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Provar Uma Gota De Luz E Morrer

Dr. Michael LaitmanO Midrash, “Após a Morte”, “A Obra Santa em Yom Kippur“: Na época do Segundo Templo, a maioria dos sumos sacerdotes morria dentro de um ano após o Yom Kippur.

Para ser digno de entrar no Santo dos Santos, o sumo sacerdote tinha que se purificar primeiro, desprendendo-se de todos os desejos corporais.

A maioria dos sumos sacerdotes que serviam no Templo comprava a sua posição por suborno. Eles nunca poderiam atingir o nível espiritual necessário para entrar no Santo dos Santos, e por isso o encontro com a revelação divina que ocorria lá era mortal para eles.

A descida que ocorreu durante a época do Segundo Templo é o que chamamos de quebra dos vasos.

A presença da Luz Superior, do atributo de amor e doação, entrou em contato com o atributo egoísta de recepção para si mesmo (embora não possa haver qualquer contato) e a destruição ocorreu. A Luz desapareceu, e o desejo que queria a Luz, a queria egoisticamente (mesmo inconscientemente), não podia enfrentá-la e o sumo sacerdote iria morrer. Eles costumavam puxá-lo para fora do Santo dos Santos com uma corda que era amarrada em seu pé, pois os outros eram proibidos de entrar no Santo dos Santos.

Mas ele não se importava, desde que pudesse provar a doçura por um momento. Uma pessoa não pode resistir ao prazer da Luz, pois sem ela a vida não vale nada! Ela abre a boca e recebe a gota de veneno, que é, de fato, uma gota de Luz. Mas para ela, que é egoísta, é uma gota de veneno e ela morre.

Isso também acontece conosco em nosso mundo, quando uma pessoa sacrifica sua vida por uma gota de prazer. Mesmo se ela morre, ela só quer sentir o prazer. É assim que somos feitos, com um coração e um cérebro, prazer e uma mente. Se o prazer é maior do que a mente, a mente não funciona e a pessoa simplesmente perde sua sanidade.

Portanto, o sumo sacerdote não podia se conter de atingir o prazer e então morria. Se ele tivesse comprado a sua posição com dinheiro e não alcançasse pelo seu próprio esforço, isso significa que ele não tinha um Masach (tela), o instrumento para receber a Luz a fim de doar. Se ele mesmo tivesse se esforçado em vez de pagar por sua posição, ele teria realizado o seu trabalho espiritual e teria ascendido a esse nível e se conectado com a Luz Superior.

Agora, após a destruição do Segundo Templo, quando caímos até o nosso mundo, só pode haver um caminho ascendente. Se você não é digno de subir ao próximo nível, você não vai alcançá-lo.

No entanto, durante o tempo do Primeiro e Segundo Templos, era possível para uma pessoa tocar na Luz, já que a descida ocorreu de cima para baixo. No nosso caso, por outro lado, durante a subida de baixo para cima, é proibido subir para o nível superior, a menos que nós estejamos prontos para isso.

Portanto, hoje a sabedoria da Cabalá pode ser revelada a todos. De qualquer forma, as pessoas não sabem nada até que atinjam a realização espiritual.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/03/14

Eu Sou Meu Próprio Computador

Laitman_043O Midrash, “Acharei Mot“, “Após a Morte”: Na noite antes do Yom Kippur (Dia do Perdão), se o Sumo Sacerdote fosse um sábio, ele iria se expor, e se não, os discípulos dos sábios iriam se expor diante dele. Se ele estivesse familiarizado com a leitura da Sagrada Escritura, ele iria ler; se não, eles iriam ler diante dele. Eles iriam ler diante dele dos livros de Jó e Esdras, e Crônicas. Zacarias ben Kebutal disse: Muitas vezes eu li diante dele do Livro de Daniel. Quando o Sumo Sacerdote parecia estar prestes a cair no sono, os jovens sacerdotes estalavam os dedos médios diante dele e diziam-lhe: “Meu senhor Sumo Sacerdote, levante-se e afaste o sono para longe, caminhando no pavimento”. Eles o desviariam até que chegasse a hora do abate da oferenda matinal diária. [Mishná Yoma I.1-7]

Trata-se dos desejos pessoais de uma pessoa que constantemente devem ser despertados, visto que seu atributo comum, o estado do Sumo Sacerdote (Grande Cohen), depende da conexão correta entre eles num único sistema.

Quando eles atingem isso, seu atributo coletivo chamado Sumo Sacerdote está pronto para uma nova ação, e o estado espiritual chamado de manhã aparece. Nós já falamos sobre o fato de que há um estado externo de uma pessoa e seu estado interno (o Santo dos Santos), que ela constrói de seus desejos.

Isto significa que todos esses volumes que são aparentemente partes internas de uma pessoa – a própria pessoa, seus trajes externos, seu ambiente – são todos os nossos desejos que se reúnem numa determinada maneira e compõem a imagem que é descrita no Midrash Raba: o Templo, os sacerdotes (Cohanim) que ajudam o Sumo Sacerdote, o Santo dos Santos, os garfos e colheres, suas roupas, a entrada do Sumo Sacerdote (Grande Cohen) no Santo dos Santos, seu trabalho no Templo e todo o repouso.

Tudo isso é a coleção de atributos de uma pessoa numa imagem como essa.

No entanto, não estamos falando da imagem que os Cabalistas descrevem para nós, mas do que devemos fazer internamente para que esta imagem seja criada em nós. É como um computador e sua tela, por exemplo, em que eu vejo a imagem externa.

Neste caso, eu sou o computador. Eu preciso descobrir quais atributos devem estar em mim, quais conexões, para que eu possa criar dentro de mim uma imagem como a da tela do computador. Eles vão ser os meus atributos e não uma exibição de atributos estranhos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/03/14

A Ocultação Simples E A Ocultação Dupla Do Bem

laitman_527_03Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 46: O versículo diz (Deuteronômio 31:17-18), “Assim se acenderá a Minha ira naquele dia contra ele, e desampará-lo-ei, e esconderei o Meu rosto dele, para que seja devorado; e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: ‘Não me alcançaram estes males, porque o meu Deus não está no meio de mim?’ E esconderei o Meu rosto…”

Os problemas ocultam o Criador, a fonte, de uma pessoa, o que significa que o Criador está oculto dela. É assim que o desejo de receber é feito. Quanto mais problemas ela sente e quanto mais ela sofre, menos ela sente o Criador, até que Ele não é mais visível. Afinal, o Criador é a fonte de bondade, e os problemas ocultam o Criador de uma pessoa.

Quando você considerar essas palavras, vai achar que no começo se diz: “Assim se acenderá a Minha ira… …e esconderei o Meu rosto“, ou seja, uma ocultação. Depois disso, se diz, “tantos males e angústias o alcançarão… …E esconderei o Meu rosto…”, ou seja, ocultação dupla. Nós devemos entender o que é “ocultação dupla”.

Esta é uma observação muito sutil: a de que uma pessoa sente primeiro uma ocultação simples e só depois atinge a ocultação dupla. Se eu não tenho o reconhecimento ou sentimento do Criador, eu não posso dizer que Ele está oculto. Portanto, primeiro há uma ocultação simples, e só então, quando mais entendimentos e problemas se acumulam, eu posso chegar à ocultação dupla.

No entanto, o Criador também não desaparece na ocultação dupla. O Criador só desaparece quando você vive em sentir o corpo físico. No entanto, se eu sou um ser humano, Adão, o que significa que me assemelho ao Criador de alguma forma, eu estou sempre num estado de ocultação, seja simples ou dupla. A diferença entre elas é a quantidade de mal que eu sinto quando desenvolvo minha sensibilidade para com o Criador.

Assim, o nível de mal que me é revelado determina se eu estou numa ocultação simples ou dupla. Isso se refere a uma pessoa que entende quem é o Criador, o bom que faz o bem.

A bondade do Criador não está em preencher com prazer meus desejos de receber, mas em me levar à meta da criação e me ensinar corretamente. Por isso, eu estou pronto para as aflições sempre que avanço nos vasos de doação, de modo que vou me assemelhar a Ele e aceitar todo o processo.

Eu estou cada vez mais aderido ao Criador, o que significa que Ele se torna o bom e benevolente. Sua bondade é revelada na equivalência da minha ideologia à ideologia Dele: a ideia, a meta e os meios de alcançá-la. Eu determino que Ele é o bom que faz o bem como resultado do que Ele me ensina a cada momento em todos os sentidos.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/08/14, Escritos do Baal HaSulam

Descarte Esta Lâmpada!

laitman_424_02Se uma pessoa não tem nenhuma conexão com o Criador, isso não é chamado de ocultação. Ocultação significa que eu conheço as qualidades e caráter do Criador, talvez não cem por cento, mas num grau particular. E sei que isso está agora oculto de mim.

Suponha que eu sei que o meu amigo está na mesma sala como eu e posso reconhecê-lo pelas suas características particulares; por isso eu digo que ele está oculto (escondido) agora. Isto significa que a ocultação é uma espécie de revelação. Isso é porque eu sei que é especificamente ele que está oculto. Não é que eu tenha uma total falta de conhecimento e desprendimento.

A ocultação é um tipo de realização. É semelhante a um especialista que verifica todos os componentes. De repente, ele descobre que há uma falta de informação em algum lugar que ainda precisa ser descoberta. Algumas facetas singulares do fenômeno permanecem ocultas. Mas tudo é revelado a ele.

Não pode haver ocultação sem que haja revelação. Se você não reconhece um amigo, não reconhece o seu rosto, sua voz, como você pode dizer que ele está escondido? Quando você diz que alguém está escondido, isso significa que você sabe quem ele é. Isto é muito importante. Em outras palavras, a ocultação é uma parte inseparável da revelação e algo essencial para a descoberta.

Através da ocultação eu desperto para o que eu preciso descobrir, através de que meios, exatamente o que está oculto de mim e por quê. Em outras palavras eu desenvolvo Kelim em mim para uma descoberta súbita. Quando eu projeto e acumulo dentro de mim a deficiência certa, então, vem a descoberta.

Portanto, eu vejo que esta ocultação estava em mim; ao sentir essa ocultação, o Criador me desperta para descobri-Lo. Eu não preciso acender uma lâmpada numa sala para ver o amigo. Eu só preciso descobrir meus Kelim internos, e então eu o sinto num nível mais interno e profundo do que se acendesse a luz e simplesmente visse.

O Criador realmente me desperta através da ocultação. Desta forma, Ele me diz: “Anseie por Mim um pouco mais forte, descubra um desejo ainda maior por mim, então você vai Me sentir! Descarte a lâmpada e a luz que vem dela, comece a Me sentir dentro, o meu desejo, o meu coração. Nós não precisamos da luz anterior, em vez disso, nós teremos uma nova Luz do sentimento mútuo entre nós”.

Agora você entende o que o Criador está tentando atingir através da ocultação? Ele desperta um estrato de sentimentos mais internos em você.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/08/14, Escritos do Baal HaSulam

Uma Coleção De Atributos Corrigidos

Laitman_509“Midrash Sefer”, “Acharei Mot” (Após a Morte): “Na época do Segundo Templo a mesma visão triste se repetia todos os anos na véspera do Yom Kippur (Dia do Perdão). Antes de saírem, os sábios gritavam: “Admirável sumo sacerdote, somos os mensageiros da Suprema Corte, e você é o nosso representante e Dele. Nós pedimos que você, aquele que vive nesta casa, não altere a ordem do procedimento que o ensinamos de forma alguma!”

Os desejos particulares de uma pessoa estão prontos para se reunir e apresentar sua soma, seu desejo coletivo, como um desejo de unidade com o Criador.

A entrada do desejo coletivo geral para um lugar chamado Santo dos Santos em um estado chamado de Sumo Cohen (Sacerdote) ocorre em Yom Kippur (Dia do Perdão).

Quando uma pessoa inclui todos os três destes estados, que se correlacionam com o conceito espiritual de mundo, ano, e alma (Olam, Shanah e Nefesh), a reunião completa de todos os desejos corrigidos ocorre, bem como o contato com o Criador: a revelação do Criador à pessoa. Este é o estado que cada um de nós deve atingir.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/03/14

Exílio: À Beira Da Luz E Da Escuridão, Parte 2

Laitman_115_04Pergunta: O que significa “partida” da Babilônia e a construção do Segundo Templo?

Resposta: Essas noções representam a construção de pontes positivas entre as duas tribos remanescentes de acordo com o princípio “não faça aos outros o que não deseja para si mesmo”. É um nível espiritual que existia há centenas de anos até que entrou em colapso.

Pergunta: Em outras palavras, a mensagem de Abraão nos guia para cima, mas o caminho que buscamos é cheio de “solavancos”, que muitas vezes nos levam para baixo. Isso é verdade?

Resposta: O caminho não é fácil. Depois da ascensão espiritual inicial, eles caíram para o Egito. De lá, eles subiram para o nível do Primeiro Templo, e depois caíram para a Babilônia. Depois, eles subiram ligeiramente ao nível do Segundo Templo, e depois desceram até a destruição interna. Em outras palavras, eles inclusive perderam o nível de “não faça aos outros o que não deseja para si mesmo”. Eles simplesmente não foram capazes de continuar a implementar este princípio por mais tempo, já que seu egoísmo crescente quebrou os restos de seu amor anterior.

Assim, no início do primeiro século de nossa era, o amor desapareceu completamente.

Comentário: Eles até começaram a brigar e se matar.

Resposta: Essas coisas começaram na época do Primeiro Templo. Depois que ele entrou em colapso, diversos segmentos, tais como capitães, comerciantes, autoridades, administradores, etc., surgiram entre o povo. Eles exibiram enorme egoísmo, apesar de estarem em níveis elevados.

É muito diferente de construir relacionamentos em níveis mais baixos, como em pequenas aldeias ou entre aqueles que possuem uma vaca ou uma ovelha ou um cavalo. Para sobreviver, eles tiveram que emprestar o seu gado um para o outro.

No entanto, quando você e eu temos bilhões, e os outros também têm tanto quanto nós, guerras e batalhas são inevitáveis. Cada um possui seu próprio exército e se agarra firme a seus interesses. É por isso que os problemas surgem.

Pergunta: Portanto, cair do nível espiritual nos leva profundamente à manifestação do mal. É isso mesmo?

Resposta: Sim, é verdade. Por outro lado, é um fenómeno natural. Esses problemas acontecem em todos os países que estão passando pela fase de declínio. O mundo moderno enfrenta a mesma ameaça: russos, europeus e americanos ricos em breve criarão seus próprios exércitos e lutarão uns contra os outros.

Para os judeus, esses períodos geralmente acabam muito mal, já que na época do colapso espiritual, os conquistadores aparecem e destroem os templos.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 03/09/14

O Segredo Essencial Dos Judeus, Parte 59

Do livro, O Segredo Essencial dos Judeus, M. Brushtein

Os Postulados da Teoria Integral

Nós mesmos complicamos nossa vida, a privamos de confiança, trazemos medo e limitações a ela.

Para que a vida surja, deve haver uma incrível coincidência de circunstâncias únicas.

O programa interno nos força a desenvolver e nos obriga a aprender sobre o mundo circundante.

O ser humano vai enfrentar o estágio de negação de sua natureza.

“Qual é o sentido da vida?” – É a pergunta que diz respeito às pessoas hoje.

Uma Bênção Em Vez De Julgamento

Dr. Michael LaitmanWeisman, “Midrash Sefer“, “Depois da morte”, “Trabalho Santo no Yom Kippur“: Para o Yom Kippur você deve preparar a pessoa com antecedência, que deve levar o bode que é destinado a Azazel para o deserto, e joga-o de um penhasco lá. O Criador prometeu que, por este santo trabalho, os pecados de toda a congregação de Israel seriam perdoados.

A pessoa que levou o bode para o deserto, normalmente morre até o final do ano e por isso esta missão foi dada a pessoa que estava condenada a morrer naquele ano…

O sumo sacerdote não podia deixar o pátio interior até então, e continuar o trabalho santo até que o bode estivesse no deserto…

Naqueles dias em que a nação judaica era uma nação de justos, eles sabiam sobre a chegada do bode ao deserto quando a corda vermelha que amarrada ao Santo dos Santos ficava branca.

Uma pessoa que é a mensageira de toda a congregação, ou seja, de todos os seus desejos, descobre dentro de si esses desejos que não podem ser corrigidos e os mata.

Ela joga o bode (seus desejos não corrigidos) do penhasco, de acordo com seus sentimentos, de acordo com suas avaliações, e de acordo com sua escala, e morre, uma vez que não pode corrigi-los e, assim, sobe ainda mais alto.

Tais atributos chamados de animal em nós são escolhidos em cada um de nós. A pessoa não corrigida e o bode não corrigido podem se complementar. O estado do animal em nós é assim corrigido quando o jogamos do penhasco e quebramos esses desejos.

Graças a este estado, o ser humano em nós morre. A parte não corrigida em nós tem que morrer durante esse ano. Sua morte é o que é bom para nós, a nossa recompensa. Quando o estado chamado animal em nós morre, nós ascendemos. Esta é uma grande alegria, uma sensação de liberdade e correção de tais desejos egoístas, que não podíamos nos livrar antes.

É dito que eles sabiam sobre a chegada do bode ao deserto quando a corda vermelha amarrada ao Santo dos Santos ficava branca. Isso significa que agora todos os atributos de Din (julgamento) se transformam em atributos de Hesed (Misericórdia), o que significa que os pecados da nação são perdoados e ela é libertada dos desejos não corrigidos.

É porque toda a nação envia o bode ao deserto e, assim, todos os seus desejos no nível animal são jogados fora e quebrados. Assim, em vez do julgamento do Senhor, a nação recebe a bênção do Senhor.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/03/14