Uma Bússola Que Ninguém Precisa

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nossa vida é uma cadeia contínua de eventos, encontros e situações, uma série de perguntas que exigem respostas. Um sentimento especial que poderia nos permitir dizer a diferença entre o bem e o mal, entre o que é benéfico e o que é prejudicial, seria muito útil, para evitar o nosso tropeço e certificar que avançamos na direção certa.

Nós certamente ensinaríamos essa habilidade para as crianças, porque se elas pudessem dizer a diferença entre o bem e o mal, elas não iriam sair da pista e poderiam cumprir a sua vida de forma eficiente.

Boas intenções muitas vezes nos levam a ter problemas, e às vezes uma pessoa paga por um erro que faz com o seu sucesso, e por vezes o seu erro pode ajudá-la de alguma forma. No entanto, nós não precisamos de erros; nós precisamos de um método que nos permitia continuar avançando constantemente na direção certa.

Como podemos criar tal bússola que indique a direção certa em cada situação? Como podemos entender o que é bom e sempre aspirar por isso?

Resposta: Na verdade, no início, eu nem sei o que é bom e o que é ruim. A criança quer muitas coisas, mas ela só recebe algumas delas de seus pais. Às vezes, eles lhe dizem: “Não, isso não é bom para você. Isso vai prejudicá-la”. Esta é a forma como ela aprende o que é ruim.

Além disso, ela aprende o que é bom, embora muitas vezes possa não gostar do que é bom. “Seja um bom menino, ouça e aprenda, e ajude”. Às vezes, o verdadeiro termo , “um bom menino”, impede a que se destina.

Por isso, no final, nós devemos distinguir entre o que é bom e o que é ruim. Por alguma razão, estes termos não são absolutos. Em nosso mundo, não há rótulos universais que indiquem a variedade de tons entre esses dois opostos, e por isso tudo depende da educação.

Em diferentes sociedades, nações e culturas, há geralmente convenções aceitas do que é bom e o que é ruim. Mas, ao mesmo tempo, ainda há disputas em todas as nações do que é bom. Por fim, só há definições vagas que se prestam a muitas interpretações.

Por outro lado, no momento em que a pessoa aprova algo e decide que algo é bom, é muito difícil convencê-la e explicar-lhe que o bem é uma coisa totalmente diferente.

Estes critérios dependem de nossos atributos inatos, de nossos pais, da educação, dos nossos amigos, e assim por diante. É sempre doloroso mudar nossos valores e a nossa percepção sobre o que é bom e ruim.

Portanto, nós precisamos de critérios que estejam acima de todas as convenções e dúvidas, critérios que são independentes da plataforma política, situação econômica, condição social, e assim por diante. Nós precisamos de uma percepção do que é bom e ruim que está acima da humanidade, acima de qualquer dúvida. Só então, se eu ouço, vejo e entendo que é assim, eu posso adaptar a minha vida e as minhas ações a essa percepção.

Acontece que o axioma sobre o que é bom e ruim para a humanidade deve ser escrito no Céu, e, então, nesse sentido, vamos começar a esclarecer a forma de distinguir entre o bem e o mal em diferentes variações e aspectos. Quando há uma grande diferença, nós podemos resolver facilmente o problema, uma vez que todos nós podemos ver o contraste.

No entanto, quando se trata de pontos delicados que nem todos podem ver, nós temos que educar as pessoas e ensiná-las a sentir o que é bom e o que é ruim. Assim, elas vão ser capazes de distinguir entre os tons e nuances, e encontrar as soluções certas.

Todo mundo pode desenvolver o talento para fazer isso. A árvore do conhecimento simboliza essa capacidade. Na verdade, esta árvore abrange o mundo inteiro e toda a nossa vida.

Pergunta: Onde podemos adquirir esse talento?

Resposta: Quem realmente precisa disso? Quem reconhece a necessidade disso?

A menos que a humanidade, como um burro teimoso, bata a cabeça contra uma parede e perceba que não há para onde avançar, e que a escuridão está chegando, ela não vai ouvir e aproveitar a oportunidade de desenvolver o sentido do bem e do mal.

De KabTV “Uma Nova Vida” 10/04/14