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Uma Armadilha E A Saída Dela

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do Vedomosti): “Nós só recebemos novas informações quando nada ameaça a nossa perspectiva. Fatos negativos trazidos pelos apoiadores do regime não podem ser digeridos por eles e não vão mudar seus pontos de vista. Em virtude dessas características da nossa consciência, a existência de meios de comunicação independentes e da Internet não resolve o problema”.

“As pessoas percebem informações que não constituem uma ameaça à sua visão de mundo e filtram todo o resto. É extremamente difícil para os políticos e as pessoas aceitar um beco sem saída do caminho escolhido, visto que a mudança de um curso mina o sistema de visão de mundo”.

“Tendo percebido que o curso político escolhido não leva aos resultados esperados, o país muitas vezes não muda, mas, pelo contrário, intensifica a realização do programa inicial, o que piora a situação econômica do país e leva a um aperto do curso político errado. Uma armadilha mental leva o país a um círculo vicioso”.

Meu Comentário: Embora contrário ao seu curso, a decisão correta só pode ser aceita quando ela é vista objetivamente. Isso só é possível num workshop que é organizado de acordo com os princípios da educação integral, num círculo onde as pessoas são iguais e se anulam. Elas devem estar prontas para a conexão completa para o bem de revelar a unidade (a Força Superior) dentro dela, aderindo à Força Superior através da equivalência de propriedades (doação mútua), a fim de criar contentamento nela.

Como Você Imagina O Inferno?

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é Geena (Inferno)?

Resposta: Geena depende da forma como uma pessoa define. Há aqueles que supõem que Geena é quando tudo o que tinham neste mundo desaparece e eles lamentam que a vida passou sem qualquer benefício.

Há aqueles que supõem que Geena não é aqui neste mundo de um ponto de vista emocional: bom ou ruim, com todos os tipos de observações. Pelo contrário, ele nos espera no futuro, depois que o corpo morre. Eles pensam que depois que o corpo morre, Gan Eden (Jardim do Éden, paraíso) ou inferno espera por eles.

Na Cabalá, o que é chamado de Geena é o estado mais indesejável. Através do nosso estudo e do trabalho em grupo, nós nos esforçamos para chegar a um estado onde os valores são alterados para que o céu e o inferno assumam uma identidade diferente em comparação com o que é convencionalmente aceito. As pessoas comuns pensam que quando o corpo morre, algum tipo de porta se abre para o inferno ou o céu para uma pessoa.

Mas será que esta besta miserável tem culpa por ter morrido ou porque estava viva? Isso fala sobre a vida ou a morte do desejo de receber na mesma situação, quando temos o livre arbítrio. Esta ilusão de que eu me encontro num corpo físico e sinto este mundo é intencionalmente dada para que eu possa saltar por cima dela e me ver como vivo e existindo apenas num Kli (vaso) espiritual em relação à Luz.

É muito bom e benéfico imaginar o inferno (Geena) e vê-lo de uma forma diferente o tempo todo. Quando eu estou sob o controle do desejo de receber, que não me deixa doar, isso é chamado de inferno. Então nós temos tal Geena!

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/05/14, O Livro do Zohar

Esclarecimento Acumulativo

Dr. Michael LaitmanPergunta: É possível dizer que o workshop é uma conversa sem argumentos?

Resposta: O workshop é um “esclarecimento acumulativo” onde todo mundo contribui para esclarecer a resposta, o problema, o fenômeno, com o poder da conexão.

Para cada problema há uma chave, que se chama a sabedoria da multidão (das massas), onde através da adoção da média de um grande número de respostas, emerge uma solução correta, apesar do fato de que todas as respostas não serem corretas. Portanto, vamos resolver os nossos problemas com a ajuda da sabedoria da multidão, a sabedoria do grupo.

Se não discutimos com o outro, mas reunimos o nosso conhecimento e senso de unidade, de repente começamos a descobrir um fenômeno único dentro da nossa conexão. Desta forma, esclarecemos uma questão problemática particular ou fenômeno que se torna compreensível.

Isso ocorre porque a conexão é encontrada acima de nós e nos dá sabedoria adicional, um QI adicional Suponha que todos tenham um QI de 100. A partir da conexão dos cinco, em suma nós temos 500. Mas, através da nossa conexão, o resultado é 1000. É assim que funciona a conexão entre as pessoas. Há experiências que confirmam este fenômeno chamado de inteligência coletiva.

Pergunta: A sabedoria da multidão só é revelada numa boa conexão no momento do workshop, ou pode haver disputas?

Resposta: A sabedoria da multidão não pode ser revelada durante uma discussão, pois não haverá uma conexão entre opiniões. Somente quando todas as opiniões estão conectadas é que podemos alcançar o conhecimento superior.

Com argumentos não chegamos a um acordo entre as pessoas. Alguém simplesmente se entrega devido a todos os tipos de razões diferentes, mas ele não completa você. Enquanto que num workshop nós nos completamos.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 28/05/14

Sob A Anestesia Do Ego

Dr. Michael LaitmanO mundo inteiro é meu Kli. Apenas uma pessoa foi criada no mundo. Este é um paradoxo, também conhecido na física quântica. Nossa percepção do mundo pode se transformar em um instante e a situação vai parecer completamente diferente, como superposições quânticas.

Não há contradição entre o fato de que sou o único no mundo e ver o mundo inteiro como partes de mim. Por causa de algum tipo de efeito psicológico, parece-me que estas partes estão fora de mim.

É como se me dessem uma injeção de um anestésico na minha perna e eu parasse de senti-la como parte do meu corpo. Agora, alguém poderia vir com uma serra e cortar minha perna e eu não iria reagir, porque não sinto qualquer dor. Meu sentimento é tão nebuloso que não vejo que ela é minha.

Nós estamos sob um anestésico como este em relação a todo o mundo. Toda a natureza  inanimada, vegetal e animal, e as pessoas são partes do meu Kli, vaso. Todos pertencem a mim, ao meu desejo de receber. Eu estou em Malchut de Ein Sof (Infinito), toda a criação. Assim, o mundo inteiro foi criado para mim, para me servir. Mas o meu ego me separa do mundo e o apresenta a mim como estando fora de mim e não como pertencente a mim.

O ego funciona como um anestésico que desprende todos os meus órgãos de mim e me deixa com apenas uma pequena parte de toda a realidade. Portanto, eu tenho que começar a corrigir o meu ego, e através da Luz que Corrige, eu devolvo a mim mesmo minhas partes que me parecem como estando cortadas e distantes de mim, em que eu trabalho com elas como se fossem minhas.

Isso é especificamente o que nós tentamos fazer num grupo: se aproximar de uma pessoa com um coração e ver toda a realidade como um todo. Nós mesmos investimos esforços para chegar a isso, e não somos empurrados por trás pela crise como todo o resto do mundo é, que deve ser obrigado a aceitar toda a realidade como um sistema.

Eu tenho a oportunidade de não esperar até que a crise comece a empurrar toda a realidade para mim, argumentando que ela é toda minha e me forçando a reconhecer isso através do caminho do sofrimento.

Se eu começar a trazer toda a realidade para mim mesmo, de acordo com o conselho dos Cabalistas, e me relacionar com todos os seus níveis – inanimado, vegetal, animal e humano – como partes minhas, então eu vou receber enormes deficiências adicionais. Elas vão fazer o possível para que eu veja a realidade não pela minha pequena parte, mas através delas, através do inanimado, vegetal, animal e falante, que eu aproximo e junto a mim saltando por cima do meu ego. Desta forma, eu construo uma ponte acima de todo o meu ódio, como é dito, (Provérbios 10:12) “O amor encobre todas as transgressões”.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 28/05/14

Como Você Desenvolve O Sentido Para Perceber Os Outros?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como você desenvolve o sentido para perceber os outros?

Resposta: O sentido para perceber os outros se desenvolve por nossas tentativas e esforços, e nos força a nos curvarmos perante o ambiente certo e anexar o ambiente externo a ele para que eles se conectem, e eu vou servi-los. Por minha atitude boa e benevolente para com eles, eu descubro o Criador de acordo com a lei de equivalência de forma.

Quanto mais eu tentar fazer o bem para o ambiente, mais  vou descobrir o Criador, porque Ele é bom e benevolente para os maus e os bons. Portanto, eu também preciso tentar tratar a todos assim.

Os maus são aqueles que tentam ser bons, mas, no momento, são dominados pelo mal. Ao descobrir a minha atitude em relação a eles de diferentes maneiras, eu descubro o Criador e até que ponto tenho que me ajustar a Ele.

O exame e o esclarecimento só são possíveis no que diz respeito ao ambiente. Não há outro lugar em que eu posso encontrar o Criador, para vê-Lo e para medir de que forma sou diferente Dele. Sua forma é revelada no público em geral ou no grupo, ou seja, no ambiente, no mundo, de modo que o mundo (Olam) é a ocultação (Alam – que tem a mesma raiz em hebraico) do Criador.

Na medida em que eu tento tratar melhor o mundo e, consequentemente, mudar a mim mesmo, eu descubro o Criador lá. Não há outro lugar que eu posso senti-Lo, pois Ele não tem forma. Ao mudar a mim mesmo, vou começar a tratar o mundo de forma diferente, o que significa de uma maneira melhor, e dessa forma eu começo a descobrir que o mundo é a Shechiná onde Ele, o Criador, habita (Shochen).

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 26/05/14

Uma Fórmula Com Um Desconhecido

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa ser responsável por todos os outros?

Resposta: Existem fórmulas simples em que todos os parâmetros e as relações entre eles são conhecidos e há apenas um desconhecido, por exemplo: x + 3 = 5.

Nesse caso, é fácil calcular o desconhecido: x = 5 – 3 = 2.

Mas como podemos resolver uma equação em que há duas incógnitas y + x = 5? Nós precisamos de outra equação, mas não temos uma. Eu recebo esse resultado na saída de um determinado sistema e tenho que saber como ele funciona, com que parâmetros. Pode ser o que você quiser, 4 + 1, 1 + 4, parâmetros positivos ou negativos, mas o resultado final é 5, e eu não posso determiná-los.

Este é o resultado com o qual saímos. Nós temos um grupo no qual existem sete bilhões de pessoas e deve haver harmonia entre elas, união perfeita, o que significa 1.

Como podemos chegar a isso? Eu só posso dizer que isso depende de mim e todos os outros sete bilhões estão num estado fixo. Eu sou o único que muda; eu não sou constante. Eu sou responsável, eu sou independente, trabalho para todos, e todo o mundo está dentro de mim.

Eu determino o estado geral para todos e sou responsável por isso, na medida em que posso tomar sobre mim a responsabilidade de todo o mundo. Sou independente e posso inclinar a balança para o melhor ou para o pior.

Da 5ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/05/14, Escritos do Baal HaSulam

O Mundo É Constante E Eu Estou Mudando

Dr. Michael LaitmanO sentimento do mundo externo nos foi dado de propósito, a fim de desenvolver o sentido de conhecer os outros. Eu posso usar os outros egoisticamente, aproximando-os de mim ou distanciando-os em função do seu benefício para mim. Eu também posso usar os outros não de acordo com meu próprio benefício, mas de acordo com o benefício deles e, assim, mudar a mim mesmo e usar a mim mesmo.

Uma vez o amigo é importante para mim e eu mudo tudo dentro de mim que precisa ser mudado, a fim de fazê-lo se sentir melhor; outra vez, eu sou importante e dobro o amigo em minha direção em meu próprio benefício.

A luta é realmente entre essas duas percepções: quem é mais importante e quem determina tudo. Esta luta é muito importante para mim, porque ela me ajuda a entender o que me falta, a fim de construir o sentido para conhecer outras pessoas.

Os outros são, de fato, o Criador, e toda esta imagem – este mundo e os mundos superiores, que são aparentemente externos para mim – são apenas ferramentas para descobrir o Criador. No início, nós não temos tais ferramentas, mas apenas a sua forma inicial, o ponto no coração. No entanto, através do trabalho no grupo, com os amigos, na disseminação, no mundo maior, eu construo esse sentido.

Uma vez eu imagino que tudo está dentro de mim e que todas essas partes são representadas como externas a mim, e essa é a minha ilusão. Se eu passo por essa percepção, eu a corrijo e começo a estabelecer o sentido da doação, a sensação de sentir outros.

Mais uma vez, eu imagino que há “eu” e há “eles” que são externos a mim. Meu desejo egoísta cresce e me deixa conhecer que eu tenho que cuidar de mim mesmo à custa deles. Isso significa que eu tenho que me manter constante e os outros mudam para o meu próprio benefício.

Eu imagino as coisas desta maneira, e em outro momento, eu as imagino de outra forma, e, assim, determino minhas subidas e descidas e desenvolvo sentidos adicionais. Quando isso começa a agir, é chamado de Shechiná, um sentido com o qual eu percebo aquele que habita (Shochen, que tem a mesma raiz, em hebraico), o Criador. Eu revelo como este sentido se desenvolve, e sinto e entendo-O.

Portanto, o compromisso mais importante neste mundo, que é a razão pela qual estamos neste planeta, é desenvolver o sentido de reconhecer o bem e o mal durante a nossa vida, para duplicar e melhorá-la, e com isso, atingir o sentido para reconhecer o Criador.

Tudo isso é alcançado através do trabalho com o público, com o qual eu posso medir com precisão o quão longe eu avancei para atingir esse objetivo, em direção ao desenvolvimento dos vasos, os sentidos para a revelação do Criador, ou seja, para a revelação do atributo de amor e doação. Na medida em que o grupo e todo o mundo que é externo a mim se tornam mais importantes para mim do que eu mesmo, de modo que eu os vejo como constantes e eu mesmo como mudando no que diz respeito a eles, eu posso estimar e medir meu progresso.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 26/05/14