Canção De Uma Alma Devotada

Tradicionalmente, as pessoas cantavam melodias escritas pelos Cabalistas, em tonalidades menores e tristes. Mas devemos compreender que cada melodia Cabalística está acima do Tzimtzum, ou seja, acima da preocupação por si mesmo.

Todos as melodias são direcionadas ao Criador, com um anseio de se aderir a Ele, com doação e amor, dar-Lhe satisfação, e se assemelhar a Ele em nossos relacionamentos com outras pessoas. Elas não expressam pesar sobre as dificuldades e sofrimentos, ou reclamações sobre a dificuldade da vida, como é normalmente entendido nas religiões.

Preocupações como essas e a tristeza geral de uma pessoa não são mencionados na sabedoria da Cabalá e nos livros de Cabalá. Isso ocorre porque os Cabalistas estão em um estado que está além da Machsom, nas fronteiras do mundo espiritual; portanto, eles não levam em conta a si mesmos, mas somente o Criador.

E se eles se arrependem, é só porque eles não podem alcançar mais devoção e auto-sacrifício para o Criador. Todos os pensamentos, desejos e expectativas são dirigidos para fora da pessoa, e isso deve ser sentido na melodia. Essa música é uma explosão e efusão entusiástica da alma.

Se cantamos uma melodia de Baal HaSulam, temos de imaginar o seu estado e tentar estar o mais perto possível disto. Caso contrário, nós associamos esta melodia com o nosso estado físico, ao nosso choro e pedidos: “Dá, dá, dá!” Nós transformamos o sagrado em profano.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabala 20/5/14