Coisas Predatórias Do Século

Dr. Michael LaitmanOpinião (de Psyfactor): “Os profetas do Antigo Testamento chamavam aquelas pessoas que adoravam objetos e coisas que faziam com as próprias mãos de ‘idólatras’. Seus ‘deuses’ eram coisas feitas de madeira ou pedra”.

“‘O significado de idolatria está em tranferir todos os sentimentos, a força do amor e o poder do pensamento a objetos externos. As pessoas contemporâneas são idólatras. Nós percebemos a nós mesmos apenas através de coisas que possuímos’”. (Eric Fromm)

“O mundo das coisas continua a crescer. O ser humano torna-se menor ao lado de tantos objetos. As pessoas contemporâneas definem a sua existência, anunciando: ‘Eu compro, logo existo’. Sendo uma ‘coisa’, nós confirmamos que estamos vivos apenas porque nos comunicamos com outros objetos”.

“Custos de casas, móveis, carros, roupas, relógios, computadores, aparelhos de TV são a base para o status social de um indivíduo. Quando as pessoas perdem uma parte de seus pertences, é como se perdessem parte de si mesmas. Quando elas perdem tudo o que têm, estão totalmente perdidas”.

“Durante as crises econômicas, aqueles que perdem parte significativa de sua propriedade cometem suicídio; eles pulam das janelas dos arranha-céus. Sua riqueza era de fato um substituto para a sua personalidade. Cometer suicídio como resultado da falência financeira em tal sistema de valores culturais é muito lógico. Os atos suicidas significar a falência de uma personalidade, de uma individualidade”.

“Anteriormente, as pessoas também se associavam com as coisas, mas nunca antes objetos inanimados ocuparam um ranking elevado no sistema de reconhecimento social, como nas últimas décadas, quando o consumo se transformou em meio de avaliação do estado de um indivíduo”.

“O programa de educação daqueles que subordinam suas vidas ao trabalho começou; uma nova fase foi lançada – o estágio de transformar as pessoas em “consumidores”. A economia precisava não só de trabalhadores disciplinados; clientes bons e disciplinados que conrtiuanavam comprando novos bens na medida em que eles apareciam no mercado eram extremamente essenciais”.

“A publicidade do comportamento do consumidor foi concebida para se livrar das tradições seculares de comprar apenas necessárias coisas. A propaganda de uma nova ideologia fez as pessoas pensarem que a felicidade era sobre um processo de compra sem parar de coisas novas”.

“Os consumidores ficam certos de que são os únicos que fazem uma escolha se devem ou não comprar determinados produtos. No entanto, os gastos com publicidade frequentemente atingem mais de 50% do custo das mercadorias vendidas. Esse fato fala por si só: os números mostram o quanto de energia e talento contribuiu para o processo de convencencimento dos consumidores a continuar comprando”.

Meu Comentário: Neste momento, nós podemos avaliar e compreender estágios anteriores de desenvolvimento, na medida em que nos afastamos do atual modelo de consumo da sociedade. Isso está acontecendo não porque nos tornamos internamente mais ricos e, assim, não precisamos de quaisquer sinais externos para demonstrar a nossa importância. Em vez disso, o desejo que requer um novo tipo de satisfação, uma realização do propósito de nossa existência, evolui constantemente em nós.

Embora afetações em palcos e telas nos empurrem para trás, o envolvimento contínuo de nossa aspiração em revelar a essência da vida é inevitável. Ele acabará por nos levar ao reconhecimento da sabedoria da Cabalá.

Referências:

Coisas Predatórias do Século, uma história de ficcção científica dos escritores soviéticos Arkady e Boris Strugatsky, escrita em 1964 e publicada na União Soviética em 1965, e depois de uma longa pausa em 1980. O livro tem uma epígrafe: “Há apenas um problema – o primeiro e único no mundo – para retornar as pessoas à espiritualidade, a ajuda espiritual `mútua”.

Erich Fromm Zeligmann (23 de março de 1900, Frankfurt on Main – 18 de março de 1980, Locarno), sociólogo alemão, filósofo, psicólogo social, psicanalista, representante da Escola de Frankfurt, um dos fundadores do neo-freudismo e freydo-Marksizmo.

Erich Fromm nasceu numa família de judeus ortodoxos. Sua mãe, Rose Fromm, nee Krause, era filha de um rabino que emigrou da Rússia. O pai, Erich Fromm Naftali, também era filho e neto de rabinos, e ao se ocupar do comércio, preservou e manteve a família nas tradições religiosas ortodoxas.