Ligado À Correntes Da Dívida Do Egoísmo

Dr. Michael LaitmanPergunta: De onde pode o público externo, para quem nós disseminamos, obtém algum desejo espiritual, se hoje em dia as pessoas têm preocupações bem diferentes? Como podemos traduzir seus pedidos numa oração para cima?

Resposta: Se as pessoas não estão insatisfeitas com a vida, não estamos autorizados a nos aproximar delas. É por isso que temos estado à espera de todos estes 3500 anos desde o êxodo de Babilônia. E só agora, quando a crise se desenrola no mundo, a necessidade de mudança surge nas pessoas.

Suas demandas não estão relacionadas com a espiritualidade. Mesmo quando Abraão reuniu os moradores da Babilônia ao seu redor, ele não lhes disse que eles agora trabalhariam para um Deus novo e especial. Ele simplesmente disse: “Meus amigos, nós entramos numa crise. Nós não nos entendemos, nossa sociedade está destruída e dilacerada pelo ódio mútuo. Ninguém sabe para onde ir. Todo mundo tem seu próprio Deus: para um é o dinheiro, para outro a fama, o poder para o terceiro, política e ciência para o quarto. Tudo na vida está completamente destruído: não existe família, filhos, educação, segurança, esperança para o amanhã. Portanto, vamos melhorar nossas vidas!”.

Abraão disse às pessoas que ele possuia o segredo de uma boa vida, e não alguns assuntos elevados, mas uma vida simples! Ele disse: “Vocês sentem que o seu ego os levou ao reconhecimento do mal. Vocês já percebem que o seu ego é o mal que não permite estabelecer uma boa vida, mas os condena à morte?”.

Algumas pessoas concordaram com ele e ele as levou consigo. Mas o resto disse que iria resolver o problema sem ele; eles o deixaram ir e o chutaram para fora da Babilônia. Ele teria ficado lá. Mas quando ele reuniu seu grupo e foi mais fundo nesse trabalho, ele percebeu que, antes de tudo, ele precisava preparar Galgalta ve Eynaim e, assim, armado com o GE corrigido, precisava ir ao AHP e corrigi-lo. Assim, ele deixou a Babilônia e foi para a terra indicada pelo Criador.

Você pode falar com uma pessoa apenas em sua linguagem, aceitando suas reivindicações. Nós nos voltamos apenas às partes da população que sentem que estão em mau estado. Nós não abordamos a classe média, que por enquanto está bem, mas apenas aqueles que precisam de ajuda. Há pessoas que não vêem que existe um problema, e mesmo que vejam, pensam que não as afeta pessoalmente. Nós também não precisamos a recorrer a elas.

Nós abordamos apenas aqueles que estão em crise. De fato, a crise é tal que eles não sentem que são capazes de corrigir a vida, tendo perdido toda a esperança. Eles não têm para onde ir pedir ajuda, e sentem desespero e desamparo, sem esperança de futuro.

Por enquanto, a classe média não sente esses problemas, mas a julgar pela velocidade da crise, em seis meses a classe média se tornará o estado mais inferior. A classe média vai desaparecer: haverá apenas a elite e a pobreza. Assim, você pode falar com aqueles que caíram.

Em seis meses, no máximo um ano, a classe média vai cair em tal estado que eles vão estar completamente prontos para nossas explicações. Tudo depende apenas do número de golpes que a pessoa recebe. Se ela perde a esperança no futuro, então já podemos falar com ela. E isso vai acontecer muito rapidamente.

Agora, elas ainda não podem nos ouvir, apenas aqueles que têm o ponto no coração. Mas essas pessoas são poucas e, geralmente, estão cercadas por uma sociedade que suprime essas centelhas no coração. A centelha espiritual de uma pessoa, escravizada por seu egoísmo, está sob muitos fardos: a família, os filhos, a opinião do ambiente, obrigações e dívidas.

A pessoa está deliberadamente amarrada à dívida da qual não pode escapar. Hoje, a economia é baseada em dívida ao invés de lucro. Todo mundo deve de um quarto a meio milhão de dólares, incluindo recém-nascidos. Isso liga a pessoa a um sistema e a deixa sem liberdade de escolha. É muito difícil se libertar dessas correntes.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/10/13, O Estudo das Dez Sefirot