Se Não Há Uma Meta, Não Há Alegria Na Vida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Agora, é absolutamente claro para os médicos que o ser humano não é apenas composto por sistemas fisiológicos do corpo e da mente, mas também do desejo por um propósito. Mas sabemos que este é o nível espiritual de uma pessoa. Portanto, ela é obrigada a construir relações entre ele e a meta, o seu ambiente, e também para o seu corpo.

Recentemente, nos deparamos com o fato de que as pessoas têm se relacionado com seus corpos de forma negligente ou mesmo desprezo, e, consequentemente, estão sujeitas à doença. Assim, como a pessoa deve se relacionar com o corpo?

Resposta: Como resultado de milhares de anos de desenvolvimento, a pessoa chegou a um estado em que não está feliz por estar viva. Inconscientemente não queremos viver. Tudo é em vão: a angústia, o sofrimento; a vida, o que é tudo isso? Será que eu preciso sentir que sou alegre, feliz? Mas eu não sou.

Se eu consigo algum tipo de satisfação, ela é alcançada através de um esforço não justificado, e, assim, ele passa muito rapidamente, ou em qualquer momento se transforma no oposto. Então, as pessoas realmente não querem viver. Portanto, desprezo pelo corpo é apenas uma pequena consequência da condição atual. A pessoa secretamente sente que seria mais feliz se não existisse.

No passado, não havia nada disso, porque ainda não tínhamos evoluído para essa consciência. Hoje nós temos uma abordagem consciente da vida, da futilidade de nossa existência, da falta de fecundidade, da degradação. Nós entendemos a nossa natureza, o nosso nada. Ninguém nos perguntou se queríamos nascer, ser educados nesta sociedade ou em outra sociedade. Nós não entendemos o que, onde e como.

Houve um tempo em que tínhamos metas definidas. Não estávamos ainda desenvolvidos e por isso perseguíamos o que parecia permanente, construindo algo, ansiando por alguma coisa. Um ansiava pelo capitalismo, alguns pelo comunismo, e outros ansiavam por explorar o espaço. Queríamos provar algo, lutar, e alcançar algum tipo de autoafirmação. Hoje nada disso existe, tudo simplesmente desapareceu e uma “pia vazia” permanece, de onde toda a água foi drenada. Não temos mais nada para nos satisfazer.

Portanto, até mesmo olhamos para os nossos corpos com desprezo. Isso explica a atração por drogas, antidepressivos e suicídio. Além disso, isso não é visto apenas em países desenvolvidos, mas em toda parte, na América Latina, e até mesmo na África, naqueles lugares onde as pessoas eram suficientemente felizes no passado, apesar de sua existência miserável. Hoje, isso já não existe. Deve haver algum tipo de propósito para uma pessoa, para ela se envolver em si mesma, em sua aparência, esportes, etc.

De KabTV “Através do Tempo” 20/10/13