Baal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 35: Na primeira fase do desejo de receber, chamado de “inanimado”, que é a manifestação inicial do desejo de receber neste mundo corpóreo, há uma única força coletiva de movimento para toda a categoria inanimada. Mas nenhum movimento é aparente em seus itens particulares. Isto porque o desejo de receber gera necessidades, e as necessidades geram movimentos suficientes, o suficiente para satisfazer a necessidade.

Com base nisso, fica claro para nós que o desejo é a motivação para tudo, até mesmo no nível inanimado.

Pergunta: O elétron se encontra em constante movimento. O que isso diz sobre o seu desejo?

Resposta: Todas as partículas fundamentais existem precisamente porque se encontram em incessante movimento. Hipoteticamente, se elas parassem de se mover, desapareceriam. O início foi no “Big Bang”, na centelha de energia espiritual que deu vida a todo o nosso universo. A partir daí, a natureza do inanimado, vegetal, animal e falante é derivada (um produto) e isso fornece o movimento ilimitado e incessante que vemos. Tudo é derivado daquela centelha que eclodiu no plano deste mundo, criou o “espaço”, e encheu-o.

Na base da matéria, a perda de energia não existe. Sua expansão não é o seu desaparecimento, pois a centelha permanece e age dentro de tudo. Esta é a razão de não podermos parar uma partícula elementar.

Pergunta: Portanto, qual é a diferença entre a correção de um desejo simples e a correção de um desejo complexo?

Resposta: É impossível corrigir um desejo simples. Isso ocorre porque os desejos no nível do inanimado, vegetal e animal não estão prontos para entender suas deficiências. O desejo do inanimado, que se encontra num estado estático, não requer nada. Se o movermos de seu lugar para um lugar onde ele vai se sentir desconfortável, ele vai reagir; digamos que é como uma pedra que rola por uma ladeira. Mas, ao mesmo tempo, ela não está agindo, mas sim sua natureza que a está ativando.

O nível vegetal produz ações independentes, cuja finalidade é fornecer as condições ideais para o crescimento. As plantas já fazem um cálculo independente, mas apenas numa direção, como chegar a uma determinada altura e realizar um programa interno. Se este programa entra em conflito com alguma coisa, é necessário contornar a perturbação. Por conseguinte, as plantas ignoram o que perturba o seu crescimento.

Ao contrário delas, os representantes do nível animal não estão prontos para realizar seu programa interior se permanecerem no mesmo lugar. Eles se reproduzem de maneira diferente, vivem e morrem de forma diferente. Todos estes são um grande desejo de receber, que está incluído nos três níveis.

Em conexão com isso, não está claro de que forma o ser humano é diferente do nível animal se ele está preocupado apenas com seu corpo e sua vida regular. Você vê que os animais também provêm a sua própria existência corporal, incluindo a necessidade de perpetuar a espécie.

O ser humano é chamado Adão (homem) se ele quer ser como o Criador. Neste caso, “os movimentos corporais” não vão ajudá-lo. Isso ocorre porque o nível de Adão é fora do corpo; ele pertence a sua centelha interior, inerente nela desde o “Big Bang”. Por meio disso, ela recebe conexão com Keter, com o Doador, conectando-se com a base da criação e indo para o nível onde se encontra a origem de todo o nosso universo. A partir daí começa a subida.

E o seu corpo permanece em seu lugar. Ele não pertence a isso. No final, Adão não terá qualquer sentimento de pertencer a ele.

Assim, Adão é o nível de adesão com o Doador. Ele sai de sua existência atual e chega a um nível mais elevado. E esta é a sua singularidade, pois ele está pronto para “abandonar” a si mesmo e subir.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/01/14, Escritos de Baal HaSulam

Categoria: Lição Diária de Cabalá, Trabalho Espiritual |