Conexão Com O Criador: Não Desligue!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Todos os tipos de pensamentos e desejos são despertados em mim e eu me encontro em todos os tipos de estados na vida. Se eu sei que todos eles vêm do Criador, como devo reagir a eles? Como posso fortalecer a conexão com o Criador através deles?

Resposta: Primeiro, se eu estou desconectado do Criador, eu devo me lamentar por isto. Afinal de contas, em nosso mundo não pode haver nada pior do que o desprendimento da conexão com Ele.

Portanto, eu preciso me manter “na linha” e não me esquecer de que é o Criador que constrói toda a realidade para mim. Ele retrata na minha imaginação esta “imagem da existência” que é desenhada com os cinco sentidos: há eu mesmo, o mundo em que eu existo, e não há nenhum tipo de força externa que provoca esta sensação para mim. Por isso, eu não quero desviar meu olhar desta “imagem” com os três componentes: eu, o mundo e o Criador. Na medida em que eu  relaciono o sentimento de mim mesmo e do mundo dentro de mim ao Criador, nesta medidad eu me encontro numa conexão com Ele.

Por enquanto, este elo não é aparente, não está claro, mas já é sentido internamente. A fim de fortalecê-lo, eu preciso de um grupo, do estudo e do professor — a única parte da realidade que posso usar. Toda a realidade é o oposto do Criador e O esconde de mim. El só me confunde, mesmo que isto seja para o meu próprio bem. Em contraste com isto, o estudo, o grupo e o professor me ajudam no caminho se eu me relaciono corretamente com eles, não os menosprezo, mas os valorizo e respeito. Quando eu quero me aproximo deles, eles se aproximam de mim, estão prontos para me ajudar e me influenciar mais fortemente. Assim, eu também tento em cada momento da minha vida  ir junto com o poder superior.

E a imagem da realidade é o divisor entre nós até que eu descubra a sua atividade em tudo o que acontece entre eu e o poder superior. Então, o mundo inteiro se transforma numa ponte que nos liga.

Quando eu olho para tudo o que acontece comigo, em pensamentos e desejos, e o que acontece no mundo exterior, eu quero ver o pensamento da criação por trás de tudo isto: por que o Criador age assim? Como se entende, Ele age para meu próprio bem e me ajuda a construir a conexão correta. E eu sou estimulado o tempo todo e de manhã à noite passo por uma incessante série de exercícios.

Em outras palavras, eu devo me manter na direção da união de Israel, a Torá e o Criador. “Israel” sou eu tentando descobrir o Criador, e especificamente ao descobrir o Criador, eu vejo o meu objetivo, a “Torá”, o mundo inteiro que eu devo conectar em um Kli, um desejo. Gradualmente, eu descubro minha parte e meu Kli, aos quais já me relaciono sem ódio, mas com amor e empatia. Afinal, eu sei que por trás deles esta o Criador, e, portanto, estas partes perdem seu caráter negativo. Agora eu olho para elas como se olhasse para o Criador, que as ativa a fim de mudar minha atitude.

Numa forma como esta, eu começo a amar as piores coisas do mundo, e elas se transformam nos melhores meios de avanço para mim. Isto se refere ao ódio, aos eventos mais feios, guerras, etc. De repente eles se transformam em estados que me aproximam do Criador, e por meio deles, sobre um fundo de ameaças e dor,  eu sinto como a negatividade se transforma num sentimento bom, maravilhoso, em amor absoluto por parte do Criador. O mal se transforma em bem.

No ensaio, “A Ocultação e a Revelação do Criador”, Baal HaSulam explica essa transformação. A ocultação adiciona um menos (negativo) a tudo e, assim, tudo aos meus olhos é prejudicial, todas as pessoas são más, o pagamento não é suficiente e a família sofre com doenças e assim por diante. De repente, eu vejo uma imagem oposta: todo mundo é saudável, o pagamento é suficiente, não há inimigos, não existem pessoas más e desagradáveis, e assim por diante.

Tudo depende de descobrir a supervisão superior. Não é necessário corrigir nada externamente; há apenas uma tarefa: descobrir a orientação do Criador.

Isto muda a nossa relação para com a correção da raiz. Torna-se claro que apenas o trabalho entre nós, com a ajuda do qual somos fortalecidos a fim de descobrir a supervisão superior, pode mudar o mundo. Portanto, se nós avançamos num grande grupo que faz uma disseminação massiva e generalizada, na medida em que o Criador revela seu potencial, com isto nós transformamos todas as partes da realidade em partes ativas dirigidas à descoberta do Criador.

Afinal, eu sinto o mundo e eu mesmo com meu desejo como duas partes: um Kli interior e um Kli exterior. Isso significa que eu simplesmente me conecto comigo mesmo, atribuo cada vez mais partes a mim mesmo, em especial aquelas que estão relacionadas com a natureza humana, onde há liberdade de escolha, e depois disso, de acordo com o grau de correção, também as partes da natureza inanimada, vegetativa e animada.

Isso acontece assim. Primeiro nós atraímos para nós mesmos os componentes do inanimado, vegetal e animal que se relacionam com a natureza humana. Depois, seus equivalentes, que nos são retratados como animal, vegetal e inanimal desse mundo, também são combinados conosco. Assim, toda a realidade se transforma num único Kli corrigido.

O que deduzimos de tudo isto é que nos falta apenas uma coisa — conexão máxima — para que com a ajuda do professor, do grupo e do estudo, seja possível tornar a todos nós uma parte tão ativa quanto possível que está dirigida ao longo do dia em descobrir a unidade de Israel, a Torá e o Criador.

Além disso, o Criador nos nomeia para corrigir todo o mundo externo: nossas partes externas, os desejos, os Kelim externos. E nós somos obrigados a combiná-los também, descobrir neles a orientação do Criador que é o Bom e faz o Bem, que não há outro além Dele.

Portanto, a pessoa deve procurar o Criador a cada momento quando ela agarra a extremidade da corda, o pensamento ou o desejo que é um lembrete da orientação superior que ela necessita descobrir.

Da Lição Diária de Cabalá 07/08/13, Escritos do Baal HaSulam