O Segredo Das Dez Tribos, Parte 3

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é o “Egito”? É um país ou um determinado conceito ou estado?

Resposta: Nem a geografia ou a história importam aqui.

O grupo que saiu da Babilônia uniu-se na linha direita (“Abraão”), na linha esquerda (“Isaac”) e na linha média (“Jacó”), e chegou a unidade total com o nome de “José”. Ele também é chamado de “José, o Justo”, “o Justo, a fundação do mundo”. A “fundação” (Yesod) é o que conecta todos, parte da estrutura espiritual em geral, a sua unidade interna.

Agora, na medida em que eles estão unidos, nós podemos falar sobre como elevá-los ao próximo nível. Mas, para isso, eles precisavam receber um enorme ego que governasse entre eles para que eles subissem sobre ele.

Isso significa que, no início, este enorme egoísmo tem que puxá-los para dentro. Ele os puxa e eles começam a sentir o desenvolvimento egoísta dentro de si e se tornam conscientes de que é possível avançar ao objetivo com a sua ajuda. Isso é chamado de: “sete anos de saciedade no Egito”, isto é, o egoísmo da “saciedade” está se desenvolvendo neles e não interfere com eles.

Em seguida, surgem “os sete anos improdutivos”, quando seu egoísmo começa a se manifestar como mal. Então, o mau Faraó se levanta no Egito e age contra eles, isto é, tenta dividi-los. Eles lutam contra essa divisão até o ponto em que Moisés mata o egípcio, que está localizado entre os judeus, que lhes ordenou.

Ou seja, existe tal tensão, tais mudanças na sociedade, que eles têm que fazer algo sobre isso, de tal forma que têm que simplesmente fugir deste estado, sair dele, porque não serão capazes de existir nele.

Eles não concordam em viver neste egoísmo, mas se permanecerem nele, o mau Faraó vai imediatamente aparecer como bom. Ele lhes sugere: “Por que vocês estão criando problemas? Por que vocês estão fazendo barulho? Fiquem, vivam tranquilamente, cuidem de sua vida, e vocês vão ficar bem”. Em outras palavras, não toquem a ideologia e tudo vai ficar bem. Isso é comum a todos os governantes do mundo: “Deixem a ideologia para mim, e eu vou lhes fornecer tudo o que vocês precisam”.

Os judeus, claro, não concordaram com isso. Moisés começa a “aquecê-los”. “Nós precisamos sair daqui; caso contrário, permaneceremos como ‘animais’ neste Egito. A fim de se elevar ao nível de ‘Ser Humano’, para revelar o Criador, nós precisamos fugir do poder deste egoísmo que existe entre nós, o poder do Faraó … ‘Fugir do Egito’ significa subir sobre o próprio egoísmo internamente. Para fazer isso, nós temos que nos conectar ainda mais. Mas não podemos nos unir mais, a menos que rompamos com isso…”.

Consequentemente, a ação desejada é subir sobre o egoísmo com a ajuda de uma força especial, unir-se com o outro, e então, gradualmente, corrigir esse egoísmo, que está abaixo. Isto é o que eles fazem; eles sobem sobre o seu egoísmo e se unem. Isso é chamado de “no pé do Monte Sinai”. Então, unidos e recebendo a força da unidade que é chamada de “Torá”, eles gradualmente corrigem esse egoísmo por quarenta anos.

Em outras palavras, eles começam a corrigir o Faraó que existe entre eles. No início, eles o neutralizam para que ele não estrague qualquer relação entre eles, não os perturbe. Assim, eles se tornam unidos numa única força.

O próximo passo à frente é chamado de “entrar na terra de Israel”, quando eles começam a aplicar este egoísmo do Faraó para se conectar ainda mais com o outro. Ou seja, eles começam a “estimulá-lo”, a despertá-la em si, a revela-lo.

Primeiro, eles o deixaram em paz, trabalharam nele, elevaram-se sobre ele, todo o tempo contraindo e “cobrindo-o”. Isso é chamado de “os quarenta anos de peregrinação no deserto”. E depois há a entrada para a terra de Israel quando eles revelam esse egoísmo, o próprio Faraó, e começam a “convertê-lo” em altruísmo.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 27/08/14