Alimento Como Arma

Dr. Michael LaitmanOpinião (Alina Savelyeva, assistente do reitor da Faculdade de Economia Mundial e Relações Internacionais da Escola Superior de Economia, Moscou): “Em 2008, o chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, alertou para as graves consequências – de governos sendo derrubados e guerras – que podem surgir com o aumento repentino dos preços dos alimentos nos mercados mundiais”.

“A capacidade de fornecer comida suficiente para si mesmo, e ter êxito em vender para exportação, está se tornando um caminho para que Estados influenciem a política mundial e economia, diz Alina Savelyeva. Foi o aumento dos preços dos alimentos que desencadeou as revoluções na Tunísia, Egito, Marrocos e em outros lugares”.

“Os governos árabes não foram capazes de manter baixos os preços dos alimentos e logo houve protestos em massa, manifestações seguidas de grave instabilidade política. Um artigo no The Daily Telegraph sugeriu que os levantes no Egito e na Tunísia sinalizaram o início de uma era de ‘revoluções de alimentos’”.

“A ideia do alimento como uma arma foi formulada por Earl Butz, o ministro de Agricultura dos EUA no governo de Richard Nixon em 1974. Nos dias de hoje, abordar a agricultura como um fornecedor industrial de uma ‘arma alternativa’ é comum tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. O termo ‘poder alimentar’ foi cunhado em inglês. Mas qualquer poder ou força (mesmo militar) não é apenas um instrumento de ataque ou destruição, mas também para conter os inimigos, no modelo ‘pau e cenoura’”.

“O relatório do Banco Mundial sobre o Desenvolvimento Internacional em 2011 nomeou três tipos de ameaça para a segurança alimentar que podem levar a um conflito militar: 1) natural (secas e inundações), 2) econômica (grandes mudanças de preços dos produtos básicos de alimentação) e 3) política, ou seja, a proibição de acesso aos recursos da terra e programas de apoio social”.

Meu Comentário: Os desastres naturais e a acumulação de armas levarão o mundo a um estado de ameaça. Nós somos capazes de afetar o primeiro tipo de ameaça naturalmente, e, indiretamente, ao nos esforçar em eliminar a segunda e a terceira ameaças.