Flutuar Junto Acima Da Água

Dr. Michael LaitmanConvenção de Educação Integral, Workshop 1: O que é a garantia mútua? Por que a garantia mútua é o meio para atingir o Criador, para a revelação do Criador, para ascender a Ele? Por que essa é a única maneira em todos os 125 níveis pelos quais o nosso ego se desenvolve? Nosso ego sobe e nós subimos acima dele pela garantia mútua entre nós.

O ego continua subindo e nós subimos ainda mais acima dele pela garantia mútua entre nós. Isto significa que não há outro meio, nenhum outro estado que tenhamos que alcançar, exceto a garantia mútua.

É a garantia mútua entre nós que inclui todas as condições segundo as quais nós podemos alcançar uma equivalência de forma com o Criador. A garantia mútua nos leva à equivalência de forma com Ele, e assim Ele é revelado.

Quando nos desprendemos de nós mesmos e alcançamos o sentimento de “nós”, de garantia mútua, nós nos encontramos num volume totalmente diferente, num nível diferente, numa dimensão diferente. Não há nada mais pessoal, e a sensação do corpo e deste mundo desaparecem. É como se eu mudasse para um novo espaço vazio onde existe apenas a minha preocupação com o grupo, e lá eu atendo os desejos e as aspirações dos meus amigos.

Assim, nós chegamos à verdadeira garantia mútua: o sentimento da cúpula comum acima de nós, o sentimento de um novo espaço onde descobrimos as aspirações de cada um que estão focadas no grupo, na unidade, no que há entre nós. Então, se essa garantia mútua é formada corretamente, a necessidade de recorrer à força superior, estar em contato com ela, desperta. É na garantia mútua que nós descobrimos o desejo de subir a esta força e permitir que ela nos deleite e esteja em contato conosco.

Isto ocorre naturalmente de acordo com a progressão descendente. Tudo nasce de cima para baixo, e é na mesma ordem em que o movimento de baixo para cima é evocado em nós. As Reshimot (genes informativos) que estão em cada nível são reveladas gradualmente e, de repente, nós sentimos um grande espaço, de tal forma que temos que acrescentar a nossa aspiração de reciprocidade com a força superior.

Assim, o equilíbrio correto, as relações corretas entre nós, no nível da garantia mútua quando subimos acima do nosso ego, geram o desejo pela força superior em nós: para deleitá-la, para que esta possa ser revelada em nós, para estar conectado a ela. Quando nós estamos conectados, a garantia mútua entre nós e essa força são formadas.

Mas é um processo gradual. Nós atingimos certo nível de garantia mútua ou não: nós podemos ter parado, podemos tê-lo abandonado, talvez um de nós tenha caído e não sentimos isso. Em geral, quando chegamos a este estado, ou não, na medida em que paramos no cumprimento da garantia mútua, visto que algo nos interrompe, um novo nível de ego, que é inferior ao que nos encontrávamos, imediatamente emerge em nós.

Mas nós temos que subir de acordo com a descida. Nós caímos novamente e subimos mais uma vez. O nível do ego que se revela nos faz sentir a necessidade de estreitar a garantia mútua entre nós. Nós provavelmente não temos sido sensíveis o suficiente em cumpri-lo, ou podemos não tê-lo cumprido completamente. Talvez tenhamos cumprido completamente, o que significa que temos que subir ainda mais alto.

A subida ocorre de duas maneiras:

  • Pelo caminho do sofrimento, quando o ego adicional é revelado antes de termos realmente cumprido a garantia mútua entre nós, porque nós paramos, deixamos de cumpri-lo, ou por qualquer outro motivo.
  • Pelo caminho do “eu vou apressá-lo”, quando cumprimos a garantia mútua entre nós e subimos ao próximo nível de acordo com a nossa realização.

De qualquer forma, o novo nível de ego que se revela em nós, os novos desejos egoístas, a repulsa, a fraqueza e as descidas são todos para nos estimular e nos elevar a um nível superior.

Como nós agimos num estado de descida usando a garantia mútua entre nós? Como é que o estado de garantia mútua nos ajuda a cumprir a descida corretamente?

Se nós assinamos um acordo de garantia mútua, subimos acima do ego, se começamos a sentir ainda que por um curto tempo que estamos conectados num nível superior, acima do nosso mundo, sentindo admiração e aspirando avançar, e de repente um dos nossos amigos cai, nós temos que entender que não é só ele que caiu, mas que nós recebemos um sinal de que temos que começar esta nova subida junto com ele.

Em outras palavras, o próprio amigo não é o problema, mas o fato é que um novo desejo egoísta despertou na garantia mútua entre nós e isso nos ajuda a subir ainda mais.

O que nós devemos fazer se um de nós cai? Nós temos que descer a ele, ao seu nível, falar com ele em sua língua como se concordássemos com ele. Nós temos que manter o nível entre nós e, ao mesmo tempo descer com ele e se conectar a ele. Afinal, quando nos conectamos com ele, podemos elevá-lo.

Então, quando ultrapassamos o nível em que estávamos, nós podemos continuar a subir. Graças à nossa descida ao amigo, nós podemos subir ainda mais alto do que o estado em que estávamos antes de ter descido até ele. Isto significa que temos que considerar qualquer descida de um amigo como uma oportunidade que nos foi dada de Cima para uma nova subida para garantia mútua.

Quando nós chegarmos a tal estado acima de nós, nos conectarmos a ele, subindo e descendo juntos, respirando juntos, vamos construir uma Masach (tela). Nós somos como um pistão que sobe e desce na medida em que bombeamos cada vez mais desejo de nossos atributos egoístas para os nossos atributos altruístas.

É assim que funciona. Quando um amigo cai, nós subimos e descemos com ele. A mesma coisa acontece quando todo o grupo passa por um estado semelhante. Esta é a nossa ação contínua.

Se conseguirmos manter a intenção de deleitar o Criador com a nossa conexão, como bons filhos em relação à sua mãe, um estado em que nos conectamos e trabalhamos em conjunto é chamado de bola de framboesa, e, talvez, também possamos chamá-lo de uma “boia”.

Nós temos que estar constantemente neste estado. Constantemente! Flutuar para frente, para trás, não importa onde passamos; nós temos que estar constantemente conectados; temos que cair e nos levantar juntos. Além disso, nós temos que estar constantemente com o Criador, tanto em nosso estado mais inferior e em nosso estado mais elevado.

No seu conjunto, este é o método. Tudo o resto são casos particulares deste método. No momento em que nos conectamos e encontramos a conexão com o Criador pelo menos até certo ponto, no momento em que subimos e descemos juntos, essa é a base para tudo.

Portanto, o que significa flutuar acima da água? Como podemos estar nesta boia sem importar de que maneira estamos nos movendo? Esta flutuação é chamada de Arca de Noé. É onde a ascensão espiritual começa. No momento em que você cria isso, o resto seguirá.

Da Semana Mundial do Zohar “Convenção de Educação Integral” Dia Um 02/02/14, Workshop 1