Textos arquivados em ''

A Alegria De Se Recobrar Do Ego

Dr. LaitmanO desejo de cumprir a meta da nossa vida é o mesmo que observar a Torá, adquirir uma alma, ou implementar a sabedoria da Cabalá. É tudo a mesma coisa. De acordo com a sabedoria da Cabalá, um ser humano (Adão) é qualquer um que se assemelhe ao Criador. O Criador é amor e doação absoluta.

Quando eu começo a estudar a sabedoria da Cabalá e a trabalhar num grupo, eu me examino e descubro que só penso em mim mesmo. Eu sou construído como um egoísta e isso é normal, já que o Criador criou a inclinação ao mal no homem.

Se eu compreendo isso, é uma conquista antes do início do novo ano (Rosh Hashaná), porque entendo que sou um egoísta completo e que estou totalmente na intenção “a fim de receber”. Uma pessoa comum não concordaria com isso, pois, para entender isso, nós temos que estudar e atrair a Luz que Reforma.

Quando eu revelo o meu ego, eu me arrependo de minhas ações, e isso é chamado de período de penitência (Selichot) antes do ano novo. Eu descubro que sou totalmente corrupto.

Assim, eu compreendo a primeira parte do ditado: “Eu criei a inclinação ao mal”. A segunda parte é: “Eu criei a Torá como tempero”, e assim eu começo a procurar uma maneira de mudar a mim mesmo.

A minha intenção de mudar é chamada de início do novo ano. Em vez do Faraó, eu coroo o Criador como meu rei e uso o Seu poder de amor e doação para me corrigir. O ano novo é o desejo de me corrigir e atingir um novo nível: aprender a amar.

Para fazer isso, eu tenho que examinar e classificar todos os meus 613 desejos. Isso é chamado de os dez dias de expiação entre Rosh Hashaná e Yom Kipur. Obviamente, é a minha atitude para com os outros que eu examino, e não os meus desejos corporais normais de alimentação, sono e recreação.

Eu examino se sinto um desejo de beneficiar os outros de alguma forma, e descubro que não! Mesmo se eu der alguma coisa a alguém, é apenas para o meu próprio benefício. Assim, eu chego aos dez dias de arrependimento, onde executo ações especiais que atraem uma Luz especial sobre mim todos os dias. Com a ajuda da Luz, eu classifico meus desejos e distingo os desejos que podem ser corrigidos e os que não podem ser corrigidos.

É dito que a resposta é que a letra “Hey – ה” deve retornar à letra “Vav – ו”, o que significa que Malchut (a quinta Sefira) deve retornar a Zeir Anpin. Malchut é o meu desejo de receber, e Zeir Anpin significa o Criador. Eu examino que desejos em mim e em que medida eu posso usá-los a fim de doar aos outros e não para o meu próprio benefício. Isso é chamado de expiação completa, ou seja, examinar meu coração em relação aos outros, o que indica até que ponto eu me assemelho ao Criador.

Por isso se diz, “no lugar onde estão aqueles que se arrependem, o justo completo não está”. Afinal de contas, um justo completo já atingiu certo nível de correção, e a pessoa que se arrepende gradualmente sobe cada vez mais alto em direção ao Criador.

Os dez dias de expiação e o Yom Kipur são uma busca e exame de todas as minhas dez Sefirot (613 desejos). Depois disso, eu estou pronto para a correção e quero me assemelhar ao Criador com toda a minha força. Eu sou uma pessoa que se arrepende e agora está claro quais desejos eu posso corrigir e quais não posso. Com essa percepção eu chego à Sucot, as Luzes que corrigem todo o mal em mim em bondade.

Depois de Sucot há o feriado de Simchat Torá (regozijo com a Torá), já que a Torá é a Luz que Reforma e eu a uso para me corrigir. Durante os dez dias de expiação, eu queria retornar a letra Hey à letra Vav, ou seja, ao Criador, e em Sucot eu cumpro isso usando toda a Torá e me tornando como o Criador.

O oitavo dia de Sucot é Shemini Atzeret, (decorrente da palavra hebraica “atsarti – ficar, permanecer”), onde eu permaneço com a minha correção, uma vez que não há nada mais que eu possa corrigir, e, totalmente corrigido, eu entro no feriado de Simchat Torá.

De KabTV “Uma Nova Vida” 30/09/14

Contos: A Fonte Das Práticas Espirituais

Dr. Michael LaitmanA antiga Babilônia foi o berço de diferentes correntes e métodos espirituais. Antes da idade de Abraão, os babilônios viviam em paz, amor e amizade, como os seguidores de Noé lhes ensinaram. No entanto, após o crescimento do ego, eles começaram a se afastar uns dos outros e se dividiram em vários grupos.

Cada grupo começou a adorar outro deus (atributo ou força), como resultado de sua inclinação interior. Não era uma simples adoração de pedras e árvores, mas das forças da natureza. Assim, muitos deuses que incluíam magia negra e branca, astrologia e outros métodos, apareceram e existem até hoje.

Abraão experimentou uma verdadeira tragédia quando percebeu que precisava se desprender de todos e criar uma escola radicalmente nova. A diferença entre a sua escola e outras escolas era enorme, pois sua metodologia baseava-se no uso de poderes negativos para atingir uma elevação positiva. Os ensinamentos de todas as outras escolas foram construídos sobre um método para aplacar as forças negativas da natureza e viver em concordância e harmonia com elas.

Abraão acreditava que não há nada de negativo no mundo. Se algo parece negativo, é apenas porque o utilizamos incorretamente. No momento em que começamos a usar corretamente as forças negativas, ascendendo acima delas, com a ajuda das forças positivas, nós imediatamente começamos a subir. Assim, as forças negativas são realmente essenciais, uma vez que todas derivam do Criador, que é bom e benevolente. É apenas o uso dessas forças que está errado. O sistema espiritual obriga uma pessoa a trabalhar sobre si mesma, a fim de posicionar corretamente os seus atributos positivos e negativos.

Ao disseminar e explicar o seu método, Abraão encontrou períodos muito sérios de conflito com seus compatriotas. Como resultado, ele teve que deixar a antiga Babilônia e separar-se totalmente de tudo no coração e na mente que ele conhecia sobre o nível anterior, ou seja, renunciar totalmente ao politeísmo e todos os tipos de práticas espirituais. Ele sabia que há apenas o homem, a sociedade onde o homem quer se parecer com o Criador, e o próprio Criador.

De KabTV “Contos” 10/10/14

O Ambiente É Minha Garantia Para O Futuro

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Não Há Outro Além Dele”: Então ela chega à decisão de que ninguém pode ajudá-la, exceto o próprio Criador.

Uma pessoa toma esta decisão depois de ter tentado de todas as formas conectar os dois planos, material e espiritual.

No plano material, ela luta pela sobrevivência e ganhos, e experimenta todas as dificuldades da vida, assim como todas as pessoas neste mundo. Ao mesmo tempo, ela está no mundo superior, onde ainda não sente a força superior, sua natureza e singularidade, mas apenas tenta formar dentro de si órgãos sensoriais para a revelação da próxima dimensão.

Depois de todas as tentativas de aproximar estes dois mundos e, além de todos os problemas materiais, de não se permitir esquecer que tudo vem do único e absolutamente bom governo superior, ela vê que não é capaz disso.

Isso é disposto de propósito para que a pessoa sinta a necessidade do Criador, de modo que essa força superior venha e crie dentro dela os desejos corretos para sua revelação.

Isso faz com que ela faça um pedido sincero que o Criador abra seus olhos e coração, e realmente a aproxime da adesão eterna com Deus. Segue-se então, que todas as rejeições que ela experimentou vieram do Criador.

Para entender isso, a pessoa precisa de um ambiente de apoio. Caso contrário, ela vai se esquecer disso a cada momento. Um novo registro informativo, um Reshimo, novas condições externas, são reveladas em cada momento de nossas vidas. Portanto, a pessoa deve prover para si as garantias para o futuro, para que no momento seguinte ela não deixe o caminho espiritual, ao se descobrir de repente a poucos metros ou mesmo quilômetros de distância de seu caminho escolhido que leva ao palácio do rei.

Por isso, ela precisa organizar um ambiente que irá apoiá-la e fazê-la ficar sob sua influência. Em outras palavras, ela se curva perante o ambiente correto que, em geral, está indo pelo caminho da revelação do Criador, a única força no mundo.

Assim, durante cada descida a pessoa vai receber ajuda do ambiente conforme a sua contribuição a ele, tanto quanto ela se entregou ao ambiente. Na verdade, alguém pequeno pode receber dos grandes, ser influenciado por eles e inspirado por seus valores, e, devido a isso, continua seus esclarecimentos internos.

Depois de certo número de ações desse tipo, tendo passado pelas vicissitudes da vida, a pessoa chega ao verdadeiro clamor. Ela já tem o vaso correto, do tamanho exato e da qualidade certa, pronto para aceitar a revelação do Criador. Ela chora que nas condições de ocultação não é capaz de permanecer no sentimento de que não há nada exceto o Seu bom governo.

Ela apela por ajuda, porque não quer culpar o Criador, e o Criador dá à pessoa essa oportunidade. Ele não pode ser revelado porque a revelação só é possível nos desejos corretos. É por isso que quando a pessoa completa a medida necessária de esforços, a Luz Superior a recompensa com a propriedade de doação.

Então, a pessoa finalmente entende o que foi dito em todos os livros Cabalísticos. Na medida em que ela obtém a propriedade de doação, ela revela o Criador dentro deste vaso.

Isso acontece o tempo todo. A pessoa não pede a revelação do Criador em seus desejos egoístas, como nós estamos pedindo agora. O Criador é revelado como a propriedade de doação nos desejos em que a pessoa é capaz e está pronta para aceitá-Lo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/14, Shamati # 1

A Fundação Ilógica

Dr. Michael LaitmanGraças a sua energia e criatividade, o povo judeu sempre se encontra nas primeiras fileiras do desenvolvimento social e tecnológico, aparentemente mostrando ao mundo em que direção ir. No entanto, a tarefa e missão dos filhos de Israel é completamente diferente. Se soubéssemos exatamente qual era, alcançaríamos a paz e a felicidade para todos e levaríamos o mundo ao estado ideal.

De uma forma ou de outra, nós somos o povo de uma ideia, indivíduos que são professores. Tudo gira em torno disso, e nos impulsiona a mudar as coisas. Na Torá se diz que seremos uma nação de sacerdotes. Em outras palavras, serviremos como um elo, de tal forma que através de nós o conhecimento do sistema geral de criação será transmitido ao mundo.

Até hoje, nós sentimos essa irracionalidade oculta a partir da qual não há escapatória. O problema latente nisso é que não estamos ensinando a humanidade a maneira correta de viver. Dentro da nossa natureza, há os brotos dessa estrutura interna, necessários para transformar a humanidade num todo único e torná-la uma sociedade harmoniosa.

Ninguém mais tem isso, apenas os judeus. Isso é porque eles já passaram por isso uma vez e, portanto, podem voltar a isso novamente. Além do mais, eles devem voltar a isso diante de toda a humanidade.

Esta experiência anterior foi marcada neles para sempre, e, como resultado, toda a humanidade sente que eles são estranhos, estrangeiros, e sentem que os judeus: “Têm algo que não está em nós e não pode estar”.

Mesmo se eles passassem por mais 2000 anos, tudo seria o mesmo. Os judeus são separados e todo o resto está separado deles. Não importa o quanto eles tentem, eles não se misturam com os outros. É como uma suspensão (uma solução contendo substâncias que não podem ser misturadas umas com as outras). Você pode dissolvê-las, espalhá-las, sacudi-las, fazer o que quiser, mas essa característica essencial não será misturada. Apesar de tudo isso, através das gerações, eles ainda vão se desenvolver no estado original em que foram criados.

Isto porque o que está latente neles é irrelevante aos fatores mundanos. Integre-os com quem quiser no nível material, substitua todos eles por outros, este ponto irá aparecer neles novamente. É ilógico. Ele não pertence à natureza do nosso mundo, aos corpos físicos. Em todos os casos, ele vai brotar em seus descendentes na mesma forma como hoje. Tudo vai sair como se nada tivesse acontecido.

Vamos fazer um cálculo grosseiro, somente para ilustração geral. Antes de 700-800 A.C., com a destruição do Primeiro Templo, o povo judeu perdeu dez tribos, cinco vezes mais do que as duas tribos restantes. Ao longo de todo o tempo que se passou de lá para cá, essas duas tribos cresceram, digamos, para 15 milhões de pessoas.

Considerando-se o extermínio em massa de judeus em toda a história, este número teórico chega a 20 milhões. Segue-se que os descendentes do resto das tribos, que eram cinco vezes mais, totalizaria 100 milhões. Esta é uma soma bastante considerável, certo?

Assim, num determinado período de tempo, veremos que estes 100 milhões, de repente, serão descobertos como se do nada. Será descoberto que eles são judeus em diferentes nações com costumes e características completamente diferentes, não importa o quê e onde. De repente, será descoberto que eles estão aqui, ali e em toda parte. Além disso, quando eles forem descobertos com seus traços judaicos, esse mesmo ponto ilógico será encontrado neles. Novamente, a imagem familiar será repetida: as nações vão olhar para os judeus e ver que há algo neles, mas o que é, não está claro. Mesmo que eles tenham a forma e o caráter dos moradores locais, isso não importa.

Pode ser um americano, um australiano, um europeu, mas você vê que este é um judeu. É como se ele chegasse do espaço sideral, se instalasse aqui entre os habitantes da terra e vivesse em suas roupas, enquanto seu interior é diferente. Vivendo nele está uma centelha que o conecta com o mundo superior. Esta centelha permanece; é impossível ser libertada dela.

Hitler tentou exterminar todos os judeus, mas é impossível exterminar este ponto espiritual através da aniquilação física. De qualquer forma, ele vai crescer em outras pessoas sem qualquer conexão com a genética ou as gerações que foram aniquiladas.

Repito: a fundação ilógica que existe nessas pessoas não pode ser aniquilada. A própria história é prova disso.

Assim, o estoque que é composto das dez tribos que existem em algum lugar entre os outros povos ainda deve se revelado.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 24/09/14