Uma Máquina Milagrosa

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é preguiça no trabalho?

Resposta: A preguiça é o peso no nosso trabalho, a falta de motivação, de vigor e de combustível, ou seja, a falta de importância. Rabash dá um exemplo simples: se uma casa estivesse em chamas e se precisasse fugir do fogo, ninguém seria preguiçoso e continuaria dormindo. Todo mundo ia saltar da cama e fugir.

Se a vida de uma pessoa não está em perigo, esta pode dizer que não importa o que aconteça, o que será, será, e pode tomar um tranquilizante para dormir mais profundamente. Tudo depende da importância.

Não há preguiça ou excitação; há apenas um sentido da importância da meta, o próximo estado. Se estamos falando de um processo que é repugnante para a nossa natureza, que, como todos os animais, egoisticamente é atraído a descansar, a se satisfazer, como a pessoa pode trabalhar para a satisfação dos outros? Isto é simplesmente impossível.

É possível viajar de carro sem combustível? Certamente que não, ele precisa de combustível. Sem isso, ele não se move! Considerando que nós queremos chegar a um estado em que podemos avançar sem combustível. Então, como é possível fazer isso sem nos satisfazer com um objetivo bom e tentador? Não estamos preparados para fazer isso.

E aqui nós estamos confusos e não entendemos como avançar, onde, para qual objetivo, como passar por todo esse processo. Isto é porque nós realmente devemos começar a trabalhar sem combustível para o nosso desejo de prazer, de trabalhar sem um objetivo atraente para o ego que diz que deve ser satisfeito. Nós temos que ir para a máquina de movimento perpétuo, para um motor que usa um combustível absolutamente diferente e realiza outros trabalhos.

Nós apenas não entendemos como uma coisa dessas pode existir na realidade. Isto é como uma máquina que funciona por si só com algum combustível invisível e recebe o poder do movimento ao agir para o bem dos outros, satisfazendo-os e fazendo tudo para o bem deles.

Eu não preciso colocar nada nela. É um milagre, e tudo funciona. Eu verifico, será que ela tem combustível? Não há combustível! Há eletricidade? Não há eletricidade! Talvez ela pelo menos desfrute o que está fazendo? Verifico e ela não recebe nenhum benefício disso! Então, como pode funcionar?! Graças a um milagre, um milagre, o poder de doação! Por quê? Não há resposta.

Então, como devemos continuar em direção a um estado como este, onde seremos como essa máquina? Esta é toda a questão. O processo nos move em direção a isso, e devemos entender apenas uma coisa todo o tempo: conexão – conexão – conexão. E assim passamos por estados que são chamados de antepassados, toda a história de seu desenvolvimento após deixar a Babilônia, depois a entrada no Egito, sete anos de saciedade, sete anos de fome, as pragas do Egito e o êxodo de lá.

Tudo isso aconteceu apenas graças a algum tipo de poder superior que é desconhecido para nós. A partir da conexão entre nós, eu descubro todos esses estados chamados de sete anos de saciedade e sete anos de fome, as dez pragas e a fuga do estado anterior.

Eu fujo de todo este velho paradigma, porque ele não pode me ajudar mais em nada. Eu vejo que tudo o que eu tenho feito até agora carece de valor, e descubro algo novo aqui: a possibilidade de compreender, sentir e trabalhar como essa máquina de movimento perpétuo que funciona sem combustível, sem interesse próprio e sem satisfação.

Esta máquina funciona completamente na base de uma potência mais elevada. De repente, algum tipo de iluminação atinge a partir de cima e ela começa a girar por si só, enquanto a iluminação está nela. Então, ela está pronta para se conectar com os outros, para executar ações, para irradiar energia de si mesma. Isto é simplesmente maravilhoso; este é o milagre que nós esperamos tanto.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 20/04/14, Escritos dos Rabash