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Não Há Saída – Nem Entrada

Dr. Michael LaitmanNós já dissemos muitas vezes que o avanço depende do sentido da importância da meta. O problema é que o nosso egoísmo diminui essa importância o tempo todo por causa de sua oposição a ela. Mas não é a meta que é oposta, mas os meios de alcançá-la. A meta da criação é deleitar os seres criados. O nosso egoísmo quer desfrutar, e a meta é obter o máximo prazer, tanto em quantidade e qualidade.

Portanto, o que nos impede de alcançar essa meta? O que impede é o meio pelo qual esse máximo prazer pode ser alcançado. Este prazer só pode ser recebido em vasos ilimitados, mas tal vaso não pode estar recebendo. O vaso de recepção é limitado por definição e recebe apenas conforme a sua capacidade.

Somente se um vaso passa satisfação através de si mesmo, recebendo em prol da doação para o outro ou o Criador, que é essencialmente o mesmo, sob esta condição ele se abre para o prazer infinito e pode alcançar o propósito da criação, a sensação de infinita bondade do Criador.

A Luz, pelas condições iniciais, não pode entrar no vaso de recepção, o qual deixa todo o conteúdo em si. Não há saída – nem entrada. É por isso que a tarefa não é parar de buscar o prazer. É necessário apenas alterar o caráter de satisfação: O que eu desfruto? Ou mais especificamente: “Para quem eu dou prazer?” O prazer deve vir de dar prazer aos outros, da doação. Neste caso, os meus vasos se tornarão ilimitados e vou atingir a meta.

É importante entender que esta é uma distinção sutil que separa desejo e intenção. Os desejos podem crescer tanto quanto você quiser! Não temos que suprimi-los, fazer uma dieta, ou atormentar-nos. Pelo contrário, temos que aproveitar a vida! Caso contrário, você parece ignorar o que o Criador preparou para você. A única questão é se você deseja tudo isso para satisfazer o Criador. Para fazer isso, nós precisamos descobrir novos desejos.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 20/11/13, Escritos do Rabash

A Passagem No Muro

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “O Ensino da Cabalá e sua Essência”:  De acordo com a potência acima mencionada na Torá, isto é, considerando a medida de Luz nela, é certo que a Torá deve ser dividida em graus, de acordo com a medida de Luz que a pessoa pode receber por estudá-la.

A “Torá” é o meio de correção do desejo primordial. A Luz, “algo a partir de algo”, criou o desejo como “algo a partir do nada” e desenvolve este desejo para corrigi-lo ao estado necessário. Assim, toda a influência da Luz sobre o desejo durante o seu desenvolvimento é chamada de “Torá”.

Assim, a “Tora” é o método de correcção do desejo até que ele atinja o estado requerido. Luzes individuais “sacodem” os vasos do desejo, os alinham, conectam e desconectam, e tudo isso é a Torá.

Nós estamos falando sobre isso e nos coordenar na medida em que somos capazes de envolver e atrair a Luz. A parte que atraímos é chamada de Torá para nós. Nós podemos atraí-la de acordo com uma das cincos camadas de desejo (fases de Aviut), de zero a quatro. Assim, a Torá está dividida em cinco partes para nós.

Ao estudá-la, nós podemos estudar as relações dos fragmentos quebrados. Hoje, nós observamos sua interação egoísta, pois eles dependem uns dos outros, mas sua conexão é ruim, e nós estudamos como conectá-los corretamente. Para isso, nós precisamos da Luz que Reforma, para criar um bom relacionamento com os vários desejos, partes da criação, e todas as interconexões entre as pessoas nos sistemas que elas construíram. Nós queremos que a Luz nos organize na conexão correta; caso contrário, todas as conquistas da humanidade vão acabar em fracasso.

É por isso que precisamos da sabedoria da Cabalá, o meio que nos permite atrair a Luz. Ela vai nos levar de volta à fonte, e assim, a Luz geral, o Criador, será revelada em nossos relacionamentos corretos.

Quando eu estou estudando, eu alinho todos esses componentes: movendo-os desde o estado quebrado até o corrigido, da crise à unidade, da recepção egoísta aos relacionamentos altruístas gerais, à conexão e garantia mútua. Assim, a conexão correta, o sistema correto, serão revelados para mim.

Além disso, eles são revelados em etapas. Se eu atuo apenas na primeira camada do desejo, eu revelo o “segredo” (SOD). A segunda camada mostra “alegoria” (Drush), a terceira é a “dica” (Remez), e a quarta camada é aquela em que todas as conexões estão corretamente alinhadas, e ela me revela o “significado simples” (Pshat), onde tudo é simples, aberto, revelado.

Assim, a Torá é o meio para a correção dos vasos. A correção do ser humano é a quarta fase (Behina Dalet), pois contém todas as anteriores. Quando o ser humano é corrigido, todos os outros níveis também são corrigidos: inanimado, vegetal e animal.

Portanto, tudo depende do estudo da Torá. Isso significa que eu quero aprender os componentes e conexões corretos entre os vasos de várias formas, os quais me levam ao sistema correto, verdadeiro, onde todos os desejos estão conectados uns com os outros em doação mútua. E isso faz com que seja possível para eu revelar o Criador.

Assim, devido à conexão de diferentes desejos e sua interação, por meio da doação mútua, eu revelo o Criador. Por quê? Porque nos desejos que estão conectados corretamente, nos Partzufim espirituais, nos “círculos” e “linhas retas”, TANTA (Ta’amim, Nekudot, Tagin e Otiot) se manifesta, todos os detalhes de percepção, todas as descobertas que vêm a mim da Luz. Assim, eu revelo o vaso e a Luz apoiando um ao outro, e isso me permite sentir, revelar, a raiz de acordo com o princípio “de Suas ações, vamos conhece-Lo”. Isso se expressa na Luz e no vaso, na estrutura de TANTA, HaVaYaH, e assim, é manifestada em nós.

Este é o propósito da criação. Na verdade, eu sou capaz de revela-Lo apenas por adesão, que eu chego no final. Eu revelo o Criador nos vasos corrigidos; o TANTA principal, HaVaYaH, é revelado, e por isso eu Lhe dou satisfação da mesma forma como Ele o faz. Devido a esta reciprocidade, nós chegamos à adesão, o estado final.

Na verdade, todas essas facetas estão muito próximas, e a principal coisa para nós é tentar conectá-las. A crise, os problemas atuais, os inimigos que estão contra nós, e o Criador que nos salva deles, todo o processo que atravessamos, nós temos que trazer tudo isso junto e vê-lo como um único sistema.

Por enquanto nós nos voltamos à Torá como o livro escrito por Moisés. Nela, ele descreveu e apresentou o próprio processo que está diante de nós. Diz-se que, em cada geração, a pessoa deve ver a si mesma como se saísse do Egito. A história toda até a crise atual pode ser comparada com os sete anos de saciedade. Em geral, ficamos satisfeitos com nosso desejo egoísta, o nosso desenvolvimento, o “sonho americano”, que parecia prestes a se tornar realidade. Competindo uns com os outros, nós esperávamos subir mais e mais, a ter mais e mais, reinar sobre a natureza…

Então, de repente, os sete anos de fome chegaram, as recompensas prometidas não foram satisfatórias, pelo contrário, nos humilharam e desprezaram. O trabalho acabou por ser muito difícil, como a escravidão. O desespero é crescente; gememos sob o jugo insuportável, e não encontramos saída. O mundo inteiro está “afundando” em crise, e, em essência, esses estados anunciam a fuga do Egito. Nós estamos chegando mais perto da realização do desamparo completo, e a única saída é mostrar às pessoas a porta para a espiritualidade. Esta é verdadeiramente uma passagem através do muro para um novo mundo. No entanto, a condição para passar por ele é que não podemos ver o muro. Vamos tentar…

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 19/11/13, Escritos do Baal HaSulam

A Seta Do Desenvolvimento

Dr. Michael LaitmanRecentemente, graças às nossas atividades externas, nós sentimos que as lições estão tomando uma nova forma. A Cabalá já não nos parece como algo especulativo, teórico e distante da vida, pairando em algum lugar no espaço interestelar ou numa dimensão desconhecida.

Não, ela vem na forma da ciência prática, aplicada, que é dada ao nosso mundo para que nós revelemos o Criador aqui entre nós.

A crise atual destina-se a isso. Ela não vai acabar, não importa o quanto possamos tentar encobri-la, por um lado, legalizando drogas, e, por outro, distribuindo promessas de seu fim iminente. A crise persiste. Como os Cabalistas dizem, ela só vai acabar quando, da maneira fácil ou da maneira mais difícil, nós corrigirmos a natureza e chegarmos à fase de adesão com o Criador, ou seja, copreendermos o propósito da criação.

Neste processo, nós somos pioneiros, a vanguarda da humanidade. Tenham orgulho disso e deem toda a sua força para este trabalho. Foi-lhes dado a chance que nenhum Cabalista das gerações anteriores teve. Milhões de anos de evolução, todos os mundos e o nosso mundo, tudo o que foi vivido, tudo o que existe, é voltado para o presente. E vocês e eu estamos no ponto desta “seta” do desenvolvimento, que deve visar ao propósito da criação.

Todos devem estar orgulhosos disso e cheios de energia para realizar esta grande tarefa. Nesse sentido, nós devemos atribuir grande importância a todos no grupo, porque o Criador escolheu cada amigo entre bilhões de pessoas.

Vamos respeitar uns aos outros, amar uns aos outros, e d este amor entre nós, vamos fornecer ao Criador um lugar para a revelação.

Da “Convenção Virtual” Uma América 16/11/13, Lição 1

No Desejo De Paz

Dr. Michael LaitmanA meta da criação é chegar a um estado em que a Luz nos preenche no mundo do Infinito. Este é o nosso dever, porque estamos em um sistema que nos obriga a alcançar isso.

Dois caminhos possíveis para chegar a ela estão diante de nós:

  • O bom caminho, se somos atraídos para frente em relação a isso e a Luz ilumina os Kelim (vasos) de nossos desejos que foram preparados para isso.
  • Ou o caminho ruim se não estamos preparados e a Luz se transforma em escuridão tornando impossível a fuga da miséria e do sofrimento.

Para manter o bom caminho, temos que perceber o método de correção em um grupo, consentindo com a Luz dentro desse grupo. Hoje, um grupo não é suficiente; ele simplesmente não tem o poder de alcançar a luz. Ele deve prover a si mesmo com deficiência “adicional” do público geral.

Portanto, através da conexão entre nós, devemos lembrar que a aquisição de uma deficiência correta voltada à Luz só é possível se formos ao público geral e cuidarmos dele, se vermos o que lhe falta. Neste caso, nós tomamos deficiências adicionais de lá e, com elas, podemos alcançar uma deficiência suficiente para que a Luz nos ilumine em resposta.

Desta forma, o trabalho com o público geral não é necessário apenas porque precisamos cuidar deles, mas sim, em primeiro lugar, para que nós cheguemos à Luz, comecemos a trabalhar com ela, para atrai-la até nós, e depois disso nós a trazemos ao mundo. A unidade entre nós vai tomar uma forma semelhante à Luz apenas se aceitarmos as deficiências do público externo.

Da “Convenção Virtual” Uma América 16/11/13, Lição 1

O Poder Do Desejo Feminino

Dr. Michael LaitmanJá ouvimos falar sobre os grupos de Cabalistas ao longo da história. Eles eram especiais e se davam muito bem juntos em pequenos grupos que consistiam apenas de homens.

Houve casos em que um pai podia ensinar a sua filha, como o Rambam, por exemplo. Ou um irmão que ensinou sua irmã, como Moisés e Miriam. Havia profetas mulheres, mulheres que atingiram níveis muito elevados de realização espiritual por si só, mas em todas as gerações anteriores não era costume deixar as mulheres participar do trabalho em grupo.

Em nossos tempos, no entanto, estamos testemunhando mudanças muito interessantes. Nós já descobrimos, durante o tempo do Rabash, que as mulheres também são atraídas à sabedoria da Cabalá e à educação integral; elas são movidas por um desejo interno. Se a pessoa tem um desejo interno, tudo está aberto diante dela.

Rabash foi o primeiro a mudar a estrutura comum. Ele organizou as mulheres dos seus alunos num grupo que recebia seus artigos sobre a sociedade, sobre o trabalho em grupo, conexão, e elas costumavam esclarecê-los com os outros materiais de estudo. Rabash organizou um lugar onde as mulheres pudessem se reunir e ouvir as lições do grupo dos homens.

Foi uma verdadeira revolução. No passado as mulheres nunca podiam chegar perto de alguém que estudava Cabalá, mas o Rabash abriu este estudo para todas as mulheres. Ele descobriu que elas têm a mesma deficiência agora, o mesmo ponto no coração como nos homens. Nós realmente vemos que as mulheres de hoje são ainda mais determinadas a aderir ao caminho espiritual do que os homens.

Isto, juntamente com a crise global, nos deu a oportunidade global de correção do mundo. Hoje, não há diferenças entre os homens e as mulheres no grupo. Eles têm os mesmos papéis em disseminar a sabedoria da Cabalá e especialmente a educação integral. Esses papéis estão se tornando mais semelhantes a cada ano e as diferenças entre eles são apagadas e realmente desaparecem; eu estou muito feliz com isso. Quanto mais mulheres fortes nós temos participando no nosso trabalho, na nossa disseminação, e em toda a nossa vida social, mais estáveis e fiéis em direção ao caminho espiritual nós estamos.

Da “Convenção Virtual” One America 16/11/13, Lição 1

Não Há Morte

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do True Activist): “O debate sobre religião e espiritualidade tem causado mais discórdia do que qualquer outro tema ao longo da história. Enquanto a crença no desenho sincrônico tenha ajudado alguns a alcançar alturas inimagináveis, outros rejeitam abertamente a noção de um ser supremo – ou uma vida eterna”.

“Do aspecto científico, muitos preferem supor a noção de uma vida após a morte como ridícula – ou pelo menos improvável”.

“No entanto, um especialista afirma que a prova da vida além-túmulo encontra-se na Física Quântica. O professor Robert Lanza acredita que a teoria do biocentrismo ensina que a morte como nós a conhecemos é uma ilusão criada pela nossa consciência”.

“Uma variedade de textos espirituais ensinam que a ‘existência’ neste plano é uma experiência da alma imortal sem limites. No entanto, a fé no desconhecido tem sido a base que tem moldado a tradição espiritual, não a ciência. As conclusões do professor podem mudar isso”.

“‘Nós achamos que a vida é apenas a atividade de carbono e uma mistura de moléculas – que vivemos um tempo e depois apodrecemos no solo’, disse Lanza em seu site”…

“Biocentrismo é a crença de que a vida e a biologia são fundamentais para a realidade e que a vida criou o universo, e não o contrário. Isto sugere que a consciência de uma pessoa determina a forma e o tamanho dos objetos no universo”.

Meu Comentário: A Cabalá fala sobre isso desde os dias de Adão. A sensação do mundo é subjetiva. Por enquanto, nós sentimos a existência através do que chamamos de nosso corpo, ou seja, em nossos cinco órgãos sensoriais. A Cabalá permite que todos possam desenvolver órgãos sensoriais adicionais e, assim, experimentar outro mundo, maior do que a existência no corpo animal.

Envolver-Se Em Uma Coisa Só

Dr. Michael LaitmanExistem dois caminhos: o caminho da Torá e o caminho do sofrimento No entanto, estas não são realmente duas opções, porque ao longo do caminho do sofrimento nós recebemos golpes que nos colocam de volta no caminho da Torá.

Portanto, nós temos que perceber o mais rápido possível que há realmente apenas um caminho e que precisamos avançar pela Luz que Reforma, já que os sofrimentos não nos corrigem. Apenas uma oração, um pedido de correção, atrai a Luz, e, em seguida, depois de passar por várias correções, chegamos ao objetivo da criação.

O Criador é a bondade absoluta que ilumina sobre nós, e nós não temos escolha a não ser avançar em direção à meta que foi preparado para nós com antecedência. O objetivo é fazer o bem aos Seus seres criados; portanto, aderir-se a Ele é o benefício real. Isto é o que devemos alcançar.

O Criador bom e benevolente é revelado de acordo com a lei de equivalência de forma, na medida em que somos iguais a Ele. Ele está na doação e no amor absoluto, e nós também devemos alcançar os mesmos atributos. No entanto, nós nos aproximamos deste estado gradualmente, descobrindo vez após vez o mal em nós, tentando atrair a Luz que Reforma, que é chamada de Torá. Ela nos corrige e estas porções de correção que são chamadas de “cumprir as Mitzvot (mandamentos)” nos empurram para frente, uma por uma, até que nos tornamos como fruta madura que está pronta para o “acoplamento completo” (Zivug).

Isto é como a atitude do Criador para conosco é revelada de acordo com a providência proposital. Ela opera dessa maneira, a fim de estimular em nós suas diferentes formas repetidamente. Assim, nós podemos conhecê-Lo de acordo com o princípio da vantagem da Luz a partir da escuridão.

Assim, aquele que é maior do que seu amigo, o seu desejo também é maior. Quando subimos ao Criador nos atributos de doação e amor, podemos esclarecer melhor como somos opostos a Ele, e podemos esclarecer as coisas mais profundamente na medida em que a imagem se torna mais clara e nítida. Assim, podemos chegar mais perto do Criador por todo o caminho até o último nível de esclarecimento da conexão entre nós.

Baal HaSulam afirma que a religião é um meio, uma ferramenta para alcançar o Criador, o objetivo da vida. Os meios são indicados para aqueles que trabalham com eles, e todos os outros ficam confusos com suas próprias ideias sobre a religião. Em vez de estabelecer a ordem correta e o sistema correto, eles estão construindo um “ídolo e uma imagem”, falsas imagens, contanto que tenham algo com que se envolver sem se corrigir em prol do amor e doação, sem ansiar alcançar o nível “do amor das criaturas ao amor do Criador”.

De acordo com este sinal, nós podemos diferenciar entre a sabedoria da Cabalá e todos os outros métodos, pois nenhum deles permite que a pessoa mude sua natureza do ódio ao amor. Assim, todos eles são inaceitáveis.

É por isso que estudamos, disseminamos e trabalhamos na conexão do grupo, e com isso chegamos ao reconhecimento do mal. Acontece que o mal é a nossa natureza e temos que nos livrar dele e alterá-lo para uma natureza diferente.

Isso não significa que eu tenho que me destruir ou odiar a minha natureza, embora ela seja má. Não, eu vejo o que o Criador me deu nela, e só deve corrigi-la com muito cuidado. Eu não tenho outro compromisso na vida, exceto a correção da minha natureza. Eu não devo desrespeitá-la, mas preciso estudá-la profundamente, com precisão e em grande detalhe e então, a partir dessas corrupções, eu entendo qual deve ser a forma correta.

Portanto, o Criador é chamado de “Boreh” (venha e veja). Eu transformo o meu ego para “a fim de doar” e estabeleço uma restrição acima dele, uma Masach (tela) e a Luz de Retorno, e gradualmente formo a imagem do Criador a partir das partes corrigidas. Eu O construo em mim.

Caso contrário, Ele continua sendo uma força invisível que não pode ser revelada em nossos sentidos. É porque Ele é revelado apenas de acordo com a nossa capacidade de adaptação a Ele, de acordo com a lei de equivalência de forma.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 08/11/13, Escritos do Baal HaSulam

Não Caiam Sob A Influência Das Massas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando estamos a grandes distâncias uns dos outros, como na Escandinávia, a maior parte do tempo o nosso ambiente é composto por pessoas comuns. Nós, como os outros, estamos sob sua influência e passamos por todos os tipos de emoções e estados. Como podemos construir um relacionamento correto a partir disso e tirar vantagem da nossa unidade?

Resposta: Vocês devem se separar de toda a humanidade, como se estivessem olhando para ela de fora. Não caiam sob a influência das massas. Compreendam seu sofrimento apenas para curá-las, como um médico cura alguém que está doente.

Um médico não é capaz de curar as pessoas que estão muito próximas a ele; ele não pode olhá-las objetivamente. Assim, ele deve ser objetivo, pesar os “prós” e “contras”, sem entrar nisso com o seu coração. Isso ocorre porque, embora ele sinta quem está perto dele, ele deve agir com a sua mente.

Em nosso trabalho com a humanidade, nós precisamos entender quem eles são, por que sofrem, e essa é uma projeção de nossas características internas fora de nós, onde cada uma das minhas características internas é retratada fora como um objeto particular: inanimado, vegetal, animal e até mesmo humano. Eu devo me dirigir desta forma o tempo todo.

Desconsiderem qualquer coisa estranha, como se estivesse acontecendo por conta própria; o Criador está brincando com a gente. Por que eu deveria ser influenciado pelas massas? Eu devo me separar disso, desmamado disso, distanciado. Não as favoreçam, não dancem ao som do seu ego, do orgulho e arrogância, e simplesmente olhem para o mundo da forma correta.

Tudo ao seu redor é um material que é gerenciado por um único poder, e é assim que eu quero olhar para ele; está apenas ao meu alcance aproximar o material humano da verdade. Eu devo fazer isso como um médico que vê um paciente e examina a melhor maneira de curá-lo. Ele não pode sentar e chorar compassivamente o paciente, mas sim deve trabalhar de forma realista e lidar com ele adequadamente.

Não podemos permitir sermos influenciados pelas massas, como crianças que são jogadas numa loja de brinquedos e perdem a cabeça devido à influência dos brinquedos. É necessário tentar equilibrar tudo isso dentro de nós; isso inclui a todos, até mesmo os nossos parentes. Trabalhem com isso; caso contrário vocês não vão sentir o Criador. Vocês devem olhar para o mundo através dos Seus olhos.

Da Convenção na Bulgária “Amanhecer de um Novo Mundo” 03/11/13, Lição 5

A Linha Do Meio Do Nosso Comportamento

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando eu saio para disseminar, me deparo com exemplos específicos de ódio e violência em nossa direção. Claro, eu reajo externamente como é habitual no nosso mundo. Mas como é que eu percebo isso internamente pela realização da correção interna?

Resposta: Internamente, você só deve aceitar o fato de que tudo vem do Criador, o que significa reagir a isso apenas espiritualmente. No entanto, uma vez que você está no seu mundo sem correção, então, como está escrito: “amenize seus dentes” (acalme-a), que é um conceito na sabedoria da Cabalá.

Você deve se comportar de acordo com as leis aceitas em nossa sociedade, uma vez que ela também está sob o controle do Criador. Eu entendo que, no momento, é difícil conectarmos nossa atitude interior, a compreensão do que está acontecendo, e nosso comportamento externo. Eu vejo meus alunos que dizem: “Como podemos amenizar os dentes (acalmar) de alguém que nos ataca?” Portanto, precisamos expor nossos próprios dentes, também.

Agora nós não estamos no nível do mundo de Ein Sof (Infinito), mas estamos no nível do nosso mundo, e por isso temos que reagir a tudo de acordo. Se alguém me ataca, eu poderia quebrar seus dentes, ou poderia deixar ele me bater. Então, como é possível resistir a isso se o Criador age dessa maneira?

Deve haver uma linha do meio aqui, nem a linha direita e nem a linha esquerda, mas apenas a linha do meio do nosso comportamento! É porque você ainda não está corrigido, e não há apenas uma linha em você. Isso irá aparecer mais tarde, no final da correção, e também será apenas sob a forma do ponto de ligação, o ponto de adesão.

Você deve agir de acordo com as leis deste mundo, que é a embalagem externa. No entanto, ao mesmo tempo, você deve saber que tudo o que passamos é determinado apenas pelo Criador, que é a embalagem interna.

Quando o nosso mundo se elevar ao nível do mundo de Ein Sof, você vai sentir que tudo está conectado. Até lá, você estará constantemente entre essas duas linhas opostas e vai se perguntar constantemente: “É do Criador ou de mim? De onde é que derivam? Por quem vai passar?”.

É uma oposição permanente. Na Torá, por exemplo, o Criador promete a Abraão que o mundo vai ser corrigido através de seu filho, e, em seguida, Ele diz: “sacrifique-o”. Como podemos entender o comando para matar seu filho, se é através dele que o método de correção deve ser passado ao mundo? Não podemos entender isso, e não vamos entendê-lo até nós experimentarmos o primeiro contato com o mundo superior. Então, pelo menos teremos um exemplo de como conectar duas linhas na linha do meio. Desta forma, um ego ainda maior aparecerá que vai anular tudo o que havia antes. Isso se chama seguir o caminho espiritual na fé acima da razão.

Da Discussão sobre Grupo e Disseminação 21/10/13

Família Como Um Meio De Ascensão Espiritual

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que devemos continuar a incentivar as pessoas a criar famílias?

Resposta: Nós estamos passando por uma fase do desenvolvimento humano em que a instituição familiar está se despedaçando; ela não é mais necessária. Temos trabalhado há muito tempo, deixado-a de lado, e agora devemos subir para um novo nível. Este ainda está para surgir. Assim, a geração mais jovem está reavaliando seus valores: eles não querem criar famílias, dar à luz a crianças, ou ser obrigados a alguém ou algo.

Mas esta é uma fase temporária. As pessoas estão procurando uma resposta para a pergunta: “Por que precisamos de uma família?” Em geral, lidamos sempre com a pergunta: “Por quê?” As pessoas precisam encontrar sentido na família, quando não é um fim para a reprodução, a fim de manter a vida e tudo mais. Hoje, desenvolvemos tais serviços e amenidades que não precisam de uma família. Em vez de uma esposa, um supermercado e outros serviços podem cuidar das tarefas domésticas, e alguém pode encontrar uma mulher, e todos os dias uma nova.

Se a pessoa sente que precisa de uma família, é claro que chegará a ela, mas num novo nível, a “célula” principal da sociedade, que eleva o homem ao próximo nível de existência. Se a pessoa percebe que tem essa necessidade, ela irá com prazer criar uma família. As pessoas acham que por ter uma família elas avançam, ganhando novos vasos de sensação de existir neste mundo.

E todos os aspectos da vida cotidiana para a qual nós criamos dispositivos e serviços a fim de atender a essas necessidades, foram criados especificamente de acordo com o programa da natureza, de modo que não precisamos mais de uma família como uma entidade material, e, no final, vamos perceber que precisamos de nossas famílias apenas como um instrumento especial, milagroso, que estimula nossa ascensão a um novo nível.

Comentário: Nem todos se esforçam para desfrutar o calor e a alegria que vêm das comunicações familiares?

Resposta: As pessoas vão experimentá-las na família integral. A principal coisa é que a pessoa vai sentir, reconhecer a sua própria natureza e a do mundo inteiro num nível totalmente novo. Se a pessoa vê que a família promove a realização deste estado elevado, ela vai concordar em tê-lo. Se não, as pessoas vão rejeitar ter famílias.

De KabTV “Através do Tempo” 21/10/13