O Caminho Para A Paz

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós em Israel queremos tanto a paz e ela não vem. O que é a paz em geral? E como nós vamos trazer a paz para Israel?

Resposta: Em primeiro lugar, paz (Shalom) é a totalidade (Shlemut). E plenitude para Israel sempre foi a conclusão interior (Hashlama).

O patriarca Abraão tirou seus apoiadores da Babilônia e pediu que eles fossem um “povo”, o que significa um grupo de pessoas que vive de acordo com as leis da qualidade da misericórdia em amor mútuo e unidade. Cerca de 5.000 pessoas o seguiram, de acordo com Maimônides. Um pequeno grupo de babilônios foram atraídos para a doação cerca de 3.500 anos atrás.

Abraão lhes ensinou como eles precisavam se conectar entre si. Depois disso, Isaac e Jacó continuaram nesta missão, e, finalmente, os nossos antepassados ​​se tornaram verdadeiramente uma nação. Isso aconteceu porque eles realmente tomaram sobre si os requisitos: “Não faça a seu amigo o que é odioso para você”, “Amarás o teu amigo como a ti mesmo” e “Todos de Israel são fiadores uns aos outros”.

“E amarás o teu amigo como a ti mesmo” é chamado de “grande regra na Torá”. Esta é a base da nação, a sua constituição e a lei fundamental, segundo a qual ela existe. O grupo de Abraão separou-se de todo o mundo especificamente para se unir e viver de acordo com esta regra geral.

Quantos seguiram este pequeno número de pessoas e por que não tentaram? As dez tribos desapareceram e aqueles que permaneceram foram espalhados por todo o mundo. Eles passaram por inúmeros problemas e foram perseguidos sucessivamente, até que voltaram para a terra de Israel.

Então, o que havia de errado com essa volta?

Durante o período do exílio, o ódio das nações do mundo de alguma forma nos conectava externamente. Por causa disso, nós estávamos conectados, nos apoiávamos e nos ajudávamos.

Mas, na terra de Israel, não sentimos o domínio das nações do mundo sobre nós, e agora é como se não tivéssemos essa animosidade e o nosso próprio ódio interior tomou o seu lugar.

Em princípio, depois que formos liberados da pressão constante, teremos que viver aqui como um verdadeiro povo de Israel na terra de Israel e de acordo com a lei do amor e da unidade. Mas nada está acontecendo e ninguém ainda está pensando nisso, nenhum setor está pedindo isso. Antes, o ódio infundado levou à destruição do templo e nos espalhou por todo o mundo. Agora, existem os mesmos problemas e o mesmo ódio que nos acompanham em nosso retorno à terra.

Devido à distância na conexão entre nós, não somos um povo. Nós nos tornamos um povo só se estamos unidos pelo poder do amor mútuo. Esta é a condição, e enquanto não há amor entre nós, a nação de Israel não existe.

Outras nações surgiram em diferentes lugares do mundo de acordo com as condições locais, com base em tribos locais, moradores, etc. A criação de cada nação baseia-se numa história e geografia comuns, ou seja, bases terrestres.

Nós não nascemos assim. Nós fomos criados numa base ideológica e fomos separados do mundo inteiro de acordo com a ideia que é o oposto para os outros, para o mundo todo. Esta é a diferença fundamental, a nossa característica de origem.

Como resultado disso, nós fomos desenvolvidos e vivemos de forma diferente. Toda a nossa história é diferente do modelo usual. Todos aqueles que nos rodeiam sempre se relacionaram conosco como um corpo estranho, como uma adição estranha que “não era deste mundo”, Houve até teorias que nós viemos de outro planeta.

Como foi que aconteceu que hoje nós “enlouquecemos”, de tal forma que sonhamos com a paz sem nos unirmos como o povo de Israel em seu próprio solo?

Na verdade, a separação e a divisão habitam no meio de nós, e sempre em circunstâncias como estas, nós estamos rodeados por “lobos” que querem saquear as “ovelhas” que lutam entre si. É assim que sempre foi. Então, por que temos esperança? Se olharmos para o estado atual entre as pessoas na nação de Israel e para o que aconteceu há dois mil anos, vemos a mesma imagem.

A história é conhecida, as causas são definidas, e tudo é disposto diante de nós. Mas nós estamos à espera de algo dos palestinos, manobrando entre os interesses políticos das nações próximas ou distantes, e para quê? Tudo isso não é certamente do nosso interesse.

No momento em que nos unirmos, chegaremos à plenitude nas relações entre nós e vamos educar as pessoas sobre a base desses princípios fundamentais. Como resultado disto, nós alcançaremos a paz.

Na verdade, nós somos o povo da ideia, e devemos implementá-la. Quando caímos do nível do templo, ou seja, do amor e da unidade entre nós, tudo foi destruído e nós fomos lançados ao exílio. Isso significa que só o amor fará com que seja possível subirmos novamente para o nível do templo, o nível de paz e bem-estar.

Na verdade, estes são os fundamentos da nossa história, que são bem conhecidos para nós. Portanto, os pedidos pela paz e as tentativas de chegar a um acordo com os palestinos são inúteis. Quando agimos assim, nós estamos tomando a abordagem usual das nações do mundo, através de meios externos para resolver problemas de natureza interna. Isso nunca funcionou e nunca vai funcionar. Afinal, as nações do mundo estão sempre tentando nos aniquilar.

Mas nós podemos nos tornar muitas vezes mais fortes do que elas e conquistar todos os nossos inimigos só se nos unirmos e estivermos verdadeiramente unidos. Não devemos ser como nozes embaladas num saco por nossos vizinhos que nos pressionam de todas as direções e nos lembram sobre a unidade, mesmo que esta seja artificial. Caso contrário, eles vão simplesmente nos separar.

Portanto, não há nada mais importante do que educar as pessoas. Nós devemos explicar às pessoas que o seu bom futuro depende delas. O único requisito para a paz para o povo de Israel é a unidade dentro de si.

Se nos concentrarmos nas relações entre nós e aprendermos a cultivar e melhorá-las, todos à nossa volta vão relaxar. Os motins vão parar porque todo mundo vai estar à espera do momento em que, finalmente, cheguemos a paz entre nós. Inconscientemente, é isso que as nações do mundo estão esperando.

Além disso, elas estão esperando que nós lhes mostremos como fazer isso e como é possível chegar a plenitude do ser. O que elas querem de nós é um exemplo de unidade nacional resultante doe amor mútuo, um exemplo de uma estrutura econômica e nacional com base nesse princípio. Elas querem que nós construamos o país com base no amor e doação, e não com base na concorrência, conflitos e ódio.

Depois de mostrar tudo isso para o mundo, vamos nos tornar uma “luz para as nações”. Então eles vão querer receber isso e copiar isso de nós.

Isto é o que o mundo está esperando durante a crise global e integral que afeta a todos. Simplesmente não há outra escolha para o mundo, uma vez que ele está esperando por um meio e um exemplo que mostre o que deve ser feito. Nós especificamente podemos fornecer ao mundo este exemplo.

Pergunta: O que a nação de Israel deve fazer quando o mundo está constantemente castigando-a? “Seus vizinhos também querem viver”, dizem eles. “Deem-lhes a oportunidade de proclamar um Estado próprio e, em seguida, assinem um tratado de paz com eles”.

Resposta: Nas entrelinhas é diferente: “Vocês têm navios nos portos. Pegue-os e afastem-se de nossa terra. Vamos leva-los para algum lugar no meio do oceano, se vocês não afundarem no caminho, é claro. Vamos deixá-los fora em alguma ilha agradável e vocês vão morar lá em paz”.

Na verdade, algo semelhante já aconteceu. Isso é especificamente o que eles querem e isso é o que eles pretendem. Nós ainda veremos como as coisas progridem rapidamente nessa direção, se não iniciarmos o processo de conexão do nosso lado. O povo de Israel deve iniciar a correção do mundo e dar a todos o exemplo de como a sociedade humana de amanhã deve parecer.

Pergunta: E se eles nos isolarem na arena internacional? Na era moderna, o boicote é uma arma séria.

Resposta: Isso não vai ajudá-los se agirmos de acordo com uma nova natureza, a qualidade de doação. Neste caso nenhum boicote egoísta terá sucesso. Isso só nos permitirá estarmos silenciosamente preocupados com coisas essenciais e não sentirmos falta de nada.

Não se preocupe com a economia, especialmente porque até hoje ninguém sabe de acordo com quais leis ela opera. Eu não tenho medo de ninguém. Eu estou apenas com medo do povo de Israel que retorna à terra de Israel: Quando ela vai finalmente querer ser uma nação no sentido pleno da palavra?

Pergunta: Então, todo mundo está contra nós. Não há nenhuma razão para olhar para os outros; venham, vamos cuidar dos nossos problemas internos.

Resposta: Claro, isso não significa que devemos desafiadoramente fugir de todos, negar o que eles dizem e cortar todas as conexões. Em primeiro lugar, cabe a nós nos preocuparmos com o nosso povo. É necessário cuidar da política, mas, acima de tudo, 99% dos nossos esforços devem ser focados em educar as pessoas. Realmente, a verdade não é poder, nem dinheiro, e nem um exército que domina o mundo.

Pergunta: Nós sempre pensávamos que para viver em paz, tínhamos que viver em paz com nossos vizinhos. E nós dizemos que a paz começa conosco, a com o que está latente em nós.

Resposta: Isso é compreendido. Na verdade, não precisamos procurar maneiras de fazer a paz com os nossos vizinhos. Basta fazermos a paz entre nós. Toda a humanidade vai olhar para nós com espanto: “Uau! Nós também queremos isso!” As pessoas vão sentir de repente um anseio por isso.

Na verdade, as nações do mundo vão querer saber de nós; mas, por enquanto, não há nada a aprender. Pelo contrário, estamos tentando tomar um exemplo delas em vez de servir como um exemplo para elas. Esta é a razão elas nos odiarem.

Nossa missão é mostrar o que é a Luz, o que é uma vida de verdadeira serenidade, doação mútua e amor, que se diz ser a base necessária para a nossa existência.

Se o mundo é a perfeição, então a Luz é o poder de doação e amor que nos traz essa perfeição.

Pergunta: Como podemos nutrir o amor entre um povo que é dividido em milhares de facções?

Resposta: Comece a ensiná-los até que eles entendam que a separação e a fragmentação prejudicam a todos em qualquer eixo. As pessoas vão se conectar entre si acima de todas as diferenças. É assim que os pais amam seus filhos. Não faz diferença como eles são diferentes um do outro. Todos são diferentes e todos são iguais, como um homem com um coração.

De KabTV “Uma Nova Vida” 10/04/14