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Psicologia Das Massas

A Sefira Daat exige a participação consciente na Providência do Criador. Todo o mundo está chegando a esta situação.

A conexão com o Criador é eterna, mas a princípio, não prestamos atenção a ela; é como uma criança recém-nascida que mexe suas mãos e pés e não sabe onde está. Mas, às vezes, acontece que uma criança tem atraso no desenvolvimento: ela deve entender, responder, sorrir, pedir, exigir; de acordo com o “período de desenvolvimento”, ela já tem seis meses de idade e, portanto, é tratada como tal, mas ela ainda se comporta como se tivesse apenas um mês de idade. Esse tipo de discrepância, esta lacuna, é na verdade a crise que estamos atravessando atualmente.

Não se deve mimar uma criança quando ela está ficando para trás, caso contrário, a criança não vai crescer.

O relógio não para. É por isso que estamos passando por sofrimento.

A Sefira Daat é um estado completamente novo. Ela surge como resultado da nossa demanda. Todo o segredo é que somos nós quem tem que chamar, pedir e responder ao Criador conforme a nossa compreensão e sensação Dele; nós devemos aderir ao Seu pensamento e reconhecer Seu programa da criação na medida em que estamos dispostos a participar. Esta é a Sefira Daat.

A palavra Daat (compreensão) inclui sabedoria (Hochma) e entendimento (Bina), o vaso e a Luz. Nós começamos compreendendo, sentindo e percebendo os processos que acontecem ao nosso redor; nós começamos a nos tornar semelhante ao Criador; aceitamos Sua Providência e Sua orientação de todo o sistema. Com a ajuda dos vasos de doação nós controlamos os vasos de recepção.

Não é apenas o meu próprio sistema pessoal como era antes, é o nosso sistema comum. Eu me incluo em Bina conforme a minha capacidade de sair de mim mesmo e me aproximo do meu próximo, do outro. Para mim, o meu próximo é Bina, para a qual eu subo no estado de Malchut. Eu olho para a Sefira Daat dentro da minha conexão com os outros, dentro dos pensamentos e desejos do grupo. O terreno comum que existe entre todos nós e que está fora de cada um de nós é, de fato, a minha compreensão. É onde eu obtenho a força de recepção e uma força de doação, mas, o mais importante, eu revelo Keter, o Criador, lá. [Leia mais →]

Jovens Sentem Que Não Têm Nada Por Que Viver

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da BBC News): “Até três quartos de um milhão de jovens no Reino Unido pode sentir que não têm nada por que viver, reivindica um estudo para a Prince’s Trust charity.

O relatório constatou que 9% de todos os entrevistados concordaram com a afirmação: “Não tenho nada por que viver” e disse que se 9% de todos os jovens sentissem o mesmo, isso equivaleria a cerca de 751.230 jovens sentindo que não tinha nada por que viver. …

“A pesquisa constatou que jovens desempregados de longa duração tinham duas vezes mais probabilidade ​​que seus pares de tomarem antidepressivos.

“Um em cada três (32%) tinha pensado em suicídio, enquanto que um em cada quatro (24%) tinham se auto flagelado.

O relatório constatou que 40% dos jovens desempregados haviam enfrentado sintomas de doença mental, incluindo pensamentos suicidas, sentimentos de auto aversão e ataques de pânico, como resultado direto do desemprego.

“Três quartos dos jovens desempregados de longa duração (72%) não tinha alguém em quem confiar, segundo o estudo.

“Martina Milburn, presidente-executiva da Prince’s Trust, disse: ‘Está comprovado que o desemprego causa devastadores problemas de saúde mental de longo prazo entre os jovens’. Milhares acordam todos os dias acreditando que a vida não vale a pena viver, depois de lutar por anos na fila do desemprego”.

Meu Comentário: Não basta fornecer à pessoa as necessidades básicas da vida. As pessoas devem ver algum significado, dever, comunicação, e alguns resultados em sua vida. Por isso, levar as pessoas a grupos e trabalhar em sua aspiração pelo grande objetivo vai dar incentivo e subir acima da humanidade atual e vai transformá-las em professores, instrutores e organizadores de educação integral, que é a profissão mais necessária no mundo.

A Centelha Espiritual Não Pode Ser Trancada Dentro De Mim Mesmo

Pergunta: Onde é que uma pessoa encontra a força que lhe permite despertar os amigos?

Resposta: Eu diria que esta força vem do céu, uma vez que pertence à centelha espiritual, a Reshimo (reminiscência) que desperta numa pessoa. Nós podemos realmente sentir se e quanto uma pessoa está atraída por ela.

Essa inclinação pode ser revelada de diversas formas: uma pessoa pode agir em silêncio e calma, enquanto outra pode estar ardendo e brilhando, mas estes são apenas os atributos externos.

Apenas a inclinação para despertar as pessoas pertence à centelha espiritual. Se essa centelha é seriamente revelada numa pessoa, nós podemos vê-la pelas ações de uma pessoa. Ela não pode ser trancada dentro de si mesma.

Claro, ela passa por diferentes momentos em que anseia por conhecer e estudar, por estar totalmente imersa no mundo espiritual, o qual ela não sabe e não entende. Mas a inclinação para disseminar esse conhecimento, e para contar aos outros sobre isso, arde dentro dela.

Se uma pessoa tem mesmo uma pequena inclinação, ela deve ser estimulada e apoiada pelo ambiente. Se ela foi trazido para o grupo, isso significa que recebeu a oportunidade, mas como ela cumpre isso, cabe a ela.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 24/06/14

Nós Podemos Ser Críticos Enquanto Estivermos Unidos

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que eu devo fazer se não concordo com as decisões do grupo sobre a disseminação? Eu devo insistir no que eu penso ou devo aceitar a opinião do grupo, como se estivesse me anulando diante do professor?

Resposta: Se uma pessoa geralmente concorda com a forma como o grupo dissemina e o grupo faz uma determinada decisão concreta, todos devem ver isso como uma oportunidade para uma ascensão espiritual.

No entanto, a pessoa geralmente foge disso, pensando que se eles decidiram algo, eles também devem realizá-lo, mas ela não participa disso. Ela não entende que com isso ela perde a oportunidade de ascender.

Eu estou muito arrependido e triste de ver o que acontece com essas pessoas. Quando elas realmente têm a oportunidade de ascender é que elas se afastam e escapar.

O que me importa realmente o que o grupo decide? Quanto mais ingenuamente eu aceitar as decisões dos amigos e quanto mais fé tiver neles, mais profundamente eu vou ser incorporado neles, ou seja, no vaso onde a Luz será revelada. Eu não sou obrigado a fazer qualquer outra coisa, mas a minha mente e o meu ego não me permitem aceitar o fato de que eles estão certos.

O que realmente importa se eles estão certos ou não? Não importa. Mas eu sou crítico. Eu tenho que saber com antecedência que vou ser capaz de permanecer no grupo e, consequentemente, mais tarde eu decido até que ponto posso ser crítico.

A quebra ocorreu quando eles queriam se unir e, ao mesmo tempo, criticar um ao outro, mas depois eles descobriram que não podem alcançar a unidade nessas condições. Este é exatamente o pecado da Árvore do Conhecimento.

O primeiro gosto da Árvore do Conhecimento foi bom, sob as condições de auto anulação. Mas eles não podiam fazê-lo uma segunda vez. Eles não conseguiram encontrar o limite até o qual poderiam ser críticos e não mais que isso. É porque, para criticar o superior, nós precisamos primeiro estar aderidos a ele.

Somente quando você se torna uma gota de sêmen aderida ao superior é que você aos poucos começa a se abrir, célula por célula. Assim, você adiciona uma célula após a outra ao seu corpo ao ativar o desejo egoísta e resistindo a ele, para que mais tarde, juntamente com ele, você possa aderir ao superior. Assim, o seu corpo espiritual cresce célula por célula.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 23/06/14

A Crise Provocada Pela Grande Mente

Dr. Michael LaitmanA questão é se nos foi dada uma mente para que possamos examinar as coisas por ela e nos aprofundarmos ou se ela nos foi dada para que possamos realmente nos confundir com ela e deixar que a força superior nos penetre e corrija.

Esta é a questão: Como nós vamos usar os dados que estão dentro de nós, que nos controlam, em nossas inclinações, em todos os atributos que uma pessoa tem?

Por que eles foram dados a nós? A fim de chegarmos a certa correção ou para usarmos esses dados e as nossas capacidades do jeito que são?

Se eu quiser usá-los do jeito que eles são, eu nego o fato de que houve uma quebra, o que significa que eu quero continuar trabalhando com a minha mente e meu coração diretamente, usando-os para descobrir o mundo.

Então nós vemos o resultado sombrio e a crise que tal atitude acarreta. Embora não tenhamos ainda alcançado a consciência inicial do desenrolar da crise, isso está prestes a ser revelado em breve.

É porque apenas os vasos quebrados são revelados. Se eu usar a minha mente e coração e não ouvir as advertências dos Cabalistas dizendo que está tudo quebrado, e continuar trabalhando com eles, eu finalmente vou descobrir que está tudo quebrado. Quando eu descobrir que o sistema está quebrado, significa que eu atingi a crise.

Vai levar um longo tempo e muita dor até que eu reconheça a crise e a compreenda. É porque essa atitude é chamada de caminho da evolução natural, “em seu tempo” (Beito), o caminho do sofrimento, o caminho da mente quebrada.

Mas há um outro caminho, o caminho do “eu vou apressá-lo” (Achishena), o tempo de aceleração. Ao longo dessa trajetória me dizem: “Você sabe por que tudo está quebrado? De modo que você vai ser capaz de sentir confuso, sentir seu desamparo, e perceber que não tem nem uma mente nem um coração e que não pode existir dessa forma. A crise que você vê diante de si não basta para querer parar esta perseguição estúpida e dizer: basta!”.

Agora eu começo a usar meu coração e mente de forma diferente: eu estou fora do foco egoísta e esta é realmente a razão que eu abro uma passagem para a Luz, permitindo que ela me influencie e me mude internamente. Isso significa que eu uso o meu coração e mente, mas de forma diferente.

Eu não quero usar o meu coração e mente diretamente, como eles foram dados para mim. Minha mente foi dada a mim para que eu possa entender que não tenho uma mente. Todos os meus sentimentos foram dados a mim para que eu possa entender que não tenho nenhum sentimento. Meu coração e mente não podem me ajudar a descobrir a verdadeira realidade.

Existem apenas duas maneiras de usar corretamente os dados que me foram dados: ou dentro da razão ou acima da razão. Escolha!

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 13/06/14, O Zohar

O Nível Mais Baixo Do Ego

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico” (Shemini), 11:41-11:42: Também todo o réptil que se arrasta sobre a terra, será abominação; não se comerá. Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés, ou que tem muitos pés, entre todo o réptil que se arrasta sobre a terra, não comereis, porquanto são uma abominação.

Arrastar no chão seu ventre é o nível mais baixo dos desejos egoístas. É impossível elevá-los a um nível que possam ser utilizados como alimento ou comida.

O que a comida e o ato de comer simbolizam? Ele está usando um desejo do nível animal, a fim de revitalizar o nível falante. No entanto, este tipo de desejos não pode sequer ser separado da terra (do ego).

Mas todas essas imagens são alegóricas. Na verdade, nós temos que olhar para esses desejos dentro de nós e separá-los.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 22/01/14

Julgamento E Misericórdia

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é “Julgamento e Misericórdia” na espiritualidade? O que isso tem em comum com a moralidade regular?

Resposta: Baal HaSulam escreve que muitas pessoas pensam que a Torá fala sobre a moralidade, mas, na verdade, é uma má interpretação enorme e lamentável.

A moralidade é baseada na experiência de vida. Uma pessoa acumula conhecimento essencial de várias situações da vida. Mas a ciência da Cabalá não está associada com as experiências de nossa vida corporal. Nós seguimos o conselho de Cabalistas que nos puxam “pela orelha” para a realidade superior, onde o ouvido se refere ao nível de Bina (doação). Em outras palavras, eu não aprendo com a minha vida normal; pelo contrário, eu subo acima de sua experiência!

Neste mundo, tudo o que eu lido é com o meu egoísmo. Eu dou conselhos que se baseiam no meu ego e servem para me beneficiar. Nós advertimos uma criança para ela não chegar perto de um cão com raiva ou ele vai morder. Tudo o que eu sou capaz de diferenciar é as coisas que são boas ou ruins para mim; e isso é tudo que a moralidade faz.

Mas a sabedoria da Cabalá não opera no medo e punição. Ela nos ensina a mudar os nossos desejos e expô-los à Luz.

Em outras palavras, ela nos ensina como nos corrigir internamente, em vez de nos repreender ou assustar.  Ela não nos ameaça com um “cão bravo” ou um Criador “abusivo”.

A Cabalá não nos intimida, nem garante qualquer recompensa nos mundos futuros. Ela não manipula o nosso egoísmo; em vez disso, nos corrige com a Luz que Reforma.

A combinação de julgamento e misericórdia na espiritualidade é uma mistura de Bina (doação) e Malchut (recepção), o grau de inclusão de Bina em Malchut e vice-versa, bem como a sua capacidade de se apoiarem.

Malchut entra em Bina e uma gota de julgamento penetra a misericórdia e a diminui. Em outras palavras, a incapacidade de Malchut em corresponder à Bina desencadeia uma contração desta última, mas, ao mesmo tempo, revela Bina para um grau da adequação de Malchut a ela.

Por isso, a inclusão de Bina em Malchut ocorre e Bina leva uma porção de misericórdia à Malchut. Neste ponto, Malchut entra em Bina e contribui com uma parte do julgamento na última, definindo assim o quanto Bina permite Malchut doar e receber e identifica o grau de sua conexão.

Isso significa que, quando uma medida de misericórdia se conecta com uma porção de julgamento, eles começam a trabalhar em conjunto a partir de ambas as extremidades. A parte superior se contrai e utiliza parte do julgamento, apesar de preferir se revelar através da exposição da misericórdia.

A parte inferior se esforça em atingir uma medida de misericórdia, razão pela qual ela contribui com a propriedade de julgamento à parte superior e pronuncia: “Não doe para mim! Eu vou acabar com você!”.

Ou ela diz: “Você pode se revelar completamente! De qualquer modo eu não vou receber nada de você. Vou usar minha tela e receber de você apenas na medida da minha semelhança com você!”.

Isto não tem nada a ver com ameaças ou moralidade. Pelo contrário, trata-se da absoluta liberdade de exploração e a única liberdade de escolha que existe.

A Oração É Um Trabalho No Coração

Dr. Michael LaitmanPergunta: Um pedido de ajuda ao Criador durante tempos ruins é uma oração? Eu posso recitar orações tradicionais com as minhas próprias palavras?

Resposta: A oração é chamada de trabalho no coração e não palavras que uma pessoa diz. Eu posso não saber as palavras das orações ou a linguagem. Afinal, o choro de uma criança é também uma oração. Ela não conhece nenhuma linguagem, só grita. Por quê? Ela quer alguma coisa. Isso é chamado de oração.

A oração é elevar MAN, revelar um desejo vazio. Elevar um desejo significa que eu quero algo maior em comparação com o meu estado atual. Se eu quero isso, é chamado de oração.

Se eu quero algo que não excede o meu nível atual, este pedido não é considerado uma oração, e não se eleva ao Superior que cuida de mim. O Superior está disposto a realizar apenas uma ação: ajudar-me a subir até Ele. A sua intenção é justamente para isso, de acordo com a ordem dos degraus que descem de cima para baixo. Portanto, a oração deve ser elevar MAN (Mei Nukvin – as águas de Nukva), quando Malchut quer ser como Bina.

Existe o nível de Bina e o nível de Malchut. Durante a segunda restrição (Tzimtzum Bet) Malchut sobe para Bina e Malchut já está presente em Bina. Em seguida, como resultado da quebra, Malchut desce de Bina de volta à Malchut, mas ela desce em conjunto com Bina quebrada. Estas são, de fato, as centelhas espirituais (o ponto no coração) que são inseridas em nós.

Agora, de nossa Malchut comum, nosso desejo de receber prazer, e da centelha de Bina, que nos desperta, nós queremos elevar esta centelha de volta à Bina. O meu trabalho consiste em avaliar a centelha espiritual em comparação com Malchut. Eu as comparo entre si. Se a centelha for maior, isso significa que eu gostaria de me tornar  semelhante à Bina, fundir-me com ela, uma vez que a centelha é uma parte de Bina em mim, uma parte do Criador de cima.

Então é como se eu a elevasse de volta para o nível de Bina com minha aspiração. Isso é chamado de “as águas de Nukva“, que eu elevo. É uma parte de Bina (“água”) que está  em Malchut (“Nukva”). Isso é chamado de um choro, uma oração. E ninguém se importa com o que você diz em voz alta durante este tempo.

Da Lição de 18/10/10, O Livro do Zohar