No Limiar Do Amor

Dr. Michael LaitmanNo processo do seu desenvolvimento, a criação passa por três estados básicos.

O primeiro estado é o mundo do Infinito. A Força Superior, o Criador, fez a criação perfeita. A perfeição não pode ser dividida em fases; ela é unificada. Ela deriva da ideia inicial da criação, segundo a qual a criação e o Criador estão no mesmo nível.

Contudo, a perfeição associada com o estado inicial só se transforma na terceira fase do desenvolvimento, a final, depois que passa pela segunda fase. Durante este processo, a criação desce do mundo do Infinito através dos cinco mundos; ela desce os 125 degraus que separam a criação do Criador. Aos poucos, a criação “distancia-se” ainda mais e, assim, desenvolve a sensação de sua “independência”. No final, ela acaba neste mundo: a pior condição, a mais distante do Criador. É através desta separação que a criação pode sentir que existe de forma independente.

Então, o processo de correção começa, a subida deste mundo através dos mundos espirituais de volta ao Infinito. Assim, o homem (Adão) começa a se desenvolver em nós; não é o corpo, mas a alma, quando nós adquirimos gradualmente a equivalência com o Criador, o poder de doação e amor ao próximo.

E “próximo” é aquele que está fora do nosso desejo de receber; ele é aquele a quem cultivamos amor. Essa sensação está acima do conhecimento, além de nossas emoções e intelecto, acima de nós, e acima de nossa percepção da realidade. Amar ao nosso próximo é realmente senti-lo, sentindo que ele está incluído em nós. Isto nos aproxima dele até atingirmos amor por ele.

Assim, o amor pelo nosso próximo nos move de volta ao Infinito, nos eleva e nos leva ao estado da correção final.

O mundo inteiro está entrando neste processo; as pessoas o descobrem internamente. Por quê? Porque ninguém está no controle dessa tendência.

Por milhares de anos, nós nunca pensamos sobre o nosso progresso interno; nós simplesmente seguíamos em frente, impulsionados pelos nossos próprios desejos. Até agora, não havia contradição entre o vetor de desenvolvimento geral e os nossos impulsos naturais internos. Nosso avanço combinava e complementava nossas aspirações egoístas.

Como resultado, nós chegamos ao capitalismo e dentro de um curto período de tempo demos um “salto” egoísta na ciência e nas tecnologias, e nas últimas décadas começamos a afundar em crise.

Nosso desenvolvimento egoísta está chegando ao fim. Nossa natureza “arredonda”, integra e revela novas leis para nós. Anteriormente, nós usávamos nossas habilidades para tirar vantagem dos outros para ganhar dinheiro e ter sucesso, agora, esta abordagem está terminando. As condições ambientais mudaram; nós só podemos continuar o nosso caminho se formos consistentes com elas e nos adaptarmos a elas.

Assim, em nossa percepção e sensações, em nossos processos de tomada de decisão, nós temos que cumprir com a natureza: “redonda”, integral e abrangente. Sem isso, não vamos entender o que está acontecendo e não vamos encontrar abordagens corretas. Se não obedecermos, vamos sempre tomar decisões erradas que não nos beneficiarão.

Esta é a situação em que estamos agora e a razão da Cabalá ser revelada a nós. Afinal, nós estamos no início do estado de consciência da segunda fase de desenvolvimento. Nossa descida do Infinito para este mundo está concluída, o período de preparação neste mundo está concluído, e agora nós começamos a correção, a realização do mal e a ascensão ao Infinito.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/01/14, Escritos do Baal HaSulam