A Oposição Essencial

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu me relaciono com o Criador com respeito e admiração. Ele é grandioso em minha imaginação, enquanto os amigos, os “outros”, entre os quais Ele se revela, são o oposto. É como se nós baixássemos o nível. Eles parecem menos importantes. Como nós vamos resolver este problema? Como eu faço para aumentar o valor aos meus olhos da “eletricidade” que já foi revelada no Kli mundial, a unidade, no fundo da grandeza de sua origem?

Resposta: Como dizem os sábios, você não pode mostrar aos filhos que o seu amor por elas é absoluto. Isso só vai estragá-las. Os pais que mostram amor incondicional aos seus filhos levam seus filhos aos círculos (Igulim) em vez das linhas retas (Yosher), em vez da lei, a misericórdia em vez de justiça, e isso não é bom.

Portanto, nós simplesmente não conseguimos imaginar que o Criador é bom e faz o bem. Ele se oculta atrás de pontos de vista muito específicos e rígidos do relacionamento conosco que nos parecem que vão desde o pouco amável ao bastante cruel.

Nós precisamos levar em conta os dois extremos, os dois lados da mesma moeda. Por um lado, Ele é bom e faz o bem, e por outro lado, eu o acho ruim. Portanto, como eu posso ligar esses dois extremos opostos?

O objetivo da criação é beneficiar Suas criaturas, e isso é alcançado de acordo com as correções que as criaturas fazem, e apenas no final do desenvolvimento. Baal HaSulam escreve sobre isso no artigo, “A Essência da Religião e seu Propósito”. Se eu adotar essa abordagem, se eu perceber isso durante meu processo de investigação, então eu vou entender porque tudo está organizado desta forma. Eu entendo que o Criador é como um pai amoroso. A partir do amor, Ele deve pressionar o Seu filho, a fim de levá-lo ao bem.

Especificamente, a ideia aqui é como identificar claramente o problema, a contradição entre o Criador, que é bom e faz o bem e os problemas de nosso mundo, pois eu vejo que os problemas estão apenas aumentando, tornando-se mais agudos e pressionando mais e mais fortemente a humanidade. Até recentemente, era como se os tempos fossem bons, e todos esperavam um futuro brilhante e bom, o “sonho americano”, mas hoje, isso não serve mais como referência, e em breve ficaremos felizes por não viver lá.

Por que precisamos dessa oposição, dessa contradição? Este conflito é projetado especificamente para criar dissonância interna em mim: Como pode ser que o poder da natureza, o bom que faz o bem, o poder absoluto além de todas as limitações, nos encerra neste tipo de catástrofes graves?

Eu começo a examinar e a investigar este conflito e busco uma solução para o problema. Talvez o Criador não exista, e tudo esteja à mercê da natureza cego, e eu tenho que lutar contra isso.

No entanto, esta abordagem não resolve o problema. Afinal de contas, o Criador e a natureza são a mesma coisa. Segue-se que eu não mudei nada. Eu só mudei as palavras, mas ainda enfrento o mesmo problema sem solução. A condição ainda está em curso e cada vez pior. De qualquer forma, eu devo procurar uma saída.

Portanto, em última análise, eu só posso resolver este conflito se entender que não preciso mudar nada, exceto a mim mesmo, e aqui está o ponto-chave: nós precisamos mudar a nós mesmos, ou não? Nós adoramos todos os tipos de ações físicas, ações que foram escritas, e esperamos que elas nos tragam tudo de bom, ou nos corrigimos, e a partir destes nossos Kelim corrigidos, vai ser bom para nós?

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 12/11/13, Shamati # 3 “A Questão da Realização Espiritual”