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A Linha De Chegada Está Próxima

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por um lado, nós devemos estar comprometidos com a garantia mútua, e por outro lado, o coração de uma pessoa é mau desde a sua juventude e a inclinação ao mal cresce a cada ano.

Resposta: Deve haver um sistema que corrija a inclinação ao mal e a transforme numa inclinação ao bem. Mas, em vez disso, há outro sistema que aumenta e engrandece ainda mais a inclinação ao mal e lhe dá diferentes formas. Ele aprecia as pessoas que sabem como roubar e como tirar vantagem dos outros de uma forma ainda mais sofisticada.

Além da inclinação ao mal que me empurra por trás, há outro sistema de propaganda que me puxa para frente por diferentes prazeres malignos.

Pergunta: Eu não tenho nenhuma dúvida de que a ideia da garantia mútua é certa e eu realmente quero que ela seja cumprida na sociedade que eu vivo e crio meus filhos. A única dúvida é se há uma chance de que ela vai funcionar, uma vez que é completamente oposta da forma como a nossa evolução é direcionada.

Resposta: A ideia da garantia mútua pode ter sucesso pelas grandes aflições e problemas no mundo que vão deixar a pessoa sem escolha (e vemos que isso pode acontecer se o mundo segue o caminho da evolução natural, o caminho em seu tempo), ou ainda podemos conseguir colocar o mundo no caminho certo, o caminho da Luz.

Não há dúvida, porém, que o nosso estado tem que acabar de alguma forma. Todos entendem que a linha de chegada está próxima e que o mundo está prestes a explodir. Nós vemos que eventos diários em todo o mundo estão levando para uma direção ruim. Ninguém sequer espera por mais alguma coisa boa. Quando ligamos o rádio ou a TV não esperamos qualquer boa notícia.

Há apenas duas opções: o caminho da Luz ou o caminho do sofrimento. Nós podemos ficar de braços cruzados como um tolo que se senta com os braços cruzados devorando a sua própria carne. Mas as pessoas que receberam o impulso em direção à meta são chamadas de Israel, Yashar El (direto ao Criador), e querem descobrir a Luz Superior. Isso as obriga a revelar esta Luz aos outros (isso é importante).

Portanto, o método de correção da sociedade humana pela conexão é revelado às pessoas porque a conexão inclui a força superior ou a Luz que Reforma. As pessoas vão receber uma explicação sobre a Luz que Reforma e não vão se importar, visto que você as faz sentir que isso é possível e vale a pena.

Não há outra escolha, porque isso já é uma tendência social, o mundo já entende isso inconscientemente e está pronto para aceitá-la. Isso ocorre porque as pessoas vêem que de outra forma nós simplesmente destruímos um ao outro. Basta ver o que está acontecendo na Ucrânia ou na Síria.

Pergunta: Será que vamos ser capazes de dizer-lhes sobre os jogos e sobre a sabedoria da Cabalá numa situação tão desastrosa?

Resposta: Claro, isso é feito justamente nessa realidade. Se eles não usarem este método hoje, estarão mortos amanhã. Os desastres já estão se alinhando prontos para agir sobre nós desde Cima, como pára-quedistas que saltam de um avião, um por um.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/05/14, Escritos do Baal HaSulam

Liberdade Na Escuridão

Dr. Michael LaitmanQuando uma pessoa começa a estudar, ela precisa passar por todas as etapas, subindo e descendo de forma a sentir como elas a influenciam. A pessoa deve começar a trabalhar e lidar com isso. Não é possível gritar o tempo todo: “Por que você me abandonou, por que estou impotente de novo, em desespero e escuridão?”.

Esses estados vêm de Cima, e é especificamente com eles que eu avanço, desde que eu passe por eles corretamente. Eu devo receber uma sensação de ascensão, despertar, força e apoio do grupo e devo trabalhar corretamente contra a escuridão, ou seja, transformar a escuridão em Luz.

Esta escuridão é boa, já que na medida em que há escuridão, eu recebo o livre arbítrio. Eu posso ser livre! E se a Luz me ilumina, eu certamente estou dentro de sua doação. A Luz é maior do que eu. Ela vem, me influencia, me incapacita, e eu me torno tudo o que Ele deseja.

Eu sou como um fantoche numa corda que brinca e salta, enquanto minhas cordas são puxadas, o que é pela Luz. A escuridão simboliza que o mestre soltou minhas cordas e eu caio sem qualquer movimento. Eu posso receber o despertar do entorno e jogar assim, como se estivesse sendo operado pelo mestre.

Mas eu vou jogar isso sozinho. Claro, eu vou receber a força do grupo, mas apenas na medida em que invisto a minha força, e depois vou começar a viver. Já sou eu operando a mim mesmo, semelhante à maneira como o Criador me opera.

Uma vez Ele está me operando e uma vez sou eu sozinho. Na escuridão, é especificamente eu, e na Luz, não sou eu, mas Ele. É assim que eu trabalho, até que a noite se torna dia e seja eu e não o Criador. Eu me elevo apenas à doação e não importa o que me influencia, a Luz ou a escuridão.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/05/14, O Livro do Zohar

Uma Regra Com 612 Comentários

Dr. Michael LaitmanA palavra “Klal” (coletivo/regra) indica uma soma de detalhes que, quando juntos, formam o coletivo acima. Assim, quando ele fala sobre a Mitzva, “ama teu próximo como a ti mesmo”, que é um grande Klal na Torá, devemos entender que o resto das 612 Mitzvot (preceitos) da Torá, com todas as suas interpretações, são nem mais nem menos do que a soma dos detalhes inseridos e contidos nessa única Mitzva (singular para Mitzvot), “ama teu próximo como a ti mesmo. (Baal HaSulam, “Matan Torá” – “A Entrega da Torá”).

Isso significa que toda a Torá é dada a fim de se atingir a regra geral de amar o nosso próximo como a nós mesmos. O resto que está escrito na Torá, exceto este conceito “Ama teu próximo como a ti mesmo” é apenas um esclarecimento sobre esta regra.

Tudo está incluído na presente regra. Por isso, quando nos esquecemos dessa regra, nenhum caminho espiritual é possível para nós, nem estamos conectados com o processo espiritual ou continuamos perseguindo as metas espirituais por mais tempo. Se tentarmos englobar este princípio, podemos até parar de verificar o nível em que estamos ou tentar descobrir onde realmente estamos.

Toda a Torá foi dada a nós e destina-se a nos ajudar a alcançar a conexão que é chamada de amor em nossas vidas. Há duas maneiras de fazer isso: uma é seguir uma longa estrada cheia de aflição que representa o caminho natural de desenvolvimento, e a outra é um atalho agradável, que é assegurado pela Torá. De um jeito ou de outro, toda a humanidade, desde o início até o fim, está envolvida na progressão que nos leva a amar o nosso próximo.

Se nós entendemos e reconhecemos que agora estamos apenas praticando e jogando jogos, seguimos um caminho relativamente fácil e confortável de chegar à meta. Ainda assim, nós vamos ter que passar por algumas dificuldades e problemas, resolver e explorá-los de modo que tenhamos uma melhor sensação de sua essência e origem. Nós teremos que resolver várias situações em nossas mentes e sensações, porque este processo nos permite entender melhor e sentir as coisas.

A fim de tornar este caminho mais fácil e agradável para nós, existe a Torá, com a ajuda da qual nós alcançamos o estado de amar o nosso próximo. A partir desta fase, nós finalmente chegaremos a amar o Criador. No entanto, não há nada que possamos alcançar apenas seguindo o caminho do sofrimento. Tudo depende do despertar do nosso lado.

Da 5ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/05/14, Escritos do Baal HaSulam

Tic-Tac, Dia E Noite

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que eu tenho que ser espancado e quebrado para poder chegar à conexão se a quebra já aconteceu uma vez?

Resposta: Quando uma pessoa não está satisfeita e cai, estas são pequenas quebras internas. Todos os dias ela se sente decepcionada e, em seguida, sobe novamente. Está escrito: “O justo vai cair e se levantar milhares de vezes”. São esclarecimentos internos totalmente necessários.

Portanto, este trabalho não é adequado ao público, porque é impossível falar a qualquer um sobre isso e oferecê-lo aos que não têm o objetivo espiritual que ilumina diante deles. Este também para de iluminar para nós às vezes. Hoje as pessoas parecem um pouco cansadas e nebulosas, não ardem como se ardiam ontem. Amanhã elas vão sentir a inspiração de novo. É assim que avançamos.

Seus problemas atuais não são chamados de quebra. A quebra dos vasos já aconteceu no passado e os seus fragmentos caíram. Acima, eles estavam totalmente conectados, mas depois caíram ainda mais baixo e foram destruídos cada vez mais até que finalmente foram completamente destruídos e misturados.

Tick-Tock, Day And Night

Quando subimos de baixo para cima, nós temos que passar por todos os estados na direção oposta, 5-4-3-2-1-0, e cada vez saltar de um nível para o outro, de um nível energético para outro assim como elétrons dentro de um átomo. É como um pêndulo num relógio que constantemente se move de um lado para outro, tic-tac, tic-tac, para  frente e para trás, direita e esquerda, dia e noite. Nós temos que passar por estes ciclos quando suprimimos uma ação que realizamos e iniciamos uma nova ação, como se desde o início, mas num nível mais elevado.

Nós não conhecemos estes níveis superiores uma vez que estamos no exílio. Isto é o que Faraó engole, como está escrito: “Ele engoliu um exército e vomitou-o”, o que significa que ele não nos mostra que podemos avançar. Nós adquirimos sentimentos mais sensíveis e razão, mais oportunidades, e avançamos em Lo Lishma (não em Seu nome), mas não nos é mostrada nossa subida de um nível para outro.

Muitas vezes nós temos que saltar de um nível para o outro conforme subimos essa escada, e cada vez quebrar o nosso ontem e começar o dia de novo quando atravessamos a Machsom (barreira) e começamos a subir os verdadeiros níveis espirituais. Nos mundos superiores, será o mesmo e ainda pior.

Pergunta: Então, por que nós sonhamos tanto em atravessar o Machsom se existem os mesmos níveis lá até o fim da correção?

Resposta: Nós sonhamos em ascender ao mundo superior, porque lá podemos estar em vasos de doação e realmente doar um ao outro e com isso ao Criador. Pela nossa doação mútua nós estabelecemos a base para as revelações do Criador. Nós não doamos diretamente ao Criador, mas chegamos ao amor do Criador pelo amor das criaturas.

Nós criamos uma plataforma entre nós, um lugar onde o Criador será revelado de acordo com nossa equivalência de forma. A Luz Superior irá residir no desejo que está cheio de cooperação mútua e preocupação de todas as suas partes entre si.

Pergunta: Será que vai ser mais fácil para eu superar todas as crises além do Machsom?

Resposta: Além do Machsom eu vou realmente ser capaz de doar até o Criador. Eu nem sequer calculo o que é mais fácil e o que é mais difícil, eu só calculo se posso doar ao Criador. Atravessar a Machsom significa atingir o atributo de doação e realmente deleitar o Criador. Eu não preciso de nada mais do que isso! Eu não levo minhas dificuldades em conta, mas apenas a oportunidade de doar a Ele. Nosso objetivo é deleitar o Criador. Se eu tiver essa oportunidade, isso significa além da Machsom, e assim eu quero estar lá.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 16/04/14, Escritos do Rabash

A Ideologia Da Próxima Revolução

Dr. Michael LaitmanNós gostaríamos de fazer uma mudança radical em nossas vidas. Hoje vivemos sob uma pressão incessante e as cores brilhantes em nossas vidas desaparecem rapidamente. Não importa o que tivemos êxito na obtenção; o vazio interior em tudo isso é impossível de preencher com os prazeres e as formas de alcançá-los.

Nesta busca, sempre acabamos perdendo. Trabalho e várias tarefas ocupam praticamente todo o nosso tempo, então quase nada é deixado para o tempo em casa, para nós mesmos e para a família. Nós estamos com sede de uma nova vida em que acordamos de manhã com um sorriso em nossos rostos, a felicidade em nossos corações e com a sensação de que todos estão prontos para nos apoiar e nós apoiamos todos eles.

A próxima revolução será realizada especificamente nas relações entre nós. Ela será interna e chegará aos fundamentos da compreensão do nosso mundo. A vida vai continuar em diferentes frequências, saturadas com o calor, unidade, amor, conexão mútua e felicidade. Esta é uma revolução na compreensão do mundo, na consciência. É uma revolução interior em cada um de nós que vai mudar a relação da pessoa consigo mesma, com os outros, com a sociedade e a vida em geral do início ao fim.

Nós queremos saber como nos tornarmos verdadeiros revolucionários e como fazer mudanças reais em nossas vidas.

Pergunta: Isso está conectado à plataforma ideológica do povo judeu? Na verdade, o valor do amor ao próximo já está enraizado nele – todos os princípios, que são altamente relevantes para o futuro da transformação social. Existe uma conexão entre a ideologia da próxima revolução e as ideias que se tornaram a base do povo judeu?

Resposta: Claro. Todas as revoluções anteriores tiveram lugar no plano físico. Sua ideologia se limitava à questão de como satisfazer a pessoa e como construir a sociedade de tal forma que seria melhor servir a população. Por toda a sua esperteza ideológica e em todas as revoluções, os judeus quase nunca participaram até a revolução russa. Mas essa foi uma revolução enganosa, de tal forma que até mesmo seus organizadores não entendiam o que estavam fazendo.

Em geral, é possível dizer que a partir de Marx em diante uma “ideologia judaica” começou a aparecer no mundo.

Na verdade, os sábios do povo judeu também foram ideólogos. O primeiro que assumiu esse papel para si foi Abraão, e depois dele Moisés, Davi, os profetas, e assim por diante até o rabino Akiva, o último do período do Templo, quando o povo ainda existia de acordo com a sua ideologia. Sim, houve algumas correntes dentro dele que, às vezes, se opunham entre si, mas tudo isso foi num quadro de esclarecimentos entre estas ou outras linhas.

No final, o objetivo era claramente para perceber o princípio: “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”. O povo judeu começou a partir disso, Abraão baseou-se neste princípio, e as pessoas viveram de acordo com este princípio, mais ou menos, até a destruição do Templo que aconteceu dois mil anos atrás.

Naqueles tempos os judeus viviam em relação mútua, e assim eles não tinham reis no sentido convencional, nem ditadores e tiranos. Entre os judeus, um rei não induzia medo em seus súditos, porque “em suma”, ele era um juiz. Em outras palavras, ele também estava subordinado às leis da natureza e não estava acima delas.

Todo mundo sentia, entendia e aprendia essa ideologia, que era a mensagem da unidade geral. Todo o sistema de leis era baseado no amor ao próximo, pelas quais o povo judeu existia. Como resultado disto, ele moldou uma sociedade única, caracterizada por uma compreensão única da realidade. Todas as nossas origens são daqui e toda a sabedoria da Cabalá fala sobre isso.

Mas depois disso, no período da destruição do Segundo Templo dois mil anos atrás, o povo sacudiu a sua ideologia e a partir de então tornou-se cada vez mais distante dela. No início ainda havia alguns fios de conexão, mas eles eram fracos e foram desconectados com o declínio das gerações.

Se fôssemos perguntar às pessoas hoje, qual é a ideologia do povo de Israel, apenas pessoas isoladas conduziriam a conversa na direção certa. Outros, ou seja, o setor religioso, só falaria sobre o aspecto físico, sobre o desempenho físico de alguns costumes e nada mais do que isso. Pessoas seculares ideologicamente alinham-se de acordo com a compreensão ocidental. Em geral, elas a copiam e tentam ser “como todo mundo”. Isso é essencialmente o que os pais fundadores da nação de Israel, Herzl, Ben-Gurion e assim por diante queriam.

Mas, por outro lado, elas provavelmente não estão abertas para a sabedoria da Cabalá hoje, que é a legislação do povo judeu, que explica a sua verdadeira ideologia. Esta fala sobre o princípio fundamental do “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”. O povo judeu deve ser construído sobre isso, dando um exemplo para todo o mundo e sendo uma “Luz para as nações”.

De fato, essas leis, com todas as suas ramificações, já existem e nós não precisamos encontrar nada novo. O objetivo do povo é realizá-las, amar os outros, e depois disso ensinar aos outros, introduzir o amor ao mundo, e isso significa ser uma “Luz para as nações”.

Chegou a hora do povo judeu voltar às suas raízes, a sua essência interior e realizá-la. Sem isso, todas as nações do mundo se encontram na escuridão e não sabem como organizar suas vidas. Elas não têm essa ideologia, que é a base e o fundamento sobre o qual é possível ser forte e resistir a todos os ventos e distúrbios.

Portanto, o povo judeu deve redescobrir suas origens e compreendê-las corretamente, dentro do espírito do “E amarás o teu amigo como a ti mesmo”, e não no âmbito da execução formal dos costumes que elas retratam. Especificamente, o espírito e a ideologia, devem ser aprendidos a partir das fontes, e, consequentemente, mudar a sociedade, o sistema de educação, e mostrar a todos que esta é a base verdadeira e correta de todo o mundo.

Pergunta: Você disse que desde o tempo de Marx em diante, a “ideologia judaica” começou a ser revelada no mundo. O que isso significa?

Resposta: Mesmo o Baal Shem Tov começou a disseminar entre as pessoas a sua ideologia original. Ele viajou para vários lugares do mundo e conversou com as pessoas sobre o amor ao próximo e sobre a conexão geral. Ele fez muito nessa área, e essa foi especificamente a essência do seu trabalho. Ele não gravou seu próprio material, e transmitiu oralmente a seus alunos que escreveram livros e mais tarde se tornaram aclamados professores que trabalhavam apenas no ambiente judaico.

O Baal Shem Tov moldou esta ideologia entre as pessoas, e agora o que nós fornecemos às pessoas passa para toda a humanidade. Nós não entendemos como esta rede de conexão funciona, mas se investigamos minuciosamente cada revolução, cada mudança social, encontramos a “semente de Israel” lá, agindo como um líder. É possível descobrir isso em religiões e crenças e entre todos os tipos de revoluções em toda parte. E, se em determinadas circunstâncias não vemos isso, no final descobrimos isso, quando são descobertos fios que não são vistos no momento.

Nós ainda vamos descobrir que essas pessoas sem uma centelha, sem uma “parte do divino de cima”, sem conexão com o mundo espiritual e a característica de doação, simplesmente não estão prontas para avançar a humanidade. É especificamente a característica de doação que causa esse desenvolvimento

Pergunta: O que é a característica de doação?

Resposta: De acordo com a nossa natureza, nós somos “bestas”, somos um desejo egoísta que quer tornar a vida tão boa e confortável quanto possível.

É possível ver isso em cada um, desde o período pré-histórico. Se não houvesse mistura com aqueles que têm um “ponto no coração”, a fonte única, o início desta força que motiva o desenvolvimento, doação e proximidade com os outros, as pessoas continuariam a ser como seus antepassados. Elas não teriam impulso para o desenvolvimento pessoal.

Grécia Antiga, China, Índia, América antes de Colombo, África, Sibéria: bilhões de pessoas viviam de acordo com as suas tradições, pois não havia judeus vivendo entre elas, que eram as pessoas que saíram da Babilônia por causa de sua atração ao desenvolvimento. E desenvolvimento significa alcançar a característica de doação, que é a conexão com os outros.

A Europa descobriu os índios em sua condição mais arraigada. A África, a partir da qual a espécie humana começou, manteve-se a mesma África há milhares de anos. A China avançou um pouco, mas isso era só porque judeus se encontravam lá por muitas gerações.

Esta é a lei da natureza: se as pessoas não têm uma unidade interna para o desenvolvimento, no sentido da doação, da conexão, elas não precisam de indústria, comércio ou a conexão com outras regiões. A pessoa permanece em seu lugar e é bom para ela. Há pessoas que viveram desta forma no passado e ainda estão vivendo desta forma, mesmo em países desenvolvidos.

Por outro lado, uma pessoa com um “ponto no coração” quer se elevar acima deste mundo, sem saber para onde, e este impulso a leva a se desenvolver.

Pergunta: O que é esse “ponto no coração”?

Resposta: Esta é uma atração para o poder de doação, o desejo de sair de si mesmo, de mudar a si mesmo e o mundo. Cada pessoa como esta é, essencialmente, um revolucionário. Foi especificamente essas pessoas que Abraão reuniu na Babilônia e conduziu-as num novo caminhou.

Pergunta: Abraão começou com uma revolução perceptiva na consciência da pessoa, na sua relação com a vida, com o poder superior, com os outros. Para nós Abraão simboliza bondade e amor. Será que isto significa sair de mim mesmo para mudanças sociais é um impulso revolucionário?

Resposta: Sim, esta é a revolução. Na verdade, pode haver apenas uma verdadeira revolução: quando você traz uma nova força ao mundo, o poder de doação que se eleva acima do poder de recepção.

Por outro lado, se você acabou de mudar e variar o poder de recepção, isso não dá nada. Sim, nós estamos envolvidos com algo, mas, essencialmente, estamos “negociando uma vaca por um burro”. Quando a escravidão foi derrubada e havia um pouco mais de liberdade nas demais estruturas sociais, não houve verdadeira mudança qualitativa a partir disso.

Portanto, Abraão foi o primeiro revolucionário verdadeiro, que trouxe o poder de doação e bondade ao mundo. Com isso, ele fundou a ideologia do seu grupo, que mais tarde se tornou a nação de Israel.

Como foi dito antes, no início de todas as mudanças reais na história da humanidade, mesmo que nós não vejamos isso agora, havia judeus. Especificamente, eles lançaram as bases do cristianismo e do islamismo. Durante o período da perseguição dos judeus na Europa durante a Idade Média, eles “tomaram a frente”.

Pergunta: Você quer dizer que esta atração revolucionária para mudar é construída dentro dos judeus, e sem eles nenhuma mudança social vai acontecer?

Resposta: Sem dúvida. De fato, as mudanças deste tipo exigem a força de uma chave nova, única e poderosa. Isso também causa o desenvolvimento das religiões.

Além disso, a ideologia do povo de Israel é o oposto de todo o resto das ideologias. Portanto, o mundo inteiro ainda se levanta contra os judeus. O antissemitismo é uma característica comum de todos os povos, e é impossível explicá-lo apenas de acordo com motivos religiosos. Pelo contrário, ele é derivado de categorias mais amplas e não ancoradas na religião. Este é um fenômeno único, que é causado por todas as outras ideologias sendo egoístas e dirigidas para o plano terrestre, enquanto a ideologia judaica é voltada na direção oposta, aparentemente contra eles.

A partir daqui surge uma diferença que não pode ser resolvida. Judeus são reconhecidos, mesmo nos lugares mais remotos do mundo. E isso não é de acordo com a aparência externa. Eles são identificados de acordo com sua aspiração “sobrenatural”, fundamental, sua aspiração de elevar-se acima da natureza.

Pergunta: Venha; vamos ver agora do passado para o futuro, o que é esperado do povo judeu? Será que o amor primordial estará no topo da revolução na educação, nas relações entre as pessoas?

Resposta: Com certeza. Só nós estamos prontos para isso. Primeiro nós mesmos devemos aprender isso e depois disso dar esses princípios aos outros.

Afinal de contas, os outros não estão prontos para nada e ainda culpam os judeus por todos os seus problemas. Eles acusam porque os judeus não começaram a corrigir o mundo, e com isso eles causam a deterioração das condições. E como não há nenhum outro método neste mundo, todo mundo vai decidir que é necessário matar e destruir os judeus.

De qualquer forma, a correção depende de nós.

Pergunta: Isso significa que a próxima revolução deve começar em Israel?

Resposta: Apenas e só em Israel. E isto deve ocorrer o mais rapidamente possível. Caso contrário, os judeus farão com que o mundo continue a se deteriorar, e isto, por um lado, ameaçará os próprios judeus, e por outro lado, colocará em risco toda a humanidade.

Pergunta: Você está falando da correção do mundo; mas cada um entende isso de acordo com a sua percepção e dá a sua própria interpretação. O que isso significa para você, no contexto da revolução na educação e nos sistemas de relacionamentos?

Resposta: De acordo com a lei judaica é muito simples. O nosso mundo é egoísta e exige correção dos judeus, o que significa transformar o egoísmo em altruísmo, a fim de mover-se ao longo das faixas de unidade, igualdade e amor mútuo. Esta é a ideologia judaica.

Hoje nós estamos diante da necessidade desta revolução, de uma mudança real. Até agora, a luta era apenas sobre o lugar do mestre onde serviam os escravos. Todas as vicissitudes dessa luta não poderiam ser chamadas de uma “revolução” na consciência, onde em vez do desejo egoísta de desfrutar damos maior importância a outro desejo, que é o desejo de doar. Com isso, substituímos o poder do Faraó pelo poder do Criador. Esta é uma verdadeira revolução.

Por outro lado, a substituição de governantes não é chamado de uma revolução, uma vez que, de fato, o princípio da exploração do outro permanece no lugar.

Pergunta: Na verdade, ao longo da história humana as revoluções proclamaram a liberdade, a igualdade e a justiça. Nós sempre quisemos isso, derrubamos governos, mudamos governantes, mas, no final, ainda hoje a humanidade exige os mesmos ideais, mas sem sucesso. Como a próxima revolução nos dará liberdade?

Resposta: Tudo depende do que a liberdade significa da nossa perspectiva. Nós estamos falando da liberdade do ódio, rejeição e do desejo de explorar os outros. Em suma, esta é a liberdade da nossa atual natureza, do Faraó que nos domina.

Cada um de nós deve subir acima de si mesmo e, assim, nenhum desejo de dominar os outros permanecerá. Na verdade, nós queremos que o poder da doação seja incutido em nós.

Pergunta: Isso significa que o paradigma eterno de todas as revoluções será alterado – o conflito entre os exploradores e explorados, entre os governantes e os governados?

Resposta: A sociedade que irá incutir a unidade entre nós vai nos governar. Ninguém vai estar acima, mas só existirá na unidade em que descobrimos o poder fundamental da natureza. Este é verdadeiramente o maior poder que se encontra acima de nós e é a característica superior de doação e amor.

O povo de Israel deve aspirar a isso. Com isso, ele vai perceber a sua verdadeira constituição e ideologia, e acabará por chegar à correção do “eu” e a correção de todo o mundo.

Portanto, a sabedoria da Cabalá foi revelada em nossos dias e ensina o povo judeu a sua ideologia e as suas formas de realização na vida.

Pergunta: A revolução é uma mudança na consciência. Como você vê o ponto da virada que causará a próxima revolução?

Resposta: Isso depende do reconhecimento do mal, o quanto a pessoa pode suportar o reconhecimento de que o seu ego é o que está destruindo tudo, inclusive a si mesma, sua família, seus filhos, a sociedade, a nação, a ecologia e o mundo em que vive. Isso depende se a pessoa vai ou não querer ouvir sobre isso e que ela deve estar envolvida na autoeducação.

O ego que nos domina deve passar por uma ordem completa de problemas ou “golpes” sobre os quais a história do “Êxodo do Egito” fala. Estes golpes foram necessários para que pudéssemos reunir o poder de fugir. Será que os “sete anos de fome” foram suficientes para nós? E como as dez “pragas” são expressas hoje no ego, de tal forma que não vamos querer nos identificar com ele, para experimentar a sua dor? As “pragas” vão dividir entre nós e o ego, e acabaremos por querer nos afastar dessa característica.

Este é o problema. Pode ser que ainda precisemos de muito sofrimento, problemas terríveis e guerras mundiais. Ou iremos promover um remédio para os golpes e explicar às pessoas o que está acontecendo, para que a humanidade comece a entender o que está acontecendo conosco. Então, vamos, como é chamado, “com a Luz do rosto” do Criador, e nós vamos chegar rapidamente ao reconhecimento do mal. Vamos descobrir de onde vem e o qual é o remédio.

Pergunta: Como o Criador está conectado à revolução?

Resposta: O Criador é o poder geral que habita em toda a natureza, o poder chave que conecta a natureza num sistema integral. Este poder conecta todas as partes, mas nós somos como um tumor cancerígeno no seio do sistema que se alimenta de si mesmo e de todo o sistema, não permitindo que ele seja integral ou conectado corretamente em harmonia com a totalidade mútua de todas as partes.

E dentro deste tumor cancerígeno que é a humanidade, seu interior é o povo de Israel. Esta parte interna possui o conhecimento sobre o seu papel, sobre a maneira de curar a si mesma, todo o corpo coletivo e toda a natureza. No entanto, o povo de Israel não está fazendo isso. Ele se encontra no centro das coisas, mas não quer acordar.

Portanto, imagine a si mesmo, quem é o primeiro que deve ser despertado pelos problemas, e que problemas irão cair sobre ele se ele não realizar sua missão a tempo?

Nós devemos agora começar a publicidade para o povo de Israel que explica a sua constituição, ideologia e as formas de realizar isso.

Pergunta: Você pode resumir como o povo de Israel está conectado à futura revolução?

Resposta: A futura revolução será implantada por meio da ideologia do povo judeu. Ele vai dominar o mundo todo, o que significa que eles vão ensiná-la em todos os lugares. Um pequeno grupo que saiu da Babilônia e aprendeu estas leis agora deve, em primeiro lugar, perceber isso por si mesmo, e depois disso ensinar os “babilônios”, que foram espalhados por todo o mundo, que agora são todos os sete bilhões de pessoas. Eles já estão esperando por isso, uma vez que estão sofrendo e não têm chance de encontrar sozinhos uma solução.

De KabTV “Uma Vida Nova” 03/04/14

A História Do Povo Judeu

Dr. Michael LaitmanOs Quatro Exílios do Povo Judeu

O povo judeu passou por quatro exílios, que formaram o desenvolvimento gradual do desejo de receber, de toda a matéria da criação: Yod-Hey-Vav-Hey. Todos os fenômenos naturais se desenvolveram de acordo com esta fórmula.

O primeiro exílio não foi sentido como um exílio, o que significa que as pessoas não sentiam que eram escravas durante o período da escravidão. Visto que o desejo de receber era muito pequeno e se a pessoa o satisfizesse de alguma forma, ela se sentiria bem. Então, todo mundo concordava com isso.

Quanto mais o desejo de receber continuou a se desenvolver, ele precisou cada vez mais de independência, mais envolvimento independente na vida, no desenvolvimento e na comunicação, até que a natureza, de acordo com a sua fórmula, transformou o mundo inteiro numa conexão totalmente integral. E nós seres humanos ainda não estamos numa conexão integral, estamos atrasados ​​no que diz respeito às condições da natureza que quer nos desenvolver a um estado de conexão geral.

Uma criança que nasce não se comunica com o seu ambiente e não tem nenhum grupo social, ou tendências humanas, mas quanto mais ela amadurece, ela começa a sentir que precisa de uma família e de uma sociedade e não pode viver sem elas. Então, nós também precisamos atingir um estado de conexão entre nós. Assim, o início do nosso progresso é a compreensão gradual de que estamos dentro de nossa natureza original egoísta, no exílio do nosso estado mais elevado, de um nível mais elevado.

Na natureza existem quatro estágios de desenvolvimento: inanimado, vegetal, animal e falante. Nós estamos agora passando gradualmente do estado animal para o estado falante. Este é o próximo nível que ainda não alcançamos. Nesse meio tempo, o desenvolvimento humano ainda está no nível animal, porque está preocupado apenas com a existência, nutrição, educação dos filhos, e assim por diante. E tudo isso é feito de uma forma muito pouco atraente, porque a pessoa não é um animal que se desenvolve instintivamente de acordo com as leis equilibradas da natureza.

Os quatro estágios de subida nos degraus da escada são obrigatórios, e a transição do estado anterior para o próximo estado é implementado de acordo com as dez Sefirot, que nós não sentimos, ou de acordo com as quatro letras do nome do Criador, Yod-Hey-Vav-Hey, que incluem toda a natureza. Assim, a passagem entre os níveis e entre cada nível deve passar por quatro níveis de desenvolvimento (não importa quão pequenos eles sejam).

Na natureza existem quatro estados de avanço. O primeiro estado é a partida do estado do nível animal para o nível do homem, em que já existe o avanço em direção à solidariedade, conexão, característica de doação e amor, mas, por enquanto, num estado embrionário.

Isso aconteceu nos dias da Babilônia, quando Abraão tirou 5000 pessoas de lá e organizou um grupo que poderia ser chamado de o primeiro grupo comunista ou Cabalístico. Esta foi uma fraternidade espiritual em que todos participaram de acordo com o princípio da igualdade e preocupação não só para si, mas para o outro. Abrãao unidos todos aqueles que estavam interessados ​​em viver de acordo com este princípio e tirou da Babilônia todo mundo que estava pronto para ir em direção a esse ideal.

Três estágios de desenvolvimento da sociedade Cabalística são simbolicamente chamados de antepassados: Abraão, Isaac e Jacó, ou a linha direita, linha esquerda e linha média. O progresso contínuo dependia do desenvolvimento adicional que só foi possível com a condição da descoberta de um ego maior, sua correção e subida acima dele.

Então, Abraão se perguntou como seria possível chegar à característica de doação absoluta e amor. Ele investigou e descobriu que isso requer constante desenvolvimento do ego, sobre o qual a sua pequena nação se elevou.

Portanto, a próxima fase do desenvolvimento exigiu o crescimento do ego no grupo de Abraão, a descoberta do segundo nível do ego (o primeiro foi descoberto na Babilônia) e a elevação acima dele.

Mas isso não é apenas subir acima dele; pelo contrário, é passar por um processo de desenvolvimento do ego, onde todos recebem entendimento, todos mergulham nele e começam a trabalhar com ele. Então, vários impulsos egoístas começam a despertar e surgir nas pessoas que as empurram, influenciam e dominam. Mas as pessoas tentando subir acima de seu ego agem de acordo com o método de Abraão baseado no interesse mútuo, sempre que possível, e não para si mesmas.

A Torá fala sobre os estados através dos quais o povo de Israel passou no Egito. No começo eles lutaram entre si e em conjunto contra o seu ego, e depois disso contra o Faraó, que simbolizava o seu novo ego que sempre foi descoberto nas relações entre eles. O povo judeu esteve no Egito por 210 anos (um período simbólico). Assim como há quatro fases da Luz Direta, que são a fonte do nome de quatro letras do Criador, a fórmula que inclui quatro componentes que se desenvolvem gradualmente, do mesmo modo os egípcios, ou o ego que foi revelado nas pessoas, incluía quatro níveis. Assim, o tempo do exílio egípcio é chamado de 400 anos. No entanto, ele continuou por apenas 210 anos, e os restantes 190 anos foram divididos entre o resto dos exílios.

Os nomes na Torá: “Egito”, “Monte Sinai”, “O Deserto do Sinai”, e “a Terra de Israel” simbolizam os estados internos das pessoas. Isso não está falando de geografia, mas de mudanças internas que acontecem dentro de uma pessoa. Quando o ego cresceu, ficou cada vez mais difícil para as pessoas se manterem no nível de amor, fraternidade, “e amarás o teu amigo como a ti mesmo”; elas caíam e eram elevadas, caíam e se elevavam na conexão entre si, até que entenderam que tinham que estar desprendidas do ego, que cresceu enormemente. Na Torá isso é descrito como as dez pragas do Egito.

Isto significa que o ego se expandiu tanto que era impossível se manter nele e trabalhar com ele. Era necessário começar a descobri-lo em nós de forma gradual, para sair dele, e assim subir. Mas era impossível superar essa montanha de uma só vez, mas gradualmente, descobrindo o ego apenas na medida em que era possível usá-lo, superá-la e, assim, transcendê-lo.

Apesar das características negativas serem constantemente descobertas numa pessoa, ela não tem medo delas, porque entende que, graças a elas, ela vai subir se usa-las corretamente, pois esta é a sua ascensão espiritual.

É exatamente assim que o grupo de Abraão se desprendeu do seu ego, chamado Egito, e começou a trabalhar em si mesmo. Quando eles subiram acima do ego, eles começaram a organizar atitudes de ajuda mútua entre si, pelo menos tentaram não prejudicar o outro, pois antes eles estavam prontos para se aniquilar tão grande era o ódio que foi descoberto entre eles. O símbolo desse ódio é o Monte Sinai. É possível chamar os estados através dos quais o povo de Israel passou de deserto do Sinai, porque o trabalho em prol da doação não traz qualquer satisfação para o ego, pois eles não sentem qualquer gosto nele. É assim que eles trabalharam em si mesmos por quarenta anos até que subiram ao nível de Bina. Quarenta anos no deserto eles procuraram incessantemente pela característica de Bina (doação) dentro do ego, que foi aumentando continuamente.

Depois que o povo passou por todos os níveis, e, como resultado disso, todos os vasos que eles levaram com eles do Egito (os vasos de ouro e prata e as joias), ou seja, todas as características egoístas neles, morreram (a geração daqueles que deixaram o Egito morreu), eles tiveram a oportunidade de alcançar o próximo nível chamado de “Terra de Israel”, um desejo que é dirigido apenas à doação e amor. Terra (Eretz) é desejo (Ratzon), e Israel (Yashar-El) significa “direto ao Criador”. O Criador é o poder de doação e amor que é o poder essencial na natureza, e todo o resto são suas partes. O programa, segundo o qual este poder atua, pretende dar à pessoa independência, onde ela quer estar apenas num estado de doação e amor.

O grupo de pessoas que entrou na terra de Israel lutou por ela porque esta era habitada por “outros povos”, ou seja, vários distúrbios que foram descobertos em seu caráter acima do qual elas tinham que subir. Isso é chamado de “conquista da terra”, a conquista da terra de Israel. Então, gradualmente, elas chegaram a um estado em que a partir de todos os desejos que foram descobertos entre si, elas criaram um vaso comum de doação mútua e amor em que descobriram o poder superior, o Criador, e subiram ao Seu nível. Este é o estado perfeito. Mas, no momento em que atingiram esse estado, um ego coletivo ainda maior começou a ser descoberto nelas no próximo nível. Isto porque depois de deixar Babilônia elas levaram todo o enorme ego com elas que realmente não pertencia a elas (à característica de doação e amor), mas a toda a humanidade.

Como Rambam escreve, quando as 5000 pessoas que saíram da Babilônia chegaram à terra de Israel elas já eram três milhões, no momento em que havia milhões de pessoas em todo o mundo. Isto se refere a uma situação que ocorreu 2.700 anos atrás.

Mas esta pequena nação construiu o chamado Templo, ou seja, que construí uma condição na qual o Criador, o poder de doação e amor, foi revelada entre eles, e eles existiram nesta forma e se encontravam na espiritualidade.

Depois disso, um novo nível mais interno foi criado, que não pertencia a eles, o coração de pedra, que, naquele momento, eles não podiam corrigir. Este nível pertencia ao mundo todo. O povo de Israel não conseguiu agarrar a posição do nível de doação e amor; ele começou a desmoronar e caiu do seu alto nível de conexão mútua, do nível de equivalência de forma com o Criador a uma condição de separação que é chamada de segundo exílio, o exílio da Pérsia e Midiã. Isto não é mencionado na Torá, mas nos Profetas, no Livro de Ester e em fontes adicionais.

O povo de Israel esteve nesse exílio por 70 anos. 7 ou 4, e 400 ou 70, são unidades simbólicas de subida ou descida que são expressas em diferenças de tempo. Tudo funciona de acordo com a fórmula original, pois a criação do desejo (o ego) foi de acordo com as quatro fases da Luz Direta, sob a influência da Luz Superior (a característica de doação e amor). A partir daqui esta fórmula se espalha por tudo.

A descida para um nível tão baixo era perigosa para o povo de Israel, em que eles eram susceptíveis de esquecer completamente o nível que havia sido encontrado anteriormente e o que aconteceu com ele. Havia perigo de que eles se transformassem como o resto dos povos, mas ao mesmo tempo um despertar espontâneo aconteceu. No mapa mundial apareceu o líder do mal Hamã, que como o Faraó, despertou neles a consciência de sua situação. Eles fizeram uma grande obra entre si, foram forçados a subir acima do nível de Hamã, matá-lo (seu ego), e desta forma se elevaram ao próximo nível chamado de nível do segundo Templo.

Este nível era menor ao nível do primeiro Templo, porque a doação e o amor aqui não eram como no nível do primeiro Templo. Se o primeiro templo existia no nível de “e amarás o teu amigo como a ti mesmo”, o segundo Templo desceu ao nível de, “Não faça a seu amigo o que é odioso para você”. Especificamente, é a conexão entre as pessoas que é chamado de Templo e não as paredes de pedra que foram erguidos em Jerusalém.

O povo de Israel continuou a trabalhar em si mesmos, eles tentaram fazer o possível para permanecer, pelo menos nesse nível, mas o ego cresceu porque o ego da humanidade não tinha sido corrigido.

Enquanto isso, a humanidade desenvolveu-se egoisticamente e isso influenciou o povo judeu, para que eles não conseguissem manter o nível de ajuda mútua; eles passaram por lutas internas entre si que foram materializadas em nosso mundo como guerras contra os romanos e os gregos.

É assim que a queda das pessoas aconteceu sob a influência dos desejos egoístas interiores, os “gregos” e os “romanos”. Os desejos dos “gregos” recebeu expressão ideológica, e os desejos dos “romanos” foram realizados em ação. Isto se refere apenas aos estados internos do grupo de Abraão.

No final, a nação caiu do nível do segundo Templo, “Não faça a seu amigo o que é odioso para você”, em desprendimento absoluto, do nível de cooperação com o nível de pessoas normais. Isto significa que as pessoas não caíram no cativeiro dos egípcios ou os babilônios, mas no cativeiro do público em geral que estava completamente desprendido de todos os níveis espirituais.

Os tempos difíceis do terceiro exílio do povo judeu tinha chegado, o qual foi caracterizado pelo desprendimento absoluto do estado espiritual. Mas o desprendimento do estado espiritual foi gradual, continuando por muitos anos e terminando no século XVI (16º século), nos dias do Ari ou um pouco antes dele. Um método para a partida do exílio espiritual chamado Cabalá começou a se desenvolver. Ele também existia antes disso, pois os alunos de Abraão o esclareceram, concluíram e documentaram. Eram grandes ideólogos. Mas, apesar dos muitos livros que eram chamados de livros sagrados dos judeus, faltava um método preciso para o mundo que ensinasse uma pessoa como se afastar do estado do ego, pois naquele tempo, o ego ainda não tinha sido descoberto; ele começou a ser descoberto a partir da época do Ari.

O Ari foi um grande Cabalista que lançou as bases para o método de correção. Depois dele, surgiram Cabalistas como o Baal Shem Tov, o Maguid de Mezritch, e muitos outros líderes espirituais que descreveram o mesmo método em vários estilos e trabalharam com pessoas em vários níveis teóricos e práticos.

Mas o desenvolvimento deste método, que começou nos séculos XV e XVI, e continuou até os nossos tempos, parou em nossos dias. O último dos grandes mestres espirituais foi meu professor, o Rabash. Ele e seu pai, Baal HaSulam, fundaram e desenvolveram o atual método de correção. E nós os seguimos com a ajuda do método que eles desenvolveram; nós esperamos deixar o último exílio espiritual em que toda a humanidade se encontra.

Este é um exílio única, pois os descendentes do grupo de Abraão foram dispersos por toda a humanidade; eles perderam toda a experiência que haviam adquirido moral, espiritual e ideologicamente.

Parte desse grupo mudou todo o método, ou seja, tomaram para si a prática mecânica, sem pensar que tinham que se integrar com o seu interior através do seu desejo sincero. Este é o problema essencial na saída do último exílio.

Nós estamos agora num estado de esclarecimento de todas as condições, a fim de subirmos para o último nível de desenvolvimento, porque depois de sairmos da Babilônia, Egito e Pérsia, chegou a hora de sairmos do estado da atual crise global em que humanidade foi lançada.

Hoje, pragas globais modernas estão começando a ser descobertas na humanidade. Elas ainda não foram totalmente reveladas, mas nós já começamos a reconhecê-las gradualmente e sentimos sua abordagem. A ameaça de um tsunami se aproxima, catástrofes naturais, guerras e perturbações da ordem. As pessoas estão começando a entender que por meio de ações estúpidas, bárbaras e egoístas, elas abriram uma terrível Caixa de Pandora.

Portanto, nós temos que ativar este método. Estou feliz por fazer parte desta atividade e poder explicar, dizer e revelar às pessoas a situação em que nos encontramos, que tipo de mundo estamos vivendo, o que podemos esperar, que possibilidades estão disponíveis para nós, e o que devemos fazer.

Eu estou muito feliz que nos encontramos numa situação em que podemos realmente descobrir o método sobre nós mesmos, como num laboratório, e depois disso levá-lo ao mundo inteiro e mostrar ativamente como podemos trabalhar com ele. Cabe a nós sermos um exemplo para toda a humanidade e devolvê-lo ao estado do poder superior, ou seja, a característica de doação e amor, na melhor e mais rápida forma possível.