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Então O Aluno Deve Tornar-se Filho Do Professor

Dr. Michael LaitmanQuando eu era aluno do Rabash, ele podia responder a cada pergunta que eu tinha, mas apenas na medida em que era possível revelar coisas. Se você revelar mais do que uma pessoa pode compreender você pode prejudicá-la.

Um professor sabe exatamente o que pode ser revelado e o que deve permanecer oculto. Apenas na medida em que a pessoa é fiel a você, você pode revelar algo a ela. Isso geralmente acontece entre parentes, com um filho ou um genro. Isto é interessante, pois eles valorizam o seu bom nome.

Você não pode ser mais importante para qualquer outro aluno do que ele é para si mesmo. Esta é a essência da nossa natureza! Então você deve se ocultar deles para que eles sintam que há algo que devem superar aqui.

O que indicam as nossas dificuldades corporais de nos aproximar? Se seus seguidores são um filho, um irmão ou um genro, eles valorizam você de qualquer forma. Então mesmo se eles descem ao nível corporal, eles guardarão seu bom nome uma vez que também é seu nome. Um aluno, por outro lado, perde o contato com você quando ele desce ao nível corporal e deixa de ser seu aluno.

Não é culpa da pessoa. Assim é como as conexões entre nós são organizadas naturalmente, e você não pode dar a um aluno o que você dá a um filho, a um genro ou a outro parente.

Isto é muito significativo nas primeiras fases. Um aluno pode ser como um filho para você somente se ele está espiritualmente conectado a você. Caso contrário, que outras conexões você tem com ele? Você tenta levá-lo ao nível espiritual, mas a questão é até que ponto ele pode fazê-lo.

Isso se refere aos interessantes atributos corporais e como eles entram em contato com a espiritualidade, mas, por enquanto, através do simples ego. Se nós falarmos de certo nível de lealdade, quando se trata de um filho ou de qualquer outro parente, ela existe em certa medida, já que é baseada no egoísmo. Você pode dizer um pouco mais para eles e eles nunca usarão isso contra você. É possível revelar-lhes um pouco mais do que a outros num nível mínimo.

Mas essa vara tem duas extremidades. O aluno pode crescer a um nível em que ele trata o professor como um pai, apesar de sua resistência interna. Aqui um atributo oposto é criado e o aluno pode fazer mais do que um filho. Para isso, ambos devem trabalhar seriamente.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 29/07/13

Pedir Perdão Pelo Esforço Que Eu Não Fiz

Dr. Michael LaitmanRabash, “Shlavei HaSulam”, 1985-1986, Artigo 36, “O que é a Preparação para o Perdão”: Quando a pessoa vem pedir ao Criador para perdoá-la por seu erro contra Ele e um defeito em seu respeito pelo Criador, abençoado seja Ele, a pessoa precisa ter pensamentos sobre qual foi o seu erro com respeito ao Criador.

Eu peço perdão não pelos defeitos com os quais eu nasci, que são encontrados desde o início na minha natureza. Eu não me relaciono a eles (Gênesis 08:21) “… pois a imaginação do coração do homem é má desde a sua juventude…” Eu não me relaciono com a inclinação ao mal em si, mas somente com o meu esforço: eu poderia já ter subido acima da minha inclinação ao mal para construir “telas” e adquirir a relação de doação, amor e conexão acima da inclinação ao mal? Eu poderia ter agido de acordo com o princípio, “o amor cobre todas as transgressões” (Provérbios 10:12)?

Especificamente, se eu tenho sido negligente neste esforço, eu preciso expressar remorso e pedir perdão, e preciso chorar sobre isso. A “tristeza da Shechina” não é que Ela preparou para nós o estado quebrado, o defeito, mas que nós não tentamos elevá-La do pó de acordo com as condições com que é possível para nós fazermos isto.

A Luz que Reforma chega de acordo com o meu esforço. Se ela não chegar com a conexão com ele, ela me mostra a quebra geral que foi feita pelo Criador. Em contraste com isso, quando a Luz que Reforma chega de acordo com o esforço que eu faço ou não, ela me revela apenas a minha parte, o esforço que eu não dei e poderia ter dado.

Não é necessário se desculpar por não ter nascido para ser bem sucedido em algo — por exemplo, não ser fisicamente forte, não ser sábio suficiente, ou sem uma boa memória e habilidade para o aprendizado; não há nenhuma necessidade de reclamar disso. Se eles não me deram alguma coisa, isso é sinal de que eu não preciso disso. Se não tenho habilidades particulares e tenho dificuldade por causa disso, é óbvio que eu tenho que trabalhar nestas condições durante toda a minha vida.

Meus traços de personalidade não certificam que eu seja bom ou mal. Pode ser que eu tenha nascido preguiçoso, perdulário, arrogante e assim por diante. Basicamente, o fato de ter nascido com essas características já é um sinal de que não preciso me relacionar com isso. Não cabe a mim corrigi-las. Cabe a mim corrigir apenas minha participação no que elas me revelam além da minha natureza. Se lá, para além dela, eu sou preguiçoso, eu tenho que fazer um sacrifício sobre esta preguiça, e sobre esta falta de participação eu preciso chorar no Dia do Perdão (Yom Kippur). Eu peço perdão não pelas minhas más características com que nasci, mas pelo que eu realmente poderia ter corrigido quando recebi a oportunidade do Céu e não realizei.

Portanto, quem não faz um esforço, não revela o mal encontrado nele. E alguém que faz um esforço descobre que ele é mau — e isto é só na medida em que ele poderia ter feito uma correção e não corrigiu.

Nós não somos responsáveis por tudo o que os sistemas espirituais danificaram antes de nos corrigir. Este é o dano ao sistema geral. Ao invés disso, nós corrigimos o que é imposto a nós e, assim, todo o sistema será corrigido. Você vê, o sistema foi danificado já que um componente entrou nisso, que é chamado de Adão. Portanto, quando nós corrigimos a participação da pessoa no sistema, nós corrigimos tudo.

Pergunta: Como o arrependimento está ligado aos relacionamentos entre os amigos?

Resposta: Como está escrito, Yom Kippur não corrige os erros da pessoa relacionados ao seu amigo. Eu devo pedir desculpas pelo que aparentemente causei e, ao mesmo tempo, lembro-me que isto também foi feito pelo Criador. De uma forma ou de outra eu não lamento que descobri que sou mau. Eu peço desculpa pela sensação de que a diferença entre eu e o Criador encontra-se ainda em mim. Então, eu a corrijo.

E isto significa que mesmo na descoberta do mal, eu devo sentir alegria.

Pergunta: Não há ninguém que não tenha feito algo ruim a outra pessoa, mesmo sem querer. Como eu posso me redimir disso? Como pedir perdão?

Resposta: Uma pessoa faz isso ao alcançar a conexão. Esta é a sua compensação. Não há nenhuma necessidade ou ação que possa reparar o que eu fiz. Todo o mal que eu fiz causou a separação. Todo o bem que eu posso fazer: isto é apenas para causar a união. As formas e maneiras de bem e de mal não são importantes; a principal coisa é especificamente união ou separação. Se você fizer desta forma, você não vai errar.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/09/13, Escritos do Rabash

Quando Vem A Salvação?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Em um dos posts em seu Blog é dito: “Depois que as pessoas estão em desespero completo com tudo o que têm tentado, nós podemos deixá-las saber que temos um método que lhes dará saúde, controle, respeito, dinheiro e assim por diante. Elas terão tudo o que necessitam neste mundo, um Jardim do Éden na Terra, mas para isso elas devem se conectar”.

Como podemos explicar isso, se, apesar de todos os nossos esforços em conectar, ainda não temos nada?

Resposta: A pessoa nunca pode realizar qualquer ação espiritual se não estiver “em desespero completo com seus próprios atos” e não gritar com o Criador quando se encontrar no último nível, e com um pouco mais ela vai cair de lá num abismo. Só então é que a salvação vem do Criador. Caso contrário, ela não tem um “Kli” (vaso) pronto.

Como nós podemos conseguir isso neste mundo? Se não fizermos nada, o Criador vai nos enviar golpes, a Luz vai brilhar em nós o tempo todo e nós vamos nos sentir cada vez mais opostos a Ele, ou seja, em estados cada vez piores. Este é o caminho do sofrimento. Enquanto não chegamos a um estado final de morte por este caminho, não conseguimos nos desviar dele. Mas podemos chegar a um estado de necessidade de receber ajuda do Criador, de forma consciente, sem chegar a um estado de impotência. Como é nós chegamos a isso conscientemente? Quando eu me sinto o oposto à Luz.

Tudo depende das condições em que a pessoa se encontra. Suponha que eu nasci numa aldeia pobre na África e recebo meia xícara de arroz e cem gramas de pão por dia. De repente, um grupo chega das Nações Unidas e começa a distribuir um quilo de pão e uma garrafa de leite a todos, dizendo que, se as crianças se comportarem bem, eles vão lhes dar comida. E quem comer bem também vai ver um filme. Isto é, um mundo totalmente diferente é revelado, com condições completamente diferentes.

Será que eu posso alcançar condições como estas? Quando eu morava numa aldeia na África um quilo de pão por dia parecia o Jardim do Éden para mim. Mas se eu me encontrasse em algum país avançado, se o dia não termina com uma visita a um restaurante com os amigos, este é um dia desperdiçado. Eu fico ainda mais deprimido do que durante o tempo em que só tenho um quilo de pão por dia na aldeia africana.

Isto é, tudo depende das condições em que a pessoa se encontra. Portanto, não há sentido absoluto nos sofrimentos.

Eu sou uma pessoa normal, tudo bem. De repente eu ganho um milhão de dólares na loteria. Eu verifico os números dez vezes, está tudo em ordem, tudo está de acordo com o que está no jornal. Eu “crio asas.” No final da semana, eles apresentam os prêmios, eu chego lá e eles me informam que houve um erro no jornal. O que eu posso fazer? Eu me encontro em desespero absoluto, mas é artificial, pois eu não tinha nada antes. O desespero surgiu como resultado do pensamento de que eu ganhei na loteria, mas foi explicado que isso foi um erro.

Isso é, nós podemos chegar a um estado como este artificialmente, quando eu fico imensamente deprimido porque ansiava muito em alcançar a Luz Superior e não a tenho. Como posso fazer isso? Com a ajuda do ambiente. Com a ajuda dos amigos eu posso me apressar, de modo que grito que quero isso agora e imediatamente! Junto com isso, eu atinjo uma clara consciência de que não recebi nada a não ser “um soco na boca”.

Cabe a nós fazer isso a nós mesmos. Isto não é fácil. Certamente nós precisamos nos tornar um pouco infantis como isso, mas, em seguida, vamos chegar a um estado de um grande desejo e, correspondentemente, com um estado de desespero imenso com relação às nossas “próprias forças”. E eu vou exigir do Criador que aqui Ele deve me ajude! Ele não tem escolha, pois estou exigindo isso! Cabe a nós nos tornarmos realmente desesperados e desejosos. Então, tudo será bem sucedido.

Da Lição Diária de Cabalá 25/08/13, Perguntas e Respostas com o Dr. Laitman

Cálculos Espirituais Em Tempo Real

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se compararmos nossos esforços com uma corrida de cem quilômetros, não veremos qualquer vestígio de chegarmos ao fim da estrada até alcançarmos a linha de chegada. Por quê?

Resposta: Diz-se: “Não há falta na espiritualidade”. Como exemplo, vamos usar a teoria da dualidade onda-partícula deste mundo. Existem tipos de níveis de energia, por exemplo: a fim de gerar um feixe de laser, a energia deve ser elevada para certo nível e, em seguida, o processo imediatamente toma um caráter “explosivo”.

Tudo tem uma medida pré-definida. Este fato deriva das quatro fases da Luz Direta. Nada pode ser medido com grande precisão se as medições estão num modo totalmente linear. Na verdade, a gente sempre está medindo a distância entre determinados valores, criando assim uma imagem “digital” discreta, intermitente do mundo.

É por isso que durante a “corrida”, nós observamos “súbitos” saltos de um posto para outro, em vez de ver mudanças suaves e graduais. É assim que somos construídos: nossa percepção, tanto neste mundo como na espiritualidade, tem um caráter “passo a passo”.

Enquanto exploramos a natureza, nós passamos a entender que ela está muito além de nós. Portanto, não há necessidade de “fazer reivindicações” para o universo? Isso não vai ajudar. Pelo contrário, nós temos que estudar as suas leis e usá-las.

Hoje, você está indignado só porque o Criador faz jogos com você. Ele deliberadamente lhe dá razões válidas para você ficar chateado com Ele, de modo que, no final, você entenda que ainda somos bebês.

Pergunta: No entanto, diz-se que “muitos centavos se acumulam numa grande soma”. Pelo menos mostre isso para mim…

Resposta: Se você visse como centavos se acumulam num cofrinho, você se tornaria mais paciente e não correria na frente, pois saberia que seus dias não passam em vão. Isso é ruim para você.

Pelo contrário, quando você sente que seu tempo desaparece por entre os dedos e que você não vê resultados à frente, essa é a salvação, o presente, sem o qual você não poderia aspirar em avançar.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 27/05/13, Escritos do Baal HaSulam