Sempre Numa Encruzilhada

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati # 53, “A Questão da Limitação”: … Este é o significado de “Servir ao Senhor com alegria”. Isto é assim porque durante Gadlut é irrelevante dizer que Ele lhes dá trabalho para estar em alegria, já que durante Gadlut a alegria vem por si só. Em vez disso, o trabalho de alegria lhes é dado pelo tempo de Katnut, de modo que eles vão ter alegria apesar de sentir Katnut. E esta é uma grande obra.

Isso é chamado de a parte principal do grau, que é o discernimento de Katnut. Este discernimento deve ser permanente, e Gadlut é apenas uma adição. Além disso, a pessoa deve ansiar pela parte principal, não pelas adições.

Em nosso trabalho, nós chegamos a uma encruzilhada, uma bifurcação na estrada, após o qual já temos que medir os nossos estados ao longo do caminho espiritual, seja dentro do nosso desejo de receber prazer ou fora dele. Tudo depende de onde medimos o nosso estado, o nosso sucesso, o nosso progresso contínuo.

Always At A Crossroads

Se nós o medimos dentro do desejo, já estamos felizes com a grandeza: a altura e o preenchimento. É a linha esquerda que nos puxa para o lado do ego, de acordo com o qual aspiramos a ver e medir tudo. Na linha direita medimos tudo em relação ao grupo e o Criador.

Na linha direita, nós não percebemos o estado em que estamos e aceitamos todos os estados como o estado perfeito. Isso significa que nós não levamos nossos sentimentos em conta, não importa o que o Criador nos envia. Nós sempre medimos tudo de acordo com a doação, ou seja, fora de nós mesmos. Na linha esquerda é o oposto: eu não tenho outros pensamentos, exceto pensamentos sobre mim mesmo e sobre o que acontece comigo, e essa é a única coisa com que eu me preocupo o dia todo.

Assim, o trabalho ao longo das duas linhas é diferente e depende do que eu exijo de cada estado. Se for a linha direita, eu exijo permanecer do jeito que sou ou me preocupar apenas em como não perder o sentido de doar ao Criador através do ambiente e através de toda a criação.

Aqui eu trabalho na minha pequenez (Katnut), a fim de me tornar tão pequeno quanto possível. Eu só quero doar ao Criador tanto quanto possível e não sentir que doo ou que Ele desfruta da minha doação. Isso significa que eu diminuí a resposta em todos os sentidos possíveis, cortei todos os laços e todas as maneiras pelas quais posso obter uma resposta para a minha ação de doação, a qual eu tento aumentar o máximo que puder.

Este tipo de trabalho é em doação máxima e recompensa zero. Na medida em que posso executar cálculos limpos em relação à doação absoluta sem uma recompensa, dessa forma é medido o meu nível espiritual (como Rosh -Toh- Sof). Assim, eu já me estabilizo e começo a trabalhar mutuamente com o Criador, na medida em que o Criador abre cada vez mais oportunidades para mim.

Quando eu estou estabilizado no nível anterior, eu peço mais e mais forças, a fim de aumentar a minha doação. Claro, eu tenho que superar o meu ego mais e mais para alcançar isso e para não receber nenhuma recompensa em troca. E o que eu recebo do Criador, eu tenho a oportunidade de transformar em doação, e este é um trabalho extra para além deste trabalho. É assim que avançamos.

O problema está na verdadeira encruzilhada, na divisão que é criada. Este trabalho é repetido em todos os níveis. À medida que subimos ao próximo nível espiritual, as Reshimot (reminiscências) quebradas são reveladas e eu tenho que ficar nessa encruzilhada para ter certeza onde está a linha esquerda e a linha direita. Eu não posso simplesmente virar para a direita e não olhar para a esquerda.

Isto é impossível, porque uma linha se baseia na outra linha. Se eu seguir a linha direita corretamente e chegar a certo ponto, a linha esquerda também cresce na mesma medida, mas eu cortei uma linha da outra, e assim o “tronco” (Toch) e o “fim” (Sof) do meu Partzuf espiritual são criados. O lugar em que eu calculo coisas é chamado de “cabeça” (Rosh). Assim, eu começo a construir o meu Partzuf espiritual. Este é o trabalho espiritual prático. Isso tudo é baseado na imagem do mundo que o Criador apresenta para mim como resultado da minha atitude para com a realidade.

Pergunta: Qual é o ponto da nossa independência no desenho?

Resposta: Nós somos independentes apenas na encruzilhada, mas ela sempre existe. Nós temos que sentir constantemente que estamos numa encruzilhada, como se diz: “Eles devem parecer novos para você todos os dias”. Todo o tempo nós temos que decidir e sempre escolher a linha direita, e em vez de apagar a linha esquerda, nós devemos avançar sobre ela.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 02/03/14