No Ponto De Equilíbrio Entre Duas Forças

Dr. Michael LaitmanInicialmente, há apenas uma força da natureza que criou, gerencia e determina tudo. Ela não é nem positiva nem negativa. É simplesmente um atributo.

Nós só podemos sentir esta força pelos seus aspectos opostos, porque não sentimos nada sob a forma de um fenômeno, um valor. O termo “valor” significa que ela inclui dois parâmetros: a base e a dimensão, um (o que ela é e o que ela quer).

Nossos sentimentos são sempre feitos de dois atributos opostos baseados em diferentes contrastes: preto e branco, silêncio e ruído, etc. Isto significa que como seres criados nós sentimos a nós mesmos somente se há duas forças opostas dentro de nós.

O Criador é uma força única que quer nos criar e nos levar para o estado superior, mas para existir e ser capaz de alcançar todos os estados temos que ser feitos de três forças:

•A força negativa que nos diferencia do Criador; o ego, sem o qual não pode haver um ser criado.

•A força positiva que pode equilibrar o nosso ego.

•A força intermediária que é criada e revelada entre elas como resultado do equilíbrio correto entre as duas forças, ou seja, o melhor uso do ego na sua forma correta, na forma de doação e amor. Este é o resultado, porque a terceira linha, a linha média, é o homem.

Para equilibrar o ego que recebemos do Criador, nós precisamos avaliá-lo como mal e perceber que ele nos foi dado de cima e para equilibrá-lo, a fim de fazer algo que se assemelhe ao Criador a partir dele. Assim, todo o nosso trabalho se resume a um pedido, uma demanda, uma ação que atrai a força positiva que pode equilibrar a força negativa.

Nós temos que avaliar o ego como uma força negativa que está dentro de nós, e o atributo de amor e doação (atruímo) como a força positiva que é externa a nós. Ela é o atributo do Criador e, portanto, sustenta toda a criação. Nós devemos querer equilibrar estas duas forças dentro de nós, usando o ego em seu estado de equilíbrio com a linha direita, tanto quanto pudermos.

Tudo isso pode ser cumprido apenas sob a influência do exemplo que o ambiente define para nós, porque uma pessoa nunca sentirá o desejo de trabalhar contra a sua própria natureza, contra seu ego. Ela sempre evitará isso e irá encontrar todos os meios para não anular o seu ego.

Equilibrar o ego através da doação significa usá-lo num estado zero, apenas para existir numa forma mínima ou restringindo o uso do ego e, assim, permitindo que ele seja usado corretamente, equilibrando-o com a linha direita. Mas tudo isso é apenas na medida em que a pessoa pode trabalhar com o ambiente.

O mundo todo (a natureza inanimada, vegetal, animal e o homem), a condição que sentimos que existimos, nos é dado para que possamos usar o ambiente corretamente e desejar adquirir a força positiva que equilibra a força negativa.

Portanto, o mundo inteiro é a revelação do ego sobre o fundo branco da Luz, e o ego deve nos levar gradualmente a um estado em que vamos começar a sentir que este estado é insuportável. Ou ele vai se desenvolver sob a influência do ego crescente e trazer sofrimentos que irão nos forçar a procurar uma maneira de lidar com o ego.

Nós devemos desenvolver a correta força positiva dentro de nós e, através disso, sentir mesmo o menor ego dentro de nós como mal. Isso será suficiente para equilibrar, neutralizar e usá-lo corretamente.

De qualquer forma, o curso natural de nossa evolução, que é constante e não pode ser alterado ou afetado de nenhuma forma, significa que o ego está crescendo constantemente em nós e na natureza inanimada, vegetal e animal, mas em menor grau. A única coisa que podemos fazer é sentir que o ego é ruim o mais rápido possível e, assim, atrair a Luz que o equilibra e corrige.

Da Convenção em Sochi 25/08/14, Lição 2