A Abordagem Sistemática Da Sabedoria Da Conexão

Dr. Michael LaitmanPergunta: A educação integral não é apenas jogos ou encontros agradáveis. Pelo contrário, é um método poderoso, tolerante e sistemático. O que é necessário para que possamos parar de procurar soluções para os problemas apenas no nível individual isolado onde nunca encontramos uma solução, mas abordarmos os problemas em conjunto, de forma sistemática?

Resposta: O método da conexão é um programa único para descobrir a verdadeira realidade através do desenvolvimento de nossos sentidos. Nós não temos as ferramentas para a compreensão da realidade. Fisicamente, nós temos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) que trabalham em intervalos específicos. Se ampliássemos nosso campo de visão de menos a mais infinito, poderíamos ver uma imagem diferente, e então isso já não seria apenas chamado de “visão”, pois nós perceberíamos o mundo nas faixas de infravermelho e ultravioleta, além das frequências habituais.

A audição também é em ondas, como tudo o que sentimos. Suponha que fosse possível ampliar o alcance das ondas sonoras de zero a frequências mais altas, sem limite. Então, nós descobriríamos fenômenos mais maravilhosos os quais ainda não estamos conscientes. Afinal de contas, nós percebemos o que entra na faixa de frequências que sentimos, e, se o fenômeno está fora da nossa faixa de frequência, não o vemos ou ouvimos. Nossos sentidos da visão e da audição simplesmente rejeitam fenômenos como estes.

É interessante que a maioria dos neurônios em nosso cérebro pertençam ao sentido do olfato. Todo o cérebro está envolvido em células responsáveis ​​pelo sentido do olfato. Aparentemente, antigamente o sentido do olfato era uma função importante, como é com cães, onde ele é mais importante do que ouvir e até mesmo ver. No entanto, no curso da evolução humana, o sentido do olfato perdeu sua importância. Além disso, o sentido do paladar é mais limitado nas pessoas. Um cão só precisa tocar na comida para determinar imediatamente se ela está estragada. Um laboratório inteiro está trabalhando num cão que lhe dá resultados imediatos. No entanto, um ser humano não é capaz disso. Então, ele é obrigado a enviar amostras para um laboratório e esperar uma semana pelos resultados. Nos temos que treinar cães para trabalhar em aeroportos para encontrar drogas ou dinheiro pelo olfato.

Isto significa que os humanos carecem de sensações. Mas, mesmo se tivéssemos que desenvolver visão, audição, olfato, paladar e tato, e nos abríssemos a todas as frequências, ainda captaríamos apenas uma pequena fração da realidade, porque por trás de todos os sentidos, está o nosso desejo dentro do qual nós percebemos a realidade. A quantidade de desejo determina a intensidade da nossa percepção.

O problema é que o nosso desejo é muito pequeno. Quanto eu quero ver, ouvir, sentir, e provar? Só um pouco. Isto é, a percepção é limitada não só pela gama dos sentidos, mas também pelo desejo de que está por trás de todos eles.

No entanto, a principal limitação é que o nosso desejo possibilita que nós percebamos apenas o que interessa a ele, e não prestemos atenção ao que não interessa o nosso ego. Portanto, nós não vemos a realidade que está à nossa frente.

De tudo o que está na minha frente, eu só vejo a pequena parte em que estou interessado ou que é útil ou prejudicial para mim. Mas se algo não tocar o meu desejo desde o ponto de vista de ser bom ou ruim, eu simplesmente não vejo ou percebo isso.

Fora de mim, poderia haver infinitas fontes de influência, mas elas não me interessam. Eu não quero dar atenção a elas, portanto não as descubro. Eu não as sinto, e vivo como se elas não existissem, e, por enquanto, elas me influenciam sem meu conhecimento, assim como a radioatividade.

A única solução é mudar para uma forma diferente de percepção, não egoísta. Em outras palavras, cabe a mim perceber não o que é interessante ou prejudicial para mim, mas abrir-me a toda a realidade que está à minha frente, sem saber o que é.

De KabTV “O Encontro dos Mundos” 20/06/14