Um Debate Acalorado

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como é que o grupo ajuda o indivíduo a ver a singularidade da força superior, se há muitas opiniões no grupo e todo mundo ouve o professor de maneira diferente, e é difícil chegar a um acordo até mesmo sobre os valores principais?

Resposta: Você já ouviu falar sobre o Talmude, mas nem todo mundo sabe que ele é um livro Cabalístico que explica em grande detalhe as diferentes leis que uma pessoa deve ter a fim de alcançar a adesão com o Criador. Este livro foi escrito por grandes Cabalistas, e é tudo na forma de debates e discussões. Um diz uma coisa, e outro diz outra coisa, como se dez indivíduos se reunissem numa sala e argumentassem continuamente entre si.

No entanto, a pessoa que conhece o material compreende que todos falam sobre a mesma coisa e que todos alcançaram a espiritualidade. No entanto, cada um expressa a sua própria natureza. Em nossa natureza, há pelo menos dez posições a partir das quais alguém pode olhar para a mesma coisa e ver o mesmo conceito em sua própria maneira individual. Não é apenas um debate sobre quem está certo, mas sobre a incorporação mútua, uma combinação de todos os pontos de vista. Assim, como resultado deste estudo, eles se tornam mais conectados, embora pareça que discutem um com o outro. Como resultado desta conexão, eles atingem a unidade.

Claro, vocês sempre vão sentir que são diferentes um do outro no grupo. Se vocês aceitarem essa impressão, isso significa que não pensam e não sentem o que discutem, exatamente porque cada pessoa é diferente. Não é por acaso que se diz: “Assim como seus rostos são diferentes, as suas opiniões são diferentes”. Não há nada que possamos fazer sobre isso.

No entanto, é desejável que todos pensem da mesma maneira? O que vai agir neles? Eles serão como parafusos idênticos ou pedras idênticas e não seres humanos. Cada pessoa deve ser exclusiva. Na verdade, quanto mais desenvolvida uma pessoa é, mais ela é diferente das outras. Nós devemos nos conectar acima de todas as diferenças, pois é realmente graças a nossa conexão acima das diferenças que alcançamos a unidade. É a maneira como cada um exprime uma qualidade característica, e quando todos estão mutuamente incorporados, nós estabelecemos o coletivo geral. Este “um” não existe por si só; é preciso construí-lo. Esta é a razão para a quebra. Não havia nenhum sentimento de “um” no mundo do (Infinito). Não havia ninguém que pudesse sentir isso. No entanto, quando os mundos desceram após a quebra e a queda para este mundo, todos acabaram por ser diferentes. Graças ao fato de que somos todos diferentes, mas nos conectamos acima de nossas diferenças, nós começamos a estabelecer o conceito de “um”, que não existe por si só.

Assim, é apenas natural, correto e bom que existam debates no grupo. A questão é como nós os percebemos e usamos a fim de alcançar a unidade entre nós. Em nossa unidade, nós descobrimos a singularidade da força superior que é “Uma”.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 14/02/14