Sobre A Física E A Poesia Da Alma

Dr. Michael LaitmanEm seu comentário ao Livro do Zohar escrito na linguagem do Midrash, Baal HaSulam adicionou a linguagem do “Estudo das Dez Sefirot“. Ao fazê-lo, ele nos passou a chave para este livro. Seu comentário não é apenas uma simples interpretação, mas sim a chave de codificação para um decifrador, para uma porta que antes estava trancada.

Por exemplo, como está escrito no Livro do Zohar e em outras fontes originais, “o Criador veio diante da face e anunciou”. Baal HaSulam explica que isso se refere à ascensão de Malchut à Bina.

Em primeiro lugar, isso acontece no estado de pequenez (Katnut), a propriedade de julgamento. Depois, é permitido à Malchut descer de Bina ao nível de Yesod e usar os vasos da recepção que estão, a esta altura, prontos para se relacionar com o Doador e são chamados de “AHP em ascensão”. Neste momento, o Criador vem na frente da face e anuncia. “Anúncio” significa revelação.

Baal HaSulam nos deu a oportunidade de ver ações espirituais por trás da linguagem do Midrash. Esta visão facilita nosso caminho e abre formas de autoinformação que são essenciais para uma penetração mais profunda no Livro do Zohar.

Ele também contém partes que são escritas usando a linguagem da Cabalá, mas, em geral, os textos do Midrash são mais ricos, mais poéticos, expressivos e coloridos; enquanto que o Estudo das Dez Sefirot nos fala sobre a física das relações espirituais, sobre a psicologia e as propriedades mensuráveis da alma. A alma é o vaso geral (Malchut) do Mundo do Infinito. É como se a alma fosse dividida em várias partes que foram testadas, verificadas, pesadas e estudadas junto com as interconexões entre elas, a ordem e a forma como são preenchidas e, por conseguinte, chegaram à Cabalá.

Estas coisas podem ser descritas de várias formas diferentes, esquematicamente, ao longo das linhas de investigação de sistemas, ou sensoriamente. De qualquer forma, é quase a mesma coisa: formas de corrigir e preencher o vaso quebrado que recebemos. Geralmente, há duas maneiras para descrever este processo: emocional e intelectual.

Não importa se realmente entendemos todos os fragmentos ou se eles permanecem obscuros para nós. Quando lemos O Livro do Zohar, devemos estar pensando apenas na Luz que Reforma. Desta forma, passo a passo, centavo por centavo, nós vamos acumular um enorme legado.

Até agora, até chegarmos à revelação — isto é, até revelarmos o Criador no primeiro degrau, logo após a Machsom — nós estamos vinculados à regra que descreve o trabalho do egoísmo. Até agora, nós absorvemos abundância; em outras palavras, os resultados de nossos esforços foram diretos para a impureza. Isso é mostrado no nosso cansaço, fraqueza, falta de sentimento, e assim por diante, que na verdade, inexistem; eles só parecem assim para nós. Se o nosso egoismo recebesse uma oferta valiosa e atrativa, nossa fraqueza desapareceria imediatamente.

Tudo depende da energia interna, dos vasos (desejos) que não consideram que o caminho espiritual tenha alguma importância, ou porque eles não estão recebendo a iluminação suficiente de cima ou porque estão sendo puxados para baixo pelo egoísmo de baixo. Na verdade, é uma separação, um aumento da distância entre as Luzes e os vasos. Como resultado, nós sentimos que estamos pendurados entre o céu e a terra. É como se algo estivesse nos puxando para baixo, não nos permitindo subir.

Se isto acontecer, todas nossas conquistas caem de volta no egoísmo, na imundície. No entanto, já que nós concluímos a análise e estamos familiarizados com estes fatos, devemos evitar repetir erros anteriores. Portanto, agora nós recebemos novos obstáculos que devem ser ultrapassados novamente, mas como?

Em primeiro lugar, devemos parar de olhar para os rostos dos nossos amigos que parecem tão infelizes. A pessoa julga de acordo com seus próprios defeitos, mas na verdade, todos os seus amigos estão em ascensão. A Luz que desce durante a Páscoa as eleva, mas elas não percebem isso e sentem um grande cansaço e pressão.

Pergunta: Isso significa que quando atravessarmos a Machsom, nós fluiremos com O Livro de Zohar sem mais quaisquer fardos?

Resposta: Nesse nível, nós nos concentramos em coisas muito mais difíceis, já que iremos adquirir a capacidade de agir contra a nossa vontade.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/03/13, O Zohar