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Confiança Como Capital Social

Dr. Michael LaitmanOpinião (Alexander Antonovskiy, PhD do Instituto de Filosofia, da Academia Russa de Ciências): “Racionalidade (utilidade, valor, probabilidade) de uma ação individual está associada com a racionalidade do investimento correto em algum futuro.

“Implementando a ação ‘por causa’ de outro, um realizador obtém um tipo de ‘letra de câmbio’, formas dentro de si mesmo e dos outros, uma expectativa que o outro realizador irá retornar o favor ou ajuda.

“A soma destas contas de troca mútuas, esperando por seu pagamento, compõe o ‘capital social’, cuja função, bem como qualquer capital, é garantir e facilitar as ações que cada realizador não pode alcançar sozinho.

“A confiança é uma condição para o funcionamento do capital. Isto é, a comunicação é racional se se torna um investimento de sucesso no desenvolvimento de conexões sociais entre realizadores, de quem os ‘dividendos’, se necessário, podem ser obtidos no futuro”.

Meu Comentário: Tudo pode estar bem, mas o programa da natureza não é levado em conta, segundo ao qual temos que tomar consciência da nossa natureza como egoísmo, mal, até ao ponto de odiá-la, desejando nos livrar dela.

Portanto, apesar de todas as nossas trapaças, nós vamos nos sentir pior; a crise irá se desenvolver ainda mais; nós nos tornaremos conscientes de sermos escravizados pelo nosso egoísmo e teremos que procurar os meios para sair desta “escravidão egípcia”. A tendência à confiança e a outras boas intenções só vai acelerar a revelação do mal da nossa natureza.

A Contradição Entre Fé E Realização

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati 179, “Três Linhas”: A primeira linha é considerada direita, com respeito a Vak sem Rosh (cabeça), considerada “fé”. A segunda linha é considerada esquerda, realização. Elas estão em disputa, já que a fé contradiz a realização e a realização contradiz a fé.

Depois há o discernimento da linha do meio, considerada Vak de Gar, ou Hochma e Hassadim, ou as linhas direita e esquerda integradas uma na outra. Isso significa que ele recebe a realização na medida em que tem fé.

Pergunta: Por que a fé contradiz a realização, e a realização contradiz a fé?

Resposta: Fé e realização não podem ser integradas. Fé é chamada de doação. Se eu estou na linha direita, ela me impede de receber ao mesmo tempo. Se eu tenho a intenção de receber na linha esquerda, ela não me permite doar.

Não posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo. É como você entrar na sua casa e roubar de si mesmo e ao mesmo tempo se dar um presente. É impossível! A revelação do Criador é o oposto da doação ao Criador. Revelação significa que eu O estou usando, desfrutando Dele, preenchendo meus vasos.

É possível nessa ação doar ao Criador? Só é possível se eu corrigir minhas intenções e receber porque Ele quer e Ele desfruta da minha recepção. Se eu realmente me corrijo dessa forma, para que a minha recepção seja só para deleitá-Lo, isso é chamado de receber a fim de doar.

Mas para chegar a este estado, eu tenho que me preparar de modo que eu realmente receba acima do meu desejo de receber e que a minha intenção seja constantemente a fim de doar, para que eu não seja tentado a receber para mim mesmo, mas para que realmente seja uma ação a fim de doar que me levará à adesão com o Criador.

Eu tenho que calcular precisamente o limite que posso receber. Existem muitos níveis na construção do vaso da linha média: Ibur (concepção), Yenika (sucção) e Mochin (mente).

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/03/2014, Shamati 179

Pronto Para Aceitar Mudanças Desagradáveis

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos querer nos conectar se buscamos apenas o que é agradável para o nosso ego?

Resposta: Nós temos que ansiar pelo estado corrigido ou pelo menos pedir para que o consideremos atraente. Você pode estudar por curiosidade, pelo desejo de saber algo, de ouvir; você é puxado de Cima por alguma isca.

Mas quando você já está num grupo, seu desejo deve se submeter a um tratamento, a uma mudança, a uma nova forma. Não é apenas o desejo de receber que quer desfrutar a sabedoria, saber o futuro, tornar-se mais forte e dominante nesta vida. Esse desejo egoísta é apenas o começo para atrair a pessoa, mas depois ele tem que mudar.

Quando nós começamos a trabalhar com ele do lado de fora, através do grupo, usando a Luz Circundante, o desejo começa a mudar e a pessoa não sabe o que exatamente deve fazer com ele. De repente, ela perde todo o interesse e não quer nada. O grupo e seu estado não parecem certos, e ela não gosta deles. Ela não vê qualquer recompensa agradável por seus esforços em vir para a lição toda manhã e trabalhar no grupo. Ela não está pronta para isso porque em seu coração e mente não acredita que vai ter alguma recompensa, e então foge.

Nós temos que trabalhar na mudança do nosso desejo. Você só pode receber o poder, a paciência e a perseverança necessários para isso do ambiente. O mais importante no nosso trabalho não é pedir ou exigir mudanças do Criador, mas sim estabelecer conexões no grupo para que você o respeite e veja que ele é grande e sublime, pois caso contrário você vai fugir dele.

A Luz vem até você de Cima de acordo com sua conexão com o ambiente. Se você não estiver conectado aos seus amigos no grupo no nível deles, você não terá permissão de Cima para avançar. Se o avanço vier de Cima contra seu ego, você simplesmente fugirá. Mas se você está conectado ao grupo e está sob a sua influência por todos os lados, então a Luz Superior pode influenciá-lo no mesmo grau e realizar mudanças em você. Essas mudanças são desagradáveis, mas graças a sua conexão com o grupo, você não foge.

Pessoas que não trabalham na conexão com o grupo costumam sair, ou pior ainda, começam a ver que o avanço está errado e culpam a sociedade. Visto que elas têm que se justificar para deixar o grupo, elas têm a certeza de que o grupo é ruim. Como elas não estão conectadas ao grupo, a Luz Superior as joga para fora do caminho espiritual.

Então, se você quer progredir, tem que constantemente se preocupar com a conexão com os amigos, que é na verdade todo o exílio no Egito e toda redenção do exílio; é a condição de garantia mútua e unidade, de ser como um homem em um só coração no encontro no Monte Sinai, todos os quarenta anos no deserto e em seguida a entrada na terra de Israel. Todos esses estados são determinados apenas pela conexão cada vez mais forte com o grupo.

Não temos que pensar na Luz Superior e no Criador. Tudo isso virá se você se conectar com os amigos e se preparar para as mudanças. Elas não serão agradáveis, porque você está se aproximando do atributo de doação e se separando do atributo de recepção, que é totalmente oposto à nossa natureza. Então, isso só é possível se o ambiente apoiar você.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/03/2014, Escritos do Baal HaSulam

Um Mediador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que um casal está ativamente envolvido com a interação integral, a sabedoria da conexão, e querem incluir seu filho. Como eles fazem isso?

Resposta: É mais fácil incluir um filho no processo através de um jogo. Ele pode brincar que é um juiz que faz perguntas a seus pais, enquanto vocês tentam resolvê-las especificamente por meio da interação integral. Vocês podem mostrar a ele como resolver diferentes situações na vida, e ele vai aprender com isso.

Nós devemos colocar o filho numa situação onde o ego dele vai motivá-la o tempo todo: “Eu sou um mediador fazendo perguntas entre meu pai e minha mãe, e eles devem resolver e respondê-las imediatamente”. Isto significa que vocês elevam a criança ao seu nível, já que a interação integral só pode ocorrer entre iguais.

Por ser incluído com eles, em última análise, ele vai sentir que é igual a vocês em responsabilidade, reciprocidade e nas considerações dos adultos.

Pergunta: Suponha que um pai de família tem um dilema no trabalho: se demitir e procurar um novo emprego ou ficar. Podem os pais convidar seu filho para uma discussão familiar e discutir a situação com ele?

Resposta: Certamente. Mas você precisa fazer isso com muito cuidado, gradualmente, para que o filho não fique vaidoso, pensando que pode decidir sobre todas as questões da vida.

Pergunta: Com que idade um filho pode participar de discussões familiares?

Resposta: Isso depende da família que estamos discutindo. Numa família é possível envolver o filho mesmo com a idade de oito ou nove anos, e em outra família somente a partir dos vinte anos. Mas se está claro para ele que as relações de seus pais são baseadas na confiança mútua, no apoio mútuo, então ele gradualmente começará a ser integrado nisto, não ativamente por si mesmo, mas, aparentemente de fora.

Afinal de contas, em cada caso, a interação integral, a sabedoria da conexão, influencia-o mesmo que ele não saiba de nada, mas simplesmente veja seus pais olhando para sites interessantes, lendo livros e tendo discussões sobre isso entre eles. Sem dúvida ele vai absorver tudo isso, e será possível atraí-lo gradualmente para isto.

De KabTV “Conversas com Dr. Michael Laitman” 11/12/13

O Tabernáculo

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é o Tabernáculo que Moisés constrói?

Resposta: O Tabernáculo é o nosso desejo corrigido no qual é revelada a força superior.

Nossos atributos gradualmente se aproximam e começam a se complementar e a enfatizar um ao outro de acordo com a lei da equivalência de forma. Eles não destroem um ao outro, mas esclarecem um ao outro. Quando eles se tornarem iguais, irão se assemelhar totalmente um ao outro no atributo de doação e se fundirão juntos com o Criador. Esta é a unidade entre o ser criado e a Luz Superior chamada de Tabernáculo.

Em Perush Gadol (o grande comentário), é dito que Moisés e Aarão se responsabilizaram pelo uso das contribuições do povo para a construção do Tabernáculo; ou seja, pelas Luzes que descem do alto e os materiais que vêm de baixo.

Em outras palavras, o desejo que vem de baixo e a Luz que vem de cima se fundem na imagem de um objeto espiritual, por exemplo, o Tabernáculo. Mas o Tabernáculo é meramente um meio externo de correção, enquanto o objeto da correção é a própria pessoa.

De Kab TV “Segredos do Livro Eterno” 16/10/13

Pão Ázimo

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é o “pão ázimo”?

Resposta: O pão ázimo (Matza) é a conexão entre Malchut e Bina da qual uma pessoa não tem nada exceto a capacidade de reviver a sua alma. Ela está pronta para isso. O pão pobre torna-se a satisfação para ela.

Isto significa uma prontidão interna: você ainda está no Egito, no exílio, mas já está pronto para a redenção. Esta iluminação chamada Matza vivifica a sua alma, e você está pronto e concorda com ela.

Todos os esforços que são investidos por nós no Egito são projetados para nos dar a sensação de exílio e para despertar o desejo de redenção, como está escrito, (Êxodo 02:23) “… e os filhos de Israel suspiraram pelo trabalho“. Quando chegamos ao final do período do exílio no Egito, seja por meio do “eu o apressarei” ou por meio do “em seu tempo”, pois a maioria disso é através de uma combinação de ambos chamada “terra”, a Luz vem de cima e aumenta o nosso desejo de desfrutar as centelhas acima. E isto é a redenção.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/03/2014, Escritos do Baal HaSulam

Um Tempo De Misericórdia Especial De Cima

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Shamati 41”, “O que é Grandeza e Pequenez na Fé”: Está escrito, “e eles acreditaram no Senhor e em Moisés, Seu servo”. Nós devemos saber que as Luzes de Pesach (Páscoa) têm o poder de transmitir a Luz da fé. No entanto, não pense que a Luz da fé é uma coisa pequena, porque a grandeza e pequenez dependem somente dos receptores.

Toda a questão de Pesach é que uma pessoa recebe a energia de Cima, porque sem ela somos certamente incapazes de fazer qualquer coisa. Nós somos sempre motivados por alguma força: ou pela força do desejo de receber com que nascemos, “Eu criei a inclinação ao mal”, ou pela força do desejo de doar, “Eu criei a Torá como tempero”.

Nós nos comportamos de acordo com o equilíbrio entre estas forças, embora tenhamos recebido o livre arbítrio, de modo que devido ao ambiente e as diversas ações que realizamos com o ambiente, possamos atrair o desejo de doar, ou seja, a Luz que ilumina sobre mim, de modo que ela vai me dar seu atributo. Assim, nós adquirimos a Luz da fé; a fé é doação.

Se mais Luz brilha sobre mim, eu me elevo como uma flor em direção ao sol, à chuva. Se a Luz não brilha, eu murcho. Tudo depende apenas de como a Luz me influencia.

Existem momentos especiais chamados de despertar de Cima. Às vezes, estes são momentos bons e às vezes momentos ruins, o que significa que é revelado Din (julgamento) ou Hachamim (misericórdia). Isso também depende de mim, do quanto eu tento tirar proveito destes momentos, destes estados especiais.

Pesach é um tempo de misericórdia especial de acordo com seu ramo e sua raiz, um tempo de uma grande Luz que nos eleva acima do desejo de receber e nos tira do Egito. Nós temos que tentar aproveitar ao máximo esta oportunidade. Claro, o êxodo do Egito é alcançado pelo grande esforço coletivo.

Mas quando nós fazemos esforços, descobrimos que não podemos fazer nada, nem mesmo o esforço certo. Embora decidamos fazer tudo o que pudermos, no momento seguinte já esquecemos ou não conseguimos fazê-lo. Assim, nós formamos gradualmente o pedido certo, sobre o qual está escrito: “e os filhos de Israel suspiraram pelo trabalho”.

Ao fazer o pedido certo para adquirir a Luz da fé, nós somos recompensados e subimos acima do desejo de receber. Agora ele não nos domina e nós somos na verdade os que o dominam. Isto é chamado de êxodo do Egito. Nós não o deixamos; nós estamos nele, mas recebemos o poder de tomar decisões, e de agora em diante, a Luz da fé determina tudo, e não a força de recepção. Este é o êxodo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/03/2014, Shamati 41

O Sábio De Coração

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Introdução ao Livro Panim Meirot uMasbirot, Item 10: A Torá foi dada somente aos homens de coração. Ou seja, aqueles que encontraram o coração para amá-Lo, a quem os sábios chamaram de “sábios de coração”, uma vez que já não têm a alma bestial, puxando para baixo, e a inclinação ao mal não os governa, e seu coração está aberto à sabedoria.

Ele interpreta e diz que as palavras são como cadáveres e os Taamim como almas. Se a pessoa não entende os Taamim, é semelhante a esforçar-se contando as páginas e palavras em um livro de medicina. Este esforço não renderá um remédio.

Ele quer dizer que a pessoa é obrigada a encontrar os meios para adquirir a posse mencionada acima. É porque, então, a pessoa pode provar os sabores da Torá, que é a sabedoria interior e seus mistérios, e os sabores da Mitzva, que são o amor interior e o desejo por Ele.

Nós devemos ter muito cuidado que o estudo e o nosso compromisso com a sabedoria da Cabalá seja pela correção prática e que não leve à ações inúteis. Nós temos que exigir a real e correta mudança que significa aproximar-se da forma de doação. Quanto mais pudermos mudar a nós mesmos internamente, do atributo de recepção para o atributo de doação, mais poderemos entender o que os livros de Cabalá dizem e mais seremos capazes de participar na criação e na conexão com o Criador.

Não há nada mais que uma pessoa possa fazer neste mundo, exceto alcançar os sabores da Torá, os vasos de doação, o mais rapidamente possível. Este objetivo essencial deve ser alcançado em cada ação que fazemos e em cada respiração que tomamos. Se você alcançou a sabedoria da Cabalá, certifique-se de só se envolver nela para alcançar o atributo de doação. Então você vai entender as ações do Criador e seu estado no mundo eterno.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/03/2014, Escritos do Baal HaSulam