti mesmo”.

Um Cabalista cumpre o mandamento “ama o próximo”, porque ele é a base para toda a sua vida, onde ele revela o Criador e alcança a propriedade de doação e amor.

Portanto, a Cabalá e a religião têm objetivos completamente diferentes, técnicas diferentes e atitudes diferentes em relação à Torá. Esta contradição profunda as separa e as tornam polos opostos. Esperemos que, no final, as pessoas religiosas entendam a importância da transição gradual da religião para a Cabalá.

De KabTV “Contos” 22/10/14