A Cabeça De Uma Pessoa Controla O Seu Corpo

Dr. Michael LaitmanO trabalho de uma pessoa com o grupo pretende manter a conexão com os amigos, mesmo que ela se afaste deles fisicamente, quando vai trabalhar ou quando vai para casa. Eu não deveria romper com eles, mesmo quando estou em estados difíceis, não só cansado ou com indiferença, mas mesmo quando sinto ódio e repulsa.

A Luz Superior joga comigo, enquanto eu tenho que dividir-me em duas partes. A primeira parte é tudo o que eu sinto, já que todos esses sentimentos vêm da Luz em meu desejo. A segunda metade determina o que devo fazer, ela me controla.

É como se eu tivesse dois papéis. O primeiro papel é o de sentir tão profundamente quanto puder os estados que a Luz me traz. O segundo papel é controlar o meu sentimento e entender de onde ele vem, o que ele faz e como devo mudá-lo, a fim de avançar para o estado desejado.

Eu tenho que ser um perito, examinando, esclarecendo e verificando-me, para me dirigir à meta. Mais tarde, esses dois discernimentos se fundem e, assim, tornam-se o corpo (Guf) e a cabeça (Rosh) do Partzuf espiritual. A cabeça determina o que acontece no corpo e como ele deve funcionar, mas só se esta parte, o meu especialista, tiver o controle sobre a outra parte, sobre o desejo.

Nesse meio tempo eu tento existir nestes dois papéis e ver-me constantemente de fora, esclarecendo o que a Luz faz comigo, como eu mudo, como devo mudar, e como devo reagir a cada estado.

Eu estou constantemente me avaliando a partir deste sistema de controle. Eu mudo ao me tornar mais independente do meu sentimento, dos discernimentos em meu desejo. Eu tento fazer o meu melhor para não me identificar com o desejo e para me elevar acima dele. Isto significa que a minha “cabeça” está acima do “corpo”.

Esta é a função da segunda fase ao longo do caminho do nosso progresso espiritual. Eu espero chegar a um estado em que sinto que todos os desejos e inclinações que são criados em mim pela Luz são bons, embora eu não os sinta dessa forma e não veja que são importantes, uma vez que tudo está quebrado. Mas eles são bons e benéficos para o meu avanço e essenciais ao longo do caminho: eu tenho que corrigi-los gradualmente, um por um, coletá-los à uma meta, à adesão ao Criador, uma vez que são partes da minha alma.

Então, eu me examino como um avaliador que vê todas as corrupções em mim, e fico contente com isso, uma vez que apenas corrigindo-as eu posso avançar. Se eu descobrir mais corrupções, é um sinal de que estou avançando bem, já que revelei deficiências tão grandes que deveria fazer alguma coisa. Isto significa que, por um lado, este problema pode ocupar todos os meus pensamentos e todo o meu coração. Eu me encontro numa situação terrível e não sei o que fazer. Os problemas são tão grandes que a minha cabeça explode por causa da horrível tensão.

Mas, por outro lado, eu deveria saber que este estado inteiro foi enviado a mim pelo Criador para que eu só posso resolver todos estes problemas na conexão com Ele e com a meta. A solução para o problema começa quando a meta se torna mais importante do que o problema.

Se é assim que eu vejo essas duas abordagens, então eu não me importo com o que acontece comigo: minha meta é ser corrigido e me assemelhar ao Criador em doação, amor e adesão, que são mais importantes para mim do que o meu estado pessoal. Assim eu resolvo cada estado. Se eu me coloco acima do estado, este geralmente não precisa mais de uma solução. Eu vejo que não preciso de mais nada, “tudo é resolvido no pensamento”. No que diz respeito ao nosso estado, isso significa que cada estado é menos importante do que a nossa garantia mútua, uma vez que a garantia mútua é a meta que temos que alcançar na conexão entre nós.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/01/14, Lição sobre o Tema: “A Preparação para a Convenção”