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A Lista De Convidados Não Pode Ser Revista

laitman_281_02Baal HaSulam, “A Paz”: Desde o início da criação, todas as pessoas têm reservas, e o Pensamento do Criador exige que elas venham para a festa, consciente ou inconscientemente.

Este plano certamente será cumprido e é tudo uma questão de tempo. Afinal, as forças do mal que desenvolvemos retornam para nós como um bumerangue, pressionando-nos e levando-nos às decisões certas.

A meta será obtida de uma forma ou de outra, e, na verdade, nós estamos aproximando-a ao usar incorretamente o nosso ego em desenvolvimento, de modo que, no final, ele age contra nós, forçando-nos a responder.

Em geral, até recentemente, o processo de evolução foi bom para nós. Nós desenvolvemos novas ferramentas, introduzimos a concorrência, construímos um sistema bancário, desenvolvemos o comércio, descobrimos continentes, e, basicamente, tudo estava muito bem, uma vez que isso nos ajudou a avançar.

No entanto, no século XX, nós esgotamos esta forma de desenvolvimento e pela primeira vez começamos a ver que há um limite para o nosso progresso. Nós estamos num beco sem saída. Nós esgotamos o nosso ego e hoje estamos começando a nos destruir. Nós vimos sinais claros disso por um tempo agora. Em 1971, por exemplo, a moeda de ouro nos EUA foi substituída por uma nota de papel. A erupção do ego teve muitas consequências, mas a principal lição foi a de que os problemas futuros nos forçarão a mudar o nosso estilo de vida, a fórmula da existência humana.

A questão é se golpes nos forçarão a ficar mais sábios e entender como evitar problemas ao longo do caminho, ou se seremos capazes de identificar com antecedência o que está vindo e começar a mudar a nós mesmos.

A evolução lenta vai levar a formas totalitárias de governo, como na Alemanha ou na Rússia soviética da primeira metade do século passado. Estas são as duas formas finais do desenvolvimento do ego, e nós podemos estar testemunhando-as novamente. Além do mais, é exatamente nessa direção que estamos avançando; no entanto, hoje, isso é chamado de “Armagedon”, ou nós podemos forçar a nós mesmos artificialmente contra o nosso ego crescente para desenvolver a força boa e anti-egoísta de doação, ao invés da força de recepção entre nós.

Então, nós vamos desenvolver este caminho. Na verdade, isso é o que os Cabalistas nos dizem: usem a força oculta na natureza. Ela pode nos dominar assim como o nosso ego nos domina hoje. Até agora, a força do mal tem dominado a força do bem, a recepção tem dominado a doação. No entanto, agora, a força de doação pode dominar a força de recepção. Isso significa que elas vão ser equilibradas, assim como a sabedoria da Cabalá explica e nos ensina a compreender o equilíbrio entre elas. Afinal, é impossível usar apenas uma das duas forças. A força de doação, o amor absoluto, pode ser uma força destrutiva. De um modo geral, cada uma das forças cega uma pessoa, e ela não vê nada diante dela. Se aceitarmos uma única força, seremos cativos dessa força. Apenas o equilíbrio certo entre as duas forças que encontramos dentro de nós é chamado de Adão (Homem) em nós. Ele nos leva à realização e ao verdadeiro sentimento, à recepção e à doação, que nos permite utilizar toda a natureza e construir a nós mesmos no meio dessas duas forças.

De acordo com a sabedoria da Cabalá, não há outra maneira de podermos nos desenvolver. Na pior das hipóteses, vamos alcançar isso por meio de golpes e sofrimentos. No entanto, os golpes não irão criar a forma correta em nós. Nós temos que fazer a escolha por nós mesmos, tomar decisões e, gradualmente, estabelecer isso dentro de nós para que possamos ficar mais sábios e entender a conexão entre nós e o Criador através de nossos esforços para construir a nossa casa, a Divindade (Shechiná).

No entanto, nós somos como uma criança teimosa que se recusa a aprender, e assim os problemas surgem: as medidas disciplinares que a forçam a começar a aprender. Se ela aprendesse com seus livros, não haveria necessidade dos golpes. Pelo contrário, ela poderia economizar tempo e evitar os sofrimentos.

Na verdade, é impossível avançar no caminho de “em seu tempo” (Beito), pois você fica no mesmo lugar sem se mover, como um burro, até que apanha e não tem outra escolha.

Baal HaSulam diz que os convidados virão para a festa consciente ou inconscientemente. Por isso, nós devemos ouvi-lo.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 26/10/14, Escritos do Baal HaSulam

O Benefício Das Rejeições

laitman_236_02Baal HaSulam, Shamati #1, “Não há outro além Dele”: …Há coisas no mundo que para começar visam desviar a pessoa do caminho certo, e pelas quais ela é rejeitada da Santidade.

E o benefício das rejeições é que através delas a pessoa recebe uma necessidade e um completo desejo pelo Criador para ajudá-la, pois ela vê que de outra forma está perdida.

Portanto, a pessoa precisa de uma sociedade certa, uma sociedade que a corrija e ajuste, lembrando-lhe qual é o objetivo e colocando-a de volta no caminho certo. Graças à sociedade, ela não se desvia do caminho por causa dos diferentes obstáculos, mas inicialmente os respeita com a intenção certa.

No momento em que a pessoa estabelece a intenção certa para revelar a boa Providência superior, que “Não há outro além Dele”, ela muda totalmente sua atitude perante a vida. Ela entende que tudo ao seu redor é um teatro que se destina apenas a revelar isso, e assim ela vê a mão de Deus em tudo.

Se ela se concentra corretamente, ela avança e se torna mais forte, e vê como o Criador lhe dá uma oportunidade de se aproximar da correção a qualquer momento.

E ela, que sempre sente que a parte quebrada é maior que o todo, ou seja, que há muito mais descidas do que subidas, e não vê um fim nesses estados, que vai permanecer para sempre fora de santidade, pois vê que é difícil observar mesmo a coisa mais insignificante, a não ser pela superação acima da razão.

A “fé acima da razão” significa que eu vejo muitas razões que continuam crescendo tanto em quantidade como em qualidade, e isso me perturba e não permite que eu me concentre. Isso me destrói tanto que eu não posso dizer que elas decorrem do “bom que faz o bem”, e que “não há outro além Dele”.

Eu devo me opor às fontes do mal, mas, ao mesmo tempo, lembrar que isso é apenas uma expressão externa da atitude do Criador para comigo. Na minha vida corpórea, eu devo me relacionar com essas dificuldades como é habitual no nosso mundo. É dito que o mundo continua girando, mas na dimensão interna, espiritual, eu devo tratar isso num nível diferente, no nível humano, Adão (homem), aquele que se assemelha ao Criador (Domeh). Eu devo usar todos os estados para me conectar e me aproximar do Criador.

Aqui, também, a pessoa se sente dividida e acha difícil estar em duas dimensões ao mesmo tempo, já que uma anula a outra. No entanto, tudo isso é o nosso trabalho.

Neste mundo, nós nos engajamos na matéria de acordo com certas leis. Nós trabalhamos, cuidamos da nossa família, de nossos filhos, do nosso trabalho, e ganhamos a vida como todo mundo. No entanto, ao mesmo tempo, nós também nos envolvemos em assuntos espirituais elevados.

Apesar de sofrer por causa dos diferentes problemas neste mundo, quando nós subimos para o segundo nível, para a dimensão espiritual, nós estamos constantemente em adesão com a força superior, com o bom que faz o bem. Nossos esforços nestes dois níveis gradualmente nos levam à revelação.

É porque o fosso entre a corporeidade e a espiritualidade, que nós mantemos sem ficarmos confusos e sem nos desfocarmos, nos leva a exigir a revelação do Criador. Os estados corporais e espirituais, onde eu opero corretamente separando-os, ficam cada vez mais extremos, assustadores, desagradáveis e dolorosos. Eles realmente me despedaçam, e eu não posso justificar o Criador. Eu devo fazer algo, visto que de outra forma o Criador (“Não há outro além Dele” e “o bom e benevolente”) desaparece de mim. Então, eu me esforço para revela-Lo. Não é porque eu me sinto mal na minha vida corpórea, mas porque entendo que o desconforto que é dado a mim é para que eu decida que não há outro além Dele e que Ele é bom e benevolente.

No entanto, eu não posso fazer isso, e então eu grito, peço ajuda e choro, mas não para mim, não para aliviar a minha vida corporal com o apoio do “Não há outro além Dele” e o bom que faz o bem.

Graças ao trabalho correto nas duas dimensões, eu chego à conclusão de que não importa se eu me sinto bem ou não. O importante é que eu não quero perder o Criador, o bom e o benevolente, pois caso contrário eu condeno Sua Providência. Pela primeira vez, a pessoa começa a construir seus vasos corretamente, e, a fim de fazer isso, ela precisa da revelação do Criador. Ela não quer facilitar o seu trabalho dessa maneira, mas pede o poder que não tem naturalmente: o atributo do Criador. Ela não pede para seu próprio benefício, mas para que ela não amaldiçoe a Providência superior, a singularidade do Criador.

O trabalho de uma pessoa, chamado de obra de Deus, é descobrir que “não há outro além Dele” e que “Ele é o bom que faz o bem”.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/14, Shamati # 1

Não Há Nada Além De Bondade

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati # 1, “Não Há Outro Além Dele”: Está escrito: “Não há outro além Dele”. Isso significa que não há nenhuma outra força no mundo que tenha a capacidade de fazer algo contra Ele. E o que o homem vê, que há coisas no mundo que negam a Providência Superior, o motivo é que esta é a Sua vontade. E isso é considerado uma correção, chamada “a esquerda rejeita e a direita aproxima”, o que significa que o que a esquerda rejeita é considerado correção.

“Não há outro além Dele”, significa que tudo o que acontece é resultado de uma dominação, uma influência, embora pareça que existam duas forças ou até mais. As pessoas acreditam que há muitas forças diferentes no mundo ou, pelo menos, duas: o bem e o mal.

Mas é tudo por que a força superior, um pensamento, uma meta, o que significa uma dominação, opera em nós de maneiras diferentes. Estas ações da Providência parecem diferentes e opostas a tal ponto que é como se estivessem numa luta entre si.

Nós não entendemos o ponto nos eventos bons ou maus, felizes ou trágicos que nós e o mundo em volta passamos. Quando olhamos para o que está acontecendo em torno de nós, não podemos atribuir as forças opostas do bem e do mal a um objetivo, a uma dominação. Na verdade, é sobre esse ponto que devemos concentrar todos os nossos esclarecimentos. Todos os mandamentos na Torá são destinados a isso, a fim de nos ajudar a revelar que por trás da multiplicidade de forças que operam em nós e nos dominam, só há uma dominação. Todo o nosso trabalho reside em esclarecer que não há outro além Dele. Este é o nosso objetivo principal.

Além disso, nós descobrimos que esta força é boa e benevolente. Toda ação em todos os momentos de nossa vida é de acordo com o domínio de uma Providência superior. Portanto, nosso objetivo deve ser tentar e ansiar descobrir a única dominação em qualquer momento e justificá-la como boa e benevolente.

Nós revelamos a dominação boa e benevolente, a tal ponto que começamos a amar a força superior, como se diz: “Ame o Senhor com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força”. Esta é a forma como devemos reconhecer Suas ações, descobrindo em todos os meus vasos que a Providência superior é única e boa.

Ao mesmo tempo, ela é, na verdade, a forma oposta que se revela em todos os desejos e em cada pensamento que temos, negando o fato de que a força superior é boa e benevolente e que não há outro além Dele. Por outro lado, nós temos que trabalhar em todos os nossos vasos e pedir correções, a fim de descobrir que o Criador é a única força que opera no mundo e que Ele nos trata com bondade infinita.

A decisão de que não há outro além Dele coloca a pessoa no caminho certo da vida. Ela já sabe o que tem que fazer em cada momento da sua existência.

Na verdade, esta é a única coisa que uma pessoa precisa. Ela só precisa se preocupar um pouco com as necessidades básicas do seu corpo físico no nível animal, enquanto que todos os seus esforços e recursos devem ser focados nisso, para chegar mais perto da revelação de que não há outro além Dele, e que Ele é bom e benevolente em qualquer situação possível, mesmo que elas possam negar uma à outra.

Então, a pessoa descobre que tudo o que ela tem passado na vida, todas as preocupações e confusões, só ocorreram para ajudá-la a descobrir ainda mais profundamente a singularidade de que não há outro além Dele, o bom e benevolente.

Então nós vemos que o único objetivo do nosso trabalho e da nossa existência neste planeta no estado chamado “este mundo” é destinado a esta revelação da força superior. Vamos então continuar o nosso trabalho em outros níveis, em todos os 125 níveis, até o fim da correção, para que todos sintam em cada vaso e em todos eles juntos que não há outro além Dele e que Ele é o bom que faz o bem.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/14, Shamati # 1

Pois Fostes Estrangeiros…

laitman_747_01A Torá, “Levítico” (Acharei Mot) 18: 25-18: 27: Por isso a terra está contaminada, e eu visito a sua iniquidade, e a terra vomita os seus moradores. Porém vós guardareis os meus estatutos e os meus juízos, e nenhuma destas abominações fareis, nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra, que nela estavam antes de vós; e a terra foi contaminada.

A palavra hebraica “Eretz” (terra) deriva da palavra “Ratzon” (desejo). Aqueles que obtêm um desejo que os ajuda a concentrá-los na revelação do Criador precisam corrigir as leis que foram quebradas.

Um estrangeiro é alguém que adquire e se adapta a um novo nível. Ele ainda está em seus antigos desejos, que ainda não estão no novo nível, mas ele já entra no novo nível. Aqueles que anseiam pelo Criador podem ser chamado de estrangeiros, o que significa que eles só entram neste nível ou que já adquiriram esse nível chamado de Israel, Yashar-El (direto ao Criador). Entre eles há pessoas comuns, levitas e sacerdotes (Cohenim).

Assim, é dito na Torá: “Pois fostes estrangeiros…”, mas nós fomos estrangeiros na terra do Egito, visto que tivemos que passar por isso e tomar os imensos desejos do Faraó dele. Só então foi possível ascender aos níveis dos mundos espirituais.

Sem a descida ao Egito não teríamos sido capazes de adquirir desejos egoístas. Todo este trabalho que mais tarde é descrito ocorre após o êxodo do Egito, quando a pessoa absorve todos esses desejos e já pode corrigi-los.

É porque todos os desejos de incesto e impurezas que foram tirados do Egito são corrigidos no caminho para a ascensão ao nível chamado de Eretz Israel (Terra de Israel). Isto significa que o Egito corrigido é chamado de Terra de Israel.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 19/03/14

Contos: O Áspero Caminho De Abraão

Dr. Michael LaitmanNão foi fácil para Abraão disseminar suas ideias, pois a maioria dos babilônios era contra o seu método.

Ele acreditava que tudo decorre de uma única força, embora posteriormente ela se divida em muitas forças opostas que não têm livre arbítrio.

Os babilônios, no entanto, afirmavam que existem várias forças que governam o mundo e que elas estavam todas conectadas por um sistema de diferentes relacionamentos mútuos. As mitologias sobre diferentes deuses que lutam entre si, devoraram-se, têm filhos, e assim por diante, surgiu dessa base.

Abraão refutou todas essas crenças, mas, ao mesmo tempo, entendeu que não seria capaz de levar tudo da Babilônia. Esta era a situação dramática em que ele se encontrava. De acordo com seu método, é possível atingir o objetivo da criação somente quando todas as pessoas do mundo reconhecem e percebem que só há uma maneira de chegar a uma forma que criamos entre nós: ao nos conectarmos num todo. O ponto principal é a unidade interna entre nós, apesar da heterogeneidade de nossos corpos materiais.

Nós temos que cuidar do corpo, dar-lhe o que ele precisa para manter a sua existência, de modo que elevando-se acima dele, a pessoa se ocupe da conexão e unidade entre nós e avance em direção à meta. Isso é chamado de evolução do ser humano dentro de nós. Além disso, esse ser humano é a nossa imagem geral.

Ao nos unirmos internamente entre nós, recebemos uma imagem geral chamada Adão (homem – com a mesma raiz de “Domeh” – aquele que se assemelha ao Criador), que era o mesmo nome dado à primeira pessoa a investigar o mundo espiritual.

Abraão passou por um caminho áspero antes de descobrir o método de conexão e unidade espiritual. Seu primeiro professor foi seu pai, Tera, que lhe ensinou de acordo com o método de Noé. Tera acreditava que o paganismo é justificado e Abraão tentou aceitar seus pontos de vista, até que se rebelou contra o seu mestre. Este é o ponto de ruptura dramática, o desacordo com o professor, quando o aluno supera seus professores ao ascender a um nível acima.

Por outro lado, Tera tentou forçar seus ensinamentos a Abraão e lhe mostrou todas as qualidades ruins e o mal no politeísmo, após o que Abraão poderia encontrar o caminho certo. Ele percebeu que apenas uma força de bondade e amor gere o mundo, e isso inclui a força do mal, apenas para que ela seja usada para ascender acima do mal.

Ao descobrir isso, Abraão tornou-se um inovador, um revolucionário, que mudou o curso da história e mostrou à humanidade o caminho certo.

De KabTV “Contos” 15/10/14

A Nova Barbárie

Dr. Michael LaitmanQuem pensaria que as atrocidades e o antissemitismo que estamos testemunhando hoje pudessem ocorrer no século XXI e levar a humanidade a um estado tão miserável em que parece estar afundando novamente num abismo escuro? É como se o nosso ego estivesse caindo e nossa mente estivesse totalmente perdida, anulando toda a experiência da humanidade e de toda a sua existência por gerações.

A selvageria está levantando sua cabeça novamente. Parecia que houve uma época em que aprendemos alguma coisa depois de tantos séculos e erros! Mas não, a barbárie é novamente revelada e, além disso, está num nível totalmente diferente e desconsidera qualquer outra coisa. Isso está ocorrendo em conjunto com um desenvolvimento sem precedentes de armas que podem destruir toda a humanidade. Será que vamos ser capazes de alcançar a ordem, utilizando-as agora?

Por que é assim? O iluminismo passou e todo mundo viu o caminho para a felicidade futura. Mas hoje nós descemos muito mais baixo no nível de nossos valores e expectativas.

Em cem a cento e cinquenta anos de estudo, a ciência, arte e cultura em geral foram valorizadas e respeitadas. As pessoas com seus sessenta anos ainda se lembram das obras-primas da poesia e da literatura, e das noites de discussões e debates. Se uma pessoa não estava interessada nisso, ela era considerada ignorante. Ela tinha vergonha de admitir que não lia ou participava destas atividades.

Objetivo do jovem era absorver todas as pérolas da humanidade e suas realizações culturais. A ciência pode não ter atraído todos, mas havia uma aceitação geral da demanda por cultura, que apelava a todos.

Além disso, se supunha que a absorção da cultura seria de tal forma que faria de você algo e o educaria para que as pessoas vissem que você era inteligente. Enquanto na década de 1930 isso era vergonhoso, era respeitado na década de 1960.

Ao mesmo tempo, era vergonhoso mostrar que você era forte fisicamente. Pelo contrário, se uma pessoa fosse magra e fraca, mas parecia intelectual, ela era um modelo para os outros. Meninas a admiravam e não outros tipos.

Quando eu era estudante, autores como Vazenski e Yavtushenko ainda eram jovens e novos. A literatura estava em ascensão, e poetas como Akodjeba e Wisotzky nasciam diante de nossos olhos.

Eu também fazia parte de um pequeno grupo em Leningrado e participava de clubes literários, artísticos e musicais. Olhando com esperança para o futuro brilhante da humanidade, não poderíamos imaginar que essa barbárie voltaria e que as pessoas iriam se matar sem sequer contar as vítimas.

Em suma, há pouco tempo tudo era exatamente o oposto, mas as décadas seguintes trouxeram desequilíbrios terríveis. Meio século se passou e tudo mudou totalmente, de uma forma que ninguém jamais poderia ter imaginado.

Vemos que as leis da natureza são fixas. Elas são reveladas a nós alternadamente, exibindo as mesmas imagens para que possamos aprender com todas essas transformações e ver o que é importante: que devemos entender essas leis e usá-las corretamente. Não podemos simplesmente fluir com a corrente, mas devemos aplicar essas leis e não esperar por um futuro melhor e mais brilhante. Nós devemos construí-lo com todos começando consigo mesmos.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 24/09/14