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Taking Care Of BusinessPergunta: Quando o povo de Israel caiu do grau do Templo, eles se moveram como ovelhas que ficam juntas em face do perigo. Este perigo foi despertado pelo antissemitismo, que nos seguiu por toda parte. Por que foi assim?

Resposta: Isso começou quando caímos do grau do Primeiro Templo. O antissemitismo surgiu quando, tendo construído o primeiro templo, deste ponto mais alto, os filhos de Israel despencaram.

Mas isso se manifestou muito lentamente – na medida em que desciam. No começo não havia nenhuma oposição óbvia, e ainda assim, o antissemitismo já estava se manifestando durante os tempos do exílio babilônico entre o Primeiro e o Segundo Templos, na época de Nabucodonosor, a rainha Ester e Hamã.

Naquele tempo, eu diria que ele se manifestava no plano ideológico, no nível dos sacerdotes, a nível governamental, mas não no nível das pessoas comuns que ainda não entendiam essa oposição, não a viam, como podemos ver no livro de Ester.

Porém, na medida em que descemos e ficamos mais distante do princípio do “ama teu próximo como a ti mesmo”, o antissemitismo continuou a aumentar e se espalhar através das nações do mundo.

Parece que o antissemitismo é irracional em sua natureza. O povo judeu sobreviveu apesar das provações, humilhação e destruição. A tendência de assimilar não funcionou: mesmo que muitos quisessem ser como todo mundo, ainda assim não foram capazes de se tornar como os outros. Também os intelectuais nos países da diáspora eram frequentemente mais antissemitas do que as pessoas normais.

Aqui nós devemos entender que as pessoas educadas lideram o movimento antissemita, porque entendem e percebem a diferença entre as ideologias, a diferença na abordagem da vida na profundidade da realização e percepção. Eu iria inclusive mais longe falando sobre a diferença na filosofia interna do povo judeu e as outras nações.

Uma pessoa normal não pode dizer a diferença. Ela pode dizer: “Ed aí que eles são mais espertos, mas eles são mais fracos. Eles não são como nós”. Afinal de contas, há diferenças entre todas as nações e, em geral, as pessoas comuns não têm uma compreensão especial sobre estes assuntos. Mas é possível assustá-las através de insinuações contra os judeus, o que tem acontecido até mesmo em nosso tempo.

Tudo isso é muito irracional. Uma vez eu disse a uma mulher idosa na Sibéria que eu era judeu, e ela não acreditou em mim: “Os judeus têm chifres”, disse ela. E o interessante é que eu não tinha nada a dizer. Ela disse isso de uma forma tão ingênua e honesta que eu só ficava quieto. Então, se eu não tenho chifres, eu não sou um judeu.

Mas não é disso que se trata. O antissemitismo é uma consequência da descida do povo judeu do nível de sua maior conquista, o grau do “ama a teu próximo como a ti mesmo”. Se tivéssemos ficado lá em cima, ninguém teria problema conosco, não haveria nada, exceto a inveja, o bom tipo de inveja. Eles desejariam aprender conosco.

Mas assim que começamos a cair a partir deste nível, negligenciando esta altura, descendo, o antissemitismo apareceu de imediato.

Portanto, a solução é a seguinte: se nós desconsideramos a condição do “ama o teu próximo como a ti mesmo”, que devemos levar ao mundo, as pessoas começam a nos odiar conforme a nossa negligência dessa condição. Elas querem nos ver realizar este mandamento e ensiná-las.

Se nós mostrar a eles que nós observamos essa condição e que estamos preparados para ser seu professor, veremos que qualquer nação do mundo está preparado para ser nosso aluno. Esta é uma parte da natureza, não há nada que pode ser feito sobre isso. Esta preparação está enraizada neles, ea única coisa que está faltando é a nossa confiança e altura espiritual. Temos de subir para o nível de amor teu próximo como a ti mesmo e ensiná-la às outras nações. Ensine-os a amar em vez de ensiná-los a viver.

O mundo não precisa de mais nada – só deste conhecimento, desta capacidade de estar juntos devidamente interligados entre todos.

Mas, em vez disso, nós ensinamos aos outros como viver, entramos em seus negócios: ciências, arte, cultura, apesar de nenhum deles, essencialmente, ser o nosso negócio. É por isso que eles não gostam de nós, não nos querem, nos pressionam, perseguem. Esta é a forma como todo este sistema de forças funciona; na verdade, eles nos afastam inconscientemente: “Vá cuidar de seu negócio”.

Se desde o momento da nossa chegada a Israel, nós cuidássemos do nosso negócio, trabalhássemos para atingir o grau de “amar ao próximo” e iluminássemos a humanidade, todas as nações se tornariam nossos alunos leais. E não é tarde demais para começar.

De KabTV “Babilônia, Ontem e Hoje” 24/09/14