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Trabalho Bilateral

laitman_942Nossa conexão com o outro indica que estabelecemos uma aliança que nos obriga a estar preocupados em geral com todo o grupo, ou pelo menos por enquanto, com o nosso Grupo de Dez.

De acordo com este critério, será que eu posso analisar se estou desconectado dessa preocupação ou não? Será que eu penso neles o tempo todo ou não? O quanto sou atraído a eles e mantenho meus pensamentos neles mostra onde estou.

Graças à nossa capacidade de realizar ações físicas dentro de um pequeno grupo (um Grupo de Dez), o trabalho espiritual se torna um trabalho físico simples, visível e acessível para o escrutínio, análise e exame. Eu posso contar quantas vezes por dia eu pensei nos amigos, como me preocupei com eles, como elevei seu humor e lhes dei elevação e entusiasmo sobre a meta, e os alimentei com confiança e felicidade.

Eu preciso examinar a mim mesmo o quanto me adaptei ao princípio: “O fim da ação está no pensamento inicial”. O estado final é a conexão com o Criador. Por isso eu me conecto com os amigos agora. Portanto, eu preciso verificar se estou realmente pensando na minha conexão com o Criador ou será que esqueci completamente dela?

Se eu esqueço do Criador, toda a minha conexão com o Grupo de Dez não é boa. Ela não leva a nada, exceto dano. Esta será uma conexão egoísta regular, onde não há espiritualidade, como entre fãs de futebol ou uma unidade de combate militar.

Portanto, eu tenho que estar preocupado com isso o suficiente para falar disso, pelo menos, se ainda não tenho nenhum sentimento a respeito. Eu devo me lembrar que estou pronto para me conectar com os amigos, a fim de conquistar a adesão com o Criador. Isso significa que estou conectado para atingir a completa característica de doação.

Assim, já agora, desde o início, eu mostro aos amigos o quanto quero isso. Eu estou pronto para investir muita energia neles; para inspirar e servi-los. Eu estou pronto para fazer qualquer coisa por eles, a principal coisa sendo chegar ao Criador.

Por outro lado, eu posso me voltar ao Criador com um pedido para me ajudar a trabalhar com os amigos, para que eu seja capaz de ajudá-los, para se conectar e elevá-los. Pois é claro que eu mesmo não tenho força para isso, só posso pedir em nome dos amigos.

Isso significa que este é um trabalho de duas vias: do grupo para o Criador e do Criador para o grupo. No trabalho do grupo para o Criador, eu estou embaixo, para mim o grupo é um nível superior, e o Criador está acima desse nível superior. A diferença é quem serve como o canal que conecta, o transmissor.

Se eu quero chegar ao Criador por meio do grupo, eu uso o grupo como um canal que me conecta com o Criador. E se eu recebo energia do Criador para doar ao grupo, eu sou o canal que conecta o grupo com o Criador.

Eu devo imaginar constantemente este esquema, para ver mais de forma mais correta e precisa onde me encontro, especialmente durante a aula.

Da Convenção em Los Angeles “Dia Dois” 01/11/14, Lição 4

Contos: Subir O Monte Sinai

laitman_740_03Depois de passar por todas as fases da vida no Egito e no êxodo do Egito, o povo de Israel chega a um estado chamado Monte Sinai. Eles começam a entender que estão enfrentando uma enorme montanha do mal, a palavra “Sinai” deriva da palavra “ódio” (ódio mútuo) em hebraico, a profunda repulsa que as pessoas sentem uma em relação a outra, que é muito maior do que o que sentiram no Egito.

Enquanto estavam no Egito ou na antiga Babilônia eles não entendiam isso e não estavam plenamente conscientes disso; agora o mal é revelado a eles de forma plena.

Como resultado, o povo se sente perplexo, desamparado, e não pode sequer imaginar o que deve fazer. Moisés, porém, acalma sua mente, prometendo-lhes organizar e corrigir a conexão entre eles e o Criador. Este é o seu papel, pois ele é o elo entre o povo de Israel e a força superior. O povo não seria capaz de fazer algo sem a sua ajuda e orientação, sem a sua conexão com o Criador.

Ele sobe o Monte Sinai enquanto o povo não sente esta conexão e está pronto para voltar ao Egito. A principal coisa para eles é sentir que têm alguma coisa, alguma coisa para se segurar! O ódio assusta o povo simples.

Imagine que você está vivendo num prédio de apartamentos em que todo mundo lhe odeia profundamente. Você tem medo de sair de seu apartamento, de abrir uma janela, você sente correntes de grande ódio por todos os lados, não consegue dormir e está perdendo seu apetite. Esta é uma situação terrível! É exatamente isso que o povo no pé do Monte Sinai sente. A verdadeira natureza de seu ego é revelada a eles, e eles percebem que não podem superá-la de forma alguma, já que a conexão com o Criador, que os ajudou a pouco tempo atrás, se foi.

Moisés, porém, lhes promete que vai subir até este nível de conexão, estabelecer o contato entre eles e tirá-los desse ódio. Só ele pode subir acima da montanha do ego, mas ele é apenas um pequeno atributo em nós.

No momento em que ele se desprende do povo, eles perdem a esperança de se conectar com o Criador e a única esperança que veem está na criação do bezerro de ouro, que acreditam poder aproximá-los. Não há mais nada em que possam se segurar.

Eles estão prontos para tirar suas joias de ouro e doá-las, para que algo os una. Porque em comparação com o profundo ódio que sentem, o pequeno ego que se materializa egoisticamente no bezerro de ouro os conecta, pelo menos até certo ponto.

Quando ele desce do Monte Sinai, Moisés se aproxima do povo desejando conectá-los ao Criador por meio dele e estabelecer o contato entre eles, mas vê que mais uma vez eles se curvam ao seu ego (o bezerro de ouro). Em seguida, ele quebra as duas tábuas da aliança recebida no Monte Sinai, que agora é inadequada para as pessoas, uma vez que elas caíram num nível diferente.

Moisés sobe a montanha, ou seja, o ego novamente, e quando se conecta ao nível superior de amor e doação acima dele, recebe uma segunda instrução do Criador. Quando ele desce deste nível espiritual, ele traz ao povo o plano para a unidade: a revelação do Criador por sua aproximação na unidade interna entre si.

O plano inclui todas as grandes leis da Torá, e a mais importante é “ama o teu próximo como a ti mesmo”, e o povo está pronto para mantê-la e se unir.

O dia em que Moisés desce pela segunda vez do Monte Sinai é chamado de Yom Kippur (Dia do Perdão). Ele traz ao povo as duas tábuas, ou seja, as dez condições em contraste com as dez pragas do Egito. Ao cumprir essas condições no nível espiritual, eles atingem um nível de unidade entre si onde o Criador é revelado e eles se fundem em completa união com Ele. Este é o propósito da sua correção.

De KabTV “Contos” 22/10/14

O Poder Da Maternidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós sabemos que a maternidade leva a uma grande mudança na vida de uma mulher. O que muda exatamente nela? Do que ela tem que desistir? Que novo processo ocorre numa mulher quando ela se torna mãe, e para que ela tem que se preparar?

Resposta: A mulher que se torna mãe gradualmente se desloca do nível de um indivíduo para o nível de um sistema, no qual ela entra. Se antes ela sentia que era um indivíduo desconectado de todos, exceto de sua casa, de seus pais e seu marido, ela sente que se torna dependente no momento em que tem um bebê; ela se torna conectada e até cativada por seu bebê, que agora está ao seu lado, obrigando-a, impedindo-a, absorvendo toda a sua atenção, e escravizando-a a tal ponto que não há nada mais importante no mundo para ela do que cuidar dele.

Quando eu passeio no parque, eu vejo mulheres jovens sentadas em bancos com carrinhos de bebê que falam umas com as outras. Cada uma está constantemente olhando para o seu bebê ao falar com as outras: “Talvez ele precise de algo ou talvez eu possa fazer algo por ele”. Isso continuamente. O bebê não precisa de muita atenção, mas sua natureza maternal a obriga a cuidar constantemente dele.

Imagine o que aconteceria se tivéssemos que colocar um policial ao lado de cada mãe para se certificar de que ela não deixou o bebê sozinho. Seria impossível.

Mas a força natural que desperta numa mulher depois que ela dá à luz é uma grande força. É uma força que estimula e gera a vida. Não há força mais poderosa que crie dependência, amor, conexão, e cuidado que não seja a força que nasce numa mulher que se torna mãe. Ela fica gradualmente mais fraca posteriormente, e assume outras formas, pois uma mãe pode ter mais filhos e tem que prestar atenção a todos eles.

Ainda assim, de todos os desejos humanos, a dependência do bebê nela e seu cuidado por ele, estão acima de tudo por enquanto. É porque de todos os outros desejos por comida, sexo, família, riqueza e respeito, o desejo de cuidar do seu bebê, de estar conectado a ele, precede todos os outros desejos e é mais importante do que todos eles.

Eu ressalto isso porque, a fim de levar a humanidade a um estado de harmonia com a natureza e do qual depende o avanço positivo da humanidade para alcançar um futuro brilhante, nós temos que usar essa força. É porque isso é natural e não temos que buscar qualquer coisa artificial.

Nós só precisamos de uma coisa: aproximar as mães e explicar-lhes de uma forma simples e convincente que o método integral que recomendamos ao mundo é a melhor coisa e é a única maneira de podermos prometer aos seus filhos um futuro bom, seguro e saudável.

Nós devemos explicar a cada mãe, para o bem de seu filho, que sistema de conexões nós temos que estabelecer na sociedade, o que todos nós temos que preparar para que seu bebê tenha um mundo maravilhoso no qual crescer e se desenvolver como toda mãe sonha.

Nós não precisamos convencê-las de outra maneira que não seja simplesmente explicar a toda mãe o que vai criar o melhor dos mundos para o seu bebê e o que temos que fazer para que seu bebê tenha o ambiente certo. Nós não precisaremos fazer mais nada.

De KabTV “Uma Nova Vida” 15/05/14

Os Filhos Do Universo, Parte 3

Laitman_013_03Hoje nós estamos levantando um pouco o véu sobre a matéria escura e outros fenômenos, mas não os sentimos; o resultado é calculado a partir dos dados que coletamos, postulando o que falta neles.

Mas nós não sabemos a fonte das forças que operam na natureza, a essência da sua ação, e as relações entre elas. O simples fato de sua existência nós percebemos como uma consequência, e não como uma certeza.

O ponto principal é que tudo o que podemos aprender, estudar e alcançar é descrito em nossos cinco sentidos, porque no final de uma cadeia de experiências e pesquisas há um ser humano com seus cinco sentidos, com a sua mente e seus sentimentos, com a sua imaginação e sua capacidade de construir modelos específicos e transformá-los num modelo geral do universo. Até agora, é claro, todos esses modelos e resultados de suas pesquisas são muito limitados.

Basicamente, nós não sabemos nada, como uma pequena tartaruga que sai de seu esconderijo e se arrasta por alguns passos num intervalo que ultrapassa gerações. Na verdade, ela não está muito longe do arbusto debaixo do qual se sentava com a cabeça sob seu casco. E ela não sabe de nada.

Além disso, avançando gradualmente, ela não vai descobrir nada. Não importa o quanto nos desenvolvamos em nosso estado atual, não vamos descobrir nada qualitativo. Nós podemos coletar uma enorme quantidade de fatos e dados, mas não conseguiremos processar e estudá-los para que possam retratar o quadro geral para nós.

Isto porque, a fim de realizar uma verdadeira pesquisa sobre nós mesmos, nós temos que passar para um nível superior, para uma mente e coração superior, em outras palavras, não depender dos três eixos do tempo e do espaço e da mente e coração que temos hoje, mas ascender sobre eles e ver tudo sob uma luz diferente, como se nós não fôssemos mais seres humanos deste planeta. Então, vamos alcançar as pessoas e saber compreender quem elas são.

Para isso, nós precisamos de uma nova ciência. Não é por acaso que os cientistas hoje já reconhecem o fato de que a ciência tradicional está em crise. Por quê? Afinal de contas, nós temos ferramentas suficientes, sabemos como construir enormes estruturas complexas, enviamos telescópios em órbita da Terra e os nossos microscópios e aceleradores penetram partículas.

Bilhões são investidos em pesquisas científicas, mas, no final, os benefícios de tais estudos acabam sendo uma ilusão, de tal forma que nós inclusive zombamos os cientistas que parecem estar satisfazendo sua curiosidade natural à custa do contribuinte.

Não levamos a ciência a sério como costumávamos, especialmente quando a nossa essência, nosso ego, arruína todos os seus frutos. Afinal de contas, nós usamos a ciência para dominar um ao outro e para lucrar em detrimento do outro. Por isso é realmente quase impossível encontrar qualquer fruto bom nesta árvore.

De KabTV “Uma Nova Vida” 03/02/14