Eu – Nós – Um

Dr. Michael LaitmanSe nós ansiamos em atingir o estado de Arvut, nós devemos de certa forma retratar essa meta como um estado geral em que estamos conectados, a fim de descrever para nós mesmos o que significa estar “juntos”. Foi assim que chegamos ao conceito de “centro do grupo”, a unidade que é produzida entre nós e é estabelecida como o nosso bem comum.

Nós nos tornamos parceiros na construção desta comunhão de “Casa, Kli e vaso”. Cada um deve trazer a parte mais essencial e valiosa de seu coração, o “ponto no coração”, e, portanto, a partir de dez “pontos no coração”, nós construímos este Kli. De “Eu” + “Eu” + “Eu” + “Eu” que estão conectados entre si, surge o “Nós”. Depois disso, este “Nós” também se derrete e se torna “um”.

Este é um problema psicológico. Nesse meio tempo, nós não sentimos ou entendemos como isso é possível, mas é assim que acontece. Certamente tudo é realizado apenas através da influência da Luz, mas de acordo com os nossos esforços. Então nós chegamos ao conceito de “bola de framboesa”. Este não é um termo Cabalístico, mas é como estamos chamando-o. Como crianças que estão jogando bola, é assim que, nesse meio tempo, vamos jogar com a unidade.

Desta forma, nós chegamos à terceira seção no caminho, a bola de framboesa, e é preciso esclarecer o que é isso. Uma bola de framboesa é a nossa unidade, a conexão entre nós, dentro da qual todos desaparecem. Cada um sai do seu “eu” para todos nós, e depois este “todos nós” torna-se um.

Esquecer-se de si mesmo e se conectar em conjunto também é possível na vida regular, como equipes esportivas, grupos de criminosos, ou piratas. Isto é muito fácil quando todo mundo tem um objetivo egoísta comum: roubar um banco ou navegar num submarino. Houve um incidente em que um submarino começou a afundar e parte da tripulação poderia ter escapado. Mas quando souberam que a outra metade não seria capaz de sair do submarino, eles voltaram porque não podiam abandonar seus amigos, e se afogaram com eles. Este trabalho especial que eles tomaram para si possibilitou que pudessem entender como seria possível viver sem o outro. A conexão se tornou mais cara para eles do que a vida. Mas isso ainda é uma abordagem egoísta no âmbito deste mundo, embora este fosse um ato muito especial.

A bola de framboesa é especial porque nós precisamos entender como nos conectar. Nós ainda estamos aprendendo a nos unir. Entretanto, estas são tentativas e não ações práticas, apesar de sermos completamente sérios sobre como trabalhar com elas.

Isso é educação. Após isso, nós devemos estabelecer esse conhecimento para os nossos alunos nos cursos integrais e explicar o que está acontecendo conosco e com toda a humanidade e o que deve acontecer se quisermos que a nossa evolução contínua avance em um bom caminho, no caminho do “Eu vou apressá-la”. Se não, nós temos que avançar pelo caminho do sofrimento pelas mesmas etapas, mas em total confusão, sem compreender o nosso desenvolvimento e sem sentir nada, exceto o mal.

Imagine a imensa diferença no avanço através de explicações, ajuda mútua e a influência da Luz, ou escapar dos golpes; quanto sofrimento vamos passar! A diferença entre o caminho do sofrimento e o caminho da Luz é imensa.

Portanto, a primeira etapa é entender o Arvut (garantia mútua). A segunda etapa é do que ele é composto. A terceira etapa é a bola framboesa: como a partir do conceito de “Nós”, nos tornamos “Um”. Isso é possível com a condição de que dentro desta unidade, nós começamos a sentir o Criador, a entendê-Lo. A sensação de que estamos à procura Dele juntos, como uma tropa de elite, nos leva à verdadeira unidade, a um todo perfeito.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 07/01/14, Lição sobre o Tópico: “Preparação para a Convenção