Procurando Os Irmãos

Dr. Michael LaitmanDo Rabash, Artigo “Amor dos Amigos”: “E o homem perguntou-lhe, dizendo: ‘O que você está procurando?'”, isto é, “Como posso ajudá-lo?”, “E ele disse: ‘Eu procuro meus irmãos'”. Ao estar junto com meus irmãos, isto é, ao estar em um grupo onde há amor dos amigos, eu serei capaz de subir a trilha que leva à casa de Deus.

“E o homem disse: ‘Eles partiram daqui'”. E Rashi interpretou que eles tinham se afastado da irmandade, ou seja, que não queriam criar laços com você. Isso, no final, causou o exílio de Israel no Egito. E para sermos resgatados do Egito, temos que assumir nós mesmos a entrada nm grupo que quer estar no amor dos amigos e, através disso, seremos recompensados com o êxodo do Egito e a recepção da Torá.

Nós precisamos entender tudo o que está escrito na Torá em seu sentido autêntico, espiritual. Não importa o que aconteceu com seus personagens reais, visto que os corpos não tem significado. A matéria da criação é o desejo que foi deliberadamente quebrado em muitos pedaços. Nós temos que encontrar por quais forças, programas, demandas, impactos, ajustes e ações é possível conectar todas as partes de volta num único desejo.

Nós precisamos olhar apenas para os nossos desejos e procurar como conectá-los juntos. Todo mundo quer algo diferente, porque, caso contrário, estaríamos unidos num único desejo. Mas porque nós somos diferentes, nós somente podemos nos conectar acima dos desejos em intenção pelo apoio mútuo.

Nós temos que sentir os desejos, necessidades, expectativas e objetivos dos nossos amigos e ajudá-los a atingir seus objetivos com o melhor de nossa capacidade. Devemos ajudar nossos amigos a implantar seus desejos; esta é a única forma pela qual a unidade pode ser alcançada.

Embora nenhum de nós seja como o outro e cada um seja bastante diferente, todos nós nos esforçamos para ajudar os outros. Assim, de repente, vemos que, elevando-nos acima de nossos desejos com a intenção de ajudar um ao outro, nos conectamos. A união não acontece nos desejos; ela acontece na intenção. Assim, nós construímos um novo vaso de intenção que está acima dos nossos desejos. É como a cabeça (Rosh) de um Partzuf.

Quando percebemos que este trabalho não está nos corpos materiais ou dentro de nossos desejos, mas unicamente nas intenções, nós começamos a sentir a necessidade dos amigos. É por isso que está escrito na Torá sobre José “Eu procuro meus irmãos”. Neste caso, eles se tornam vitais para nós.

Se a nossa aspiração é correta, nós recebemos a união. Anteriormente, nós nunca pensávamos que poderíamos atingir a união, nem nos esforçávamos por ela até que a propriedade denominada “Yosef” (José) se manifestou em nós. Esta propriedade coleta (Osef) todas as nossas intenções. Neste momento, nós estamos atuando com a ajuda desta força chamada Yosef (José) que age entre nós.

Nós elevamos José acima de tudo. Nós o estendemos além do nosso egoísmo e o deixamos governar nossa natureza. Em outras palavras, seu reinado é colocado por cima de nós designando-o primeiro assistente do Faraó (o desejo de receber). O desejo de receber é a nossa natureza, e José está acima dele controlando e reinando sobre todo este desejo, todo o Egito.

Neste momento, nós somos capazes de trabalhar corretamente com o nosso desejo de receber prazer. Este período é chamado de sete anos de saciedade. Esta é a medida completa que pode possivelmente revelar nossa unidade sob a liderança de José.

Depois disso, uma etapa superior chamada Jacó desce ao Egito (ou seja, entra no desejo de receber) porque começa a adquirir uma estrutura que conecta todos os irmãos, todos os tipos de desejos, juntos. Por isto um vaso chamado José é construído acima dos desejos.

Visto que nós continuamos trabalhando com o desejo de receber nos níveis mais elevados, os sete anos de fome chegam, as cidades pobres de Pitom e Ramsés são construídas. Torna-se claro para nós que é impossível atingir a unidade dentro de um desejo incompleto. Então, vem o período de fome, a incapacidade de usar o desejo de receber para alimentá-lo sem mantê-lo sob a tela, sob o governo do poder da doação.

Depois de adquirir e trabalhar com a pequena força do desejo (Aviut), torna-se possível. Quando o Aviut aumenta, ou seja, um novo rei que nunca conheceu José nasce no Egito, este trabalho torna-se impossível novamente, visto que um desejo de receber maior é revelado como resultado da quebra. A propriedade de José desaparece e aparece uma nova etapa chamada Moisés, para continuar o processo de correção.

Tudo está centrado em torno de recolher novamente os fragmentos dos desejos. Mas dentro deles cresce uma força oposta ao desejo de receber, a intenção de doar, como assistência pela regra dos contrários. Cada vez nós decidimos o que é mais importante para nós, assim nós avançamos ao ponto de perceber como a Força Superior que nos controla é essencial. Então, nós nos elevamos acima do nosso desejo de receber prazer e nos reunimos no Monte Sinai.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 24/03/14