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Contos: Politeísmo Ou Uma Única Providência

laitman_276_02Abraão, que era um sacerdote na antiga Babilônia e um dos seguidores e discípulos dos ensinamentos de Noé, foi o primeiro a perceber que tudo o que acontece com a nação é intencional.

É difícil aceitar que os resultados negativos, que podem destruir uma sociedade ideal, podem originar-se da boa força superior.

Se as pessoas que vivem juntas em paz e em relações amigáveis de repente sentem que não se entendem e que se ressentem, que estão crescendo separadas e inclusive sentem ódio pelas outras, nós podemos perguntar se a força que gerencia o mundo é realmente boa e benevolente.

Estas perguntas geralmente dizem respeito aos Cabalistas, mas não às pessoas comuns.

A separação que foi subitamente sentida na antiga Babilônia levou os sacerdotes e os sábios a pensar sobre a existência de dois deuses: um bom e um mau, que estão num conflito que se reflete em nossa vida neste mundo. “Provavelmente a força do mal prevaleça sobre a força positiva. E talvez não exista nada, exceto uma série de divindades de todos os tipos”.

No final, as pessoas começaram a acreditar no politeísmo, negando assim a providência de uma força no mundo. Abraão considerava isso paganismo. Ele discordava totalmente disso, porque descobriu que há apenas uma força e uma providência neste mundo e não muitas forças como os Babilônicos acreditavam, quando eles viam o bem e o mal em todas as suas manifestações em nosso mundo, contradizendo-se e destruindo tudo.

Abraão alegou que tudo resultava de uma única força, mas à humanidade é mostrado o desequilíbrio de todo o sistema, como num experimento, para que ela comece a investigar e compreendê-lo. Nós deveríamos entender, sentir e aproximar a força de nós ou nos aproximarmos dela. Nós temos que nos conectar com seus atributos bons e maus que são revelados em nós, e é por isso que o mundo parece um lugar tão terrível.

Há apenas um gerenciador da criação que opera por duas forças opostas: boa e má. Nós temos que controlar estas duas forças e conectá-las para que tenhamos uma força positiva que supera a força negativa, e a força negativa deve aumentar a força positiva.

Assim, a revelação contínua da força do mal numa pessoa obriga a força positiva a crescer ao nível chamado de Criador. Isto é realmente o que Abraão descobriu e começou a explicar e disseminar sua atitude para com a natureza, a missão do homem e o propósito de vida.

No entanto, muito poucos concordaram com ele; na verdade, vários milhares de pessoas na antiga Babilônia concordaram. Ele distinguiu-os de todos os outros que tinham suas próprias intenções e inclinações e começou a ensiná-los. Assim, cada um dos grupos seguiu seu próprio caminho.

De KabTV “Contos” 15/10/14

O Dilúvio E Outros Desastres Naturais

Dr. Michael LaitmanTudo sobre o que a Torá escreve acontece em um nível espiritual, mas seus personagens eram Cabalistas e realmente existiram. A Torá fala apenas sobre a entrada de uma pessoa no mundo espiritual. Ela não descreve fenômenos e acontecimentos na vida física, mas apenas o caminho interno de uma pessoa para alcançar o Criador.

Nesse sentido, Adão e Noé eram pessoas reais, que uma vez viveram na terra, ensinaram as pessoas nas suas escolas Cabalísticas, e as chamaram de seus filhos ou descendentes.

Visto que os eventos descritos na Torá aconteceram em um nível espiritual, é impossível dizer que todos aconteceram na vida física.

Por exemplo, houve realmente um dilúvio? Por milhares de anos de desenvolvimento humano, houve certamente todos os tipos de desastres naturais. Mas a história do dilúvio fala sobre duas características do grande poder da água, sobre a boa característica de doação que a água simboliza (o lado direito) e o poder ruim da água que afoga, destrói, causa tsunamis e afins (o lado esquerdo).

A história de Noé é especificamente sobre isso e não se trata de algum desastre natural global no nosso mundo.

A Torá fala sobre como a pessoa compreende a maneira que deve crescer acima da característica de julgamento, o poder que existe na água, e, através de algum tipo de relacionamento com esse poder, ela pode se realizar dentro dele corretamente, deve construir uma arca, o correto ambiente fechado, no qual as características da água serão boas para ela, e não cruéis ou letais.

No seu nível contemporâneo de conhecimento sobre o sistema de supervisão, Noé fez uma tremenda descoberta para as gerações futuras de Cabalistas que deixou bem claro como é possível a passagem das forças da natureza mais cruas, poderosas, e mais ameaçadoras para aquelas forças boas e úteis.

Isto é porque antes de Noé, as pessoas eram impotentes quando confrontadas com a natureza, como crianças. E seu método possibilitou domar o poder ameaçador da natureza. Portanto, o nível de Noé era necessário para o caminho da humanidade no sentido da realização e controle de todo o sistema de supervisão.

De KabTV “Contos” 15/10/14

Eliminar As Disparidades Numa Nação

laitman_426Pergunta: Você fala sobre a necessidade de consolidar todo o povo numa família, mas não é este o sonho da extrema-direita europeia, “Nós somos uma família, e eles não são”?

Resposta: O problema da facção mais à direita é que ela coloca seu próprio povo num lugar especial, acima de todo o resto dos povos. No entanto, aqui nós não estamos falando de subir acima dos outros, mas da união entre as pessoas. O que há de errado nisso?

Suponha que eu sou francês e outras nações não me interessam. A França é totalmente suficiente para mim, e eu não quero que aqueles que não são considerados franceses vivam na França. Além disso, isso se refere ao francês de acordo com a cultura e não o nacionalismo.

Belgas virão e até mesmo judeus. A principal coisa é que nós tenhamos uma cultura geralmente uniforme, uma visão compartilhada das coisas. Assim, a França é a nossa nação comum. Nós estamos de acordo com a sua constituição, legislação, costumes, normas e linguagem.

Assim, se um determinado setor aumenta esta unidade, não importa como ele é chamado: direita, esquerda, centro, etc. Esta abordagem é boa, já que não se realiza à custa de outras nações. Eu não olho para os outros. Eu simplesmente quero que o meu país viva em paz e tranquilidade, seja feliz e próspero.

O que há de ruim nisso? Uma pessoa se preocupa com sua nação. Ela quer que o seu povo viva como uma família. Mesmo que ela não tenha uma visão ampla ou a força moral para se preocupar com os habitantes de outras nações, e mesmo que isso seja chamado de “nacionalismo”, ela está num sentido correto. Ela não é um chauvinista. Ela não tem ódio para com os outros, para com os estrangeiros. Ela só está preocupada com o seu próprio povo, e não à custa de outras pessoas.

É verdade que, num caso como este, a nação não esteja pronta para entrar em algum tipo de parceria, como no exemplo da atual União Europeia, mas não há necessidade disso também. Primeiro o seu povo passa por nova educação, luta pela igualdade, a unidade, num nível geral comum aceito por todos. Aos poucos, as pessoas vão absorver novos valores, de modo que elas mesmas já desejarão alcançar algum tipo de média ideal, uma cesta de produtos e serviços necessários que são uniformes para todos.

Certamente, nós não dizemos que seja um padrão geral. A prosperidade pode variar em duas ou três vezes. No entanto, em suma, esta é uma pequena diferença, o “jogo” social e não um abismo social, como é hoje.

Pergunta: Se a extrema direita aceitar uma abordagem como esta, eles vão aumentar o seu sucesso?

Resposta: Com certeza Para isso, é necessário mudar a legislação na direção apropriada. Em grande escala, é necessário registrar o que é essencial. Todos os habitantes da nação devem aceitar sua cultura. Eles devem ser, digamos, francês, independentemente da fé religiosa. A pessoa deve ser leal à pátria a que chegou.

Por exemplo, os afro-americanos nos Estados Unidos não agem contra sua nação. Eles especificamente se sentem americanos. Sim, eles têm diferenças de opinião com outros setores, mas vivem em sua nação.

De acordo com isso, na Europa, mesmo que você seja um muçulmano, você deve manter sua fidelidade à nação em que vive. Caso contrário, você invalida seu direito de viver lá.

Pergunta: Uma unidade nacional como essa é um pré-requisito para a unidade do mundo?

Resposta: Não, mas agora nós estamos falando de uma região específica, das nações europeias, onde a tensão entre os setores tem crescido e, neste contexto, a União Europeia não se encontra na ordem do dia por enquanto. É possível falar de cooperação econômica e militar, mas esta não é a unidade. Pelo contrário, estas são atividades conjuntas numa base contratual.

Por outro lado, a verdadeira unidade representa uma transição aos relacionamentos familiares. Isso é algo que é muito mais denso, mais íntimo, profundo e abrangente, quando toda a Europa se torna realmente um lar comum para seus habitantes. No entanto, eles não estão prontos para isso hoje, porque estão muito longe uns dos outros.

De KabTV “Uma Nova Vida” 09/09/14

Integração Na Correção

laitman_264_01Comentário: Se nos conectarmos no cuidado pela cura de um amigo, o resultado será positivo e vamos sentir orgulho disso. Acontece que seria uma recepção egoísta de recompensa.

Resposta: Não faz diferença. Nós temos que olhar para as coisas de forma realista, já que o despertar egoísta e a recompensa também são necessários. Nós precisamos ter certeza de que somos uma força. Nós não estamos no nível de trabalhar sem feedback, ainda mais quando o mero esforço ou trabalho pelo Criador sem uma recompensa é a recompensa para nós.

No momento, não podemos sequer fazer isso e não sentimos o sistema num nível que nos permita trabalhar num vazio. Eu opero e todos os meus esforços desaparecem, enquanto eu devo sentir doação e certas limitações. Portanto, nós precisamos de feedback.

Pergunta: Como nós podemos melhorar a qualidade da nossa preocupação pelo nosso amigo doente?

Resposta: Em primeiro lugar, a preocupação que sentimos por ele deve nos ensinar a estar juntos num só pensamento, num só nível. Ao mesmo tempo, devemos esperar que vamos aprender a adicionar a nossa intenção a este pensamento, que unimos graças a nossa preocupação e usamos essa conexão no próximo nível, a fim de pensar no Criador e estabelecer as condições necessárias para Sua revelação. O Criador não é revelado em cada um de nós, mas na conexão entre nós.

Assim, quando se preocupar com um amigo doente, cada um deve sentir não a sua própria preocupação pessoal por ele e como devemos estimular cada um a sentir isso, mas como todos nós estamos conectados mutuamente. Nós queremos sentir a rede de conexões entre nós e a revelação de nossa preocupação pelo amigo nela. Esta é a única coisa que nos preocupa, já que a nossa rede está trabalhando na correção.

A principal coisa para nós é sentir a conexão, uma vez que é a nossa única alma coletiva onde o Criador, mais tarde, será revelado. Assim, vamos passar para o próximo nível, para o sistema que é externo a nós, e começar a sentir a teia de aranha da conexão real, não a nós mesmos e nossos desejos egoístas que estão em seus pontos encontro e sua conexão.

Se começamos a trabalhar desta forma, nós começamos a afetar todo o sistema. Ao reviver a teia de conexões entre nós, como o sistema de rede na Internet, nós começamos a prepará-la para a revelação do Criador, porque a força que passa pelo sistema que os liga, revive, regula e controla tudo, é chamado de Criador.

Quando nós começarmos a entrar em sintonia com este sistema de conexões mútuas, seremos capazes de sentir o sistema de rede da Internet que foi criado pelas pessoas. Nossa conexão vai começar a afetá-lo de acordo com a lei de equivalência de forma e as pessoas de todo o mundo de repente começarão a despertar.

Você pode imaginar como tudo vai mudar? Assim como os pensamentos de uma pessoa mudam constantemente, também o sistema mecânico e elétrico das conexões mútuas entre as pessoas começa a mudar. O cérebro – a conexão geral egoísta humana mútua que inclui tudo o que é revelado hoje no sistema de rede da Internet – começará a mudar a forma graças ao fato de que estamos nos tornando partes ativas em nosso sistema espiritual.

As pessoas de todo o mundo de repente vão sentir a nova corrente que o sistema das relações entre elas entrou: uma nova força, novos pensamentos, e um novo estado moral. Elas vão sentir isso já que o sistema espiritual irá afetar o sistema inferior da rede como uma raiz afeta o ramo. Por isso, logo vamos descobrir opções muito interessantes.

No entanto, voltando à pergunta sobre o amigo doente, é importante que entendamos que ele é o fator que nos impele à doação coletiva em todo o sistema, de modo que sejamos capazes de conectar e doar ao Criador a forma de doação que Ele tanto espera de nós.

Nós realmente queremos que o nosso amigo esteja constantemente conosco, se recupere e volte ao grupo. Nós devemos constantemente pensar nisso juntos. O Criador nos dá uma razão de Cima para que possamos conectar e concentrar todos os nossos pensamentos e ações na nossa unidade e, finalmente, para o bem do Criador.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/08/14, Escritos do Rabash

A Verdadeira Oração

laitman_943Baal HaSulam, Fruto do Sábio, Artigo “A Hora Errada de Reunir o Rebanho”: É proibido separar-se da sociedade e pedir para si mesmo, até mesmo para agradar ao Criador.

A pessoa deve se dirigir ao Criador com os pensamentos mais puros e desejos ideais que não sejam para o seu próprio benefício, mas para o benefício dos outros, ou em prol Dele. Porém, se ela ora ao Criador para si, sozinha, a oração não vai subir a Ele. Em vez disso, ela vai ficar com a pessoa que ora.

Nós podemos continuar a gritar por mil anos, mas isso não vai nos ajudar. O sistema espiritual não ouve pedidos solitários. Uma única pessoa é incapaz de elevar o desejo de estar conectada com outros, o desejo que provoca a correção do Alto. Esse pedido tem que ser elevado em conjunto com outros desejos semelhantes, como parte de um desejo comum de se unir. Então, a Luz que preenchia esses desejos antes da quebra, quando todos os desejos eram um todo, desce automaticamente.

Orar por toda a sociedade é o único tipo possível de oração. Aqueles que estão afastados de seu entorno, bem como aqueles que oram apenas para si, danificam e destroem suas almas. A Luz não vai responder a tal apelo. É dito: O Criador diz a todos os homens orgulhosos: “Nós não podemos habitar na mesma morada, você e eu”.

É impossível sair do seu próprio entorno se a pessoa não usa as vestimentas do orgulho. A sua separação do grupo implica automaticamente que a pessoa se torna mais egoísta. O desprendimento do grupo é resultado de vários “movimentos” espirituais, não físicos. Não importa quão justificada a sua separação pareça, ela sempre é um resultado do seu orgulho, malícia e egoísmo aumentado.

Orar sozinho faz com que a pessoa involuntariamente abandone a sua comunidade, arruinando sua alma, a aspiração ao Criador. A sensação de que a alma está inserida numa comunidade corrigida, em cada dos nossos amigos, não como uma parte distinta, mas como um elemento inseparável de todo o sistema, significa a correção completa do corpo (o desejo geral).

A categoria “nós” se torna a única que realmente existe. A sensação de “eu-idade” (“I-ness”, em inglês) desaparece, uma vez que ela nos é dada apenas para nos fazer entender que estamos fora da escada espiritual.

“Eu-idade” só existe neste mundo. O menor grau espiritual, assim como todos os outros 125 passos espirituais, baseia-se unicamente em “nós” e a sensação de “nós” se torna maior a novo cada passo. O “eu” desaparece no nível deste mundo que é chamado de mundo imaginário, uma vez que existe apenas em nossos desejos quebrados.

A espiritualidade é sentida apenas no “nós”. Esta noção inclui eu, você, ele e outros amigos conectados juntos. É um nível espiritual bem fraco do mundo de Assia onde esclarecimentos e quebras ainda ocorrem. O mundo de Yetzirah não é nada disso. Lá, no mundo de Yetzirah, tudo está verdadeiramente conectado num todo. O mundo de Beria é um elo preparatório para alcançar uma correção completa no mundo de Atzilut.

Isso explica por que nunca devemos esquecer que a espiritualidade só pode ser sentida por meio da conexão entre nós. É dito que o mínimo Kli (vaso) é constituído por dois. Dez pessoas constituem uma estrutura ideal. Isto é afirmado no Zohar e em artigos do Rabash.

Por milhares de anos, a humanidade não teve tais condições maravilhosas! Nós temos que tirar proveito do nosso estágio de desenvolvimento e implantar a transição do “eu” para “nós” da forma mais eficiente possível.

Da Convenção em São Petersburgo 20/09/14, Lição 4

Criando O Vaso Geral Com Conexões Apropriadas

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico”, 18:22: Não te deitarás com outro homem, como se fosse mulher; é abominação.

Tais relações em nosso mundo representam a expressão da homossexualidade. No mundo espiritual é a incapacidade das partes masculina e feminina do vaso geral de se conectar corretamente.

A parte masculina é aquela que doa e a parte feminina é aquela que recebe. Elas têm que se conectar de acordo com certas leis. Certas ações devem ser realizadas em sua conexão, como a purificação, exposição, etc. Só então um vaso geral pode ser criado na combinação certa entre os atributos de recepção e doação. Além do mais, tudo isso ocorre dentro de uma pessoa.

Um novo nível não pode nascer de duas partes masculinas, já que a Luz de Hasadim (a Luz de doação) está faltando nesta combinação. A Torá, no entanto, só fala sobre ações que podem ser usadas a fim de doar fora de si mesmo, uma vez que com isso você corrige a sua alma.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 19/03/14

A Oração Como Manifestação Dos Desejos Humanos

laitman_239Parece-nos que a oração é um apelo idolatrado por um objeto “como ser humano”. No entanto, neste mundo, nós entendemos a noção de oração incorretamente. De fato, num dado momento, o que quer que façamos, nós sempre oramos, ou seja, expressamos nossos desejos. A expressão de nossos desejos é chamada de oração.

A Cabalá é um sistema de relações com a força superior que começou na época de Adão. É a sabedoria mais antiga do mundo, que começou 5775 anos atrás; um ser humano com o nome de Adão iniciou o relacionamento com o nível superior da natureza que agora é chamado de Criador, porque representa o sistema que nos criou. Isso explica por que as definições mais básicas e corretas devem ser emprestadas pela sabedoria da Cabalá.

Adão chamou a manifestação dos desejos humanos de uma oração, porque os nossos desejos, que estão em constante mudança, modificam o sistema em que vivemos. O sistema reage diretamente às nossas orações, uma vez que agimos dentro de seus limites. Portanto, nós constantemente oramos e o sistema continuamente muda, impactando-nos.

É por isso que nós temos que direcionar corretamente nossos desejos, nos concentrarmos no sistema em que existimos, moldando assim as intenções conjuntas e promovendo o nosso progresso interno, para que possamos influenciar o sistema propositadamente em vez de impactá-lo caoticamente tendo diversos desejos. Para isso, nós nos unimos em grupos e nos encorajamos, aproximando assim certas intenções e desejos, e definindo a visão do nosso futuro. Nossos esforços focados afetam muito o sistema; assim, ele começa a reagir de forma muito sensata à nossa influência.

Quando nos relacionamos uns com os outros, começamos a sentir uma grande necessidade da propriedade de doação e amor, da qualidade da integralidade e da ajuda mútua. Quando nos influenciamos de forma eficaz e forte o sistema, ele começa a nos influenciar. Este “retorno” pode nos modificar drasticamente mesmo se não tivermos profundamente dentro de nós um desejo de mudar.

Como nós somos egoístas, temos apenas um tipo de desejo. É por isso que somos incapazes de exigir que o sistema mude nossos desejos e intenções. Não importa o que, nós sempre traremos nossos incentivos egoístas. No entanto, o sistema é construído de forma que, mesmo que o nosso pedido não seja sincero, ainda reaja corretamente às nossas exigências. Isso ocorre porque a quebra, a inversão do altruísmo em egoísmo, progrediu de cima para baixo. É por isso que quando nós elevamos nossos pedidos de baixo para cima, o sistema os corrige.

Quando nós estamos juntos com o grupo, nós nos unimos; assim, cada um de nós recebe um desejo de se mover corretamente no interior do sistema. Quando impactamos o sistema por nossa vontade de mudar e subimos sobre a nossa natureza egoísta, ele responde a nós.

O mais importante é lembrar que estamos constantemente sob a influência do sistema. Mesmo que ainda não sejamos um elemento corrigido do sistema, mas conseguimos ficar juntos num grupo e continuamos nossos esforços de autocorreção, nós influenciamos todo o sistema num bom caminho. Em troca, o sistema nos modifica por sua influência recíproca. Ao fazer isso, o sistema se corrige, revive e retifica.

Isso explica por que tudo depende da nossa oração, ou seja, de nossas boas aspirações, mesmo que elas ainda sejam muito pequenas, fracas e primitivas. Nossas aspirações estão sendo calculadas dentro do sistema. É um processo constante e cumulativo, onde todos os tipos de correções recíprocas ocorrem.

É essencial não esfriar quando se trabalha em grupo. Nós devemos nos apoiar, melhorar mutuamente nossos desejos individuais, e tirar proveito de nossas propriedades egoístas, tais como ciúme, inveja e competição. Nós devemos usar esses recursos para alcançar os resultados desejáveis ​​dos outros, especialmente de nossas dezenas, multiplicando assim o nosso desejo de melhorar em dezenas de vezes.

Cada amigo, tornando-se dez vezes maior, vai contar aos outros sobre seus novos desejos aumentados. Em seguida, cada um dos nossos amigos toma emprestado cem vezes mais dos outros, e assim por diante. Isso significa que quando nós estamos num círculo, não há limitações no fortalecimento dos nossos desejos de mudar.

Além disso, quando um cai, os outros sobem. Este contrapeso nos mantém num movimento constante de correção. Neste caso, nós realmente podemos elevar nossos grandes desejos até o sistema, encorajá-lo a nos mudar e pedir que ele nos influencie pela reação recíproca, a chamada Ohr Makif (Luz de Retorno), que gradualmente nos corrige.

Um sistema espiritual de autocorreção e autoajuste, como qualquer outro tipo de ferramenta de busca, sempre explora a melhor forma de reagir a nós, absorver-nos, adaptar-nos a ele para que nos corrijamos completamente e nos transformemos em seus elementos úteis. Esta é a forma como ele é construído.

O Estudo das Dez Sefirot nos ensina que o sistema dos mundos superiores consiste de 125 níveis: cinco mundos, cada um dos quais inclui cinco blocos distintos multifuncionais (Partzufim), e cada bloco, por sua vez, é constituído por cinco subníveis (Sefirot). É um sistema muito flexível que se adapta rapidamente às nossas demandas. Quando nos esforçamos em nos coordenar com ele através de nossos desejos e nos tornamos semelhantes a ele, subindo para seus níveis mais elevados e entrando num estado de homeostase absoluta conectados a ele, então o sistema reage imediatamente aos nossos desejos e nos corrige de certa forma para que nos transformemos em seus componentes ativos, úteis e internos.

Assim nós começamos a controlar o sistema devido ao fato de que anteriormente éramos seus elementos corruptos, enquanto que neste ponto nos aproximamos de um estado de correção. Esta é uma propriedade extraordinária, milagrosa: se uma partícula não corrigida se esforça em se corrigir, ela influencia todo o sistema muito mais forte do que seus elementos já corrigidos.

Devido ao fato de que nós estamos posicionados entre as camadas corruptas e corrigidas do sistema, nós temos a chance de perceber, compreender, analisar e sintetizar as propriedades e possibilidades que estão num grau completo mais elevado do que o próprio sistema mecanicista. Nosso “eu” egoísta que nos esforçamos em alterar, nos ajuda a nos tornarmos uma entidade totalmente diferente e a subir para um novo nível na estrutura da força superior que criou todo o sistema. Eu subo acima do sistema e me torno semelhante à propriedade de doação e amor, à autêntica qualidade de tudo o que existe, ao Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/10/14, Shamati # 5

Eu Desejo, A Luz Corrige

Pergunta: É dito no Shamati # 5 que as propriedades de Lishma (em prol da doação aos outros e ao Criador) são despertadas de Cima. Se esta propriedade aparece em nós “por si só”, sem a nossa participação, por que nós precisamos nos esforçar, ou seja, tentar despertar esta propriedade desde baixo?

Resposta: A questão é que sem a nossa participação nenhuma mudança vai acontecer com a nossa natureza egoísta de receber. Não vamos começar a nos preocupar com os outros, nem vamos nos orientar a servi-los.

Esta missão é impossível neste mundo material. Qualquer sistema, ainda que puramente mecânico, requer um pouco de energia para executar o trabalho. Ele sempre perde certa quantidade de energia.

As únicas exceções a esta regra são os sistemas supercondutores de baixa temperatura, onde sob certas condições surge uma propriedade que não permite que o sistema consuma energia para seu próprio benefício, mas o faz liberar energia. Este exemplo lança alguma luz sobre o que “agir em prol dos outros” significa.

Nós somos construídos de uma forma que sempre temos que ganhar alguma coisa. Sem este sentimento, não podemos fazer nada. É por isso que mudar a nossa natureza em seu oposto (doação) parece inviável e incrível para nós.

Nós devemos aprender a sentir os desejos dos outros e como satisfazê-los. Nós temos que nos ver como um remédio que preenche os outros. Isso não é natural neste mundo, nem existe nos níveis inanimado, vegetal, animal ou falante.

É por isso que o Baal HaSulam levanta uma questão sobre como adquirir a propriedade em prol do Criador, ou seja, como nós podemos começar a nos preocupar com pessoas totalmente estranhas, com as quais não temos nada em comum e por quem não temos os menores sentimentos, que sequer remotamente nos lembram, digamos, a relação entre uma mãe e um filho. Esta situação implica um entendimento totalmente claro de que estamos agindo sem qualquer possibilidade viável para obter algo em troca.

A menos que nós reconheçamos que a nossa natureza é totalmente egoísta, nunca vamos entender como é possível passar por essa inversão. O cérebro humano é incapaz de compreender como esse tipo de inversão pode ocorrer neste mundo material.

Qualquer coisa que aconteça conosco nos ensina que o trabalho que realizamos em nós mesmos e as coisas que estamos tentando conseguir no grupo sempre se faz exclusivamente com o objetivo de obter uma recompensa. Pode ser uma “restituição” que nos compense apenas 1% dos nossos esforços; os outros 99% de nossas atividades nós fazemos para o benefício dos outros. Ainda assim, qualquer coisa que fizermos é feito somente por causa deste 1%.

Por exemplo, muitos motores mecânicos e a vapor têm uma eficiência inferior a 3-5%, mas foram criados especificamente para funcionar com este nível de eficiência. É por isso que para nós, 1% tem um enorme significado. Tudo o que fazemos é apenas por esse 1%. Se não fosse por este 1%, não seríamos capazes de dar 99% aos outros.

A pergunta é: Será que realmente trabalhamos para obter 1%, e por este tipo de recompensa nós involuntariamente damos 99%? Digamos eu tenha um chefe que me explora e me paga um salário mínimo, mas este salário de alguma forma provê a minha existência. Além disso, o trabalho que eu faço para o meu patrão é igual a 99%, e eu recebo em troca apenas 1%, mesmo que eu não aprove este estado das coisas. No entanto, eu não vou ser capaz de existir sem esse 1%. Se eu não entender esse “plano”, eu não vou ser capaz de trabalhar para o meu chefe.

Se nós explorarmos profundamente a nós mesmos o suficiente, veremos que para conseguir a doação completa sem receber nada para o nosso próprio benefício, nós somos incapazes de fazer um único movimento, nosso corpo simplesmente não vai nos deixar! Portanto, nós só podemos chegar a um estado de doação absoluta sob a influência especial do Alto.

Aqueles que estão sujeitos a esse tipo de impacto passam pelo processo de inversão interna e se relacionam com si mesmos de uma maneira totalmente diferente. É por isso que se diz: “Experimente e veja como o Criador é belo” já que a propriedade de doação completa “fora de nós” é uma qualidade do Criador.

Se for assim, então nós só temos que entender por que devemos aplicar todos os tipos de esforços, seguir inúmeras dicas, tentar chegar à propriedade da doação completa, mesmo se soubermos que nenhum conselho pode nos ajudar a nos reorganizar, a menos que a força superior desça e nos corrija, dando-nos assim a oportunidade de trabalhar para o benefício dos outros.

Neste caso, por que devemos continuar tentando? A questão é que cada um de nós tem a responsabilidade de aplicar esforços máximos e se esforçar para se corrigir utilizando quaisquer recursos que estejam disponíveis para nós. Os esforços que fazemos são chamados de “uma oração”. Em outras palavras, a oração é uma demonstração de nossas intenções e desejos. A oração é uma manifestação do que de fato estamos aspirando.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/10/14, Shamati # 5

Cuidar Dos Negócios

Taking Care Of BusinessPergunta: Quando o povo de Israel caiu do grau do Templo, eles se moveram como ovelhas que ficam juntas em face do perigo. Este perigo foi despertado pelo antissemitismo, que nos seguiu por toda parte. Por que foi assim?

Resposta: Isso começou quando caímos do grau do Primeiro Templo. O antissemitismo surgiu quando, tendo construído o primeiro templo, deste ponto mais alto, os filhos de Israel despencaram.

Mas isso se manifestou muito lentamente – na medida em que desciam. No começo não havia nenhuma oposição óbvia, e ainda assim, o antissemitismo já estava se manifestando durante os tempos do exílio babilônico entre o Primeiro e o Segundo Templos, na época de Nabucodonosor, a rainha Ester e Hamã.

Naquele tempo, eu diria que ele se manifestava no plano ideológico, no nível dos sacerdotes, a nível governamental, mas não no nível das pessoas comuns que ainda não entendiam essa oposição, não a viam, como podemos ver no livro de Ester.

Porém, na medida em que descemos e ficamos mais distante do princípio do “ama teu próximo como a ti mesmo”, o antissemitismo continuou a aumentar e se espalhar através das nações do mundo.

Parece que o antissemitismo é irracional em sua natureza. O povo judeu sobreviveu apesar das provações, humilhação e destruição. A tendência de assimilar não funcionou: mesmo que muitos quisessem ser como todo mundo, ainda assim não foram capazes de se tornar como os outros. Também os intelectuais nos países da diáspora eram frequentemente mais antissemitas do que as pessoas normais.

Aqui nós devemos entender que as pessoas educadas lideram o movimento antissemita, porque entendem e percebem a diferença entre as ideologias, a diferença na abordagem da vida na profundidade da realização e percepção. Eu iria inclusive mais longe falando sobre a diferença na filosofia interna do povo judeu e as outras nações.

Uma pessoa normal não pode dizer a diferença. Ela pode dizer: “Ed aí que eles são mais espertos, mas eles são mais fracos. Eles não são como nós”. Afinal de contas, há diferenças entre todas as nações e, em geral, as pessoas comuns não têm uma compreensão especial sobre estes assuntos. Mas é possível assustá-las através de insinuações contra os judeus, o que tem acontecido até mesmo em nosso tempo.

Tudo isso é muito irracional. Uma vez eu disse a uma mulher idosa na Sibéria que eu era judeu, e ela não acreditou em mim: “Os judeus têm chifres”, disse ela. E o interessante é que eu não tinha nada a dizer. Ela disse isso de uma forma tão ingênua e honesta que eu só ficava quieto. Então, se eu não tenho chifres, eu não sou um judeu.

Mas não é disso que se trata. O antissemitismo é uma consequência da descida do povo judeu do nível de sua maior conquista, o grau do “ama a teu próximo como a ti mesmo”. Se tivéssemos ficado lá em cima, ninguém teria problema conosco, não haveria nada, exceto a inveja, o bom tipo de inveja. Eles desejariam aprender conosco.

Mas assim que começamos a cair a partir deste nível, negligenciando esta altura, descendo, o antissemitismo apareceu de imediato.

Portanto, a solução é a seguinte: se nós desconsideramos a condição do “ama o teu próximo como a ti mesmo”, que devemos levar ao mundo, as pessoas começam a nos odiar conforme a nossa negligência dessa condição. Elas querem nos ver realizar este mandamento e ensiná-las.

Se nós mostrar a eles que nós observamos essa condição e que estamos preparados para ser seu professor, veremos que qualquer nação do mundo está preparado para ser nosso aluno. Esta é uma parte da natureza, não há nada que pode ser feito sobre isso. Esta preparação está enraizada neles, ea única coisa que está faltando é a nossa confiança e altura espiritual. Temos de subir para o nível de amor teu próximo como a ti mesmo e ensiná-la às outras nações. Ensine-os a amar em vez de ensiná-los a viver.

O mundo não precisa de mais nada – só deste conhecimento, desta capacidade de estar juntos devidamente interligados entre todos.

Mas, em vez disso, nós ensinamos aos outros como viver, entramos em seus negócios: ciências, arte, cultura, apesar de nenhum deles, essencialmente, ser o nosso negócio. É por isso que eles não gostam de nós, não nos querem, nos pressionam, perseguem. Esta é a forma como todo este sistema de forças funciona; na verdade, eles nos afastam inconscientemente: “Vá cuidar de seu negócio”.

Se desde o momento da nossa chegada a Israel, nós cuidássemos do nosso negócio, trabalhássemos para atingir o grau de “amar ao próximo” e iluminássemos a humanidade, todas as nações se tornariam nossos alunos leais. E não é tarde demais para começar.

De KabTV “Babilônia, Ontem e Hoje” 24/09/14

A Europa Está Abalada

Laitman_421_01Nas Notícias (The Wall Street Journal): “Os funcionários de governos europeus têm se “iludido” de que a crise acabou e que a zona do euro se recuperaria, disse Charles Wyplosz, professor de economia internacional do Instituto de Pós-Graduação de Geneva. …‘O que vemos agora é a revelação de que a situação na zona do euro é muito precária’, disse ele. ‘Nós estamos sentados sobre um barril de pólvora…”.

“Os críticos há muito tempo alertam que uma moeda comum sustentável requer algo mais, uma união política e fiscal que coloca a força financeira coletiva da Europa a serviço dos seus membros mais fracos”.

“A zona euro é uma grande ameaça para a economia mundial, a região, cuja participação no produto bruto mundial é a quinta parte, se move para a estagnação e deflação”, escreve a revista The Economist

“No contexto da instabilidade geral na economia mundial, os problemas internos da Europa, como a pobre demografia, mercados de trabalho problemáticos e grandes dívidas, arriscam derrubar sua economia e, com isso, criar sérios problemas para o mundo inteiro”. (Fonte: CypLive)

Meu Comentário: Você deve começar reeducando as pessoas. Apenas de acordo com seu nível de consciência da necessidade de uma verdadeira integração e unificação dos povos do continente, reside a possível solução pacífica para a crise.