A Verdadeira Oração

laitman_943Baal HaSulam, Fruto do Sábio, Artigo “A Hora Errada de Reunir o Rebanho”: É proibido separar-se da sociedade e pedir para si mesmo, até mesmo para agradar ao Criador.

A pessoa deve se dirigir ao Criador com os pensamentos mais puros e desejos ideais que não sejam para o seu próprio benefício, mas para o benefício dos outros, ou em prol Dele. Porém, se ela ora ao Criador para si, sozinha, a oração não vai subir a Ele. Em vez disso, ela vai ficar com a pessoa que ora.

Nós podemos continuar a gritar por mil anos, mas isso não vai nos ajudar. O sistema espiritual não ouve pedidos solitários. Uma única pessoa é incapaz de elevar o desejo de estar conectada com outros, o desejo que provoca a correção do Alto. Esse pedido tem que ser elevado em conjunto com outros desejos semelhantes, como parte de um desejo comum de se unir. Então, a Luz que preenchia esses desejos antes da quebra, quando todos os desejos eram um todo, desce automaticamente.

Orar por toda a sociedade é o único tipo possível de oração. Aqueles que estão afastados de seu entorno, bem como aqueles que oram apenas para si, danificam e destroem suas almas. A Luz não vai responder a tal apelo. É dito: O Criador diz a todos os homens orgulhosos: “Nós não podemos habitar na mesma morada, você e eu”.

É impossível sair do seu próprio entorno se a pessoa não usa as vestimentas do orgulho. A sua separação do grupo implica automaticamente que a pessoa se torna mais egoísta. O desprendimento do grupo é resultado de vários “movimentos” espirituais, não físicos. Não importa quão justificada a sua separação pareça, ela sempre é um resultado do seu orgulho, malícia e egoísmo aumentado.

Orar sozinho faz com que a pessoa involuntariamente abandone a sua comunidade, arruinando sua alma, a aspiração ao Criador. A sensação de que a alma está inserida numa comunidade corrigida, em cada dos nossos amigos, não como uma parte distinta, mas como um elemento inseparável de todo o sistema, significa a correção completa do corpo (o desejo geral).

A categoria “nós” se torna a única que realmente existe. A sensação de “eu-idade” (“I-ness”, em inglês) desaparece, uma vez que ela nos é dada apenas para nos fazer entender que estamos fora da escada espiritual.

“Eu-idade” só existe neste mundo. O menor grau espiritual, assim como todos os outros 125 passos espirituais, baseia-se unicamente em “nós” e a sensação de “nós” se torna maior a novo cada passo. O “eu” desaparece no nível deste mundo que é chamado de mundo imaginário, uma vez que existe apenas em nossos desejos quebrados.

A espiritualidade é sentida apenas no “nós”. Esta noção inclui eu, você, ele e outros amigos conectados juntos. É um nível espiritual bem fraco do mundo de Assia onde esclarecimentos e quebras ainda ocorrem. O mundo de Yetzirah não é nada disso. Lá, no mundo de Yetzirah, tudo está verdadeiramente conectado num todo. O mundo de Beria é um elo preparatório para alcançar uma correção completa no mundo de Atzilut.

Isso explica por que nunca devemos esquecer que a espiritualidade só pode ser sentida por meio da conexão entre nós. É dito que o mínimo Kli (vaso) é constituído por dois. Dez pessoas constituem uma estrutura ideal. Isto é afirmado no Zohar e em artigos do Rabash.

Por milhares de anos, a humanidade não teve tais condições maravilhosas! Nós temos que tirar proveito do nosso estágio de desenvolvimento e implantar a transição do “eu” para “nós” da forma mais eficiente possível.

Da Convenção em São Petersburgo 20/09/14, Lição 4