Contrário À Natureza Primordial

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é essa mentira na vida diária e no trabalho espiritual? Ela é derramada sobre nós não só a partir da televisão, mas também de outras fontes de mídia. O que é este desejo de distorcer informações, e qual é a tecnologia para a sua correção?

Resposta: Nossa natureza primordial, a necessidade de se satisfazer com realizações, nos encoraja a mentir para nós mesmos. Se eu não puder ser preenchido, então o meu ego ainda anseia por se proteger e limitar o seu sofrimento, porque o seu único sentido é ser feliz, pleno, satisfeito, e independente. Portanto, se eu não consigo alguma coisa, eu fecho meus olhos para ela.

Diz-se: “Um homem simples não quer a filha de um rei”. Ele não sofre porque nunca terá uma princesa, porque sabe que ela não é para ele. Seu ego se fecha automaticamente para esse sofrimento: “Não fique chateado, você não tem necessidade disso. Pense na garota que mora perto de você na vizinhança. Ela é para você”.

Nosso ego se comporta assim em todas as relações. Portanto, nós quando vemos que não podemos alcançar algo, nós imediatamente abandonamos esses pensamentos, de modo a não sofrermos em vão. Este é um sistema original de autodefesa. Ele existe na natureza em todos os níveis: inanimado, vegetal, animal e, claro, em nosso nível mental.

Nós nos comportamos da mesma forma no que diz respeito à espiritualidade. Nós realmente não temos sérios desejos por níveis mais elevados. Nós não os sentimos; nós mesmos os escondemos de nós mesmos! Quanto esforço é necessário para nos orientar a um nível mais elevado, o nível atual mais um? Assim, nós sempre fugimos dele.

Isto significa que o nosso ego nos destrói automaticamente; ele nos distancia da meta espiritual e nos direciona para o que existe aqui na nossa frente. Eu posso ver o nível superior, mas não quero investir esforço nisso, então eu não o vejo. Isso é tudo.

Como é possível corrigir isso? Apenas com a ajuda do ambiente. Eu olho para a forma como os amigos diferem em sua empolgação: “Você vê? Sim, isso é maravilhoso!”. Então, eu os invejo. Mesmo quando eles trabalham em mim, eu ainda estou com inveja deles. Talvez eles realmente sintam alguma coisa e eu não.

Nós precisamos jogar como se já estivéssemos na realização espiritual em frente um do outro; assim, o amigo também vai querer isso. Ele investirá energia para atingir a espiritualidade. Quando eu olhar para ele, haverá a força da inveja. Deste modo, quando um inveja o outro, eleva o outro. Este é o primeiro princípio da cooperação mútua num grupo.

É possível usar isso em círculos, para despertar as pessoas em todos os lugares, de modo que elas sentirão que é possível sentir e ver a espiritualidade.

Cada pessoa tem sentidos para todos os 125 níveis espirituais, e para o último nível, que é a conclusão da correção. Mas nós não os ativamos! Todo problema é esse.

Por isso, nós precisamos evocar, impressionar e inspirar uns aos outros para que o anseio e desejo apareçam em cada um de nós, o desejo que vai nos devorar como uma boa inveja ardendo dentro de nós, de modo que não nos deixe adormecer! Isto pode ser feito.

Do Acampamento Internacional de Verão na Bulgária “Dia Um” 11/07/14, Lição 2