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“A Revolução Circular”

Dr. Michael LaitmanOpinião (Frans van Houten, CEO da Royal Philips): “Hoje, o mundo precisa de uma mudança de paradigma similar. Mas desta vez é o modelo econômico vigente que deve ser transformado… O problema é que o mundo há muito tempo manteve um foco míope na produção e consumo de bens o mais barato possível. O resultado é uma economia linear baseada na rápida utilização, eliminação e substituição de mercadorias.

“Manter o modelo atual exigiria recursos ilimitados, de fácil acesso e espaço infinito para os resíduos – algo que é claramente impossível. De fato, as consequências de nossa economia descartável – emissões vertiginosas de CO 2, fluxos incontroláveis de resíduos, e a dificuldade crescente de extrair recursos, para citar alguns – já são aparentes.

“Para encontrar uma alternativa sustentável, a pessoa só precisa olhar para a natureza, onde nada é desperdiçado… Isto requer uma nova geração de materiais, bem como processos de produção e desenvolvimento inovadores. Isso também exige novos modelos de negócios, um conceito redefinido de propriedade e uso legal, novas regras de concurso público e estratégias inovadoras de financiamento. Finalmente, uma economia circular exige uma logística adaptativa e uma cultura de liderança que envolva o novo sistema e recompense o progresso para estabelecê-lo…

“Mas as empresas não podem transformar a economia sozinhas. A fim de mudar a ênfase das empresas de minimizar os custos iniciais para maximizar o valor total, garantindo simultaneamente a proteção da saúde e bem-estar das pessoas, os governos devem mudar seus processos de licitação através da implementação de requisitos para a circularidade, ajudando assim a impulsionar a demanda por novas soluções.

“Ao mesmo tempo, os consumidores devem estar abertos para o uso de produtos que eles não possuem. Porque a economia circular é inerentemente sistêmica, ela só pode ter sucesso se todas as partes interessadas projetarem, criarem, e forem donos dos produtos e serviços em conjunto. …

“Como todas as grandes transições na história da humanidade, a mudança de uma economia linear para uma circular será tumultuada. Ela contará com pioneiros e opositores, vitórias e derrotas”.

Meu Comentário: Os capitalistas nunca vão mudar o seu objetivo: o máximo de lucro de qualquer forma. Nosso egoísmo não pode pensar em outra coisa. A transição para a economia integral, onde as necessidades são produzidas apenas numa forma ambientalmente amigável, só é possível através da reeducação dos capitalistas, seja voluntariamente (explicando a sua necessidade) ou contra a sua vontade (através do sofrimento e crises).

Abundância Material À Custa De Completo Vazio Interior

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se o governo superior opera tudo, por que se diz que a sabedoria da Cabalá foi revelada antes do seu tempo?

Resposta: Os Cabalistas do passado deixaram as nações do mundo aprender a sabedoria da Cabalá e obter todo o conhecimento que elas queriam de lá para que pudessem desenvolver a ciência e a sabedoria deste mundo.

Com isso, o mundo poderia se desenvolver de uma forma egoísta e alcançar o reconhecimento do mal. Mas a sabedoria da Cabalá estava escondida do povo de Israel; caso contrário, ele não teria sentido que estava no exílio. Um pouco de envolvimento com a sabedoria da Cabalá já lhe deu alguma iluminação.

Assim, por um lado, os Cabalistas revelaram sabedoria externa a todas as nações do mundo, e por outro lado, esconderam a sabedoria interna. Portanto, segue-se que a sabedoria externa foi revelada cada vez mais, e a sabedoria interna foi escondida cada vez mais.

Esses processos se aproximam um do outro: a espiritualidade desceu e se rebaixou, e a materialidade cresceu o tempo todo. No final, nós chegamos a um estado tal que hoje temos uma abundância de materialidade, você pode fazer o que quiser! Mas não há nenhuma satisfação desta vida.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Um Relâmpago

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando eu trabalho com a intenção correta, sinto que ela é como um relâmpago que não posso segurar por mais que um instante. Eu continuo esquecendo a intenção, embora às vezes tenha um insight, como um flash, que é imediatamente extinto. O que eu devo fazer para que a intenção possa iluminar o tempo todo?

Resposta: Para isso você precisa da garantia mútua. Não há amigos a sua volta que pensem em você. Todo mundo está pensando em si mesmo e por isso você tem esses flashes a cada par de horas.

Se vocês pensassem um pouco mais um no outro, poderiam manter a intenção correta de forma permanente e sentir como se estivessem andando sobre um travesseiro ou um tapete voador. Eu sequer tenho que pensar em você ou nele, mas em nós. Isso é um vaso espiritual.

Pergunta: Mas eu vejo que os amigos estão tentando fazer isso! Por que nós ainda não tivemos êxito?

Resposta: Se você vê que os amigos estão tentando, que você tentou com eles, se segurou e ainda caiu, é uma coisa boa. Tais quedas já são em prol da próxima subida, de modo que você vai ficar mais forte. Você está no caminho certo; você é intencionalmente jogado da intenção correta como se tivesse esquecido completamente de tudo, mas não é uma perda de consciência, mas a maneira como você avança até a montanha do rei. Há uma grande diferença.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 13/03/14, Escritos de Baal HaSulam

O Que É Um Nome?

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é um nome?

Resposta: Um nome é como chamamos certo fenômeno da forma mais apropriada. Existe a Luz e o vaso, dois fatores que são revelados um pelo outro, e sua aparência comum leva à expressão chamada “nome”. Nós não sabemos o que é a Luz; nós não a entendemos ou sentimos. Nós só sentimos a ação do vaso que é oposto a sua natureza: o vaso, o desejo de receber, é subitamente revelado na forma de um desejo de doar, e assim nós vemos a doação acima da recepção.

Estas duas forças opostas criam certa forma ao se conectar de certa maneira, a qual é chamada de nome. A forma em si é o nome, embora em nosso mundo, na minha mente, no meu computador, o nome já esteja escrito de uma forma diferente de acordo com o meu software, de acordo com os meus códigos. A forma em si é realmente o nome do estado que é criado pela cooperação mútua entre a Luz e o vaso.

O nome é em relação àqueles que recebem, o que significa que eu tenho que me adaptar a certo fenômeno de uma determinada maneira e, em seguida, de acordo com a forma que está adaptada ao fenômeno, eu chamo o fenômeno pelo nome. Eu não sei o nome do fenômeno geral, mas posso chamar parte dele de acordo com o meu vaso, de acordo com o meu nome. Portanto, quando eu digo algo sobre alguém, não estou falando de mim ou dele, mas da extensão da minha realização disso.

Nós devemos levar isso em conta. Nós nunca aprendemos o fenômeno em si, mas apenas no que diz respeito à pessoa que o alcança. Então, quando eu alcanço alguma coisa, eu não digo que é algo específico, mas que eu alcanço o fenômeno porque a minha realização é sempre de acordo com os meus vasos, de acordo com a equivalência de forma com uma parte do fenômeno geral que não é familiar para mim.

Nós existimos num universo, mas agora começamos a alcançar que existem infinitos outros universos. Nós, no entanto, alcançamos apenas parte dele e o chamamos de universo. Assim, o nome nunca é o fenômeno em si, mas apenas a parte que eu alcanço.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/03/14, Escritos do Baal HaSulam

O Criador Não Muda, Nós Mudamos

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Êxodo” (Ki Tissa), 34:8-11: E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou e disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos Teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz (obstinado); porém perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, e toma-nos por Tua herança. Então o Senhor disse: Eis que Eu faço uma aliança; farei diante de todo o teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem em nação alguma; de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do Senhor; porque coisa terrível é o que faço contigo. Guarda o que eu Te ordeno hoje; eis que eu lançarei fora diante de ti os amorreus, e os cananeus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus e os jebuseus.

O Criador é uma lei, um atributo ideal e absoluto que não muda e é revelado à pessoa em todos os níveis de uma forma totalmente diferente. No nível anterior Ele disse: “Mas eu não irei com vocês, pois vocês são um povo de dura cerviz (obstinado), e eu poderia destruí-los no caminho”. E no próximo nível Ele disse: “Eu estou pronto para levá-los à frente”. Tudo depende do nível em que a pessoa se encontra. O Criador não muda, nós somos os únicos que mudam.

Portanto, as palavras: “…farei diante de todo o teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem em nação alguma”, significa que “Eu já posso estar entre vocês no atributo que vocês adquiriram agora, e executar determinadas ações em vocês”.

No nível seguinte há uma outra descida ao ego, a fim de revelá-lo e mais uma vez pedir e ativar o atributo de Moisés dentro de nós. É o mesmo em todos os níveis. Tudo é organizado com precisão, uma vez que esta é a única maneira da correção de cada parte ter lugar.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 16/09/13

As Quatro Fases Do Amor

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que o amor desperta automaticamente quando atingimos o temor do Criador?

Resposta: Nós devemos trabalhar constantemente no amor. Os níveis em que nos aproximamos do objetivo da criação são chamados de quatro fases do amor. Diz-se: “Ama o seu amigo como a si mesmo”. Não diz que você deve temer o seu amigo primeiro e depois sentir que você o ama.

“Ama o seu amigo” significa que nós sempre avançamos em direção à unidade, ao passo que o temor não leva à unidade. Nós somos sempre atraídos à conexão e o amor, e por isso estamos no processo de conquista das suas quatro fases.

Nós falamos sobre a atitude correta para com o Criador, para com o sistema superior, que nos responde ajudando-nos a começar o nosso trabalho mútuo com o Criador, e não sobre o temor corpóreo de que o Criador deve nos dar saúde, dinheiro, sucesso e uma vida feliz neste mundo e no outro mundo. Trata-se apenas da aquisição da força de amor e doação. O temor constantemente leva a isso; é o temor de não alcançar o amor.

Se eu já atingi certo nível de amor, eu temo que possa perdê-lo e não possa avançar e chegar a um amor ainda maior. Nós devemos sempre ansiar pelo amor por parte da misericórdia e não por parte de Din (julgamento).

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 14/03/14

Apenas A Linguagem Da Doação Vai Existir

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que o nível humano é chamado de nível falante?

Resposta: Os animais não sentem qualquer necessidade de linguagem como a que temos, já que possuem conexões naturais entre si e estão completamente satisfeitos.

A linguagem (língua) humana que nós desenvolvemos a fim de nos comunicarmos tem duas formas. A primeira é a forma sagrada de doação que é usada para transmitir as relações no sistema de doação que está acima do sistema de recepção. É o sistema da fé acima da razão. Há também a linguagem posterior que foi desenvolvida após a destruição da torre de Babel, e é a linguagem da recepção, onde um indivíduo não entende os outros.

Nosso nível é chamado de nível falante porque nós falamos e não nos entendemos! Mas há um pequeno grupo de pessoas que tentam se entender por meio de uma linguagem chamada linguagem sagrada, que é transmitida de coração a coração, graças à conexão dos corações.

Primeiro havia uma grande língua na antiga Babilônia: o aramaico. A língua hebraica tem sido usada desde os tempos de Adam HaRishon (primeiro homem). Nós não sabemos quem a precedeu. Assim, a língua escrita e falada deriva da realização que os Cabalistas alcançaram. As pessoas falavam diferentes línguas em sua vida diária; elas simplesmente concordavam em usar certos sons para indicar alguns objetos e fenômenos, como os animais que gemem. Mas a linguagem real começou a se desenvolver na época de Adam HaRishon, e foi o hebraico. Mais tarde, o aramaico foi desenvolvido como uma forma oposta de hebraico, como dois lados de um mesmo fenômeno. Essas línguas, que os Cabalistas falavam, eram resultado da realização superior, enquanto as pessoas comuns falavam de forma a expressar suas necessidades.

Quando os filhos de Israel deixaram a Babilônia, eles levaram o hebraico e o aramaico com eles. Todos os outros povos se dispersaram por todo o mundo e desenvolveram suas próprias línguas de acordo com o lugar em que se estabeleceram.

Afinal, não é apenas uma língua. O desejo de desfrutar, a Masach (tela) e a Luz de Retorno, o desejo de doar, os estados corrompidos e corrigidos, todos compõem a linguagem da comunicação interna entre nós. Quando algumas pessoas chegaram à Inglaterra, algumas à Alemanha, algumas à França, como Flávio Josefo nos diz de maneira pitoresca sobre a dispersão dos babilônios em todo o mundo, elas sentiram que deviam falar de uma maneira específica, conforme o seu grupo e localização, uma vez que era a expressão de um desejo específico, de um estado específico. Assim, cada grupo desenvolveu sua própria língua.

As palavras não foram criadas por acaso. Era a forma como uma pessoa que queria algo puder expressar a sua atitude para com os outros, e assim ela usava algumas palavras para se referir a sua propriedade e seus sentimentos. Isto é como as diferentes línguas foram criadas.

Pergunta: Será que vai haver novamente uma única língua no final da correção?

Resposta: Sem dúvida! Será a língua da doação.

Pergunta: Como nós vamos falar esta língua?

Resposta: Não vamos falar, vamos sentir. Por que precisamos de palavras, se somos um só corpo? Será que a minha mão fala com a minha perna? A informação simplesmente flui entre elas. Esta é também a forma como vamos transmitir informações entre nós. A doação mútua não requer uma língua ou qualquer outra forma de comunicação.

Pergunta: Como nós vamos agradar o Criador através desta doação mútua?

Resposta: O Criador habita entre nós em nossos atributos de doação.

Pergunta: Nós vamos simplesmente ficar em pé sem fazer nada e Ele vai se sentir bem, como resultado?

Resposta: Eu não sei o que significa ficar sentado ou em pé se não temos corpos. Os corpos vão desaparecer; agora também eles só existem em nossa imaginação. Portanto, não vai haver nenhuma linguagem, mas a linguagem da doação que flui através de todo esse sistema. A linguagem retorna a um único HaVaYaH.

A linguagem é criada apenas por causa da falta de uma verdadeira conexão interna entre nós. É por isso que precisamos de palavras. Quanto melhor a conexão interna entre nós, menor a necessidade de palavras. Quando você vive em paz com a sua esposa, você não precisa falar muito com ela. Quando vocês discutem, há toda uma cascata de palavras que fluem entre vocês.

Pergunta: Mas eu não luto com toda a humanidade!

Resposta: Você simplesmente não sabe ainda, e tem que descobrir isso.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/03/14, Escritos do Baal HaSulam

Critério Da Verdade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde é possível encontrar a fronteira entre os esclarecimentos pessoais que eu mesmo preciso fazer e o momento em que preciso me voltar ao grupo para receber ajuda?

Resposta: Não há nenhuma fronteira. É melhor fazê-lo no centro do grupo. Mas é claro sem nos martelarmos com perguntas triviais: que batata descascar ou que pepino comprar?

Pergunta: Portanto, a discussão e a decisão em grupo superam o esclarecimento particular?

Resposta: Desde que você pessoalmente não se intrometa na opinião coletiva, você está acessando a sabedoria coletiva do grupo. Depois isso vai passar e começar a viver dentro de você. Então você não vai precisar se voltar a qualquer outro lugar.

Pergunta: Digamos que um amigo venha com uma ideia de morar em Israel. Ele pode ir ao grupo com essa ideia, e o que quer que o grupo decida vai ser o critério da verdade?

Resposta: Em primeiro lugar, o verdadeiro ponto é deixar o coletivo acima do pessoal. Esses tipos de perguntas sempre surgem. Nós certamente não nos opomos a uma pessoa que quer se mudar para cá, e não importa de onde ela é. Mas o princípio é que ela, em primeiro lugar, deve se perguntar: “Onde eu posso trazer o maior benefício?”.

Você sabe como costumava ser na Rússia, quando uma pessoa completava a academia militar, perguntavam-lhe: “Onde você quer servir, camarada”, e ela respondia: “Onde quer que a minha pátria me envie”.

Se uma pessoa é orientada especificamente de acordo com esta condição, de acordo com essa norma, com este nível, então com certeza ela é realmente um amigo valioso. Mas se ela quer se mudar por causa do clima ou porque vai ser melhor para ela aqui, então isso é duvidoso.

Assim, é necessário esclarecer em seu grupo e no grupo central, onde você é realmente útil e depois decidir se você tem fisicamente a possibilidade de se mudar para cá. Mas o principal é o lugar aonde você vai realmente trazer o maior benefício. Este é o critério da verdade.